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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Basileùs basiléōn kaì Kýrios kyrìōn...

Basileùs basiléōn kaì Kýrios kyrìōn (Apocalipse 19.16)


Alguns professores enviaram-me alguns e-mails solicitando mais informações a respeito da Lição Bíblica do próximo domingo (30/03/08). Para auxiliar os dignos professores das Lições Bíblicas, preparamos pequenos parágrafos exegéticos a fim de reforçar e balizar o ensino deste domingo. O professor já conhece o contexto da lição, portanto, nos limitaremos apenas aos aspectos explicativos que reforçam o conhecimento do professor. O prezado mestre deve ministrar a lição, usando, para isso, os parágrafos exegéticos abaixo, conforme a necessidade. Imprima o texto e corte cada tópico formando fichas individuais, e, de acordo com o desenvolvimento da aula, utilize-os. Estes adendos não substituem a lição, mas a complementa.
1. A nova seção que inicia em 19.11, e se estende até o versículo 16, forma mais uma das pequenas unidades que começam com a expressão "e vi" (kaì eidon), confira, por exemplo, 1.19; 4.1; 5.1, 11; 6.1,9; 15.2; 18.1, etc. "E vi o céu aberto" em Apocalipse, corresponde à expressão "se abriram os céus, e eu vi visões de Deus" em Ezequiel 1.1. Esta fraseologia, ao que parece, padrão aos videntes (chōzeh – ver Mt 3.16), marca o início de uma comunicação sobrenatural e inspirada por Deus. Observe também as seções "e ouvi" (kaì ēkousa) – 18.4; 19.1,6, etc. A descrição se conforma ao estilo e características do gênero apocalíptico.
2. Nesta perícope, encontramos: a) o céu aberto; b) a identificação do cavaleiro vitorioso; c) a descrição do cavaleiro; d) e o propósito do cavaleiro. Cristo é o cavaleiro descrito gloriosa e poderosamente. O sangue salpicado no manto é tema controverso. Uns sugerem ser o sangue do Cordeiro, outros, o dos mártires, e ainda os que consideram como sendo o sangue dos inimigos de Cristo. Em cada uma das três posições há respeitadíssimos intérpretes. A posição adotada pelo comentário das Lições Bíblicas é que se trata do "sangue dos inimigos de Cristo", mas há que considerar a possibilidade de que as outras também estejam corretas, muito embora seja difícil determinar qual delas é a mais precisa. Adoto, conforme o contexto e o lustre da presente passagem, a posição assumida pelo comentário, no entanto, reconheço que se trata de um assunto para ser abordado com mais detalhes exegéticos. O cavalo branco é símbolo da vitória do cavaleiro, Cristo, mas não deve ser confundido com o cavalo e o cavaleiro de Ap 6.2, o anticristo. A "espada afiada" é a palavra de Cristo (Is 11.4; 49.2; Ef 6.14; Hb 4.12). O exército, provavelmente é uma referência ao santos anjos e a Noiva do Cordeiro, juntamente com os mártires que também vestem linho fino, puro e branco – a justiça e santidade dos santos.
3. A expressão grega Basileùs basiléōn kaì Kýrios kyrìōn (Rei dos reis e Senhor dos senhores) é descrita em tom litúrgico e compõe mais um dos títulos cristológicos mencionados no capítulo 19 de Apocalipse. No versículo onze, o título Pistòs kaì ălēthinós (Fiel e Verdadeiro) refere-se à identificação de nosso Senhor Jesus à Igreja (Ap 3.14), todavia, Rei dos reis e Senhor dos senhores é o título por meio do qual o mundo e os governantes da terra conhecerão o Senhor Jesus Cristo. O Rei dos reis traz um nome secreto, não revelado ao cortejo célico e muito menos aos inimigos – um nome glorioso. Porém, Ele foi chamado (kéklētaiho Logos tou Theou, o Verbo de Deus. Se o nome Logos tou Theou está escrito em sua roupa, provavelmente, o maravilhoso nome deve estar grafado nos diademas ou na cabeça. Lembremos que este nome, ao que parece, é revelado ao crente vencedor (Ap 3.12), que também possui um novo nome misterioso (Ap 2.17). Os infiéis serão indignos de conhecer o Nome pelo qual o nosso Senhor Jesus Cristo será conhecido na glória por todos os santos.
4. Embora a perícope de Apocalipse 19.11-19 descreva o título, a expressão fora mencionada por Paulo em 1 Timóteo 6.15. Neste texto paulino, várias palavras que representavam os poderes políticos constituídos são usadas: monos dynástēs (único Soberano), basileùs tōn basileuóntōn (Rei dos reis – ver Ed 7.12; Ez 26.7), Kýrios tōn kyrieuóntōn (Senhor dos senhores – título empregado na Bíblia apenas para Deus, Dt 10.17; Sl 136.3; Ap 17.17).
5. No grego do Novo Testamento, dois principais vocábulos são empregados para descrever o termo "soberano" (ARA). Em Atos 4.24, 2 Pe 2.1 e Ap 6.10 usa-se o vocábulo "Déspota" (Dominador absoluto), enquanto em 1 Tm 6.15 encontramos "Dynástēs" (Líder soberano). No tempo do Novo Testamento esses dois títulos eram usados juntamente com "Kyrios", para se referirem ao imperador e aos governadores de vastas regiões. Contudo, os santos escritores do Novo Testamento, inspirados pelo Espírito Santo, serviram-se dessas palavras para afirmar que o Senhor é o único Soberano (monos dynástēs – 1 Tm 6.15). O hino célico de 19.6 afirma que o Senhor (Kyrios), o Deus (ho Theós) é o Dominador de tudo (Pantokrátōr), o Todo-Poderoso. Esses títulos expressam o conceito teológico da soberania de Cristo sobre todas as coisas.
6. A Sagrada Escritura afirma que o Senhor é o único e bendito Soberano sobre: a) a criação (At 4.24); b) os reis (1 Tm 6.15; Ap 1.5). Ele, o Senhor, é: a) o único Soberano (1 Tm 6.15; Jd v. 4); b) o soberano que resgata o homem (2 Pe 2.1); c) o Senhor Soberano, santo e verdadeiro (Ap 6.10). Como afirmou o teólogo Oscar Cullmann: "Este consenso é suficiente para demonstrar a importância capital que o cristianismo atribui à fé na soberania de Cristo" (Cristologia do Novo Testamento, p.291).
7. A soberania de Cristo é ratificada nas expressões "à destra de Deus" (deksiōn tou Theou – Mc 16.19; At 2.23; 7.56; Hb 10.12; 1 Pe 3.22), "exaltou" soberanamente (Fp 2.9), "exaltou" a Príncipe e Salvador (At 13.17), e no conceito de submissão dos inimigos de Cristo (Lc 20.43; Hb 10.13). Em Hebreus 1.13 a expressão "assentar-se à direita de Deus" é combinada com "inimigos por estrado dos teus pés". Portanto, a soberania de Cristo é sobre os anjos (ăngelōn), poderes (dynámeōn), e autoridades (ěksousiōn), conforme a escritura de 1 Pedro 3.22.
8. Esses conceitos de soberania e senhorio sobre tudo e todos são reminiscências da idéia teológica de Jesus, o Messias, como filho de Davi (Lc 20.41-44). Como é sabido, Deus prometeu a Davi a perpetuação de seu trono por meio de seu descendente, o Messias. Por um ato gracioso, o Senhor revelou ao seu servo o futuro de seu reino e gerações (1 Sm 7.11,16,19). No Salmo 110, o salmista, inspirado pelo Espírito Santo, reafirma de modo claro e contundente as grandes verdades ensinadas por Deus a respeito de seu descendente soberano. Não esqueçamos que os apóstolos atribuíam a Davi a função de profeta (At 2.25-28, 30), e, inúmeras vezes, interpretaram os salmos messiânicos, principalmente o 110, em conexão com a vida e ministério de nosso Senhor Jesus Cristo (At 2.34-36), pois está é a tradição que receberam do próprio Cristo em Lucas 20.41-44.
Dominus vobiscum

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