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sábado, 30 de maio de 2015

O Sexo nos Tempos Biblicos...

O SEXO NOS TEMPOS BÍBLICOS! ABSURDO, NORMAL OU NATURAL...


Ao que parece, a média dos casais nos tempos bíblicos tinha uma vida sexual normal, satisfatória. infelizmente, a maior parte das vezes em que a Bíblia aborda a questão do sexo, focaliza o lado problemático dele.
É provável que alguns dos assuntos que hoje nos preocupam não constituíssem questões sérias durante os tempos bíblicos. Os escritores bíblicos não mencionam, por exemplo, o problema da masturbação, pois o período de espera entre a puberdade e o casamento era muito pequeno.
A atitude das pessoas para com o sexo variava muito de acordo com a época e com as circunstâncias. Os israelitas sofreram grandes pressões no sentido de adotarem as práticas hedonistas a qual e idolatria normalmente estava associada. Houve ocasiões em que eles cederam, e Deus os castigou severamente. Entretanto, suas leis e sistemas de valores rejeitavam essa forma de vida em que o prazer era o supremo objetivo da existência. Por causa disso, os israelitas estavam sempre censurando e repudiando a devassidão.
Mas, apesar de todas as dificuldades relacionadas com o sexo, eles não tomaram a posição extrema oposta; rejeitaram também o asceticismo. Compreenderam que embora não pudessem deixar que o prazer sexual os dominasse, também não poderiam ignorá-lo. Embora não houvesse uma educação sexual formalizada, eles tinham muitas oportunidades de conversar sobre o assunto. A questão da circuncisão, por exemplo, bem como alguns outros textos bíblicos que eles liam com frequência, exigiam alguns esclarecimentos.

Eufemismos
Em alguns pontos os autores bíblicos parecem um pouco ousados em relação ao nosso modo de falar. Mas, em outros, parecem relutantes em mencionar diretamente a prática sexual. A Bíblia usa largamente termos como "seios" e "ventre"; mas parece evitar os vocábulos que designam os órgãos genitais. Outras questões abordadas com certa frequência são a concepção, a gravidez e o parto. A palavra "prepúcio" também é muito empregada devido à grande importância da circuncisão para o povo. O vocábulo "lombos" pode designar toda a parte inferior do corpo, mas el alguns textos refere-se aos órgãos genitais ( Gn 35.11 - I.B.B.).
Paulo também faz uso de muitos eufemismos, ao descrever as partes do corpo, comparando-as ao corpo espiritual. Quando fala dos órgãos que "não são decorosos" parece estar se referindo aos genitais e aos de excreção (I Co 12.23,24).
Outro termo cujo o emprego não está muito claro é "pés". Em vários textos o sentido dele é literal, mas em outros parece ser uma referência aos órgãos genitais. Algumas versões contêm a expressão "cobrir os pés" que significa "defecar" (Jz 3.24; I Sm 24.3). Existe também uma grande divergência de opiniões quanto aos sentido da palavra "pés" na história de Rute (3.4-7).
Geralmente quando a Bíblia menciona a questão da prostituição masculina cita o fato diretamente, em termos claros. Mas há casos em que usa a expressão "sodomia", que obviamente é uma referência aos sodomitas (Dt 23.18). Isso parece indicar que a principal função do prostituto (homem) era manter relação sexual com homens, embora às vezes se relacionasse com mulheres.
A expressão, "uma só carne" empregada por Paulo (Ef 5. 31), encontrada também em outras passagens designa claramente a união física, o ato sexual. Outras palavras usadas com o mesmo sentido são "conhecer" e "amar".
A palavra "carne" ás vezes indica o desejo ou o ato sexual. Contudo, de um modo geral, o sentido dela é mais amplo, sugerindo qualquer experiência no plano físico, em contraste com a espiritual.

Sexo no Casamento
O ato sexual praticado entre marido e mulher tinha duas finalidades: gerar filhos e proporciona-lhes prazer. Os judeus não viam o sexo como um problema, nem como um fardo.
A abordagem do assunto feita por Paulo é altamente esclarecedora (I Co 7.1-7), pois ele argumenta que o casal devia manter relações sexuais regularmente. E não só a mulher tinha o dever de proporcionar prazer ao marido, mas este tinha também a responsabilidade de dar prazer a ela. Ele recomendava cerdo domínio próprio, mas reconhecia a necessidade de as pessoas terem satisfação física. Isso demonstra que o sexo era visto também como fonte de prazer. Então os casais muitas vezes desfrutavam do prazer sexual sem a intenção de gerar filhos, sem nenhum sentimento de culpa. Isso era muito importante para eles, se levarmos em consideração as grandes tentações sexuais a que estavam expostos em contato com as culturas vizinhas. O texto dá a entender também que a mulher podia perfeitamente admitir sua necessidade de ter um relacionamento sexual. Paulo fala disso como de coisa normal, e ensina que o homem sábio deveria atender aos desejos de sua esposa.
O livro de Cantares apresenta expressões e imagens sexuais bastante ousadas. Quem lê essa obra vê-se diante de descrições dos detalhes íntimos de um casamento. O autor admira os seios de sua amada (4.5; 7.3-7), e fica fascinado com seus doces beijos (4.11). Ela , por sua vez, aprecia os afetuosos abraços dele (8.3), o seu falar doce (5.16) e suas pernas (5.15).
Esse livro, de conteúdo tão sensual, fala da experiência sexual de forma muito aberta e franca, e era aceito como obra da cultura judaica.
A Bíblia contém algumas diretrizes para o sexo no casamento, que também foram ensinadas aos cristãos primitivos. Os casais deveriam exercitar domínio próprio de modo que pudessem desempenhar suas responsabilidades normais. Paulo, por exemplo, reconhece que o casal tem o direito de se abster do sexo para se dedicar inteiramente à oração. Ele ensina também que o indivíduo não deveria utilizar o sexo apenas para sua satisfação pessoal, mas cada um tinha o dever de atender às necessidades do seu cônjuge (I Co 7.1-7).
A Bíblia não impõe restrições à maneira como o casal deve praticar o ato sexual. Não há proibições nem prescrições sobre a prática sexual das pessoas casadas.
Sabemos que era a prática do ato sexual que selava o casamento. Após a cerimônia e a troca de presentes, a relação sexual era o que determinava que eles se encontravam realmente casados. O amor físico da noiva devia "atrair" e "embriagar" o marido (Pv 5.15-19). O leito nupcial devia ser sem mácula, protegido de influências externas (Hb13.4,5). Isso pode ser uma decorrência do princípio bíblico de que o marido deveria ficar em casa todo o primeiro ano de casamento para dar "felicidade" à mulher (Dt 24.5).
Ao falar sobre o relacionamento conjugal, o apóstolo paulo aconselha os casais a não se privarem um ao outro, pois já sabia das muitas dificuldades do relacionamento conjugal (1Co 7.3-5). A seu ver, o homem que tivesse uma vida sexual satisfatória dentro de casa, teria mais forças para resistir às tentações que enfrentaria lá fora.

A Prostituição Associada à Religião
As religiões pagãs das culturas vizinhas, que várias vezes contaminaram os israelitas, costumavam promover algum tipo de prostituição cultual, que geralmente estava associada com o conceito de fertilidade. Quando um agricultor queria obter colheitas mais fartas ou rebanhos mais produtivos precisava recorrer aos deuses da fertilidade. Se uma mulher desejasse ter filhos, e não os tinha, teria que fazer o mesmo. E uma das formas de agradar a esses deuses eram manter relações sexuais com as prostitutas ou prostitutos que se encontravam no templo para este fim. Embora isso possa parecer muito estranho, o fato é que essa prática era bastante comum, e durou até os tempos do Novo Testamento. E muitas vezes ela foi associada também ao culto de Jeová.
Os israelitas tinham contato com prostitutas cultuais já no início de sua história como nação. No sinistro relato da morte de Zimri, filho de Salu (Nm 25.1-8), lemos que Zimri, um israelita, levou uma midianita para participarem dos ritos sexuais na tenda. Quando o sacerdote Finéias ficou sabendo do que estava se passando, foi à tenda e , num único golpe, atravessou os dois com uma lança.
As cerimônias pagãs às vezes se tornavam tumultuadas e sangrentas. Bebia-se muito vinho, como tributo a Baal, pedindo-lhe boas colheitas. Havia também sacrifício de crianças ao deus Moloque ou a Quemós, um deus moabita.
Além de cometer a devassidão simplesmente pelo prazer de fazê-lo, os povos que praticavam esses atos religiosos pareciam crer que eles de fato tinham efeitos positivos. Já se encontraram muitas imagens de deuses da fertilidade. Algumas dessas esculturas eram representações de mulheres grávidas, e provavelmente ficavam na casa daqueles que as adoravam. Outras figuras representam mulheres segurando o seio.
Uma das razões por que Deus mandou que os cananeus fossem exterminados era justamente sua religião maligna. Mas como Israel não executou a ordem, esse povo continuou a praticar livremente sua religião e em várias ocasiões corrompeu a vida religiosa dos judeus com ela. O povo de Israel era constantemente tentado a adotar a prostituição em sua prática religiosa, apesar de a lei proibi-la expressamente (Dt 23.17,18).
Durante a época dos juízes, por exemplo, os israelitas adotaram muitas das práticas cruéis e imorais dos cultos de fertilidade (Jz 8.33). Mas isso foi apenas o começo do seu processo de desobediência. Mas tarde, metade da tribo de Manassés abraçou a religião da prostituição (1 Cr 5.25). Os filhos de Eli se deitavam com mulheres que serviam à porta da tenda da congregação (1 Sm 2.22), e que talvez fossem prostitutas. No reinado de Roboão, rei de Judá, havia homens que se prostituíam, cuja atividade era associada aos templos devotados ao culto da fertilidade (1 Rs 14.23,24). E durante toda a sua história, em várias ocasiões, Israel se envolveu no culto a Baal, que em muitos casos incluía a prática da prostituição (2 Cr 33.3).
Nem todos os israelitas participavam desses cultos pagãos, mas todos estavam cientes da existência deles. Houve vários reis justos que realizaram reformas religiosas e acabaram com grande parte dessa atividade (1 Rs 23.7). Mas nenhum deles conseguiu resultados permanentes (Ez 16.5-58). E até nos dias de Cristo e nos de Paulo, ainda se praticavam alguns desses cultos ímpios em várias partes do mundo. Diz um historiador que todas as mulheres tinham que passar algum tempo em um templo prostituindo-se em honra a Vênus.


O ACRO-CORINTO TEM UMA  ALTURA DE 450 METROS ACIMA DO
NÍVEL DA CIDADE DE CORINTO. NO ALTO DESSE PENHASCO, FICAVA
O TEMPLO DE AFRODITE, A DEUSA DO AMOR, ONDE HAVIA MAIS DE
1000 PROSTITUTAS CULTUAIS, A SERVIÇO DA DECADENTE POPULAÇÃO 
DESSA CIDADE.

Na época em que Paulo escreveu à igreja de Corinto, havia mil prostitutas no templo da deusa Afrodite, na acrópole da cidade. E a grande prosperidade financeira do lugar se devia em larga escala à popularidade desse culto. A reputação da cidade nesse particular era tal que o termo "mulher de Corinto" passou a ser sinônimo de prostituta. Por isso, quando o apóstolo escreveu aos crentes desse lugar, sabia que estava-se dirigindo a pessoas que antes viam o sexo como uma forma de divertimento, sem conotações morais, e sem outra importância maior do que a de qualquer atividade física. E o ensinamento de que o homem que se unia a uma prostituta estava-se maculando constituía um conceito totalmente novo para eles (1 Co 6.15,16). Foi pelo fato de a prostituição ser tão generalizada que os pais da igreja recomendaram aos crentes novos que se abstivessem da imoralidade (At 15.29). É que os gentios daquela época não consideravam imorais muitos dos atos que hoje consideramos.

O homossexualismo ou Sodomia
A História mostra que o homossexualismo é quase tão velho quanto a humanidade, e que foi muito praticado durante o período bíblico. Sabendo-se que as nações vizinhas do povo de Israel havia tanta atividade sexual, principalmente nos templos pagãos, não temos dúvidas de que os hebreus não desconheciam a questão. Os escritores bíblicos parecem preocupar-se principalmente com o homossexualismo que era associado ao culto religioso, já que erra essa a forma básica em que eles tomavam contato com tal prática. Hoje em dia ele não esta mais relacionado diretamente com atos religiosos.
Nas Escrituras, às vezes o homossexualismo é chamado de "sodomia", que deriva dos nomes das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 18 e 19), que foram destruídas porque Deus não conseguiu encontrar ali nem dez justos (18.32). É possível que o termo "justo" aí designe pessoa que não fosse homossexual, já que capítulo seguinte o pecado focalizado é justamente esse (19.5). Provavelmente, o homossexualismo praticado em Sodoma, que constituiu um dos males da localidade, estivesse associado ao culto pagão, à prostituição cultual, que é mencionada em toda a Bíblia.
O autor de Deuteronômio achou necessário advertir os hebreus tanto homens quanto mulheres, que evitassem esse tipo de culto (Dt 23.17), mas durante o reinado de Roboão passaram a existir templos nos outeiros, que empregavam prostitutos cultuais (1Rs 15.12). Contudo, os homossexuais só fora exterminados totalmente no reinado de Josafá (1Rs 22.47). Mas reapareceram no tempo do rei Josias.
Quando Paulo condena o homossexualismo masculino ou feminino (lesbianismo), ele também parece estar se referindo a um ato religioso, que sem dúvida estava bastante difundido ( Rm 1.23,24 ; 1 Co 6.9). O Império Romano era tão corrompido que os escritores romanos se achavam desesperançados quanto ao seu futuro. Conta-se que até mesmo a imperatriz Agripina, mulher de Cláudio, mãe de Nero, certo dia, sentindo-se muito entediada, resolveu sair do palácio naquela noite e ir divertir-se num bordel próximo. Existem algumas evidências de que vários dos primeiros imperadores eram homossexuais. Mais tarde, o imperador Domiciano (81-96 d.C.) tentou reduzir um pouco a prática, aplicando uma multa de dez mil sestércios a quem praticasse atos homossexuais.

Perversões
Os hebreus tinham verdadeiro pavor da ideia de um ser humano ter relação sexual com animais É possível que essa aversão tivesse raízes no desprezo deles pela mitologia pagã, onde há vários casos de práticas sexuais de seres humanos e animais. Além disso, eles tinham grande respeito pelo propósito de Deus na criação. A perversão sexual é severamente condenada nas Escrituras. Quem praticasse tais atos poderia até ser morto (Êx 22.19)

O Cano de Onã
Algumas pessoas gostam de criar normas para o comportamento sexual a partir da história de Onã (Gn 38.1-11). E a maioria delas faz interpretações errôneas. O irmão de Onã havia morrido, e sua mulher, Tamar, não tivera filhos. Judá, o pai dele, ordenou-lhe que cumprisse o levirato, isto é, que se casasse com Tamar, para que ela tivesse filhos. Onã obedeceu parcialmente, pois quando tinha relação sexual com ela deixava o sêmen cair na terra, para evitar que ela engravidasse. E Deus o matou por causa dessa desobediência. Mas esse castigo lhe foi aplicado por causa da sua recusa em obedecer o mandamento relacionado com o levirato, e não tem nada que ver com masturbação, coito interrompido ou qualquer outra prática sexual.

Referência Bibliográfica:

COLEMAN, William L., Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, 1 ed., Belo Horizonte, Betânia, 1991.
 

Quase um Cristão...

QUASE UM CRISTÃO

SERMÃO DE JOHN WESLEY


Pregado na Igreja de St. Mary, Oxford.
Diante da Universidade, 25 de Julho de 1741.
Por John Wesley

"Então, Agrippa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão" (Atos 26:28).

E muitos há que vão assim tão longe! Desde que a religião Cristã está, no mundo, tem havido muitos, de todas as épocas e nações, que foram quase persuadidos a serem cristãos. Mas, visto que não traz proveito algum diante de Deus, ir apenas até aí, é de grande importância considerarmos o que significa ser um cristão completo.

1. Primeiro, está implícito a honestidade pagã. Ninguém, eu suponho, irá fazer alguma pergunta sobre isso; especialmente, porque, por honestidade pagã, eu quero dizer, não apenas o que está recomendado, nos escritos dos seus filósofos, mas aquilo que os pagãos comuns esperam uns dos outros, e muitos deles, atualmente, praticam. Através da honestidade pagã, eles foram ensinados que não deveriam ser injustos; levando embora os bens de seu próximo, tanto roubando como furtando; que não deveriam oprimir o pobre, usando de extorsão, em direção a qualquer um; que não deveriam ludibriar, ou fraudar, o pobre ou o rico, em qualquer que seja o comércio, que tiveram; defraudando de homem algum seu direito; e, se possível, não tendo dívidas para com algum deles.

2. Novamente: Os pagãos comuns tinham consideração com a verdade e com a justiça, mantendo, na abominação, os que estavam em perjuro, e que chamaram a Deus para testemunhar uma mentira; assim como o caluniador do próximo, que falsamente acusou algum homem; atribuindo aos mentirosos voluntariosos, de qualquer espécie, a desgraça da raça humana, e as pestes da sociedade.

3. Eainda: Existia uma forma de amor e assistência, que eles esperavam uns dos outros, sem preconceito, e que se estenderam, não apenas, àqueles pequenos préstimos de benevolência, que são executados, sem qualquer despesa ou trabalho, mas, igualmente, para alimentar o faminto, se eles tivessem comida de sobra; vestir o desnudo, com suas próprias vestimentas supérfluas; e, em geral, dando, a qualquer que necessitasse, aquilo que eles não necessitaram para si mesmos. Assim sendo, resumidamente, a honestidade pagã veio a ser; a primeira condição que implica em se ser quase um cristão.

4. Uma Segunda coisa implícita, é ter uma forma de santidade; aquela santidade que é prescrita no Evangelho de Cristo; e que tem a aparência de um cristão verdadeiro. Mesmo porque, o quase cristão não faz aquilo que o Evangelho proíbe. Ele não toma o nome de Deus em vão; ele abençoa, e não amaldiçoa; ele não jura, afinal, mas sua comunicação é, sim, sim; não, não. Ele não profana o dia do Senhor, não suporta que ele seja profanado, mesmo por estranhos que estejam em suas reuniões.  Ele não apenas evita todo adultério efetivo, fornicação, e impurezas, mas todas as palavras, olhares, que, direta ou indiretamente, tende a isso; e mais ainda, toda palavra vã, abstendo-se tanto da difamação, quanto da maledicência, fofoca, e de toda "conversa tola e sarcástica"; uma espécie de virtude, nos preceitos moralistas pagãos; resumidamente, de toda a conversa que não é "boa para o uso da edificação" e que, conseqüentemente, "aflige o Espírito Santo de Deus, por meio do qual, nós fomos lacrados para o dia da redenção".

5. Ele se abstém de "vinho, em excesso", de farra e comilança. Ele evita, o quanto pode, de se colocar, em todo tipo de discussão e contenda, continuamente, esforçando-se para viver, pacificamente, com todos os homens. E, se ele sofre algum dano, ele não se vinga, nem paga o mal com o mal. Ele não diz insultos, não é briguento, e nem escarnecedor, seja nas faltas ou nas fraquezas de seu próximo. Ele, de boa-vontade, não erra, machuca, ou aflige qualquer homem; mas, em todas as coisas, age e fala por aquela regra clara: "não faze ao outro, o que não queres que façam a ti".   

6. E em fazendo o bem, ele não se limita aos préstimos baratos e fáceis da benevolência, mas trabalha e sofre, para o proveito de muitos, para que, por todos meios, ele possa ajudar a alguém. A despeito da luta ou da dor, "o que quer que suas mãos encontrem o que fazer, ele faz, com toda sua força", não importa, se para amigos ou para inimigos, para o mal ou para o bom. Porque, não sendo "indolente", nisso, ou em suas "tarefas", quando ele "tem oportunidade", ele faz o "bem"; todas as formas de bem, "a todos os homens", para suas almas, tanto quanto para seus corpos. Ele reprova o mal, instrui o ignorante, fortalece o irresoluto, estimula o bom, e conforta o aflito. Ele trabalha para acordar aqueles que dormem; para conduzir, aqueles que Deus já tem acordado, para a "fonte aberta para o pecado e para a impureza", para que possam lavar-se, nela, e tornar-se limpos; e para encorajar aqueles que são salvos, através da fé, a adornar o Evangelho de Cristo em todas as coisas.

7. Ele que tem a aparência da santidade, usa também os meios da graça; sim, todos eles, e em todas as oportunidades. Ele, constantemente, freqüenta a casa de Deus; e isto, não da maneira como alguns fazem, que vêm, à presença do Mais Alto, carregado com ouro e vestuário caro, ou, com toda a vaidade ostentosa, no se vestir; bem como, por suas cortesias inoportunas, uns para com os outros, ou pela alegria impertinente de seu comportamento, repudiando todas as pretensões infantis que ele forme, tanto quanto, para o poder da religiosidade deles. Haveria para Deus, ninguém, entre nós, que não tenha caído na mesma condenação? Que tenha entrado, nessa casa, e que, tenha olhado em volta, com todos os sinais da mais apática e descuidada indiferença, embora, algumas vezes, possa parecer usar a oração a Deus, para suas bênçãos, naquilo que esperam; que, durante todo o serviço maravilhoso, estão dormindo, ou reclinados, na postura mais conveniente para isso; ou, quando supõe que Deus esteja dormindo, falando uns com os outros, ou espiando ao redor, como, extremamente, isentos de qualquer ocupação? Nem esses podem ser acusados de aparência de santidade. Não! Aquele que tem mesmo isso se comporta, com seriedade e atenção, em todas as partes do serviço solene. Mais, especialmente, quando ele vem à mesa do Senhor, não é com um comportamento leviano e descuidado, mas com a aparência, gestos, e conduta, que falam nada mais do que "Deus, seja misericordioso comigo, que sou um pecador!".

8. Para isso, se acrescentarmos o uso constante da oração familiar, por aqueles que são os chefes das famílias, e reservando um tempo, para os endereçamentos privados a Deus, com uma seriedade diária de comportamento; ele que, uniformemente, pratica essa religião exterior, tem a aparência de santidade. Necessitando de apenas uma coisa, com o objetivo de se ser quase cristão, a sinceridade. 

9. Por sinceridade, eu quero dizer, um princípio religioso real, e interno, de onde, essas ações exteriores fluem. E, realmente, se nós não temos isso, nós não temos a honestidade pagã; não, nem tanto dela, como para responder a discussão do poeta epicurista (dado aos prazeres da vida). Mesmo esse pobre patife, em seus intervalos de sobriedade, é capaz de testificar que:

Os homens de bem evitam o pecado de amar a probidade;
Os homens perniciosos, o pecado do medo da punição.

Assim sendo, se algum homem deixa de praticar o mal, para evitar a punição, a perda de seus amigos, seu ganho, ou sua reputação, deveria, igualmente, fazer sempre o bem, usando de todos os meios da graça. Ainda assim, mesmo não praticando o mal e fazendo sempre o bem, não é possível assegurar que esse homem é mesmo quase um cristão, porque, se ele não tiver princípio melhor, em seu coração, ele será apenas um hipócrita!

10. Sinceridade, por conseguinte, está, necessariamente, comprometida, em se ser quase um cristão; o objetivo real de servir a Deus, um desejo ardente de fazer a Sua vontade. Necessariamente, implica, que um homem tem uma idéia sincera de agradar a Deus, em todas as coisas; em todas as suas conversas; em todas as suas ações; em tudo que ele faz; ou deixa sem fazer. Esse objetivo, se algum homem for quase um cristão, segue através de todo o teor de sua vida. Esse é o princípio propulsor, em fazer o bem, e abster-se do mal, e usando as ordenanças de Deus. 

11. Mas aqui, deverá, provavelmente, ser inquirido, "É possível que algum homem possa chegar, tão longe, e, não obstante, ser alguém quase cristão? Quanto mais é necessário para que ele seja um completo cristão?". Em primeiro lugar, eu respondo que alguém pode ir, até mais longe, e ainda assim, ser apenas um quase cristão.

12. Irmãos, grande é "minha audácia, com respeito a vocês, nesse interesse". E "perdoem-me esse erro", se eu declaro minha insensatez no que anuncio publicamente, para por causa de vocês e do Evangelho. Sujeito-me, então, a falar, livremente de mim mesmo, exatamente como de outro homem. Eu estou contente em ser humilhado, para que vocês sejam exaltados, e para ainda mais desprezível para a glória do meu Senhor.  

13. Eu tenho ido assim, tão longe, por muitos anos, como muitos desses lugares podem testificar; usando diligência para evitar todo o mal, e ter uma consciência isenta de ofensa; resgatando o tempo; e, em toda oportunidade, fazendo todo o bem a todos os homens; constantemente e cuidadosamente, usando todos os meios públicos e todos os meios privados da graça; esforçando-me, na busca de uma sinceridade firme de comportamento, todo o tempo, e em todos os lugares; e, Deus é meu testemunho, diante de quem eu permaneço, fazendo tudo isso, com sinceridade; tendo um desígnio real de servir a Deus; um desejo ardente de fazer todas as suas vontades; para agradar a Ele que tem me chamado para "lutar uma boa luta", e para "assegurar a vida eterna". Ainda assim, minha própria consciência testemunha, no Espírito Santo, que todo esse tempo, eu tenho sido, a não ser um quase cristão. 

Se for inquirido: "O que mais é necessário, além disso, para que se seja um cristão completo?". Eu repondo:

(1) O amor a Deus. Porque assim diz sua palavra: "Você irá amar o Senhor seu Deus, com todo seu coração, com toda sua alma, com toda sua mente, e com toda sua força". Tal amor é esse, como que se apoderando de todo o coração; como acolhendo todas as afecções; como preenchendo a capacidade total da alma, e empregando a mais extrema extensão de todas as suas faculdades. Ele que assim ama o Senhor seu Deus, seu espírito, continuamente, "regozija-se em seu Deus Salvador". Seu deleite está no Senhor; seu Senhor e seu Tudo, a quem "em tudo dá graças. Todo seu desejo está no Senhor, e para a lembrança do seu nome". Seu coração está sempre clamando: "Quem mais eu tenho no céu, a não ser a ti? E não há ninguém sobre a terra que eu deseje além de ti". Realmente, o que mais ele deve desejar além de Deus? Não o mundo, ou as coisas do mundo: Porque ele está "crucificado para o mundo, e o mundo crucificado nele". Ele está crucificado para "o desejo da carne, o desejo do olho, e o orgulho da vida". Sim, ele está morto para o orgulho de toda a sorte: Porque "o amor não se ensoberbece"; mas "ele que habita no amor, habita em Deus, e Deus nele", é menos do que nada, para seus próprios olhos.

(2) O amor ao próximo. Para isso diz nosso Senhor, nas seguintes palavras: "deves amar o teu próximo, como a ti mesmo". Se algum homem perguntar: "Quem é o meu próximo?" Nós respondemos: todos os homens do mundo; todos os filhos Dele que é o Pai de todos os espíritos de toda a carne. Nem nós podemos excluir nossos inimigos, ou os inimigos de Deus e suas próprias almas. Mas todo cristão ama esses também, como a si mesmo. Sim! "Como Cristo nos amou!". Ele que gostaria de entender, mais completamente, que espécie de amor é esse, podemos considerar a descrição de Paulo, sobre ele: "O amor é paciente e benigno". "O amor não arde em ciúmes ou inveja, e não se ufana". "O amor não se ensoberbece"; mas faz aquele que ama, o menor, o servo de todos. "Não se conduz inconvenientemente"; mas torna-se "todas as coisas para todos os homens". "Não procura o seu interesse"; mas o que é bom dos outros, para que eles possam ser salvos. "Não se exaspera"; ele atira fora a ira. "Não se ressente do mal. Ele não se alegra com a injustiça, mas regozija-se na verdade. Ele protege todas as coisas; acredita em todas as coisas; espera todas as coisas; suporta todas as coisas".

(3) Existe ainda uma coisa mais que pode ser, separadamente, considerada; embora, ela não possa, atualmente, ser separada da precedente, na qual está subtendido ser um cristão completo; e que é o alicerce de todas elas, mesmo da fé. "Todo aquele", diz o amado discípulo, "que acredita que é nascido de Deus". "Para tantos quantos o receberam, deu o poder de se tornarem filhos de Deus; até mesmo aqueles que acreditam em seu nome". E, "Essa é a vitória que supera o mundo, mesmo a nossa fé". Sim, nosso Senhor declara: "Ele que acredita no Filho, tem a vida eterna; e não é condenado, mas passa, da morte, para a vida".

(4) Mas que homem algum iluda a sua própria alma. "Deve ser notado, diligentemente, que a fé, a qual não conduz ao arrependimento, ao amor, e todas as boas obras, não é aquela fé viva e justa, mas é a fé morta e diabólica. Porque mesmo os demônios acreditam que Cristo tenha nascido de uma virgem; que ele forjou todas as formas de milagres, declarando a si mesmo, verdadeiramente, Deus; que, por nossa causa, ele sofreu a maioria das dores da morte, para nos redimir da morte eterna; que ele se ergueu, no terceiro dia; que ele ascendeu aos céus; e senta-se, à direita, do Pai, e que, no fim dos tempos, voltará para julgar os vivos e os mortos. Esses artigos de nossa fé, eles acreditam, e, igualmente, em tudo que está escrito no Velho e Novo Testamento. Mas, ainda, apesar de terem toda essa fé, ainda assim, eles não são mais nada, do que demônios. Eles permanecem, ainda, na condição abominável deles, necessitados da verdadeira fé cristã".

(5) A fé cristã, correta e verdadeira (para usar as palavras de nossa própria igreja), "não é aquela que nos faz acreditar nas Escrituras Sagradas, e nos artigos de nossa fé, como verdadeiros, mas é aquela que, além disso, nos traz a confiança e segurança de sermos salvos da condenação eterna, através de Cristo. Essa é a verdadeira crença e confiança, a qual o homem tem em Deus; a de que, pelos méritos de Cristo, seus pecados foram perdoados, que ele está reconciliado, para o favor de Deus; a respeito de quem, ele segue, com o coração afetuoso, para obedecer a seus mandamentos".

(6) Agora, quem quer que tenha essa fé, que "purifica o coração (pelo poder de Deus, que habita nele), do orgulho, da ira, do desejo, de toda iniqüidade; de toda impureza da carne e espírito"; e que o preenche, com o amor mais forte que a morte, tanto para com Deus, como para com toda a humanidade; amor que realiza as boas obras de Deus, glorificando, para despender-se e consumir-se por todos os seres humanos, e que suporta, com alegria, não apenas a repreensão de Cristo, que o homem escarneceu, desprezou e odiou, acima de todos os homens; mas tudo quanto a sabedoria de Deus permita à malícia dos homens, ou dos demônios impor; quem quer que tenha essa fé, operando, assim, por amor, não é alguém que é quase, mas alguém que é um cristão completo!

(7) Mas, quais são os testemunhos vivos dessas coisas? Eu imploro a vocês, irmãos, como na presença desse Deus, diante de quem "inferno e destruição estão sem cobertura; quanto mais os corações dos filhos dos homens"; que cada um de vocês possa perguntar a seu próprio coração: "Eu faço parte desse número? Eu tenho praticado justiça, misericórdia, verdade, e mesmo as regras que a honestidade pagã requer? Se for assim, eu tenho o perfil verdadeiro de um cristão? A aparência da santidade? Eu me abstenho do mal; de tudo o que é proibido, nas palavras escritas de Deus? Eu realizo tudo aquilo que está ao alcance de minhas mãos, com todas as minhas forças? Eu seriamente uso as ordenanças de Deus, em todas as oportunidades? E, tudo isso é feito com o desígnio e desejo mais sinceros, para agradar a Deus, em todas as coisas".

(8) Existem muitos de vocês, conscientes, de que vocês nunca chegaram tão longe; que vocês não têm sido, nem mesmo quase cristãos; que vocês não têm chegado ao modelo da honestidade pagã; pelo menos, não para a aparência da santidade cristã? Muito menos, tem Deus visto sinceridade em vocês; o objetivo real de agradá-lo, em todas as coisas! Vocês nunca pretenderam, a esse tanto, devotar todas as suas palavras, obras, seus trabalhos, estudos, diversões para a glória Dele. Vocês, nem mesmo, designaram ou desejaram que o que quer que vocês façam, seja feito "em nome do Senhor Jesus", e que, como tal, constitua-se "em um sacrifício espiritual, aceitável para Deus, através de Cristo". 

(9) Mas, supondo que vocês tenham conseguido isso...  Os bons objetivos e desejos fazem um cristão? De maneira alguma! A menos que eles sejam trazidos para os bons efeitos. "O inferno é assoalhado", diz alguém, "com boas intenções". A grande questão de todas, então, ainda permanece. Tem o amor a Deus espalhado-se para fora, dos seus corações? Vocês têm clamado alto: "Meu Deus, e meu Tudo?". Vocês desejam alguma coisa, a não ser ele? Vocês estão felizes em Deus? Ele é a glória de vocês, e seu deleite, sua coroa de regozijo? E esse mandamento está escrito em seus corações, "Que ele que ama a Deus, deve amar também o seu irmão?" E vocês amam a seu próximo, como a si mesmos? Vocês, então, amam todos os homens, mesmo os inimigos, e os inimigos de Deus, como as suas próprias almas? Como Cristo tem amado vocês? Sim, vocês acreditam que Cristo os amou, e deu a si mesmo por vocês? Vocês têm fé no sangue Dele? Acreditam que o Cordeiro de Deus tirou fora os seus pecados, e os jogou, como uma pedra dentro das profundezas do mar? Que ele tem apagado os manuscritos que havia contra vocês, tirando-os fora do caminho, pregando-nos na sua cruz? Vocês têm, realmente, a redenção através de seu sangue, mesmo a remissão de seus pecados? E seu Espírito tem sido testemunho com o espírito de vocês de que vocês são filhos de Deus?  

(10) Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que agora se situa no meio de nós, sabe que, se algum homem morrer, sem essa fé e esse amor, melhor seria para ele nunca ter nascido. Acorda, então, tu que dormes, e clama pelo teu Deus: Chama-o, enquanto Ele ainda pode ser encontrado. Que ele não tenha descanso, até que faça "sua santidade passar diante de ti"; até que proclame em ti o nome do Senhor: "O Senhor; O Senhor Deus, misericordioso e gracioso, longânime, e abundante na santidade e verdade; mantendo misericórdia, por ti; perdoando a iniqüidade, a transgressão e o pecado". Não deixa homem algum te persuadir, por meio de palavras vãs; a descansar um pouco daquele prêmio do teu grande chamado. Mas clama a ele, dia e noite; àquele que, "enquanto nós estávamos sem forças, morreu pelo descrente; até que tu saibas em quem deves acreditar, e possas dizer: Meu Senhor, e meu Deus!" Lembra-te "sempre de orar, e não desfalece", até que ergas as tuas mãos, para os céus, e declares a Ele que vive para sempre e sempre, "Senhor, tu que sabes todas as coisas, sabes que eu amo a ti!".

(11) Que possamos todos assim experimentar o que é ser, não apenas um quase cristão, mas um cristão completo, estando justificados gratuitamente pela Sua graça, através da redenção que está em Jesus; sabendo que nós temos paz com Deus, por meio de Jesus Cristo, regozijando-nos na esperança da glória de Deus; e tendo o amor de Deus, espalhado, por todos os lados, em nossos corações, pelo Espírito Santo, dado a nós!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Filosofia Medieval - Filosofia da Religião e o Patrística


“Aquilo que a verdade descobrir não pode contrariar aos livros sagrados, quer do Antigo quer do Novo Testamento.”  (Santo Agostinho) 

A Filosofia Medieval surge com a Patrística, Filosofia dos padres da Igreja, no século II d.C., período em que há o declínio do Império Romano, e, ao mesmo  tempo, a expansão do Cristianismo. Como a religião cristã é uma religião essencialmente missionária, isto é, tem como propósito a cristianização, a pregação  das Sagradas Escrituras, os clérigos criaram a Apologética, a saber, a apologia ao  Cristianismo. Para tanto recorreram à Filosofia platônica e acabaram por produzir uma  síntese entre a Filosofia platônica e a doutrina cristã.  O principal nome da Patrística foi Santo Agostinho. Se utilizando da Filosofia Platônica, Santo Agostinho traça o seguinte paralelo: o mundo das ideias, exprime a perfeição e seria equivalente às ideias divinas, que exprimem a verdade; e  o mundo sensível, cópia imperfeita do mundo inteligível e seria equivalente às ideias  mundanas, que são as opiniões. Se, para Platão, o Sol ilumina a ideia de Bem, para Santo Agostinho, Deus ilumina as verdades eternas. Segundo a teoria de iluminação  de Santo Agostinho, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas: tal como o Sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Neste ponto, podemos perguntar se qualquer homem terá a sua razão iluminada por Deus. Certamente não, mas somente aquele que crê, que tem fé. Assim podemos entender a expressão agostiniana: “Credo ut intelligam (Creio para que possa entender).” Desse modo, a razão é considerada auxiliar da fé e a ela subordinada. Em suma, do século II ao século IX, a chamada Alta Idade Média, foi o  período em que predominou a Patrística: os padres da Igreja retomavam a cultura  antiga de modo a adequar o conhecimento até então produzido às verdades teológica. Do século X ao século XIV, a chamada Baixa Idade Média, temos a Escolástica: que é a Filosofia cristã propriamente dita, já que a Filosofia do período patrístico era a Filosofia denominada greco-romana, ou Filosofia da Antiguidade tardia. De modo geral, podemos dizer que, apesar da razão ser considerada “serva da Teologia”, no século XI, com o renascimento urbano, surgem diversas universidades por toda a Europa. Nos debates filosóficos, a razão parece ganhar certa  autonomia. Nesse momento, a Filosofia de Aristóteles, que antes era vista com desconfiança, tida como perigosa para a fé, é retomada por São Tomás de Aquino. Este, por sua vez, procura adaptar tal Filosofia à Escolástica, criando o que passou a ser conhecido como Filosofia Aristotélico-Tomista. São Tomás de Aquino escreveu a Suma teológica, na qual as questões de fé são abordadas pela “luz da razão” e a Filosofia como o  instrumento que auxilia o trabalho da Teologia. Santo Agostinho, pintura de Simone Martini, 1325.

2. Filosofia Cristã: Problemas
Seja na Patrística ou na Escolástica, o problema da Filosofia cristã era o de encontrar um meio para reunir as verdades da razão e as verdades da fé, isto é, reunir o que a Filosofia havia separado em sua constituição primeira: a razão e o mito.  Ora, que “mitos” do Cristianismo precisam ser provados ou, ao menos, explicados racionalmente? Faz-se necessário:

1. Provar a existência de Deus e os atributos de sua essência, isto é, provar racionalmente que Deus existe e possui, por essência, os seguintes atributos: eternidade, infinitude, onisciência, onipotência, bondade, justiça e misericórdia.

2. Provar que o mundo existe e não é eterno, mas que foi criado por Deus do nada e retornará ao nada, no dia do Juízo Final; explicar racionalmente como o mundo foi criado segundo a vontade divina e é determinado pela Providência divina, através das leis da Natureza e dos milagres.

3. Provar que a ação divina pode ter efeitos materiais e finitos, como a criação do homem e do mundo, apesar da natureza de Deus ser imaterial e infinita.Tal inferência de que uma causa imaterial é infinita pode ter como efeito algo material e finito parece ser um tanto absurdo para os filósofos gregos, pois, segundo os princípios da identidade e da não contradição, uma causa deve ser, necessariamente, da mesma  natureza que seu efeito. Ora, a natureza divina não é a mesma que a natureza humana ou mundana, portanto, a criação do mundo por Deus parece ser uma contradição. Se não for possível provar racionalmente a criação do mundo devemos, visto que a razão humana é limitada segundo alguns metafísicos cristãos, considerá-la como um mistério da fé.

4. Provar que não há contradição entre a liberdade humana e a onisciência-onipresença de Deus. Se Deus fez cada um dos homens e, desde sempre, determinou o que cada um deles escolherá, então o homem não é livre, mas suas escolhas já foram pré-determinadas pela vontade divina. Poderia se perguntar para quê tantas provas? Tais provas não servem senão para mostrar que fé e razão, revelação e conhecimento intelectivo não são  incompatíveis e, quando o forem, a fé ou a revelação deve ser considerada superior à  razão e ao intelecto, que devem se submeter a ela. Como escreveu Tomás de Aquino: “sempre que Agostinho, imbuído das doutrinas dos platonistas encontrava nos seus escritos algo consistente com a fé, adotava-o; e aquilo que era contrário à fé, corrigia-o.  (Suma teológica I, 84, 5)”.
Você sabia? São Tomás de Aquino nasceu em 1225 e – segundo a maior parte dos biógrafos – morreu em 1274. 
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Santo Tomás de Aquino por Fra Bartolommeo (1395 - 1455)

Podemos concluir que, como vimos, a problemática cristã constitui-se essencialmente na relação entre fé e razão. Conhecemos verdadeiramente  pela fé e pela razão juntas? Apenas pela fé? Apenas pela razão? Predominantemente  pela fé ou pela razão? Segundo Verweyen, em sua obra Historia de la Filosofia Medieval,  temos na Escolástica três soluções: 

1. A racionalizante: a verdade é apreendida pela razão conforme a  revelação divina e não a contradiz, além disso, há a inclinação em elevar  ao máximo as pretensões da razão.  

2. A semirracionalista: a verdade é revelada e a razão tem o papel  explicativo ou até persuasivo, ou seja, trata-se de manter em posição  equidistante os extremos à fé e ao saber. 

3. A antirracionalista: a verdade é revelada e necessariamente crida, sem fundamentos racionais, portanto, se espera muito pouco da razão visto que a salvação do conhecimento depende da fé. No decorrer do mundo medieval, algumas correntes tentaram conciliar fé e Filosofia.  No geral, temos três grandes correntes:

1. Racionalista 

Erígena, teólogo cristão, dizia que o princípio da verdadeira autoridade é a verdade  encontrada pela razão. A verdadeira religião e a  verdadeira Filosofia coincidiam: a Filosofia não é outra  coisa “senão expor as regras da religião verdadeira,  com a qual se investiga humildemente,  respeitosamente e razoavelmente, a causa suprema e  principal de todas as coisas, ou seja, Deus (De praed. I, 1).” Para o teólogo, a tarefa da razão é descobrir o  sentido das doutrinas bíblicas. Temos da revelação uma interpretação alegórica das imagens, mas seu conteúdo profundamente espiritual só pode ser apreendido por filósofos. O viés racionalizante fica evidente ao defender que a verdade é encontrada pela razão e toda  aquela que não for confirmada pela razão é insegura, nas palavras do mesmo: “Toda  autoridade que não é aprovada pela razão verdadeira, parece se débil, pois me parece  que a verdadeira autoridade não é outra coisa que a verdade encontrada em virtude da razão (De Divinat I, 71).”. Abelardo, que também parece se  aproximar de um viés racionalizante, afirma que a  razão deve examinar a autenticidade do conteúdo da suposta revelação e, ao mesmo tempo, defendê-la contra as objeções filosóficas. Deve-se acreditar na revelação não porque Deus disse, mas porque se convence de que é assim. Abelardo não acata propriamente um racionalismo teológico extremo. Ora diz que querer conceber todos os mistérios da revelação é arrogância, ora sustenta que as revelações inconcebíveis carecem de sentido e que  admitir um dogma implica, antes de tudo, estar convencido do mesmo. Para crer em  uma doutrina é preciso entendê-la primeiro, pois seria motivo de riso se alguém pretendesse instruir outra pessoa sobre coisas que nem ele mesmo entende. Raimundo Lullo, ilustre racionalista, diz ser a fé uma fonte de conhecimento elevada acima das faculdades naturais do entendimento, mas ela é como um instrumento do qual se serve o entendimento para encontrar o caminho que o conduz às verdades supremas. Desse modo, Lullo efetua a seguinte inversão: enquanto para os semirracionalistas, como Santo Agostinho e Tomás de Aquino, a razão é instrumento  da fé para se conhecer a verdade, para Lullo, a fé seria um  instrumento da razão. Segundo o mesmo, o fim do intelecto  não é a fé, mas a intelecção das verdades da fé. A verdade, por um lado, é adquirida pela revelação, mas, por outro, o homem a apreende pela razão.  
Berengar de Tours foi além em sua ousadia ao  negar a transformação do pão e do vinho na carne e no sangue de Cristo, pois não é possível uma alteração da substância sem uma alteração simultânea dos acidentes, o que mostra seu extremo racionalismo. Para ele, a decisão última sobre a verdade não está nem nos padres, nem na Bíblia, mas na dialética, na razão. Podemos concluir que, tais teólogos mostram uma tendência racionalizante à medida que, sem pôr em dúvida a revelação como fonte do  conhecimento, desejam captar e fundamentar, dentro do possível, todos os conteúdos da revelação por meio do entendimento. Não advertem, como fazem os partidários da diretriz semirracionalista, o sentimento de humildade diante das verdades misteriosas da fé, que são, por excelência, inconcebíveis e indemonstráveis.

2. Semirracionalista 

Anselmo, bem como Santo Agostinho, afirma que tanto é preciso crer para entender (Credo ut intelligam), como também entender para crer (Intellige ut credas). A razão, desse modo, tem a tarefa de conhecer os feitos da revelação para alcançar, mediante este saber, a fé ao conteúdo da revelação. De outro modo, para o teólogo, a verdade está assegurada por Deus mesmo, mas, uma vez que a razão está convencida do conteúdo do feito da revelação, ela não pretenderá se impor à verdade de tal conteúdo. A verdade do conteúdo da revelação (milagres e profecias) está assegurada desde o princípio por Deus e independe da razão apreendê-la ou não.  Bernardo de Clairvaux concorda com Anselmo e diz que, diante de um conflito, subordinava a  razão à fé. Em suas palavras: “nenhum cristão católico  deve por em questão o que a Igreja Católica crê de  coração e declara oralmente, mas deve se ater, sem  dúvida, a esta fé, e amá-la e viver segundo ela, buscar  com humildade e, até onde seja possível, os fundamentos  de sua crença. Caso possa penetrar até a intelecção dos mesmos, que agradeça a Deus; se não pode, que não se  ponha contra eles: que incline a cabeça e reze (De  Trinitate).”. Como vemos, a razão pode ser útil, mas é  limitada e não se impõe à fé. Alberto Magno afirmava que a Teologia e a Filosofia são domínios separados. Para ele, a Teologia surge da revelação e a Filosofia da razão e da experiência. A Teologia  deve se esforçar para obter fundamentos racionais aos  princípios da fé e se utilizar do poder da convicção contra os  incrédulos. Porém, nem todas as doutrinas da fé podem ser  fundamentadas pela razão. O grau de verdade da Teologia é maior que o da Filosofia, pois a primeira se assenta na inspiração divina e a segunda na lei natural e na razão humana, passiva de erro. Atentamo-nos para o seguinte quadro comparativo: Teologia: Filosofia: - revelação sobrenatural; - revelação natural: - luz supramundana; - luz contemplada no mundo; - elevada aos homens; - comum aos homens; Berengar de Tours, desenho de Hendrik Hondius the Elder, 1602. Visto que ambas, a Teologia e a Filosofia, fluem da mesma fonte divina, não é possível haver contradição entre a fé e o saber, a verdade divina e a verdade. Como diz o teólogo, “dois são os modos da revelação. Um é pelo modo comum a  todos nós. E este modo foi revelado aos filósofos: pois esta luz não pode derivar senão  da primeira luz de Deus [...]. A outra luz há de ser contemplada no supramundo e está  elevada acima de nós. E por meio desta luz foi revelada esta ciência [a Teologia] (S. Theo I, 39. 15).”. Santo Tomás de Aquino acreditava que a fé é um ato do intelecto que está determinado pela vontade, e que produz uma certeza  firme sem dúvida. É pela vontade que o homem é capaz de reconhecer  interiormente as verdades reveladas, mesmo que o intelecto não as  possa conceber integralmente. Enquanto o intelecto depende da fé, à  medida que, pela fé, ele assente a algo, isto é, inclina-se, por escolha  voluntária, a conhecê-lo, a fé se produz mediante o livre arbítrio movido por Deus  através da Graça. Segundo o filósofo, a vontade daquele que tem fé é movida por  Deus para direcionar o intelecto de modo a conhecer as verdades divinas. Desse  modo, a má vontade leva ao erro, e “o erro é filho do pecado (Antigo Testamento).”. Para compreendermos a relação entre fé e razão, de acordo com Tomás de Aquino, é preciso compreendermos antes o que ele entende por duplex veritas (dupla verdade), conceito introduzido no Ocidente por Averroes. Segundo o filósofo, a  verdade é única, mas pode chegar ao sujeito que a conhece de duas maneiras: por  revelação sobrenatural ou pelo conhecimento natural da razão. Deus é una et simplex  veritas (uma e simples verdade), mas nosso conhecimento pode se realizar de duas  maneiras. Como os dois modos distintos de conhecermos procederem de uma única e  mesma fonte: a verdade divina; é impossível que a fé e o saber se contradigam, as  verdades da fé retamente entendidas não podem contradizer as verdades reais da  razão. A importância da razão aparece quando Tomás de Aquino enfatiza o fato do conhecimento natural de que Deus falou à humanidade através de seus profetas,  assegurar à fé uma base racional, ou seja, porque a verdade divina foi formulada numa  linguagem humana e terrestre é que ela pode ser desvendada para o homem: “A fé  pressupõe o conhecimento natural, como a graça pressupõe a natureza, e a perfeição o perfectível (S.T, I,2).”. Sendo assim, inferimos que a natureza da razão humana é, por  princípio, capaz de conhecer as verdades divinas. Em outros termos, a linguagem  humana e terrestre serve para transmitir as verdades sobrenaturais contidas nas  revelações divinas, portanto, as verdades sobrenaturais devem conservar certa  inteligibilidade para a razão humana, senão a linguagem da fé seria um enigma  indecifrável. A fé não pode ser uma operação cega e irracional, o que significa dizer que a palavra de Deus tem algum sentido para a razão. Não existe fé para um ser privado de razão, assim como não há conhecimento sobrenatural sem a possibilidade de um conhecimento natural. A fé pressupõe a razão à medida que é preciso dar  sentido à palavra de Deus e também porque Deus é objeto da razão e da fé. Deus é  um só, mas difere para a fé e para a razão. Afirmar Deus pela fé difere de afirmar Deus pela razão. Se, para a fé, Deus é objeto adequado, para a razão, Deus transcende ao próprio objeto da razão. Isso porque, o objeto da fé é aquilo que se  acredita e não é visto, somente pela revelação sobrenatural se pode ver, já o objeto da  razão é aquilo que se sabe e é visto pela luz natural da razão. Enquanto para a fé, Deus é “essa verdade primeira cuja visão dá origem aos bem aventurados (S.T, II,q.5,  a1)”, para a razão, Deus é a causa primeira do universo.  Dito isto, conclui-se que a fé exige o assentimento do intelecto, isto é, “a fé implica a adesão da inteligência àquilo em que se acredita (S.T, III, q.1, a 4)”,  portanto, o conhecimento sobrenatural da fé tem como fundamento de sua  possibilidade o conhecimento natural da razão. Mesmo que o crente tenha fé sem captar a prova racional, ao menos deve entender o sentido da verdade sobrenatural. Enfim, os fundamentos da fé, bem como os conteúdos da revelação são, ao menos, parcialmente acessíveis à razão à medida que são expressos em linguagem. Segundo Tomás de Aquino, há verdades que são por si mesmas acessíveis à razão, as  verdades racionais, outras estão elevadas por sobre a razão, portanto, não podem ser fundamentadas racionalmente, mas tais verdades suprarracionais (que não são irracionais, mas transcendem à razão) devem ser expressas em linguagem. Para a diretriz semirracionalista, são três os papéis da razão com  relação às verdades divinas: (i) mostrar a falta de contradição; (ii) fornecer condição  de possibilidade para algumas e não para todas; e (iii) defender contra as objeções dos adversários. Segundo Tomás de Aquino, “o papel da razão humana no ensino sagrado não é provar as verdades da fé, pois a fé perderia seu mérito nessa altura, mas explicar o conteúdo desse ensino” (BOLETIM DE TRINITATE). Em suma, segundo tal diretriz a fé aperfeiçoa a razão. A fé não está subordinada à razão, nem a razão anexada à fé. Há promoção mútua entre ambas. Há um acordo inabalável entre a verdade terrestre evidenciada pela razão e a verdade da fé recebida pela revelação. 

3. A antirracionalista 

O objetivo da diretriz antirracionalista é mostrar que não há qualquer conexão entre o conhecimento natural e a fé sobrenatural. Ao contrário, há uma  supremacia da fé sobre a razão, a qual não faz senão prejudicar a própria crença nas  verdades divinas.  Tertuliano, por exemplo, afirmava que os filósofos e os cristãos eram inimigos inconciliáveis, que os filósofos eram patriarcas dos hereges, defendendo o  seguinte moto: credo quia absurdum (creio no absurdo, no inconcebível). Ora, porque  procurar saber o que não é possível. Damiani insistia no fato de que a prudência humana não deve se permitir governar as questões da fé, pois todo conhecimento  natural, a ciência mundana, carece totalmente de valor. Lactâncio procurava provar que  qualquer sabedoria humana, frente à divina, é uma necessidade vã e que a Filosofia,  bem como todo conhecimento da natureza são inúteis. Somente a revelação conduz  ao verdadeiro conhecimento. Manegold de Lantenbach dizia que a Filosofia é supérflua e um reduto de lutas entre filósofos com influências diabólicas. Ele considerava que  dogmas como o nascimento da Virgem e o da Ressurreição são instâncias opostas às da razão filosófica. Walter de San Victor afirmava que todas as heresias provinham da  Filosofia e da dialética. Absalón condenava a Dialética e considerava Platão e  Aristóteles inimigos de Cristo. Segundo Juan de Jandum, o nascimento e a imortalidade da alma não são evidentemente demonstráveis nem pela razão, nem pela  experiência, portanto, a autoridade da Bíblia e a tradição eclesiástica devem se  sobrepor às argumentações defeituosas da razão. O mérito consiste precisamente em crer no inconcebível. Essa direção antirracionalista foi posta de lado no século XIII pela direção semirracionalista, porém, ela reapareceu no século XIV e encontrou partidários entre os místicos. Gerson, por exemplo, valoriza muito pouco a especulação em comparação com o que chama de Teologia Mística. Mais importante do que os conflitos filosóficos e dialéticos, mais importante do que toda falsa curiosidade própria, segundo ele, dos escolásticos, parece ser uma reflexão baseada no arrependimento. Tal reflexão conduz ao conhecimento verdadeiro que  consiste na apreensão das verdades do Evangelho. A mais alta valoração não recai  sobre o intelecto, mas sobre a mística identificação da alma com Deus e com o divino  em um ato de fé e intuição.
   
Material Complementar


Referências
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DEMPF, Alois, La concepción del mundo en la edad media, Madrid, Editorial Gredos, 1958.
GILSON, Etienne. El espíritu de la filosofía medieval. [Tradução de Ricardo Anaya, Buenos Aires, Emecé Editores, 1952.
___________. Filosofia de la edad media: desde los origines patristicos hasta el fin del siglo xii, Madrid, Biblioteca Hispanica de Filosofia, 1958.
GRABMANN, Martin. Filosofía medieval. Tradução de Salvador Minguijón, Barcelona, Editorial Labor, 1928.
HIRSCHBERGER, Johannes. Historia da Filosofia na idade media, São Paulo, Herder, 1959.
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Micelânea “Universitas”. Atualidade de Santo Agostinho. Revista Paideia, Sorocaba, 1955.
PRICE, B. B. Introdução ao pensamento medieval. Ed. Asa, 1996.
RASSAN, J. Tomás de Aquino. Ed. 70, 1969.

VERWEYEN, M. História de la Filosofia Medieval. Editorial Nova, Buenos

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