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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O JESUS ISLÂMICO...

O JESUS ISLÂMICO (PARTE III - FINAL


JESUS NA LITERATURA ISLÂMICA

A literatura islâmica que fala acerca de Jesus, pode ser encontrada na forma de provérbios e histórias que lhe são atribuídas. Da mesma forma que Jesus têm um status elevado no Corão, seus provérbios e histórias também têm no universo muçulmano.
 
Provavelmente estas histórias surgiram no primeiro século e meio da história islâmica, com o objetivo de complementar os ensinamentos éticos do Corão.

Jesus é sempre identificado como um profeta muçulmano. Algumas histórias o mostram recitando o Corão:
Disse Jesus: " filho de Adão, se fizerdes uma boa ação, tentais esquecê-la, para ela permanecer com Aquele que não a esquecerá." Então recitou o seguinte versículo corâmico: " Não esqueceremos a recompensa daquele que faz uma boa ação. Se cometerdes uma má ação, que ela permaneça bem diante de vossos olhos."(provérbio do oitavo século d.C.)
Encontraram-se João e Jesus, e João disse: "Pede perdão a Deus para mim, pois é melhor do que eu." Respondeu Jesus: " És melhor do que eu. Eu declararei que a paz esteja comigo, enquanto Deus declarou que a paz esteja contigo.." Deus reconheceu o mérito dos dois.[1] (meados do século nono d.C.)

Outras o mostram rezando a maneira muçulmana e outras o mostram peregrinando para Meca:
Jesus passou, gritando em obediência a Deus; "Eis-me aqui, vosso escravo, filho de vossa escrava, filho de vosso escravo." Perante ele passaram setenta profetas, montando camelos com cabrestos feitos de fibras, até que rezaram na mesquita de Khayf. [2] (meados do nono século d.C.)

Nestas histórias, Jesus não é apresentado de forma coerente, pois elas foram escritas em diversas épocas [3] e por diferentes correntes do Islam. por vezes revela-se tradição radicalmente asceta dos sufis[4], que adotaram Jesus como um dos seus grandes heróis espirituais:
Disse Jesus aos discípulos: "Eu gostaria que comêsseis pão de cevada e fugísseis do mundo em segurança e paz. Em verdade vos digo, a doçura deste mundo é a amargura do mundo além, e a amargura deste mundo é a doçura do mundo além. Os verdadeiros adoradores de Deus não são aqueles que vivem em conforto. Em verdade vos digo, o pior entre vós em ato é o que ama este mundo e o prefere à conduta certa. Se pudesse, faria todas as pessoas agirem do mesmo modo que ele."
Dizia Jesus: " Em verdade vos digo, comer pão de trigo, beber água pura e dormir em montes de esterco com os cães é mais que suficiente para aquele que deseja herdar o paraíso."
Jesus costumava comer folhas de árvores, vestir camisas de crina e dormir onde quer que a noite o encontrasse. Não teve filhos que pudessem morrer, nem casa que pudesse cair em ruína; não poupava o seu almoço para o jantar ou o jantar para o almoço. Dizia sempre: "Cada dia traz consigo o seu próprio sustento." (meados do nono século d.C.)
disse Jesus a seus companheiros: "Deixa-vos passar fome e sede, ficai nus e exauri-vos, para que os vossos corações conheçam  Deus Todo -Poderoso." (décimo primeiro século d.C.)

Por vezes, nestas histórias, Jesus é mostrado tendo uma atitude quietista:
Disse Jesus: " Conversai muito com Deus, conversai pouco com as pessoas." Perguntaram-lhe: "Como conversamos muito com Deus?" Jesus respondeu: "Conversai com Ele em solidão, rezai a Ele em solidão." (décimo primeiro século d.C.)

Por vezes mostra Jesus em uma situação de crítica política e social:
Jesus encontrou Satanás conduzindo cinco jumentos carregados. Jesus perguntou-lhe o que eram aquelas cargas e Satanás respondeu: " mercadoria para a qual estou procurando compradores." "Qual é essa mercadoria?", perguntou Jesus. " Uma é opressão", respondeu Satanás. "Quem compra?" perguntou Jesus. "Os governantes", ele respondeu. "E a segunda é a soberba." "Quem compra?", perguntou Jesus. "Os notáveis provincianos", ele respondeu. "E a terceira é a inveja." "Quem compra?", perguntou Jesus. "Os sábios religiosos", ele respondeu."E a quarta é a desonestidade."  "Quem compra?", perguntou Jesus. " Os agentes dos mercadores", ele respondeu. " E a quinta é a malícia." " Quem compra?", perguntou Jesus. "As mulheres", ele respondeu. (décimo quinto século d.C.)

Mas sempre será mostrado como um Jesus humano, com quem Deus fala e por quem Deus se manifesta; sempre com uma autoridade inquestionável. Em várias passagens aparece sendo chamado de "Verbo e Espírito de Deus". Aparece dando conselhos médicos, curando doentes e ressuscitando mortos, ensinando, dialogando com animais e objetos inanimados como montanhas, ossos, etc.

Muitas histórias mostram clara influência bíblica e de textos cristãos apócrifos devido a grade conversão de cristãos não ortodoxos ao Islam, no primeiro século de existência muçulmana.

Estas histórias[5], são o registro único de como uma expressão religiosa adotou a figura central de outra, vindo integra-la como participante de sua própria identidade.


CONCLUSÃO

Mesmo sendo religiões monoteístas e afirmarem possuir sua gênese no patriarca Abraão, Cristianismo e Islamismo, são incompatíveis. Mesmo havendo algum esforço para o entendimento através de diálogos inter-religiosos, uma solução rápida é improvável, pois ambas as religiões consideram a outra como sendo heresia. Para o Islamismo a Bíblia é um livro adulterado e superado pelo Corão, por mais que honrem à Jesus, este não passa de um mero coadjuvante de Muhammad. Jesus não é divino e jamais afirmou ser, sendo o Apóstolo Paulo e o Cristianismo, o inventores desta ideia.
Os cristãos tem que estar preparados para dar a razão de sua esperança, o debate abaixo mostra como deve ser o comportamento de um cristão diante a argumentação muçulmana.
 
Notas:
[1] Este João é o batista, que também possui destaque na literatura islâmica. A expressão "eu declararei que a paz esteja contigo" é uma referência ao Corão 19.33 e o próprio Deus declarando que a paz estivesse com João está no Corão 19.15.

[2] A mesquita de Khayf fica em Mina, nos arredores de Meca, a literatura islâmica também relata Moisés rezando nesta mesquita. cabrestos de fibras de palmeiras eram usados por delegações que homenageavam Muhammad.

[3] Os primeiros provérbios são do século oitavo d.C. e os mais recentes são do século décimo oitavo d.C.

[4] Os sufis eram os ermitões muçulmanos, viviam separados da sociedade e não tinham nenhum apego as coisas materiais.

[5] Existem cerca de 300 histórias muçulmanas sobre Jesus que reunidas formam o chamado "Evangelho Muçulmano."
 
Referência Bibliográfica:

KHALIDI, Tarif (org.). O Jesus Muçulmano, Provérbios e Histórias na Literatura Islâmica. 1. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2001.

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