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domingo, 7 de fevereiro de 2021

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação





 A Fase da “Distensão”: 1969-1979

Muitos autores defendem que só se pode falar em Guerra Fria até o final dos anos de 1960, uma vez que a fase que se segue é apenas um concerto entre as duas Superpotências. Outros preferem chamar essa fase de “Segunda Guerra Fria”, pois é o momento em que as duas Superpotências transferem sua competição para o chamado Terceiro Mundo (Vietnã, Angola, Afeganistão, Líbia, entre outros).

Se a década de 1960 fez transparecer uma perda de poder dos soviéticos, a década de 1970 assinalava uma perda do domínio norte-americano e seu relativo isolamento: na Guerra do Vietnã (1959-1975) e na Guerra do Yom Kippur (1973), os EUA não receberam ajuda europeia. A crise do petróleo parecia sugerir enfraquecimento no domínio internacional dos EUA, enquanto fez os preços das jazidas de petróleo e gás natural da URSS quadruplicarem. Entre 1974 e 1979, regimes na África, na Ásia e na América Latina começaram a ser atraídos para o lado soviético. Além disso, o escândalo envolvendo a administração Richard Nixon (Watergate) causou uma certa desordem na presidência dos EUA.

Quatro fatos são relevantes nessa fase:




1)
O concerto americano-soviético, que anunciava a flexibilização deliberada no relacionamento das duas Superpotências:

·   os planos SALT (Strategic Arms Limitation Talks) congelaram por cinco anos o desenvolvimento e a produção de armas
 estratégicas e o controle sobre mísseis intercontinentais e lançadores balísticos submarinos;

·   os encontros pessoais, entre 1972 e 1974, dos dois chefes de Estado reativaram fluxos comerciais e financeiros estagnados, como aqueles entre a URSS e os países capitalistas ocidentais (de 1970 a 1975, as exportações ocidentais para a URSS quadruplicaram).







2)
Consciência da diversidade de interesses no Sistema Internacional:
· a confirmação da vocação integracionista da Europa: a Europa dos Seis de 1957 (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) passa a ser a Europa dos Nove em 1973 (com a adesão da Grã-Bretanha, Dinamarca e Irlanda), matriz do que viria a ser, duas décadas depois, o núcleo de poder da União Europeia: criava-se uma alternativa ao sistema bipolar, mas não da forma harmônica e autônoma que qualificara a hegemonia coletiva europeia do século XIX;
· a América Latina aproveita o clima da détente para a sua reinserção internacional: com a crise da liderança norte-americana na região, as relações internacionais são desideologizadas em seus países mais importantes, como Brasil, México e Argentina, que passam a adotar linhas de condutas próprias nos negócios internacionais;

. quatro grandes Atores na Ásia desenvolvem capacidades de defesa de interesses próprios na agenda internacional: Vietnã, Índia, China e Japão. Destaque para a República Popular da China, a China comunista, que rompe com o seu isolacionismo e retorna ao sistema internacional na década de 1970 (inclusive passando a assumir a cadeira chinesa no Conselho de Segurança da ONU em 1971), recusando a hegemonia soviética e ensaiando uma aproximação com os EUA, e para o Japão, que iniciava sua caminhada para se tornar a segunda economia do planeta.







3)
Esforço de construção de uma nova ordem econômica internacional pelos países do Terceiro Mundo para a redução da dependência com relação aos centros hegemônicos de poder:
· reforço das ilusões igualitaristas dos países afro-asiáticos: irrompem tentativas dos países do Sul de estabelecerem um diálogo sólido com o Norte;

· a África como um todo e parte da América Latina e da Ásia buscam afirmar o conceito de Terceiro Mundo nas relações internacionais;

· as dificuldades de diálogo encontradas na década de 1960, no âmbito das sessões da Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), levaram o Terceiro Mundo a propor a Declaração e o Programa de Ação sobre o Estabelecimento de uma Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI), convertida em Resolução da ONU em 1979.

  







4)
Crise energética e financeira, que testou o grau de adaptabilidade do capitalismo:
·   os choques do petróleo em 1973 e 1979 tornam o Sistema Internacional da détente vulnerável e abalam os componentes da produção, do comércio e das finanças internacionais;

·    a crise de conversibilidade do dólar, pondo fim ao sistema monetário de Bretton Woods: diminuição da importância da economia dos EUA e elevação das taxas de juros internacionais, anunciando o desastre para as economias que haviam orientado a sua inserção nas relações econômicas internacionais pela via do endividamento externo, como o Brasil, o México e a Argentina;

·    os países árabes, detentores do petróleo, tornam-se Atores de relevo no sistema internacional, passando a reivindicar posições-chaves no planejamento das atividades econômicas em escala global;

·    aceleração do processo de globalização dos mercados: as empresas, em reação à estagnação da produção de bens, à inflação dos preços e ao custo energético, desenvolvem novos processos de produção de bens e de organização do mundo do trabalho e do consumo, o que acabará por provocar uma revisão dos próprios papéis dos Estados nacionais na política internacional; o surgimento de uma nova economia sustentada na concentração de inteligência e na robótica, criando um novo paradigma tecnológico-industrial (momento também conhecido como “Terceira Revolução Industrial”).

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