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terça-feira, 31 de outubro de 2017

A Mulher mais Importante na História da Reforma Protestante

Conheça a mulher mais importante da história da Reforma Protestante: “Sem ela teria outro rumo”

Resultado de imagem para Catarina de BoraA Reforma Protestante já tinha começado quando Catarina de Bora entrou na vida de Martinho Lutero, o ex-monge que escreveu 95 teses sobre o Evangelho e o Corpo de Cristo. Foragida de um convento onde foi criada após ser abandonada pelo pai, a ex-freira se tornou esposa do pastor que fundou o protestantismo e exerceu um papel indispensável na história.
Os relatos sobre Catarina, 16 anos mais nova que Lutero, são de uma mulher convicta, austera e companheira, alguém que, além de seis filhos, deu suporte ao marido, além de cuidar de sua frágil saúde e frear seus impulsos consumistas.
Sobre o tema, a bispa Lúcia Rodovalho, esposa de Robson Rodovalho e presidente da Igreja Sara Nossa Terra, produziu um artigo sobre a personagem feminina mais relevante para a Reforma Protestante. Citando o pensamento da professora e historiadora cristã Ruth A. Thucker, a bispa Lúcia salienta que, sem Catarina, “talvez a Reforma teria tomado um caminho diferente”.
Confira abaixo o artigo da bispa Lúcia Rodovalho sobre a vida, influência e relevância de Catarina de Bora na jornada do marido e, por consequência, no movimento reformador:
Nesses 500 anos da Reforma Protestante, além de toda a transformação que a sociedade e o universo cristão sofreu, não há como não falar de Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo e, por seguinte, falar de alguém de quem pouco se escuta, mas que fez grande diferença. Segundo alguns historiadores, o casamento de Lutero, com exceção das 95 teses que marcaram a separação de Roma e o início do protestantismo em 1517, foi o evento que mais marcou e definiu os rumos da história. Embora Catarina não tenha sido uma típica mulher de pastor, ela foi a segunda pessoa mais importante da história da Reforma. Lutero encontrou em Catarina a capacidade para mantê-lo saudável, mental e fisicamente, além de financeiramente. Sem ela talvez a Reforma teria tomado um caminho diferente, afirma a professora e historiadora cristã, Ruth A. Thucker.

Essa mulher notável, nasceu em 29 de janeiro de 1499, no interior da Alemanha, filha de Hans von Bora e Anna von Haugwitz. Aos cinco anos de idade sua mãe morreu e ela foi deixada pelo pai em um convento beneditino que também servia de internato para meninas, uma prática muito comum no século XVI. Catarina viveu enclausurada neste convento e não há registro do tempo em que viveu ali. Infelizmente Catarina não tinha o hábito comum naquela época, principalmente para uma noviça, de escrever um diário.
Em 1523, acompanhada de outras onze freiras que influenciadas pelos ventos de mudanças que assolavam a Alemanha, fugiram do convento para se unir aos protestantes, que incentivavam a deserção de monges e freiras. E o líder do movimento repetia o tempo todo inclusive para as famílias dos enclausurados que os mosteiros e conventos eram piores do que prostíbulos. Este grupo de freiras fugitivas chegaram a Winttenberg no Domingo de Páscoa de 1525. O que se sabe da vida de Catarina após a sua chegada é que viveu de favor na casa de Lucas Cranach, um pintor famoso na região da Saxônia e que se enamorou de Jerónimo Baumgärtner, um estudante de Nuremberg, cujos pais se opuseram ao casamento do filho com uma ex-freira. E Jerónimo escolheu obedecer seus pais, deixando assim Catarina abandonada e sem respostas de suas cartas. E foi então que Catarina com o coração partido procurou o seu pastor, Lutero, para abrir sua alma atormentada e ferida pelo amor.
Lutero chegou a entrar em contato com o noivo fujão, mas sem sucesso. E foi então que ele tomou para si a responsabilidade de arrumar um marido para Catarina. Chegando a sugerir que ela se casasse com o pastor GasperGlatz. Catarina negou a se casar com o velho pastor e acrescentou que estaria disposta,a se casar com o próprio Lutero. E no dia 13 de junho de 1525, Catarina se casou com Martinho Lutero, que até então sugeria aos ex-monges que procurassem uma esposa, mas ele pessoalmente não pensava em fazê-lo. Lutero e Catarina não estavam apaixonados, mas ele afirmou em cartas que a estimava em alta conta. Alguns diziam que ele decidira casar para agradar o pai que sempre pedia netos, irritar o papa e confirmar seu ensino de que pastores protestantes deviam se casar e constituir família. Lutero encontrou em sua esposa 16 anos mais nova do que ele, o apoio e companheirismo necessários para enfrentar a oposição severa e constante que sofria. Pois além de cuidar de suas necessidades, físicas e emocionais, Catarina proporcionaria muita estabilidade para seu lar. Seu bom humor e hospitalidade faziam maravilhas a ele, assim como aos filhos que Deus lhes presenteara.
As doença físicas de Lutero, e também sua depressão, eram sérias. No final do Outono de 1528, ele se encontrava seriamente debilitado por uma doença que lhe acarretava tonteira e zumbido no ouvido interno. Ele sofria também com úlceras, indigestão, constipação e outras enfermidades. Nos últimos dez anos de sua vida, Lutero teve pedras nos rins, gota, artrites, hemorroidal, problemas no coração. Como se não fosse suficiente ele vivia atormentado com catarros e uma inflamação no nariz e garganta. E Catarina tendo conhecimentos dos efeitos medicinais das plantas, procurava tratá-lo com todo tipo de infusões e chás que sabia para poder ajudar. Catarina cuidava também dos filhos, da limpeza da casa (um antigo mosteiro com 19 quartos), da comida, da horta, dos animais e ainda das finanças da casa. Pois seu marido mostrava um descontrole total nos assuntos relacionados ao dinheiro. Além da família a casa era uma hospedaria para estudantes e também um lugar de abrigo para viajantes e necessitados.
Catarina sofreu muita oposição, às vezes velada e, muitas vezes, diretas de alguns amigos e de críticos de seu marido. Os críticos a consideravam uma mulher orgulhosa, de nariz impugnado, mandona e controladora. Talvez por isso ao contrário de seu marido, Catarina tinha poucos amigos. Acredito que o fato de estar sempre muito ocupada com tantos afazeres não tinha tempo para pensar em seus opositores. Catarina portanto era a descrição da típica mulher pobre com um pequeno campo para trabalhar e tentar ganhar algum extra para família. Sua vida era típica da maioria das mulheres no início da Alemanha moderna. Se o marido fosse velho ou enfermo, a responsabilidade de ganhar o pão de cada dia era delegada à esposa.
Esta situação seria verdadeira para Catarina se Lutero morresse, embora antes dele morrer, ela desfrutava de uma vida confortável e estável financeiramente, graças ao seu dom de administração e sua força de trabalho.O tempo de Catarina no mosteiro fora uma preparação para a vida que lhe aguardava. Desde os cinco anos de idade acostumara acordar ainda de madrugada e trabalhar o dia todo muitas vezes até após o sol se por. Martinho Lutero era conhecido por suas palavras, Catarina pelo seu trabalho. A rotina de trabalho da primeira dama da reforma é difícil de se imaginar sem os equipamentos modernos que as mulheres têm acesso em nossos dias. Apesar das más línguas, Lutero teria argumentado ao longo de seu casamento que sua esposa não dominava o “galinheiro”. Ao defender a superioridade masculina em todas as áreas, Lutero deixou claro sua posição de que com o marido permanece o comando, por ordem divina e a esposa cumpre obedecê-lo.
Só que as ações de Lutero sempre falaram mais alto do que as suas palavras, e na correspondência privada com a esposa, fica claro que o casamento dos dois era baseado na mutualidade. Tratava-se de um casamento de igualdade enorme para a Alemanha do século XVI.

Nas cartas endereçadas a Catarina quando ele estava longe de casa, ele demonstrava sempre respeito e admiração para com ela, e ao mesmo tempo sempre a repreendia por não escrever para ele. Tanto Martinho e Catarina devem receber crédito por desenvolver esse relacionamento tão especial. Ela porque era verdadeira e confiante, segura e equilibrada e tinha provado ser uma mulher completamente igual a Lutero. E ele, por ser seguro o suficiente para aceitá-la como tal. A família era o centro da reforma de Lutero. Outros reformadores vieram, mas nenhum havia levantado a questão da família como ponto focal da criação e das escrituras, um exemplo deixado para as futuras gerações.
Ruth A. Thucker destaca quatro acontecimentos principais na vida de Catarina. O primeiro, sua entrada para o convento, ainda criança. O segundo, sua fuga daquele lugar. O terceiro seu casamento com Lutero e o último a morte dele. Quando Lutero morreu, a família era relativamente rica, graças ao trabalho árduo de Catarina. Em função disto Lutero morreu em paz, jamais imaginando que um curto espaço de tempo sua esposa transformaria em uma mendiga. Pois após a morte dele um benfeitor foi indicado para cuidar da família, e ela que sempre gerira tão bem as posses e o dinheiro da família, perderia essa liberdade, o que acabou junto com outros intempéries destruindo tudo que construíra junto com seu marido. Portanto os seis anos de vida após a morte do marido, foi cercada de dor e abandono.
Além das provações da viuvez e sua iniciativa cerceada pelo benfeitor, ela sofreu uma ingratidão por parte de muitas pessoas de quem ela esperava apoio devido aos méritos públicos do seu marido no serviço da igreja. E aos 53 anos de idade, no ano de 1552, morre Catarina Von Bora a primeira dama da reforma protestante. A nota de falecimento a reconhecia como sendo a esposa do venerável doutor Martinho Lutero, mas também se referiram a sua falta de veneração. Seria o *gênero um fator fundamental dessa discriminação e invisibilidade? Ninguém sabe! Mas o que fica dessa grande mulher é sua decisão de estar ao lado de seu marido, como apoiadora de seus sonhos e suas lutas! Que nesses 500 anos de Reforma possamos lembrar também de Catarina, a Primeira Dama de um novo tempo, é uma nova fé, que frutificou e seus frutos são incontáveis.

*Nota do editor: “Gênero” é usado pela autora para se referir ao sexo feminino de Catarina de Bora. Gênero, em geral, é comumente usado para fazer referência à espécie humana.

domingo, 29 de outubro de 2017

Credo Ut Intelligam...

Credo Ut Intelligam: a teologia cristã e seus parâmetros



Resultado de imagem para Credo Ut Intelligam: a teologia cristã e seus parâmetrosQuem considera a história da teologia não pode deixar de impressionar-se. Além de extremamente longa, essa história é complexa e multifacetada, espelhando uma imensa diversidade de épocas, tradições, culturas, interesses e individualidades. Por mais que se deteste essa preocupação, a teologia é uma atividade não só inevitável como também imprescindível para os cristãos. Inevitável porque é próprio do ser humano refletir, questionar, interpretar, firmar posicionamentos. Imprescindível porque resulta da própria natureza da revelação. A fé cristã é algo cujo significado e implicações precisa ser considerado e reapropriado em cada nova geração.

Outra constatação importante é que todo cristão é um teólogo, mesmo sem o saber. A diferença é que alguns refletem sobre a fé de modo simplista, casual e aleatório, ao passo que outros, graças aos seus dotes intelectuais, preparo acadêmico e perspicácia, podem fazê-lo de modo mais rico, profundo e criativo. Como toda e qualquer atividade humana, a teologia padece de certas vicissitudes. Existe boa e má teologia. Por exemplo, houve épocas da história do cristianismo em que se buscou uma justificação teológica para a perseguição de dissidentes, a discriminação racial ou ações opressivas por parte do Estado.

Nos tempos pós-modernos atuais, a teologia tem atingido um alto grau de sofisticação intelectual e filosófica. Ao mesmo tempo, tem se tornado uma atividade fortemente individualista em que os teólogos parecem competir para ver quem será o mais radical, inovador e iconoclasta. Isso tem levado ao esfacelamento da teologia contemporânea, a ponto de, muitas vezes, tornar-se irreconhecível como teologia especificamente cristã. Para que seja considerada cristã, a teologia precisa manter-se dentro de certos parâmetros, ter em mente certos referenciais. Não se trata de impor uma camisa de força à tarefa teológica, mas de reconhecer que existem compromissos a manter.

1. O Deus trino
A centralidade de Deus na teologia parece óbvia, mas isso nem sempre ocorre. Ainda que etimologicamente a palavra “teologia” signifique um estudo ou discurso sobre Deus, existem muitas teologias nas quais o principal ponto de referência não é Deus, e sim outros interesses. Alguns autores têm se referido aos fundamentalistas como os “defensores de Deus”. Na realidade, Deus não necessita de defensores, mas qualquer teologia que pretenda ser cristã precisa ter um conceito elevado e correto de Deus, precisa compreender que o seu compromisso primordial é com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Caso contrário, como falar em teologia?

Nos últimos séculos tem surgido teologias que questionam a personalidade de Deus, sua transcendência ou imanência, sua onipotência, sua cognoscibilidade e até mesmo sua relevância ou necessidade (“teologia da morte de Deus”). Não se trata de reduzir toda a teologia a uma reflexão sobre Deus e nada mais, mas de reconhecer que toda reflexão teológica genuína deve começar com Deus como o fundamento último de toda a realidade e da fé cristã. Isso se faz necessário diante de correntes teológicas atuais, tanto à esquerda quanto à direita, cuja abordagem é inteiramente antropocêntrica, começando com as necessidades e desejos humanos para então elaborar um entendimento de Deus como aquele cuja função principal é satisfazer tais aspirações.

2. A revelação bíblica
O reformador João Calvino opinou que a teologia, para ser legítima, deve ater-se aos limites da revelação. Isso significa que ela não deve dizer mais – e nem menos – do que Deus revelou em sua Palavra. Ela é uma reflexão reverente sobre a revelação e não deve perder-se em especulações. Obviamente esse conceito se torna risível na perspectiva de muitas teologias dos últimos séculos, para as quais a revelação bíblica é apenas uma, e não necessariamente a mais importante, das fontes da teologia. A razão desse desprezo é que o próprio conceito de revelação especial tem sido questionado. Com isso a teologia se torna um esforço filosófico e especulativo que tem pouco contato com as genuínas raízes da fé e da espiritualidade cristã.

Um bom exemplo dessa ênfase foi a teologia deísta do século 18. Por causa do seu interesse exclusivo na religião natural ou racional, os deístas negavam grande parte do arcabouço doutrinário da fé cristã histórica. O cristianismo foi reduzido a um sistema de moralidade no qual não havia lugar para o culto, o testemunho e a vida comunitária. Valorizar a revelação não significa cair no biblicismo daqueles que diziam “a Bíblia, toda a Bíblia e nada senão a Bíblia é a religião dos protestantes”. Significa reconhecer que Deus fala aos seres humanos nas Escrituras como em nenhum outro lugar. Mesmo que se afirme que a revelação suprema de Deus é Jesus Cristo, a importância da Escritura permanece, porque somente por meio dela, e do testemunho do Espírito Santo a ela associado, Cristo pode ser conhecido.

3. A comunidade de féUma das funções da teologia é servir a igreja, não no sentido de ser instrumento dessa ou daquela ideologia, mas com o propósito de animá-la em sua caminhada, despertá-la para dimensões esquecidas da revelação, adverti-la para que seja mais fiel ao evangelho de Cristo. Assim sendo, a teologia deve ser produzida no contexto da koinonia, da vivência comunitária cristã. O verdadeiro teólogo não é aquele se coloca do lado de fora e procura impor os seus conceitos pessoais e subjetivos, mas alguém que faz parte do povo de Deus, caminhando com ele, partilhando de suas lutas e esperanças.

Outro aspecto dessa dimensão coletiva reside no fato de que fazer teologia é também interagir com a igreja do passado, com o rico legado de séculos de reflexão bíblica e teológica. É lamentável quando os teólogos dialogam prioritariamente com pensadores e correntes intelectuais não-cristãos, e até mesmo anticristãos, buscando neles referenciais teóricos e inspiração para as suas reflexões, mas demonstrando limitado interesse pela revelação cristã e pela comunidade de fé. Embora os interesses da teologia não tenham de circunscrever-se exclusivamente ao âmbito da igreja, esse elemento nunca pode ser omitido.

4. O mundo ao redor
Finalmente, assim como acontece com Jesus Cristo e com o evangelho, a teologia deve ser encarnada e contextual, ou seja, comprometida com Deus, com a revelação e com o corpo de Cristo, mas também relevante para a comunidade humana mais ampla. Embora a condição humana seja essencialmente a mesma em todas as épocas, cada geração se defronta com desafios inéditos para a fé cristã. O que a teologia tem a dizer ao indivíduo moderno com suas angústias, perplexidades e dúvidas? O que dizer diante das afirmações cada vez mais ousadas da ciência? Diante das realidades do terrorismo, guerra e criminalidade, das desigualdades e opressões, da crise ecológica e de tantas outras questões da atualidade?

Todavia, a teologia tem de fazer escolhas. Sua relação com o mundo, a sociedade e a cultura precisa ter, ao mesmo tempo, um elemento de simpatia e de distanciamento crítico. Muitos teólogos, na ânsia de tornar a fé cristã palatável ao “homem moderno”, têm feito tamanhas concessões a ponto de descaracterizar por completo o evangelho. A busca de relevância e o desejo nobre de construir pontes não podem desconsiderar o fato de que o escândalo da cruz é inevitável no confronto entre a fé e o presente século. Daí a pertinência da conhecida ironia de H. Richard Niebuhr quanto a certas abordagens teológicas: “Um Deus sem ira levou um homem sem pecado a um reino sem julgamento por meio das ministrações de um Cristo sem uma cruz” (O reino de Deus na América, 1937).

Conclusão
Na metade da Idade Média viveu o grande teólogo Anselmo de Cantuária (1033-1109). No seu trabalho, ele se firmou em dois conceitos que se tornaram célebres na história do pensamento cristão: Credo ut intelligam (“creio para que possa entender”) e Fides quaerens intellectum (“a fé em busca de compreensão”). Com isso, Anselmo quis dizer que a tarefa da teologia é mostrar que crer é também pensar, ou seja, que não há uma dicotomia entre fé e reflexão intelectual. Ao mesmo tempo, ele destacou a prioridade da fé, do compromisso com Deus, no labor teológico. Para que seja genuinamente cristã, a teologia deve estar sempre consciente dos seus referenciais. Dentro dos limites impostos por eles, ainda haverá muito espaço para um pensamento fecundo, criativo e desafiador.

Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/306/credo-ut-intelligam-a-teologia-crista-e-seus-parametros

sábado, 28 de outubro de 2017

Atitudes dos Cristãos em Relação à Guerra no Decorrer da História

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O cristianismo teve como berço o judaísmo e a Bíblia de Jesus e dos primeiros cristãos foi o Antigo Testamento. Quanto aos temas da guerra e do uso da força, as Escrituras Hebraicas revelam duas ênfases distintas.

Por um lado, o Antigo Testamento contém afirmações em apoio aos conflitos armados e está repleto de narrativas de atividades bélicas. A história de Israel parece uma infindável sucessão de guerras de maior ou menor intensidade. Ao mesmo tempo, o conceito de shalom ou paz, não somente como ausência de conflitos, mas como um estado de prosperidade em todos os aspectos, permeia as páginas de muitos livros, especialmente os dos profetas. Um exemplo muito conhecido dessa preocupação está em Isaías 2.4.

Em seus ensinos, Jesus deu ênfase a essa corrente pacifista do Antigo Testamento. Sua ética, expressa de maneira sublime no Sermão da Montanha (Mateus 5-7) está centrada no amor, na tolerância e na não-retaliação. Em contraste com as práticas da sociedade greco-romana, ele deixou claro que, em seus relacionamentos internos e externos, os seus seguidores deveriam caracterizar-se pela rejeição da agressividade e do espírito de vingança. Os próprios inimigos deviam ser tratados com amor e perdão. Jesus ensinou que a causa de Deus não devia ser promovida pelo uso da força física (João 18.36). Essas ênfases foram preservadas e desenvolvidas pelos apóstolos, e marcaram profundamente as primeiras gerações de cristãos.

1. Do pacifismo à cruzada

Nos três primeiros séculos, o pacifismo foi a atitude predominante nas fileiras da igreja. É um fato notável que não há qualquer evidência da presença de cristãos no exército romano até por volta do ano 170. A partir do final do segundo século, a carreira militar passou a ser admissível para os cristãos, contanto que não envolvesse o derramamento de sangue. Deve-se observar que, durante o período da chamada Pax Romana, era possível a um homem servir por muitos anos nas legiões de Roma sem envolver-se diretamente em atividades bélicas. Todavia, em virtude do culto imperial, a maior parte dos cristãos se recusavam a ingressar no exército ou ocupar cargos públicos, sendo por isso acusados de deslealdade, falta de patriotismo ou até mesmo rebeldia. Eles entendiam que a única luta em que deviam se empenhar era de natureza espiritual.

Com a adesão do imperador Constantino à fé cristã (ano 313), acelerou-se o processo de cristianização da sociedade romana nos séculos quarto e quinto.

Quando os cristãos se tornaram a maioria da população, houve uma crescente pressão para que ingressassem no exército e ficou cada vez mais difícil manter a antiga posição pacifista. Na época das invasões dos bárbaros, o grande bispo e teólogo Agostinho de Hipona (354-430) deu expressão à nova mentalidade formulando a teoria da guerra justa. A guerra seria legítima se tivesse as seguintes características: ter o objetivo de manter a justiça e restabelecer a paz; ser empreendida pelo governante e caracterizar-se por uma atitude de amor pelo inimigo; serem cumpridas as promessas feitas aos opositores; serem respeitados os não-combatentes e não haver massacres, pilhagens e destruição. Desde Agostinho, alguma forma de teoria da guerra justa tem sido a posição predominante da maior parte das tradições cristãs.

Foi somente no século 11 que se extinguiu definitivamente a atitude pacífica da igreja antiga, sendo substituída pela glorificação do homem de combate, o cavaleiro medieval. Essa mudança tem sido atribuída ao influxo dos povos germânicos, com o seu espírito marcial. As grandes expressões dessa nova atitude foram as campanhas militares contra os muçulmanos, realizadas quase que simultaneamente em duas frentes. Na Europa central surgiram as “cruzadas”, que por quase dois séculos (1095-1291) combateram os exércitos islâmicos no Oriente Médio pela posse de Jerusalém e da Palestina. Na Península Ibérica, os exércitos cristãos se empenharam por quase cinco séculos na reconquista daquelas terras das mãos dos sarracenos. Surgiu assim um cristianismo agressivo e militante que em alguns casos chegou a superar o islamismo em termos de violência e intolerância.

2. Em nome de Deus
O cristianismo medieval testemunhou uma crescente legitimação da violência em nome de Deus. A liturgia passou a incluir a consagração das armas e dos estandartes de guerra. Surgiram as ordens religiosas militares, como os templários, os hospitalários e os cavaleiros teutônicos, fundadas com o propósito de lutar contra os adversários da fé. Os povos ocidentais passaram a encarar os grupos que professavam outras religiões como inimigos do reino de Deus que deviam ser destruídos ou convertidos. Era considerado errado demonstrar clemência a esses povos. Um texto favorito dos cruzados resumia essa atitude: “Maldito aquele que retém a sua espada do sangue” (Jr 48.10b).

Na Idade Média também foram aceitas com crescente naturalidade a violência e a guerra entre grupos cristãos. Dois exemplos são a quarta cruzada, na qual foi saqueada a magnífica cidade de Constantinopla (1204), selando-se definitivamente a separação entre as igrejas católica romana e ortodoxa grega, e a luta contra uma seita sincretista do sul da França, os albigenses, que foram destruídos por uma cruzada entre 1209 e 1229. Teólogos da época, tais como Graciano e Tomás de Aquino, criam que a guerra era uma condição necessária da sociedade e pouco se preocuparam em tratar do problema da violência.

A época do Renascimento e da Reforma Protestante (séculos 15 e 16) viu o surgimento de novas armas de guerra com grande poder de destruição – os canhões – e a ascensão de monarquias dinásticas mais poderosas e ávidas de conquistas territoriais. Humanistas cristãos, como Thomas More e Erasmo de Roterdã, condenaram as novas formas de violência. Eles observaram que Cristo não promoveu o seu reino pela força, mas pelo amor, e acusaram a igreja de se tornar uma serva obediente de príncipes ambiciosos e sanguinários.

3. Atitudes dos reformadores
Os reformadores em essência aceitaram a mentalidade dominante do seu tempo no que diz respeito ao uso da força. Lutero apoiou a violenta supressão da revolta dos camponeses (1524-1525) e Zuínglio morreu no campo de batalha, quando acompanhava as tropas de Zurique em luta contra os cantões católicos. As divergências religiosas da época foram uma das principais causas de muitos conflitos que assolaram o continente europeu. Na França, as guerras religiosas entre os calvinistas, conhecidos como huguenotes, e a facção católica liderada pela família Guise se estenderam por boa parte da segunda metade do século 16 (1562-1598).

O episódio mais horrível dessa confrontação foi o massacre do dia de São Bartolomeu (24-08-1572), em que milhares de huguenotes foram mortos em Paris e depois no interior da França. Todavia, nada superou em selvageria e ferocidade a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), travada em torno de uma complexa mistura de questões religiosas, políticas e econômicas, que devastou grande parte da Europa central e dizimou a sua população. O fim desse conflito, selado pelo tratado conhecido como Paz de Westfália, marcou o encerramento do período da Reforma.

A maior parte dos reformadores subscreveu o conceito de guerra justa ou de cruzada. Somente os anabatistas, também denominados reformadores radicais, foram intransigentes defensores do pacisfismo, recusando-se a portar armas, prestar serviço militar ou participar de guerras. Por essas e outras razões, foram horrivelmente perseguidos. Houve apenas um caso de envolvimento de anabatistas com a violência, quando um grupo de fanáticos tomou a cidade de Münster, na Alemanha, e foi eventualmente derrotado (1535). Esse episódio reforçou o compromisso dos anabatistas com o ideal pacifista, especialmente no principal grupo que resultou do movimento, os menonitas. Outros grupos protestantes que vieram a abraçar essa atitude foram os quacres, os morávios e os irmãos.

4. Os séculos 19 e 20
Nos Estados Unidos, com a sua história de contínuo envolvimento em guerras, as três concepções (pacifismo, guerra justa e cruzada) têm sido invocadas por diferentes grupos para defender as suas posições. Um caso curioso foi a Guerra Civil (1861-1865), o mais sangrento de todos os conflitos daquela nação, em que os exércitos do norte e do sul partilhavam da mesma fé protestante e da mesma mescla de convicções religiosas e nacionalistas. Era comum, nos acampamentos das frentes de batalha, ouvir os combatentes de ambos os lados cantarem os mesmos hinos. A linguagem militar de diversos hinos cantados pelas igrejas evangélicas brasileiras foi inspirada pelas experiências dessa guerra. Todavia, no final do século 19, muitos cristãos do hemisfério norte se dedicaram à causa da paz, da cooperação internacional e dos esforços humanitários. Surgiram diversas sociedades pacifistas nacionais e internacionais, bem como foram realizaram conferências preocupadas em limitar a crueldade da guerra.

Por causa da sua horrível violência e destruição, a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), travada entre nações de tradição cristã, chocou profundamente as consciências. As igrejas apoiaram a guerra, e o discurso de muitos líderes civis e religiosos falava em termos de uma cruzada para salvar a civilização e “tornar o mundo seguro para a democracia”. Certas pessoas chegaram a defender a destruição total da Alemanha. Já a atitude dos cristãos em relação à 2ª Guerra Mundial (1939-1945) ficou mais próxima da teoria da guerra justa. O surgimento de ideologias totalitárias e racistas como o nazismo e o fascismo levou importantes líderes cristãos a abandonarem o seu anterior pacifismo. Dois exemplos notáveis foram o teólogo norte-americano Reinhold Niebuhr (1892-1971) e, em especial, o pastor e teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), que chegou a participar de uma conspiração frustrada para assassinar o ditador Adolf Hitler e foi executado em um campo de concentração.

Conclusão
As questões da guerra e da paz sempre vão representar um dilema para a consciência cristã. Isso se deve ao fato de que estão em jogo dois conjuntos de valores igualmente importantes à luz das Escrituras. De um lado, existem os imperativos evangélicos do amor, da tolerância e da solidariedade. Por outro lado, o cristão também deve preocupar-se com as questões da justiça, da segurança e da liberdade, e com as ameaças às mesmas na forma de exploração, agressão ou dominação. O surgimento de terríveis meios de destruição em massa como a bomba atômica, a bomba de nêutrons e as armas químicas e bacteriológicas, renovaram o compromisso de muitos cristãos com a promoção e a manutenção da paz. Por outro lado, as violações dos direitos mais elementares de indivíduos e grupos por parte de regimes e governantes extremistas fazem com que muitos cristãos se sintam atraídos para soluções mais drásticas.

É importante compreender que a questão da guerra e do uso da força se insere no contexto mais amplo da violência e agressividade do coração humano, violência essa que pode manifestar-se não só nos indivíduos, mas em todos os tipos de instituições, inclusive as igrejas. É imperativo que as organizações religiosas pratiquem os valores bíblicos nas suas relações internas, promovendo ativamente a justiça, a integridade e o respeito aos direitos individuais, a fim de que tenham autoridade para falar à sociedade mais ampla e ser instrumentos de reconciliação nos tempos conturbados em que vivemos.

Perguntas para reflexão:
1. Como podemos entender as ênfases contrastantes do Antigo Testamento na guerra e na violência, por um lado, e na paz e na conciliação, por outro lado?
2. As atitudes pacíficas de Jesus e da igreja primitiva são possíveis e necessárias hoje? Por quê?

3. Que razões levaram a igreja medieval a abandonar o pacifismo cristão original e a legitimar a violência?

4. A tolerância política e religiosa é uma importante conquista do Ocidente moderno. A tolerância cristã é irrestrita ou deve ter alguns limites?

5. O movimento pacifista defende a solução dos conflitos mediante negociação, concessões mútuas e pressão política e econômica, ao invés de militar. Os cristãos devem concordar com isso?

Sugestões bibliográficas:
BEAUCHAMP, Paul; VASSE, Denis. A violência na Bíblia. São Paulo: Paulus, 1994.
CAVALCANTI, Robinson. Cristianismo e política: teoria bíblica e prática histórica. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2002.

CLOUSE, R. G. Guerra. Em ELWELL, Walter A. (Ed.). Enciclopédia histórico-teológica da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988-1990. Vol. II, p. 230-234.

WEAVER, J. D. Pacifismo. Em ELWELL, Walter A. (Ed.). Enciclopédia histórico-teológica da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988-1990. Vol. III, p. 75-78.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Astrofísica

A Astrofísica é o ramo da Astronomia que se dedica ao estudo do universo por meio de aplicações das leis da Física e da Química.

A Astrofísica estuda o universo a partir de leis da Física e da Química
A Astrofísica estuda o universo a partir de leis da Física e da Química.


Astrofísica é o ramo da Astronomia  que estuda o Universo e os diversos corpos que o compõem por meio das leis da Física e Quí mica. As ferramentas utilizadas por essa ciência são telescópioslunetas, radiotelescópios, polarímetros e telescópios espaciais.
Como a Astrofísica utiliza instrumentos muito específicos para a realização de suas observações, seu desenvolvimento ocorreu de forma satisfatória somente a partir do século XVIII, quando a maior parte dos aparelhos astronômicos já havia sido desenvolvida. Provavelmente, o telescópio espacial James Weeb, que substituirá o telescópio Hubble em 2018, é a ferramenta mais poderosa já criada para a obervação do universo. A Astrofísica desenvolver-se-á em grande escala após o lançamento desse telescópio, que ficará posicionado a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra e possibilitará a visualização de regiões desconhecidas do Universo.
O telescópio espacial James Weeb substituirá o telescópio Hubble em 2018
O telescópio espacial James Weeb substituirá o telescópio Hubble em 2018
Os objetivos da Astrofísica são a determinação da temperatura, estrutura física, composição química, forma de geração de energia, idade e evolução dos inúmeros corpos celestes dentro e fora do nosso Sistema Solar.
Astrofísica é diferente de Cosmologia
Geralmente Cosmologia e Astrofísica são tratadas como a mesma coisa, mas possuem olhares diferentes sobre o mesmo objeto de estudo, o universo. A Cosmologia estuda o universo a partir de todos os conhecimentos científicos possíveis, inclusive a Física e a Química. Enquanto a Cosmologia é um estudo mais geral a respeito do universo, a Astrofísica dedica-se somente às análises físicas e químicas.
Ramos da Astrofísica

Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://brasilescola.uol.com.br/fisica/astrofisica.htm

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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA


A Grécia (Hélade) nada mais foi do que um conjunto de cidades-Estados (Pólis) que se desenvolveram na Península Balcânica no sul da Europa. Por ser seu relevo montanhoso, permitiu que grupos de pessoas (Demos) fossem formados isoladamente no interior do qual cada Pólis desenvolveu sua autonomia.
Constituída de uma porção de terras continental e outra de várias ilhas, bem como também em virtude da pouca fertilidade dos seus solos, a Grécia teve de desenvolver o comérciocomo principal atividade econômica. Assim, e aproveitando-se do seu litoral bastante recortado e com portos naturais, desenvolveu também a navegação para expandir os negócios, bem como mais tarde sua influência política nas chamadas colônias.
A sociedade grega era organizada segundo o modelo tradicional aristocrático, baseado nos mitos (narrativas fabulosas sobre a origem e ordem do universo), em que a filiação à terra natal (proprietários) determinava o poder (rei).
Esse modo de estruturar a sociedade e pensar o mundo é comumente classificado como período Homérico (devido a Homero, poeta que narra o surgimento da Grécia a partir da guerra de Troia). Mas com o tempo, algumas contradições foram sendo percebidas e exigiram novas explicações. Surge, então, a Filosofia. Eis os principais fatores que contribuíram para o seu aparecimento:
As viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem as lendas e daí constatarem a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);
A construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano e da alternância entre dia e noite. Isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o tempo naturalmente e não como potência divina;
O uso da moeda para as trocas comerciais que antes eram realizadas entre produtos. Isso também favoreceu o pensamento abstrato, já que o valor agregado aos produtos dependia de uma certa análise sobre a valoração;
A invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. Numa sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita alfabética/fonética, propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração.
A palavra não mais é usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que desvendavam os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na praça pública (Ágora), no confronto cotidiano entre os cidadãos;
O crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços, características típicas das cidades;
A criação da Política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (Demo) em cada Pólis (por isso, Democracia ou o governo do povo), bem como exige que sejam publicadas as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e a modifiquem segundo os seus interesses.
As discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar) estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão da vontade coletiva e evidencia a capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas baseadas na autoridade dos poeta inspirados. Com isso, foi possível, a partir da investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a Filosofia.
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
CABRAL, João Francisco Pereira. "Condições para o surgimento da Filosofia"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/condicoes-historicas-surgimento-filosofia.htm>. Acesso em 06 de agosto de 2017.

Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/condicoes-historicas-surgimento-filosofia.htm

sábado, 21 de outubro de 2017

DIP 2018 - Índia - Perseguidos, mas não abandonados

Salvação ou Perdição da Alma?

Salvação ou Perdição da Alma? A decisão é sua!


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Todos os dias pessoas nascem e pessoas também morrem, sejam elas crianças, jovens ou adultos, uma certeza que temos durante a vida é a de que um dia também chegará a nossa hora de partir, uma pequena diferença e incerteza está no partir para onde, ou seja para o fogo eterno ou para a vida eterna. A Bíblia Sagrada ou a Palavra de Deus como você preferir explica o seguinte: Várias vezes por intermédio das palavras “salvar” e “salvação”. Às vezes, elas transmitem a ideia de uma pessoa ser livrada do perigo ou da destruição. (Êxodo 14:13, 14; Atos 27:20) Mas no entanto é mais comum essas palavras se referirem na Bíblia à pessoa ser livrada do pecado. (Mateus 1:21) O pecado é o que causa a morte. Assim, quem é livrado do pecado tem a esperança de nunca morrer, ou seja, de viver para sempre. — João 3:16, 17. Um contexto um tanto quanto complexo "morrer para viver" difícil de entender, se olharmos com olhos humanos jamais entenderemos isto, é preciso uma visão espiritual ampla, sem fanatismo religioso ou seja um relacionamento verdadeiro e único com Deus. Lei os textos mencionados nos versículos bíblicos e reflita sobre a salvação ou perdição de sua alma, lembre sempre que o amanhã pode ser muito tarde e Jesus Cristo quer te salvar hoje... A vontade de Deus é que todos sejam salvos, mas a decisão é sua!

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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A Opus Dei

Ao longo do tempo, o Opus Dei amealhou grande número de inimigos, inclusive dentro da própria Igreja Católica.




História da oposição


Segundo relatam defensores do Opus Dei, a oposição à prelazia teria se iniciado nos anos 1940, quando alguns jesuítas, liderados pelo Frei Ángel Carrillo de Albornoz, que mais tarde deixaria a Companhia de Jesus, denunciaram o Opus Dei por ensinar “uma nova heresia”. Não era nada ortodoxo, afirmavam, ensinar que leigos podiam ser santos sem votos públicos e vestes distintas.
Baseando-se nos informes da Espanha, o superior-geral da Companhia de Jesus, Frei Wlodimir Ledochowski (1866–1942), relatou ao Vaticano que considerava o Opus Dei “extremamente perigoso para a Igreja na Espanha”. Ele o descreveu como tendo um “caráter sigiloso” e via “sinais de uma inclinação velada para dominar o mundo com um tipo de Maçonaria Cristã”. Estas alegações contra o Opus Dei vindas do âmago de eminentes círculos eclesiásticos (“a oposição da boa gente”, como Escrivá a chamava), a qual ocorreu periodicamente ao longo de sua história, é considerada uma das raízes das acusações atuais vindas das mais variadas direções. Esta é a conclusão de alguns escritores, incluindo o vaticanista da CNN John L. Allen, Jr.
De acordo com John Allen, uma das fontes originais de críticas ao Opus Dei são alguns membros da Companhia de Jesus que não compreenderam a grande diferença existente entre o Opus Dei e as ordens religiosas. O Opus Dei é composto por cristãos leigos comuns que tentariam alcançar a santidade sem qualquer marca distintiva externa, da mesma forma como, justificava Escrivá, os primeiros cristãos não se diferenciavam externamente dos demais cidadãos do Império Romano.
Além da campanha de descrédito movida nos anos 1940, alguns jesuítas teriam retornado à carga na década de 1950, quando informaram a pais de membros do Opus Dei na Itália, que seus filhos estavam sendo conduzidos à danação. Outro escritor jesuíta que fez ataques ao Opus Dei foi Michael Walsh, que posteriormente deixou a Companhia de Jesus. Acredita-se que alguns jesuítas e outros setores clericais teriam originado o “mito” de que o Opus Dei apoiou o fascismo e que estaria associado, daí em diante, com regimes de ultra-direita.



Críticas


O Opus Dei foi chamado “a força mais controversa na igreja Católica, e Escrivá foi descrito como uma figura polarizadora. Em países de língua inglesa, uns dos críticos mais contundentes é o grupo denominado ODAN (Opus Dei Awareness Network). Outros críticos incluem ex-membros do Opus Dei, teólogos e adeptos da Teologia da Libertação.
Secretismo
Os críticos argumentam que o Opus Dei possui um acentuado caráter secreto; por exemplo, os membros geralmente não divulgam publicamente sua afiliação ao Opus Dei. Esta suposta prática teria favorecido especulações sobre a pertença de pessoas eminentes em todo o mundo, incluindo ministros, senadores, presidentes, jornalistas. Críticos também alegam que os numerários são pressionados a evitar contatos com não-membros, incluindo os próprios familiares.
Recrutamento

O Opus Dei também foi acusado de práticas de recrutamento desleais e agressivas, tais como, rezar a Deus fervorosamente pela vocação de um potencial novo membro, instruir os numerários a desenvolver amizades e freqüentar eventos sociais com a finalidade de recrutamento. Sobretudo, críticos alegam que o grupo mantém um grau extremamente elevado de controle sobre seus membros, por exemplo, numerários geralmente facultam a leitura de sua correspondência a seus superiores, membros também são admoestados a não ler determinados livros sem permissão de superiores.
A primeira mãe de um numerário a publicar um livro contra o Opus Dei, Betty Silberstein (“Opus Dei – A Falsa Obra de Deus – Um Alerta às Famílias Católicas”, de 2005), faz uma acusação extremamente dura: “o Opus Dei é como o traficante na porta da escola. Sem contar que, em todas as congregações, os seminaristas passam por vários testes para ter certeza da vocação. Na Obra, ela é imposta”.
Josefa e Francisco Rodrigues, pais de Taís, numerária auxiliar que vive num centro no Paraná, iniciaram uma campanha através do Orkut (“Opus Dei – Libertem Taís!!!”) para que a instituição permita que a filha volte para o convívio deles. Taís, que foi trabalhar num centro aos 17 anos de idade, hoje tem 23 anos e não demonstra intenção de sair. Os pais, por sua vez, acusam o Opus Dei de ter transformado Taís num zumbi.
Mortificação

Os críticos também consideram como práticas reprováveis a mortificação corporal (uma prática em que são usados cilícios com espinhos na perna) e a penitência.
O próprio Escrivá recebeu muitas críticas. Seus oponentes indicam que suas práticas pessoais do mortificação eram ainda mais extremas do que aquelas executadas pelos numerários, incluindo o extenso uso de disciplinas. Seus oponentes também criticam máxima de Escrivá sobre o sofrimento: “Amada seja dor. Santificada seja a dor. Glorificada seja a dor”.



Política

Os críticos também afirmam que Escrivá e a organização favoreceu os governos de Francisco Franco e Augusto Pinochet. Chegou-se a alegar que Escrivá simpatizasse com Adolf Hitler.
Conclusão
O Opus Dei é uma máquina manipuladora perfeita, perversa, sugadora da individualidade e da liberdade de seus membros e só poderá ser detida ou reformada se pessoas decentes dentro da Obra se revoltarem e não aceitarem as loucuras que dizem ser vontade de Deus.



Fontes:

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