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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 10/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 10/10








Bibliografia

Barrera,J.T.A Bíblia Judaica e A Bíblia Cristã. Introdução à História da Bíblia. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 276.

Brown, R E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004.

Cavalcante, R.; Chevitarese, A. L. Jesus. São Paulo, Abril, 2003.

Chevitarese, A. L.; Cornelli, G.; Selvatici, M. Jesus de Nazaré, uma outra História. SãoPaulo, Annablume/FAPSP, 2006.

Chevitarese, A. L.; Cornelli, G. Judaísmo, Cristianismo e Helenismo. São Paulo, Annablume/Fapesp, 2007.

Crossan, D. O Jesus Histórico. Rio de Janeiro, Imago, 1994.

Ehrman, B. H. O que Jesus disse? O que Jesus não disse? Rio de Janeiro, Prestígio Editorial, 2008.

Gabel, J. B. e Wheeler, C. B. A Bíblia como Li teratura. Uma Introdução. São Paulo:Loyola, 1993.

Horsley,R.Arqueologia, História e Sociedade na Galiléia. O contexto social de Jesus e dos rabis. São Paulo, Paulus, 2000.

Horsley, R. Jesus e o Império. São Paulo, Paulus, 2004.

Meier, J. P. Um Judeu Marginal. Repensando o Jesus Histórico. Rio de Janeiro: Imago,1993.

Renan, E. Vida de Jesus. Porto, Lello e irmão, s.d.

Perrot, C. Jésus. Paris, Presses Universitaires de France, 1998.

 Theissen, G. e Merz, A. O Jesus Histórico. Um Manual.  São Paulo: Loyola, 2002.

Vermes, G. O Autêntico Evangelho de Jesus. Rio de Janeiro, Record, 2006.

Os Autores

André Leonardo Chevitarese 

Nascido no Rio de Janeiro, graduado em História pela Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (1986), continuou seus estudos no mestrado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e doutoramento em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1997).  Participou de pesquisas arqueológicas na Grécia e desenvolve estudos sobre a Antiguidade, com diversos livros, capítulos e livros sobre o Cristianismo e o Jesus Histórico, tendo trazido ao Brasil Dominic Crossan.

Pedro Paulo A. Funari

Nascido em São Paulo,graduadoem História (USP 1981), seguiu para o mestrado em Antropologia Social (USP 1985), doutorado em Arqueologia (USP 1990), Livre-Docência em História (UNICAMP 1996), foi professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP/Assis) (1986-1992), sendo hoje Professor Titular da Universidade Estadual deCampinas (1992 em diante), pesquisador associado da Illinois State University  (Estados Unidos) e Universitat de Barcelona  (Espanha), professor, também, do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da Universidade de São Paulo. Atuou, ainda, como pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam/Unicamp) e no doutorado em Ambiente e Sociedade. Liderou o Grupo de Pesquisa do CNPq, sediado na UNICAMP. Organizou o livro Religiões que o mundo esqueceu  (São Paulo, Contexto, 2009) e publicou diversos artigos relativos às religiões e à religiosidade no mundo antigo.

Imagens

Mapa da Palestina, à época de Jesus(The Gospel According to Mark, commentary by C.F.D. Moule, Cambridge, Cambridge University Press, p. X; ou Geza Vermes, The Passion,  Londres, Penguin, 2005, fig. 1)

Planta de Jerusalém, à época de Jesus  (Vangelo Secondo Marco, a cura di Piero Rossano, Milão, BUR, 1984, p. 11 ou GezaVermes, The Passion, Londres, Penguin, 2005, fig. 2)

Manuscrito do Mar Morto(Millar Burrows, The Dead Sea Scrolls,  Nova Iorque, Viking, 1956, plate IV).

Escavações em Qumran (Millar Burrows, The Dead Sea Scrolls,  Nova Iorque, Viking, 1956, plate V).

Manuscrito do Evangelho de Mateus, do século III d.C. (Linda Woodhead, Christianity, Oxford, Oxford University Press, 2004, p. 8)

Inscrição de Pôncio Pilatus


Sarcófago de Caifás


Barco da Galiléia da época de Jesus



Se algum link das imagens não estiver disponível acesse aqui.



Fonte de referência, estudos e pesquisa:

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 9/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 9/10








Cronologia

27 - a.C. Otávio Augusto Imperador Romano.

6-4 - a.C. Quintilius Varo, legado romano na Síria.

6-4 - a.C. Nascimento de Jesus.

4 - a.C. Morte de Herodes, o Grande.

4 - a.C. – 39 d.C. Heródes Antipas, tetrarca da Galileia.

6–41 d.C. Judeia torna-se província romana governada por um procurador.

6 - Quirino Legado Romano na Síria e nascimento de Paulo, em Tarso (S. Paulo).

14 - 19 de agosto, morte do imperador Augusto.

14-37 - Tibério imperador romano.

15-26 - Valério Grato prefeito da Judéia.

26-36 - Pônico Pilatus prefeito da Judéia.

27-28 - Pregação de João Batista e ministério de Jesus

30 - Crucificação de Jesus.

34-37 - Lapidação de Estevão e conversão de Paulo de Tarso.

36 - Retirada de Pôncio Pilatus para Roma.

37-41 - Calígula imperador romano.

41-54 - Cláudio imperador romano.

41-44 - Herodes Agripa rei da Judéia.

44-66 - Judéia como província romana.

45-52 - primeiras missões de Paulo de Tarso.

64 - 19 de julho, incêndio de Roma e perseguição dos cristãos.

65-67 martírio de Pedro e Paulo em Roma.

66 - revolta judaica na Palestina.

70 - escrita do Evangelho de Marcos e destruição de Jerusalém por Tito, assim como incêndio do Templo de Jerusalém. A Judeia torna-se província romana.

80-90 - escrita dos evangelhos de Mateus e Lucas e do Atos dos Apóstolos.90 Evangelho de João.

95 - Apocalipse.






Fonte de referência, estudos e pesquisa:

sexta-feira, 27 de março de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 8/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 8/10



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O movimento batista estava aberto a estrangeiros e permitia o perdão dos pecados, sem o acordo e mesmo em oposição ao perdão centralizado no Templo de Jerusalém e oficializado pelo ritual do Yom Kipur (dia do perdão), celebrado no dia 10 de mês tishri (setembro/outubro no nosso calendário).
Tudo indica que houve um abandono, após algum tempo, da prática do batismo,por parte de Jesus e seus seguidores. Jesus será, como pregador, muito diferente de João Batista: não se vestirá como o profeta Elias (Marcos 1, 6), sairá do Rio Jordão para pregar ao povo em suas aldeias, não se apresentará como um homem consagrado a Deus (nazir), que deveria abster-se de vinho e fermentados.
Ao contrário, beberá e comerá carne. O próprio Jesus teria dito: “Com efeito, veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘um demônio está nele’.Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘eis aí um glutão e beberrão, amigo de  publicanos e pecadores’” (Mateus 11, 18-19).
Talvez se possa localizar a ruptura com o movimento batista nessa contraposição,em um movimento de afastamento do ascetismo, em direção ao engajamento com os impuros: “não são os que têm saúde que precisam de médicos, mas os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Marcos 2, 17).
Jesus, porta-voz de Deus Jesus era conhecido, em vida, como emissário divino: “E, entrando em Jerusalém, a cidade inteira agitou-se e dizia: ‘quem é este?’ A isso as multidões respondiam: ‘Este é o profeta Jesus, o de Nazaré da Galileia’” (Mateus 21, 10-11). Era chamado de Nabi, traduzido para o grego (e depois para o português) como profeta.
A palavra significa, literalmente, borbulho, aquele que fala como se borbulhasse,como se a fonte das suas palavras fosse Deus, que borbulhava as palavras na boca daquele que era um emissário, um transmissor.
Havia longa tradição de profetas em Israel.
Eram homens que, desde o período dos reis, falavam para o povo, criticavam as autoridades, tanto políticas como religiosas, por se afastarem da justiça e da igualdade, comum a todos os filhos de Deus.
Sua mensagem inseria-se na linha dos antigos profetas de Israel, como um profeta itinerante, que se poderia caracterizar como carismático, para usar o termo difundido pelo sociólogo alemão Max Weber, com a seguinte definição:
“O carisma é uma qualidade de uma personalidade individual, por isso separado das pessoas comuns, pessoa tratada como se dotada de poder e qualidades super-humanas, além da natureza, ou ao menos excepcionais.
Estas não são acessíveis às pessoas comuns, massão consideradas de origem divina ou como modelos e, por isso, o indivíduo é considerado
um líder” (Economia e Sociedade, 3, parágrafo 10). O próprio termo carisma deriva do termo grego kharis, “graça, favor”, um termo muito usado no Novo Testamento. No entanto, a expressão usada para se referir ao carisma de Jesus era outra, exousía, traduzido como “autoridade”: “Os ouvintes ficavam admirados com a sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Marcos 1, 22).
“Ele manda com autoridade até aos espíritos imundos, e obedecem-lhe” (Marcos 1, 27).
A palavra grega exousía designa um tipo de poder, mas não sabemos como essa sua potência mágica era chamada em aramaico. De qualquer modo, esse carisma exercia-se por meio das falas de Jesus, perdidas em sua forma original, em aramaico, mas cujo substrato oral se encontra preservado em muitas frases que parecem diretamente traduzidas da língua semita para o grego. Talvez a mais famosa seja: “o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Marcos 2, 27).
Mas muitas outras, curtas e diretas, ressoam o original aramaico que se perdeu, como: “Convertam-se, porque o Reino do Céu está próximo” (Mateus 4, 17). 
“Se alguém quer ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos” (Marcos 9,34).

“Se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir” (Marcos 3, 25).






Fonte de referência, estudos e pesquisa:

https://www.academia.edu/14777618/Jesus_Hist%C3%B3rico_alguns_trechos

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quinta-feira, 19 de março de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 7/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 7/10



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Este testemunho mostra o caráter popular da pregação do Batista e como o povo, além de acorrer ao profeta, interpretou o rei e a elite como ímpios. Jesus e alguns de seus discípulos pertenceram a este movimento batista, como André e Pedro: “No dia seguinte, João se achava lá de novo, com dois de seus discípulos. Ao ver Jesus que passava, disse: ‘eis o cordeiro de Deus’. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. Jesus voltou-se e, vendo que eles o seguiam, disse-lhes: ‘que estais procurando?’ Disseram-lhe: ‘rabi (que, traduzido, significa mestre), onde moras?’ Disse-lhes: ‘vinde e vede’.         Então eles foram e viram onde morava e permaneceram com ele aquele dia. Era a hora décima, aproximadamente. André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Encontrou primeiramente Simão e lhe disse: ‘encontramos o Messias (que quer dizer Cristo)’. Ele o conduziu a Jesus. Fitando-o, disse-lhe Jesus: ‘tu és Simão, o filho de João; chamar-te-ás Cefas (que quer dizer pedra)” (João 1, 35-42). Eram, pois, membros do movimento batista e batizavam: “Depois disso, Jesus veio com os seus discípulos para o território da Judeia e permaneceu ali com eles e batizava” (João 3, 23).
A purificação pela água era regra ritual do judaísmo da época, com a necessidade de banhos rituais (mikvot) para purificar as pessoas, quando tivessem contatos impuros com estrangeiros, com mortos ou doentes, entre outras situações consideradas impuras.
Contudo, no seio do povo, nem sempre era possível manter tais rigores e o movimento batista se caracterizava pela limpeza do corpo, mas com ênfase nas intenções, não no contato ritual impuro.
Jesus e seus discípulos terão sempre contato com impuros: pecadores, leprosos, não-judeus, prostitutas ou mulheres em situação de impureza.
Isto se explica, em parte, pela origem popular desses movimentos sociais, pois artesãos e camponeses não podia se preocupar tanto com a pureza ritual.






Fonte de referência, estudos e pesquisa:

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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 6/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 6/10



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Em aramaico, a palavra ah era usada para designar um irmão ou um primo, mas em grego, o termo usado, adelphos, restringe-se ao irmão de sangue.
Jesus nasceu no tempo de Herodes (Mateus 2, 1; Lucas 1, 5),   de Belém, na Judeia (Mateus 2, 5-8; Lucas 2, 4-11), ainda que esta informação possa ter sido adicionada posteriormente, para ligar Jesus à casa do rei Davi. De fato, o certo é que Jesus e sua família viviam em Nazaré, na Galileia (Mateus 2, 23; Lucas 2, 39). Não se pode saber quando surgiram as tradições referentes à concepção de Jesus pelo Espírito Santo (Mateus 1,18-20; Lucas 1, 26-38), mas elas estão ausentes de Marcos. O movimento batista e Jesus na Palestina, à época de Jesus, pululavam os movimentos sociais, de caráter religioso, voltados às insatisfações e agruras, em especial das pessoas humildes.
O domínio romano, em todo o Império, estabelecia clivagens entre aqueles que se beneficiavam da associação com Roma – as elites – e as pessoas excluídas e queixosas da situação social em que se encontravam.           Roma adotava, havia muitos séculos, uma política de alianças com os grupos dominantes locais, visando à sua incorporação ao exercício do poder, sentido da palavra imperium.
Na Palestina, os judeus constituíam uma população heterogênea, comum a aristocracia, ligada ao Templo de Jerusalém, em sintonia com o império, mas também com amplas massas camponesas excluídas.
Os camponeses, artesãos e pobres em geral inspiravam-se nos antigos profetas de Israel, que se opunham à opulência dos sacerdotes e hierarcas ligados ao Templo de Jerusalém. O escritor judaico-romano, Flávio Josefo (37-101 d.C) menciona João Batista e sua morte, provavelmente em 28 d.C.: “Alguns judeus pensavam que a destruição do exército de Herodes veio de Deus, de forma justa, como punição pelo que ele havia feito contra João, chamado Batista: pois Herodes o matara, ele que era um homem bom e pregava para que os judeus praticassem a virtude, tanto pela justiça de uns para com os outros, como pela reverência a Deus, para isso vindo ao batismo.             Esta lavagem era aceita por ele, não se fosse para terem alguns pecados perdoados, mas para a purificação do corpo.
A alma devia estar purificada antes pela retidão.
Quando muitos vieram em multidão até João, movidos por suas palavras, Herodes, que temia a grande influência de João sobre o povo, o que permitiria que estimulasse uma revolta (pois pareciam prontos a fazer o que ele dissesse), pensou ser melhor matá-lo.
Isto impediria qualquer ação contrária causada por João e não traria dificuldades para o rei, que poderia arrepender-se muito tarde de tê-lo deixado vivo. Assim,foi aprisionado em Maquerus, castelo que mencionei antes, e morto. Os judeus consideraram que a destruição do exército de Herodes foi uma punição, para mostrar o desagrado de Deus” (Antiguidades Judaicas  18, 5, 2, parágrafos 116-119).




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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 5/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 5/10



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Quem se esquece de um milagre? Neste contexto, começa-se a compreender como a vida de Jesus foi escrita décadas depois de sua pregação.
De início, tudo era lembrado e contado em aramaico, apenas oralmente, pelos primeiros seguidores analfabetos de Jesus. Contudo, não foram eles que escreveram os Evangelhos: foram falantes de língua grega que não tinham conhecido Jesus ao vivo, apenas o Cristo após a Ressurreição. Jesus foi um homem crucificado, mas seus seguidores acreditaram que ele ressuscitou e subiu aos Céus, tendo ganhado, após sua morte, um novo nome: Cristo, que em grego quer dizer “ungido” por Deus, tradução de Messias, em hebraico.             Nunca, em vida, Jesus foi chamado de Cristo ou Messias, mas, após sua morte, no relato da sua vida, ele passou a ser chamado com os dois nomes: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Marcos 1, 1).    Isto significa que toda a memória sobre a vida de Jesus foi conformada pela crença na Ressurreição de Jesus e na sua  divindade.
Não sabemos se teria havido escritos em aramaico com ditos e relatos da vida de           Jesus.
O que parece mais seguro é a existência de escritos com recordações de Jesus traduzidas para o grego, já quando a nova fé começou a expandir-se fora da comunidade judaica da Palestina.

3 - A vida de Jesus

A infância de Jesus

O Evangelho de Marcos não menciona nada sobre a infância de Jesus, pois sua narrativa começa com o batismo no rio Jordão: “aconteceu, naqueles dias, que Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão” (Marcos 1, 9).
Isto significa que os seus seguidores imediatos deviam ter poucas informações sobre a vida pregressa de Jesus ou consideravam pouco importante tudo que antecedeu o seu encontro com o movimento batista.
O mesmo se pode dizer do último Evangelho, pois João também inicia o relato da vida de Jesus com João Batista (João 1, 29).
Mas há outras informações, fornecidas mesmo no Evangelho mais avaro de Marcos, quando relata uma estada de Jesus em sua aldeia: “Saindo dali, foi para sua pátria e os seus discípulos o seguiram. Vindo o sábado, começou ele a ensinar na sinagoga e numerosos ouvintes ficavam maravilhados, dizendo:
‘De onde lhe vem tudo isso? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais milagres por suas mãos? Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?” (Marcos 6, 1-3). A historieta pode parecer ilógica, se Jesus tivesse vivido toda sua vida adulta em Nazaré, mas não sabemos quanto tempo antes do seu encontro com o Batista Jesus tinha deixado a sua cidade.
De todo modo, ficamos sabendo o nome da sua mãe Maria, sua profissão ou a de seu pai – pois Mateus 13, 55 menciona neste episódio que ele era “o filho do carpinteiro”, assim como o nome de seus parentes.





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domingo, 19 de janeiro de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 4/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 4/10



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A carta bem datada mais antiga é a Primeira aos Tessalonicenses, escrita entre 50 e 51, uns vinte anos após a morte de Jesus.
Paulo, contudo, não parece ter conhecido pessoalmente Jesus e pouco nos fala sobre a vida do nazareno. Por fim, o livro do Apocalipse consiste em uma visão profética do futuro etampouco se volta para o Jesus da Galileia.
Portanto, as fontes principais sobre a vida de Jesus são os Evangelhos.
Os Evangelhos:

Jesus falava o aramaico, uma língua semita, aparentada ao hebraico.
Assim: “E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço, e os que choravam muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: por que vos alvoroçais e chorais? Amenina não está morta, mas dorme. E riram-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi  – que, traduzido, é: menina, a ti te digo, levanta-te. E logo a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto” (Marcos 5, 38-42).
Esta é uma das poucas passagens que reproduzem palavras originais de Jesus em sua língua. Talita significa “fresca”, pois era uma menina ainda, não era uma mulher adulta.
No entanto, já aqui se põe um problema, pois o termo grego usado no trecho para traduzir, "paidion", significa criança de ambos os gêneros.
Neste caso, temos a frase original, mas em todos os outros contamos apenas com o grego, língua que, ao que se sabe, Jesus nunca falou.
Como as palavras de Jesus, em aramaico, acabaram, décadas depois, sendo registradas nos Evangelhos? Antes de tudo, convém lembrar como as pessoas se relacionavam com a memória na Antiguidade.
A alfabetização não era expandida e a maioria das pessoas era analfabeta e mesmo as que dominavam a escrita nela não se fiavam para se lembrar do que liam.
Os livros já existiam, mas eram rolos que eram desenrolados para que pudessem ser lidos.
Era, portanto, impossível fazer uma consulta a passagens de obras, como se pode fazer com livros impressos e, mais ainda, com documentos digitais.
Hoje, e há já alguns séculos, estamos acostumados a consultar escritos, quando queremos nos informar ou mesmo rememorar algo que já lemos. Nada disso ocorria naquela época.
As pessoas decoravam, tendo lido ou ouvido um texto, e podiam reproduzir longas passagens, para não dizer obras inteiras e imensas. Em Lucas (4, 16-18), diz-se que: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: o Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração”.
Muitos estudiosos modernos ponderam que o que se chama de sinagoga, palavra grega, representa, no caso de uma aldeia de 300 pessoas, como Nazaré, apenas uma casa usada para a reunião da comunidade.
Este, aliás, o nome da sinagoga em hebraico: "beitknesset",  casa de reunião. Não se sabe se haveria rolos com a Bíblia hebraica, mas, mesmo que houvesse, quem saberia ler? A passagem, contudo, sugere que Jesus tenha citado de cabeça Isaias 61.
Isaias era um dos profetas populares que defendiam os pobres, em versos que mais se assemelham a nossas canções rimadas populares.
Quem escreveu o Evangelho de Lucas, décadas depois, não conhecia de primeira mão as comunidades galiléias e, assim como em outras passagens, introduz detalhes, na narrativa, que refletiam a realidade das cidades gregas na qual se difundia o cristianismo.
Um segundo aspecto da memória antiga deve ser recordado, para além da capacidade de decorar frases: seu caráter subjetivo e religioso. A memória é sempre subjetiva e estamos sempre sujeitos a recordar determinados momentos da vida, manter certas frases e situações e a esquecer e suprimir outras.
Estes mesmos mecanismos fizeram com que os seguidores de Jesus recordassem episódios e ditos de Jesus, assim como suprimissem outros.
Isto garantiria a preservação, ainda que alterada pela experiência posterior, de muitas experiências com o nazareno.
Dentre os mecanismos de preservação e supressão, sobressaiam as crenças e convicções dos antigos, que não estavam sujeitas aos critérios da ciência moderna, que, claro, não existia naquela época. Muitos milagres são mencionados nos Evangelhos, como a cura da menina que acabamos de reportar.
       Tais episódios constituem experiências fortes e, portanto, inesquecíveis. 


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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 3/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 3/10



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2 - Como conhecer o Jesus histórico

As fontes:

A História se faz com documentos. O passado já não existe e apenas podemos conjecturar a seu respeito por meio de testemunhos, diretos ou indiretos, materiais ou imateriais. Os estudiosos costumam denominar documentos a tudo o que permite inferir algo: são as fontes de informação.
A própria palavra fonte é uma metáfora, como se algo fosse comparável à água que brota e que nos dá de beber.
No caso da vida de Jesus de Nazaré.
Há diversos tipos de fontes: os manuscritos do Novo Testamento; as escavações arqueológicas; as descobertas de Qumran (manuscritos do Mar Morto) e de Nag Hammadi, no Egito; os escritos judaicos; e os testemunhos de fora do ambiente judaico-cristão.
Comecemos pelas mais conhecidas, os vinte e sete livros do Novo Testamento. Estes livrossão os mais difundidos no mundo e no Brasil, disponíveis nas casas, mas também emquartos de hotel, vendidos, mas também distribuídos de forma gratuita e, hoje, disponíveison-line na internet. Pode dividir-se o Novo Testamento em quatro categorias:

1. Relatos da vida de Jesus: os Evangelhos Mateus (Mt) Marcos (Mc) Lucas (Lc) João (Jo) 2.

Livro Histórico
Ato dos Apóstolos (At) 3.

Epístolas ou Cartas de Paulo aos Romanos (Rm), Paulo aos Coríntios, Primeira Carta (1 Cor), Paulo aos Coríntios, Segunda Carta (2Cor), Paulo aos Gálatas (Gl), Paulo aos Efésio (Ef), Paulo aos Filipenses (Fl), Paulo aos Colossenses (Cl), Paulo aos Tessalonicenses, Primeira Carta (1Ts), Paulo aos Tessalonicenses, Segunda Carta (2 Ts)Paulo a Timóteo, Primeira Carta (1 Tm), Paulo a Timóteo, Segunda Carta (2 Tm), Paulo a Tito (Tt), Paulo a Filemon (Fm), Carta aos Hebreus (Hb), Carta de Tiago (Tg), Carta de Pedro, Primeira (1Pd), Carta de Pedro, Segunda, (2 Pd). Carta de João, Primeira (1 Jo), Carta de João, Segunda (2 Jo), Carta de João, Terceira (3 Jo) 9, Carta de Judas (Jd) 4.
 Profético

Apocalipse (Ap)


Os Evangelhos são relatos da vida de Jesus e constituem fonte primária para nosso conhecimento do nazareno. O nome “evangelho” significa “boa notícia” e se refere à vinda de Jesus como salvador da humanidade. Estes livros foram escritos em grego, diversas décadas depois da crucificação de Jesus, a partir de 70 d.C., o primeiro deles o mais curto, de Marcos, considerado o testemunho mais fidedigno. Marcos, Mateus e Lucas são chamados de sinóticos, que em grego significa “com a mesma visão”, pois seus relatos são paralelos e seguem fontes comuns.
O Evangelho de João segue caminhos próprios e foi escrito mais tarde, entre 90 e 110 d.C.
O Ato dos Apóstolos é um relato histórico dos primeiros seguidores de Jesus e deve ter sido escrito entre 64 e 85 d.C.
        As cartas ou epístolas constituem um gênero literário próprio, referente à correspondência entre os primeiros cristãos. As cartas de Paulo são os mais antigos documentos que sobreviveram, tendo sido escritas entre os anos 40 e 60 d.C., antes, portanto, do mais antigo Evangelho que conhecemos (Marcos).






Fonte de referência, estudos e pesquisa:

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sábado, 4 de janeiro de 2020

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 2/10

Jesus histórico - Uma breve introdução - Parte 2/10



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5. Conclusão: o Jesus Histórico e o Cristo da fé

Agradecimentos

Referências

Cronologia

Bibliografia

Os Autores

1. Introdução: Jesus, um homem

Poucos personagens históricos tiveram tanta repercussão, por tanto tempo, como Jesus de Nazaré. No início do terceiro milênio – ou seja, tendo como ponto de partida esse mesmo Jesus, cujo nascimento marca o início da Era Comum adotada em todo o mundo – cerca de um terço da humanidade, mais de dois bilhões de pessoas, professam a fé cristã e se reportam, portanto, ao homem de Nazaré.
No Brasil, mais de 150 milhões declaram-se cristãos. Pelo critério do número de seguidores, Jesus ultrapassa, de longe, outros líderes,como Maomé, cujos seguidores são hoje mais de um bilhão e quinhentos milhões. Jesus, à diferença de Maomé (570-632 d.C.), não deixou nada escrito e, neste aspecto, está mais próximo do filósofo grego Sócrates (470-399 a.C.) ou de Sidarta Gautama (624-544 a.C.), chamado por seus seguidores de Buda.
O filósofo iluminista francês e agnóstico Voltaire(1694-1778) afirmou sobre Jesus algo chocante, mas que continua, em grande parte, válido: “Jesus de Nazaré foi um judeu obscuro, proveniente da raia miúda; ele foi crucificado por blasfêmia, no tempo do imperador romano Tibério, sem que se possa saber
em qual ano”.
Este livro procura mostrar como Jesus de Nazaré, o homem que viveu há dois mil anos, um personagem histórico, pode ser estudado e conhecido. Não se busca, aqui,abranger o cristianismo, a religião que se originou, de alguma forma, do homem de Nazaré,a não ser na medida em que a confissão cristã influiu na pesquisa sobre o Jesus histórico. Nossa meta é mostrar o que se sabe e quais as discussões, por parte dos estudiosos, sobre a vida de Jesus.
Nesta viagem, convidamos o leitor a mergulhar em algumas das mais fascinantes histórias. Muitas delas estão conosco até hoje, na forma de parábolas, imagens,rituais e comportamentos coletivos e individuais.
Tantas vezes nos pegamos a falar em “separar o joio do trigo”, ou a hesitar a “atirar a primeira pedra”, ou ainda a “lavar as mãos”. Estas e outras passagens da vida de Jesus estão conosco até hoje e indicam o início de nossa caminhada pela vida do Nazareno.



Fonte de referência, estudos e pesquisa:

https://www.academia.edu/14777618/Jesus_Hist%C3%B3rico_alguns_trechos

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