🌊 O Pensamento Filosófico de Tales de Mileto:
O Início da Razão
🌊 O Pensamento Filosófico de Tales de Mileto: O Início da Razão
Tales de Mileto, nascido por volta de 624 a.C. na cidade jônica de Mileto (atual Turquia), é inequivocamente reconhecido como o primeiro filósofo ocidental. Sua importância reside não apenas na tese que defendeu, mas principalmente no método que inaugurou: a transição fundamental do pensamento baseado no mito (mythos) para o pensamento baseado na razão (logos). Ele marcou o início da busca racional e sistemática pela compreensão da realidade, conhecida como filosofia.
A Busca pelo Arché: O Princípio de Tudo
O cerne da filosofia de Tales é a sua investigação sobre o arché ($\text{arché}$), termo grego que significa o princípio primordial, a substância originária e eterna, a causa subjacente de toda a realidade. Diante da multiplicidade e da constante mutação observadas na natureza (physis), Tales procurou um elemento único, imutável e material que servisse como substrato para a geração e transformação de todas as coisas.
A conclusão de Tales foi que o arché é a água.
A Justificativa Racional para a Água
A escolha da água como princípio fundamental foi fruto de uma observação empírica e de um raciocínio indutivo, características que diferenciam radicalmente sua abordagem das narrativas religiosas da época. Suas justificativas incluíam:
A Essência da Vida: Tales notou que a vida, em todas as suas manifestações, dependia intrinsecamente da umidade. O alimento dos seres vivos é úmido, os germes e as sementes são úmidas, e a secura é associada à morte. Isso o levou a inferir que o princípio da vida e, por extensão, de todas as coisas, deveria ser a água.
A Capacidade de Transformação: A água era o elemento que ele observava com maior capacidade de se apresentar em diferentes estados (líquido, sólido como gelo, e gasoso como vapor). Essa maleabilidade sugeria que a água possuía a inerente capacidade de se transformar em diferentes substâncias e formas que compunham o mundo.
Sustentação da Terra: Uma de suas cosmologias afirmava que a Terra flutuava sobre a água, como um disco sobre o oceano. Assim, a água não apenas gera e transforma, mas também sustenta o cosmos.
Ao postular "tudo é água", Tales estava fazendo a primeira afirmação cosmológica materialista conhecida. Ele propôs uma explicação naturalista para a origem e funcionamento do universo, sem recorrer a intervenções divinas, estabelecendo a matéria (a água) como a fonte e o fim de tudo o que existe.
⚡ O Legado Metodológico e a Ciência
O valor duradouro de Tales reside na revolução metodológica que ele iniciou. Ao invés de aceitar as tradições míticas (como a deusa Gaia ou os deuses olímpicos), ele exigiu uma explicação fundamentada na observação e na razão.
Fundação da Cosmologia: Ele foi o primeiro a tentar formular uma teoria geral sobre a ordem (cosmos) do universo, usando apenas a razão humana como ferramenta.
Introdução ao Debate Crítico: Ao apresentar sua tese da água de forma pública, Tales abriu a porta para que outros filósofos (seus sucessores na Escola de Mileto, como Anaximandro e Anaxímenes) pudessem criticar, refutar e aperfeiçoar sua ideia. O pensamento filosófico, desde Tales, é inerentemente um processo de diálogo e crítica racional.
Além de sua tese sobre o arché, Tales demonstrou grande habilidade em áreas práticas e científicas:
Geometria: Ele é creditado por ter introduzido a geometria na Grécia, utilizando princípios como a semelhança de triângulos para medir a altura das pirâmides ou a distância de navios no mar (Teorema de Tales).
Astronomia: A famosa previsão de um eclipse solar em 585 a.C. demonstrava seu conhecimento prático e sua capacidade de aplicar a razão para prever fenômenos naturais.
O Hilozoísmo e a Alma do Mundo
Outra dimensão importante, embora mais especulativa, do pensamento de Tales é a noção de que a matéria é intrinsecamente viva ou animada, um conceito chamado Hilozoísmo (do grego hylē - matéria, e zōē - vida).
A afirmação, atribuída a ele por Aristóteles, de que "todas as coisas estão cheias de deuses" ou que o ímã tem alma por ser capaz de mover o ferro, sugere que o movimento e a vitalidade (a "alma") não são algo imposto à matéria por uma força externa (um deus separado), mas sim uma propriedade inerente ao próprio arché (a água). Para Tales, a matéria primordial (a água) já continha em si o princípio do movimento e da vida, o que a torna auto-suficiente para gerar o cosmos.
Em resumo, o pensamento de Tales de Mileto estabeleceu o fundamento da filosofia e da ciência ocidentais. Ele desviou o olhar humano dos céus mitológicos para a natureza e para a razão, propondo que a ordem do universo poderia ser desvendada por meio da observação e do intelecto, e que toda a complexidade da realidade derivava de um único e simples princípio material: a água.
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