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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O Livro de Josué...

O Livro de Josué: as conquistas e promessas do povo de Deus

PAREDE DESMORONADA: Sellin e Watzinger e mais recente Kenyon acharam restos de um muro de tijolos desmoronado à base da parede de pedra. Bryant Wood aponta a base da parede de tijolos. As conclusões de Wood datam a destruição da parede no tempo de Josué (1400 A.C.). Fonte:http://www.melodiasdaccb.kit.net/cidade%20de%20jerico.htm 


INTRODUÇÃO
Neste trimestre de Lições Bíblicas estudaremos o livro de Josué. Porém, antes de analisarmos a primeira lição – Josué, um líder escolhido por Deus – faremos uma síntese da estrutura dos Livros Históricos e do próprio livro, tema deste trimestre. Como é do conhecimento dos professores e professoras da Escola Dominical, o Antigo Testamento divide-se no cânon protestante em Históricos, Poéticos e Proféticos. Os Históricos são subdivididos em:
(1) Pentateuco, os cinco (Gn, Êx, Lv, Nm, Dt) – que são obras históricas escritas antes do estabelecimento do povo em Canaã –; e
(2) Históricos Próprios, os doze (Js, Jz, Rt, 1 e 2 Sm, 1 e 2 Rs, 1 e 2 Cr, Ed, Ne, Et). Estes magníficos livros dividem-se em:
(a) Nove que tratam da ocupação de Canaã pelos israelitas (Js, Jz, Rt, 1 e 2 Sm, 1 e 2 Rs, 1 e 2 Cr); e
(b) Três que descrevem o período de expulsão e repatriação do povo eleito (Ed, Ne, Et).

Talvez o professor deva apresentar aos alunos a relação entre esses doze históricos com os livros proféticos e pós-exílicos. Os nove primeiros livros ajustam-se adequadamente ao ministério dos profetas pré-exílicos, enquanto os três últimos aos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias – todospós-exílicos. Ezequiel e Daniel, como o professor já sabe, são livros do período do cativeiro babilônico.

A relação entre o Pentateuco e os Livros Históricos é clara, os cinco primeiros são pré-Canaã e preparam o povo para a ocupação da Palestina. A relação entre o livro de Josué, o primeiro dos Livros Históricos, com o Pentateuco é tão estreita, que, o teólogo germânico J. Wellhausen, preferia o título Hexateuco em vez de Pentateuco. Mas as opiniões de Wellhausen, nesse sentido, nunca foram unanimente aceitas.

Não somos escusados de frisar, que os Livros Históricos também podem ser classificados em:

(1) Livros do Período Teocrático: São os livros anteriores ao reinado e composto pelos livros de Josué, Juízes e Rute. Neste período, de 1405 a 1075 a.C., Israel está sob a liderança direta do Eterno.

(2) Livros do Período Teocrático-Monárquico: Composto pelos livros que tratam da ascensão, divisão e queda de Israel e Judá: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas. Neste período, de cerca de 1070 a 586 a.C., Israel está sob a liderança direta de seus representantes régios, uns obedientes a Deus e a Torah, outros desobedientes a ambos. Entretanto, Deus está governando, abatendo e suscitando reis conforme à sua vontade.

(3) Livros do Período Pós-Cativeiro: Os livros de Esdras, Neemias e Ester são obras que descrevem este período de disciplina e repatriação dos israelitas, de 537 a cerca de 432 a. C. São chamados também de pós-cativeiro babilônico. Portanto, o Livro de Josué é a primeira descrição do período teocrático entre os dois seguintes, Jz e Rt.

TÍTULO
O nome Josué, no hebraico, Yehōshuāh (Nm 13.16), é composto pela abreviação do nome divino (Yahweh) e pelo vocábulo "salvação". Literalmente significa "Salvação de Yahweh", ou "Yahweh é Salvador". O nome "Josué", no Antigo Testamento, corresponde a "Iēsous", "Jesus", em o Novo Testamento (At 7.45). Daí a razão pela qual Clyde Francisco, afirma que "assim como o primeiro Jesus conquistou a terra da mão do inimigo, o segundo Jesus conquistou vitoriosamente o céu, pela vitória sobre o pecado" [1].

Josué era chamado originalmente de Oséias (Nm 13.8; Dt 32.44), entretanto, seu nome fora mudado por Moisés em Cades (Nm 13.16). Oséias significa “salvação”, todavia, seguindo a prática hebréia e semítica de mudar o nome a fim de ratificar a mudança de posição ou destino, Moisés, influenciado pelo Espírito de Deus, muda o nome do primogênito da tribo de Efraim paraYehōshuāh. Com a mudança do nome, altera-se também a função e a responsabilidade do indivíduo diante do Senhor e do povo israelita.

CANÔN HEBRAICONo cânon hebraico, o livro de Josué é o primeiro rolo dos "Livros dos Profetas". Os judeus denominavam os seis primeiros livros históricos (Js, Jz, 1 e 2 Sm e 1 e 2 Rs) de "Primeiros Profetas", considerando-os, porém, como quatro. Estes "Primeiros" contrastavam com os "Últimos Profetas" (Is, Jr, Ez e os Doze Profetas Menores). Ellisen, sabiamente os distingue: "Os 'Primeiros Profetas' são históricos; os 'Últimos Profetas' são exortativos" [2]. Lembremos que os profetas de Israel além de serem líderes espirituais do povo, também eram historiadores da teocracia, veja, por exemplo, as Crônicas de Samuel, o vidente (1 Cr 29.29), Crônicas de Natã, o profeta (1 Cr 29.29), Profecias de Aias, o silonista (2 Cr 9.29), Visões de Ido, o vidente (2 Cr 9.29), e o famoso Livro da História de Natã, o profeta (2 Cr 9.29). O ambiente histórico é o cenário profético dos profetas de Israel.

AUTOR
O livro é anônimo. Contudo, a tradição mais remota do povo hebreu considerava que Josué era o autor de todo o livro, com exceção dos cinco últimos versículos, escritos, talvez, por Eliazar ou seu filho Finéias. 
Consideremos os seguintes elementos:

a) Josué. Josué foi testemunha ocular dos fatos, além de ser escritor autorizado (ver 24.26). Archer afirma que o primeiro capítulo possui detalhes biográficos íntimos que "só Josué ter sabido" ou contado [3]

b) Evidências internas. Há muitas evidências que atestam que a história era registrada por uma pessoa que presenciou os eventos registrados na obra (cf. 5.1,6). Estes versículos, na primeira pessoa do plural, atestam, provavelmente, a ação literária de Josué.

c) Edição Posterior. Edições posteriores eram comuns. Observe que a morte de Moisés, por exemplo, é uma adição ou adendo editorial feito após a morte do grande líder (Dt 34). O registro da morte de Josué não é nenhuma prova de que o comandante das tribos de Israel não tenha escrito a obra que leva o seu nome (24.29,30). G. Archer, atesta a autoria dupla do livro, baseado no texto de 24.31 [4]. Portanto, é provável que Josué e, mais tarde um outro historiador, tenha acrescido os relatos após a morte de Josué, talvez, como já afirmamos, Eliazar ou seu filho Finéias.

DATA E LOCAL
O arqueólogo John Garstang e Bryant Wood, após acuradas escavações e comparações entre documentos antigos, determinaram que a queda de Jericó ocorreu por volta de 1400 a. C. (o fim do período da Idade do Bronze Antigo I). Certos documentos que foram descobertos em Tel-el-Armana, no Egito, e em Ugarite, na Síria Ocidental, confirmam a data afirmada pelos dois arqueólogos, pois referem-se aos "Habirus" em Canaã, bem próximo de 1400 a. C. [5].
O local da escrita, provavelmente foi em Canaã, uma vez que o próprio Josué foi o autor da obra. A data, ainda que incógnita, deve estar relacionada a um período depois da queda de Jericó, entre 1400 a 1375 a. C.

ESFERA DE AÇÃO
Os fatos do livro de Josué descrevem períodos que se iniciam com a morte de Moisés e terminam com a morte de Josué. O registro inicia onde o de Deuteronômio termina.
ANÁLISE
O Livro de Josué descreve a conquista e a divisão da terra de Canaã, tendo como background as características corruptas e brutais da religião canaanita, claramente retratada nos tabletes de Ras Shamra [6]. Prostituição de ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram alguns dos pecados em função dos quais Deus ordenou aos israelitas a destruição completa dos habitantes de Canaã.
A história contida revela a fidelidade do Senhor como Deus da Aliança (Js 1.2,6), pois cumpriu o segundo aspecto da aliança abraâmica: a ocupação da terra de Canaã. Segundo Ellisen, “a primeira promessa de uma semente levou 25 anos para ser cumprida; a segunda, levou aproximadamente 700 anos. A promessa de um rei levaria mais 400” [7]. E a vinda daquele em quem seriam benditas todas as nações, mais 1400 anos.
Na estrutura geral da obra destacam-se:

a) A Preparação e travessia do Jordão (1-4)
b) A Redenção de Raabe (2.12-21; 6.22-25)
c) O Pecado de Acã (7)
d) A Divisão do Território (13-22.34)
e) A Morte e Sepultura de Josué (24)
O propósito do livro, porém, não é friamente histórico, mas sim moralizador, vendo na história o “dedo” de Deus, e o apoio divino ao heroísmo dos obedientes e o castigo providencial do pecado e da rebelião.

SÍNTESE GERAL DA CONQUISTA DE CANAÃ
CAPÍTULO 1: Deus encoraja o Líder
CAPÍTULO 2: Os espias enviados a Jericó, e Raabe
CAPÍTULO 3: A travessia do Jordão
CAPÍTULO 4: O memorial de pedras
CAPÍTULO 5: Teofania do Príncepe do Exército do Senhor
CAPÍTULO 6: A ruína de Jericó
CAPÍTULO 7: A derrota dos israelitas
CAPÍTULO 8: A destruição de Ai
CAPÍTULO 9: A sagacidade dos gibeonitas
CAPÍTULO 10: Israel vence os cinco reis
CAPÍTULO 11: Diversas vitórias de Josué
CAPÍTULO 12: Comparação entre as conquistas de dois líderes
SÍNTESE GERAL DA DIVISÃO DE CANAÃ
CAPÍTULO 13: Os limites das tribos de Rúben, Gade e da tribo de Manassés
CAPÍTULOS 14-15: Os limites da tribo de Judá. Calebe recebe Hebrom, como herança
CAPÍTULOS 16-17: As porções dos filhos de José
CAPÍTULOS 18-19: A terra é delineada e repartida por sorte entre as tribos
DESPEDIDA E MORTE DE JOSUÉ
CAPÍTULOS 23-24: Últimas palavras de Josué e a morte do líder


O LIVRO DE JOSUÉ
Título: Josué
Autor: Josué (24.26)
Data: 1405-1375 a.C.
Tema: A Vitória da Fé na Conquista de Canaã (Hb 11.30,31)
Propósito: Registrar a fidelidade de Deus no cumprimento das promessas.
Estrutura:
I. A Entrada em Canaã (1-5)
II. A Conquista de Canaã (6-12)
III. A Divisão de Canaã (13-24)

Notas[1] FRANCISCO, C. T. Introdução ao Velho Testamento. Rio de Janeiro: JUERP, 1979, p.71.
[2] ELLISEN, S. A. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 1993, p.63.
[3] ARCHER JR. G.L. Merece confiança o Antigo Testamento? 4.ed., São Paulo: Sociedade Religiosa Vida Nova, 1986, p. 295.
[4] Id. Ibid.p. 296.
[5] Confira MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2001; ARCHER JR. G.L. Merece confiança o Antigo Testamento? 4.ed., São Paulo: Sociedade Religiosa Vida Nova, 1986, p. 297.
[6] Confira em nossa obra A família no Antigo Testamento: história e sociologia, detalhes a respeito dos cultos e costumes cananeus.
[7] ELLISEN, Id. Ibid., 1993, p.71.

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