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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Satanás: A origem do Diabo está na Bíblia?

Satanás: A origem do Diabo está na Bíblia?

Pergunta levantada em uma aula de Escola Bíblica a respeito de um assunto que realmente não é muito discutido atualmente nas igrejas em geral: Afinal, de onde veio Satanás, o Diabo? Onde na Bíblia é mencionado a respeito de sua origem? Quem ele é realmente? Se ele é um anjo caído, onde aconteceu essa queda, já que Gênesis começa contando a história do homem? E se ele é um anjo, como pode ter essa imagem monstruosa que costumamos ver reproduzida?
A queda de Satanás, em lápis de Gustave Doré
ATENÇÃO! É bom lembrar que existem diversas visões de teólogos e religiosos em geral a respeito da origem e da forma de atuar do inimigo de nossas almas, mas não há um consenso total, além de muitos detalhes que só são possíveis de se assimilar por inferência, de maneira que vamos apresentar aqui a estrutura de pensamento que julgamos mais crível, aceitável e coerente de acordo com a Bíblia e o que Ela ensina. Se este assunto é de seu interesse, acompanhe nosso estudo.
De onde ele veio?
Ezequiel , o profeta de Deus, levanta profecias, advertências e uma lamentação contra o rei de Tiro, metrópole da antiguidade que era a capital da Fenícia, uma nação cujo comércio através navios havia tornado a cidade uma das mais ricas e opulentas daquela época, mas também orgulhosa e mesquinha, situação espelhada na pessoa de seu rei, como podemos ver nos escritos do profeta. São profecias cumpridas, uma vez que a Tiro da idade antiga caiu sob domínio de Alexandre da Macedônia e foi perdendo sua importância ao longo dos anos, ficando em seu lugar a cidade de Sur, hoje no Líbano. Mas a descrição do lamento sobre o rei de Tiro, em Ezequiel 28:12-15, não parece se tratar dele ou de qualquer outro homem, mas de uma criatura diferente:


Querubins são uma classe de anjos responsáveis pela guarda angelical e pelos mistérios de Deus. Satanás era um deles antes de sua queda.
13 – Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados.
14 – Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.
15 – Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti.
É certo e óbvio que o rei de Tiro não poderia ter estado no Éden, nem fora querubim da guarda do próprio Deus, não morou no monte santo do Altíssimo, tampouco era um ser perfeito. Essa descrição não bate com nenhum ser humano, de forma que tudo indica que Ezequiel está descrevendo um anjo de alta patente diante de Deus que vivia num Éden um pouco diferente do que conhecemos, um jardim no monte santo de Deus, feito não de plantas, mas de pedras preciosas. Ezequiel continua com sua lamentação em 28:16.
16 – Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; (…)
Agora sim parece falar do rei daquela riquíssima cidade. É importante notar que nesse capítulo se menciona que o rei de Tiro já se achava um deus, ou pior, se achava Deus (Ezequiel 28:2), assim como teria acontecido com o querubim da guarda. Continuando do versículo 16 ao 19:
(…) pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras.
17 – Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem.
18 – Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam.
19 – Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; vens a ser objeto de espanto e jamais subsistirás.
Veja que o final do versículo 16 já se dirige novamente ao querubim da guarda e o 18 se refere a uma autoridade (possivelmente humana) que será humilhada diante dos povos, enquanto os versículos 17 e 19 podem se referir a ambos.
O que podemos inferir deste texto é que Ezequiel faz um paralelo entre a queda do querubim da guarda à queda do rei de Tiro, uma vez que ambos foram levados à derrocada por seu orgulho exacerbado, já que, ao invés de glorificarem a Deus com todas as dádivas que receberam, se encheram de um orgulho próprio tão grande a ponto de acharem que poderiam ser iguais a Deus e se assentar no seu trono. O que se vê aqui é a descrição de Satanás antes da queda, cheio de sabedoria, beleza e uma referência em perfeição, a criação máxima do Todo-Poderoso.
O profeta Isaías também parece se referir à queda deste “querubim da guarda”. Isaías 14:12-14 nos diz o seguinte:
12 – Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!
13 – Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte;
14 – subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
É um trecho um pouco controverso, já que o capítulo falava sobre a queda da Babilônia e o versículo pode se referir a este evento. Mas, assim como Ezequiel, é possível que Isaías estivesse fazendo uma comparação entre um rei soberbo e o anjo que perdeu sua glória, aqui chamado de “Lucifer“.
Onde ele habitava?
Satã, por Gustave Doré (in O Paraíso Perdido, de Milton)
Para muitos teólogos e estudiosos do assunto, entre os versículos 1 e 2 do capítulo 1 de Gênesis, há um hiato de tempo não mencionado nesse livro, mas sim em Apocalipse. Lembremos que o nome desse livro significa “Revelação”, logo, não diz apenas a respeito de eventos futuros, mas nos revela eventos acontecidos na Eternidade, onde tempo e espaço não existem. O versículo de Gênesis 1:1 diz que Deus criou os céus e a terra, mas o versículo seguinte já diz que a Terra era sem forma e vazia. Se os versículos estão em ordem cronológica, podemos deduzir que uma “primeira Terra” criada por Deus, onde se encontrava o monte santo de Deus e um primeiro Éden, o de pedras preciosas, sofreu algum cataclisma que a deixou  sem forma e vazia. É até possível especular (veja bem: ESPECULAR) de que essa seria a terra habitada por dinossauros e que tal cataclisma, da queda do querubim da guarda, tenha levado á destruição de tudo que existia nesta primeira Terra.
Uma vez que o querubim da guarda caiu, teria perdido sua glória, seu “brilho”, e deixado de ser um anjo de Deus. Em Apocalipse 12 lemos uma descrição de um dragão terrível no céu, que arrasta a terça parte das estrelas e as lança na Terra. Este dragão intenta atacar uma mulher (representação de Israel) que está prestes a dar a luz a um filho (representação de Jesus), mas falha e acaba se confrontando com o arcanjo Miguel, o líder dos exércitos angelicais. Nessa batalha o dragão é derrotado e lançado na Terra. O texto descreve, a partir do versículo 7:
O dragão, a cultura ocidental, representa a ganância. Na cultura oriental, entretanto, simboliza vitalidade e boa sorte.
7 – Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;
8 – todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.
9 – E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
Assim, as estrelas arrastadas seriam os anjos que se uniram ao dragão, aqui já chamado de diabo e Satanás, em sua rebelião contra Deus e, uma vez derrotados, foram lançados na terra, o que teria desencadeado o cataclisma que teria deixado a Terra sem forma e vazia. Corrobora com isso as descobertas científicas a respeito da idade do planeta. Estudos comprovam que a Terra tem milhões de anos, além de encontrar fósseis de animais e vegetais gigantes, mas nenhum desses fósseis é de um ser humano. Toda essa criação primitiva teria passado por uma terrível catástrofe que matou toda forma de vida, enquanto a água cobriu a face do planeta, agora envolvido em trevas.
A raça humana, por outro lado, teria pouco mais de 6.000 anos, considerando inclusive a cronologia bíblica. Ela passa a existir a partir do momento que Deus recria a Terra. Assim, com uma terra agora ocupada pelo ser humano, o ex-querubim da guarda, agora o diabo, passaria a agir para tentar impedir ou atrapalhar o plano de Deus em relação ao homem, criado à imagem e semelhança de Deus.
Onde ele habita agora?
Embora seja já um conceito popular, não é certeza que o atual reino do diabo seja o inferno. Afinal, a morte eterna, a condenação  final, inclui ele e seus anjos, que passam a ser chamados de demônios, fadados ao lago de fogo e enxofre, a segunda morte. Convencionou-se chamar de inferno o Hades, “lugar dos mortos”, onde ficam as almas condenadas depois da primeira morte enquanto aguardam o julgamento e a segunda morte.
Temos um indício de que a morada do diabo e dos demônios seja a atmosfera do nosso planeta, também chamada de Primeiro Céu. Em Efésios 2:2, o apóstolo Paulo, que teve experiência de arrebatamento a diversos níveis de céu (II Coríntios 12:2), dá uma denominação curiosa a respeito de Satanás:
“…nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;”
Se ele diz isso a respeito do diabo, é bastante plausível que a morada dos demônios seja mesmo o firmamento, o Primeiro Céu, bem próximo ao nosso plano de existência. Convém também notar que no segundo dia da criação, quando é criada a atmosfera (Genesis 1:7), Deus não pronuncia a palavra “bom” ou “muito bom”, como acontece em todas as demais etapas de criação.
O diabo luta contra Deus?
As representações pictográficas do diabo não o apresentavam como um monstro hediondo, isso até a baixa idade média. No máximo, era retratado como um anjo de asas negras ou de morcego (Le génie du mal, de Guillaume Geefs)
Deus é perfeito, onipotente, onipresente, onisciente, eterno e Senhor de tudo que existe. A relação de poder de Deus comparado ao do diabo é infinita, já que o poder do diabo não se compara ao de Deus. Assim, não há lógica dizer que o diabo guerreia contra Deus, seria como esmagar uma mosca com uma pá. Paulo, em Efésios 6, nos dá uma dica a respeito de contra quem Satanás guerreia:
11 – Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
12 – porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e simcontra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Sem dúvida que Satanás foi testemunha ocular da criação. Ele viu como Deus reorganizou a Terra do caos original e criou todas as coisas. Também viu como o homem foi criado, como recebeu o sopro de vida em suas narinas, como recebeu autoridade do próprio Deus sobre toda a natureza, como foi formada a mulher e entregue ao homem, a vida de ambos no maravilhoso jardim e o mais importante, a ordem de Deus sobre a Árvore do Conhecimento do bem e do mal e seu fruto proibido. Naquele momento Satanás deve ter se revolvido de ciúmes ao ver outro ser de posse de seu domínio perdido. Desde esse momento, seu objetivo passou a ser a queda do homem, que viria através do mesmo erro do anjo caído: o orgulho, o desejo de ser igual a Deus. Se valendo da serpente, Satanás tenta Eva com a mesma motivação que sempre teve, como podemos ver em Genesis 3:4-5.
4 – Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.
5 – Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.
Com a queda do homem, Satanás ficou novamente com o governo da Terra, sendo chamado de “príncipe deste mundo“. Sua luta é contra o homem, com o objetivo de fazer com que ele reflita não a glória de Deus e sua imagem, mas sim uma natureza caída, decadente e afastada de Deus, tal qual ele se tornou. Contudo, naquele momento também seria feita uma profecia sobre sua derrota final e definitiva.
E qual é o seu destino?
A primeira profecia da Bíblia é feita nos primeiros capítulos de Genesis e é proferida pelo próprio Deus, concernente a Satanás e como Deus tratará com ele, além de apontar para sua condenação, como podemos ver em 3:15.
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Moloque, a “abominação dos moabitas”, era uma deusa fenícia a quem se oferecia em sacrifício os bebês não desejados pelos pais. Parte da imagem popular do diabo foi extraída deste ídolo.
Desde então, Satanás sabe que sua derrota é iminente e guerreia contra o homem. Logo os primeiros filhos de Adão e Eva sentiriam o peso da rivalidade com o querubim da guarda, quando Caim tem ciúmes de Abel e o diabo se vale disso para lhe incitar o ódio, a ponto de levá-lo a matar seu próprio irmão, que, afinal, poderia ser “a semente da mulher” que lhe esmagaria a cabeça. Mas a promessa de Deus não falha e Eva tem um segundo filho, Seth, em quem põe toda a esperança do cumprimento da promessa, como vemos em Gênesis 4:25.
Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou.
Da descendência de Seth viria Jesus, o cumprimento da promessa. A primeira parte da profecia se cumpriu, pois o diabo lhe “feriu no calcanhar” quando Jesus, carregando todo pecado da humanidade, foi morto na cruz. A segunda parte remete à derrota final, quando Jesus “esmagará sua cabeça” e livrará o mundo definitivamente da sua influência e poder. Até lá, todo aquele que perverte o evangelho, que persegue os servos de Deus para os exterminar, que ignora ou rejeita a Jesus como salvador, representa a “semente da serpente”. Satanás odeia a igreja porque sabe que são pessoas remidas, compradas pelo sangue do Filho de Deus e justamente por isso são destinadas a reinar com Jesus sobre esta Terra, que segue até aí como domínio do diabo. Ele sabe que a volta de Jesus se dará quando a mensagem de salvação for pregada a todo o mundo, por isso trabalha para corromper a igreja com falsas doutrinas e exterminá-la com perseguição, mas o Senhor Jesus é quem guarda seu povo.
No caso de Satanás, seu destino é inexorável. Após diversas tentativas de seduzir o homem para o mal, ele será lançado no tormento eterno junto com sua “semente”, não para morrer, mas para ser atormentado dia e noite (Apocalipse 20:10). E o inferno de fogo e enxofre será sua habitação, de seus anjos e de seus servos, para todo o sempre.
Os seus nomes
O nome Satanás vem do hebraico (Shaitan, Satan ou Satã). O termo significa “hostil, adversário” e aparece 15 vezes no Velho Testamento, sendo 11 delas só no livro de Jó. Nas referências de I Crônicas 21:1, Jó 1:9, Jó 2:4 e Zacarias 3:1-2, ele aparece exatamente como um ferrenho opositor, um adversário, seja acusando, seja tentando o homem. Já no novo testamento, onde o termo aparece 34 vezes, Satanás incita dois discípulos, Pedro e Judas, contra o próprio Jesus.
Igreja de São Lúcifer, em Cagliari, Sardenha. Não se trata de um templo satânico, mas de uma capela católica.
O termo diabo já vem do grego, diábolos, e significa “caluniador, acusador”. Este termo não ocorre no Velho Testamento, mas aparece 34 vezes no Novo Testamento.  É com esse nome que ele é citado durante a tentação de Jesus no deserto.
Lúcifer, como citamos, vem de um termo composto do latim, “Lucem ferre”, que significa “portador da luz”. Aparece pela primeira vez na Vulgata, a tradução da Bíblia para o latim. Esse termo se refere à estrela d’alva (Lucifer)  ou à estrela matutina (Vésper), que na verdade não é uma estrela, mas o planeta Vênus, que reflete a luz do sol e se torna o astro mais visível depois da Lua, ao anoitecer ou no alvorecer. A referência desse termo ao diabo não é consenso e chega a ser usado para para descrever atributos de Jesus, onde Ele é chamado de “estrela da manhã” (II Pedro 1:19, Apocalipse 22:16). Há referências históricas que muitos irmãos da igreja primitiva tinham esse nome, inclusive um bispo cristão do século IV, tornado santo pela igreja católica. Sim, acredite, existe um São Lucífer!
Um outro termo usado para definir o diabo é Belzebu, que aparece 7 vezes no Novo Testamento, todas as ocorrências nos evangelhos sinóticos. O nome Belzebu parece ser a fusão de Ball, a divindade cananita dos trovões, fertilidade e morte, e Zebub, divindade fenícia das moscas e das pestilências, associados pelos judeus a uma única entidade demoníaca que não seria exatamente Satanás, mas sim o “terceiro em comando” nas hostes demoníacas.
Mas como um anjo pode ter uma aparência tão repulsiva?
Na verdade, essa imagem viria já na idade média e não necessariamente expressa a realidade. Inicialmente as imagens representando a queda do querubim da guarda mostravam um anjo sendo precipitado na terra ou um anjo de asas negras, também usado para representar as potestades, anjos da terça parte que perderam a glória junto ele.
A imagem monstruosa do diabo é composta de elementos de diversas culturas pagãs. Os pés de bode e os chifres vieram de Pã, personagem da mitologia grega.
Durante a Baixa Idade Média, onde a Igreja Católica se valia do medo do homem comum de seres espirituais e mitológicos, Satanás ganhou a hedionda aparência com a qual o conhecemos hoje: asas de morcego, pés de bode, olhos de fogo, chifres enormes na cabeça, olhar aterrorizante, entre outros. A igreja tentou usar o máximo possível imagens de figuras mitológicas ou divindades de religiões pagãs, que não necessariamente representavam o mal naquelas seitas, a fim de que os povos a serem cristianizados não só abandonassem o paganismo, mas o demonizassem. É o caso de Pã, por exemplo, divindade grega dos bosques e rebanhos. Dele foi tomado os pés de bode e os chifres para a imagem de Satã. No mesmo momento surge a crença de que para cada ser humano vivo na Terra, Lúcifer criou um Demônio particular, encarregado de corromper aquele indivíduo, mas em contrapartida Deus criou para cada ser humano um “Anjo da Guarda” ao qual incumbia da missão de proteger e zelar pela alma daquela pessoa. Outro fenômeno comum era a imagem do diabo mudar de acordo com o cenário político-religioso. Durante as cruzadas, o diabo aparecia de bigodes e com nariz proeminente, lembrando a aparência dos turcos, inimigos que se interpunham entre os cristãos e a conquista da cidade de Jerusalém.
Essas imagens, contudo, tem mais relação com um mito popular. Quando lemos sobre chifres na Bíblia, por exemplo, no geral está mais relacionado a poder bélico do que necessariamente a algo depreciativo. Mesmo a questão do dragão é encarada de forma diferente nas diversas culturas, pois enquanto no ocidente ele representa a cobiça e a ganância, no oriente ele representa vitalidade e sorte. Enfim, a imagem do diabo, de fato, não tem real relevância, mas sim a sua forma de agir e atingir o homem.
Conclusão
Como se pode ver, muita coisa sobre a origem do diabo é obscura e definida por inferência e não por referência direta, o que tem levado alguns pregadores e estudiosos até a dizerem que ele não existe de fato. Mas Satanás é real, ele existe e a todo tempo intenta contra nós, nos tentando a pecar contra Deus e assumir com ele sua imagem caída e sem glória.
A maior estratégia que o diabo poderia usar é fazer as pessoas acreditarem que ele não existe, mas no que diz respeito à sua ação maligna contra o homem, a Palavra de Deus é categórica: O diabo age para tentar impedir os homens de receber  a palavra da verdade (Lucas 8:12); tem uma sabedoria própria, avulsa da sabedoria de Deus (Tiago 3:15);  anda ao nosso redor, rugindo como leão e buscando a quem possa atacar (I Pedro 5:8) e não se apresenta com uma imagem repulsiva, mas como anjo de luz (I Coríntios 11:14) a fim de enganar a todos e, se possível, até os próprios escolhidos de Deus.
Mas sabendo disso, devemos permanecer em oração, firmes no Senhor, pois é Ele quem nos dá livramento das ciladas do inimigo. Como a luta de Satanás é contra nós, sigamos o que a Bíblia nos orienta em Efésios 6:
Belzebu, “o senhor das moscas”, era representado como um inseto enorme.
13 – Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
14 – Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
15 – Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
16 – embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
17 – Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
18 – com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.
É Jesus quem nos comprou por preço de sangue, é ele quem nos redime e salva. A nós basta resistir ao diabo, pois a vitória é garantida em Cristo.
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Bibliografia:
  • “A História de Satanás” – A. C. Gaebelein, Revista “Mês”
  • “Bíblia Shedd” – Notas explicativas sobre Ezequiel 28
  • “Comentário bíblico em áudio Rota 66” – Luiz Sayão
  • Wikipedia
Texto Bíblico utilizado: Tradução em português de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (RA)


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