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segunda-feira, 14 de junho de 2021

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação


Mais disputa bipolar



A fragilidade dos EUA em relação à hegemonia global também começava a acontecer em outras regiões do planeta. A Comunidade Econômica Europeia foi instituída, em 1957, pelo Tratado de Roma, tendo como núcleo a unidade franco-germânica, e se apresentou como alternativa ao plano norte-americano de integração do continente. Na incontestável zona de influência norte-americana, a América Latina, o estabelecimento de um regime comunista pró-soviético em Cuba, após a Revolução de 1959 (que, inicialmente, nem tendências comunistas tinha), com o fracassado desembarque na Baía dos Porcos, revelou que as estruturas da Guerra Fria não eram tão absolutas quanto se desejava, e que era claro o risco da perda da influência norte-americana em quaisquer regiões do planeta.

Os EUA começaram a perceber que grandes volumes de bombas e maciços investimentos na segurança internacional não eram suficientes para construir a legitimidade internacional. A URSS, por sua vez, tornava-se mais forte, mas pouco disposta a bater de frente com os EUA.
Desembarque na Baía dos Porcos - trata-se de uma fracassada tentativa de cubanos contrários à Revolução de desembarcarem na ilha e porem fim ao regime de Fidel Castro. Os anticastristas encontravam-se nos EUA e tiveram apoio da CIA e do governo norte-americano para realizar a ação armada contra o regime de Castro.







Com a morte de Stalin e a chegada ao poder de Nikita Krushev, acabariam os anos quentes e começaria a fase da coexistência pacífica.

terça-feira, 30 de março de 2021

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação





A Fase "Quente": 1945-1955

Além da força nuclear, Moscou buscou garantir também um sistema de defesa convencional baseado em uma aliança militar para contrapor-se à OTAN (que, em 1952, incorporava a Grécia e a Turquia) e, em 1955, foi criado o Pacto de Varsóvia, integrado por URSS, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia e Romênia: estabelecia-se o guarda-chuva militar de Moscou sobre a Europa Oriental.

Ainda no que concerne à Europa Oriental, ocupada pelo Exército Vermelho, esta foi rapidamente “sovietizada”. Moscou não aceitaria democracias populares multipartidárias em sua área de influência. Em 1947, foi criado o Kominform, em substituição à Internacional Comunista. O Kominform tinha por objetivo propagar a revolução comunista no mundo e garantir o controle ideológico dos partidos comunistas no Leste por Stalin, momento em que ficou clara a liderança soviética sobre os movimentos de organização dos comunistas franceses, italianos, iugoslavos, tchecos, poloneses, húngaros, romenos e búlgaros.

Mas Moscou também mostrava-se disposta a patrocinar a revolução socialista em qualquer parte do mundo. Daí seu apoio à Revolução Chinesa de 1949, talvez o evento mais importante da história da Ásia no século XX. Com a vitória comunista sobre os nacionalistas, a China foi reorganizada nos moldes comunistas, com a coletivização das terras e o controle estatal sobre a economia. Do dia para a noite, um quinto da população do planeta passava a viver sob regime comunista. Ademais, nascia uma nova Potência, que logo ocuparia seu espaço no cenário mundial e rivalizaria com a URSS a liderança do bloco socialista.

No campo econômico, foi criado o Conselho Econômico de Ajuda Mútua (COMECOM) para estruturar as relações econômicas entre os membros do bloco socialista e para se contrapor ao Plano Marshall. O COMECOM simbolizava o internacionalismo soviético na Economia. Composto inicialmente por seis países (Bulgária, Hungria, Polônia, Romênia, Tchecoslováquia e a própria URSS), o COMECOM teria a adesão da Alemanha Oriental em 1950. Em 1962, o ingresso da Mongólia representou um primeiro passo para uma estruturação do COMECOM para além da Europa. Entre 1956 e 1968, Coreia e República Democrática do Vietnã obtiveram o status de observadores junto ao COMECOM. Em 1964, foi assinado acordo com a República Federativa Socialista da Iugoslávia e, em 1972, Cuba ingressou na Organização.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação





 A Fase da “Distensão”: 1969-1979

Muitos autores defendem que só se pode falar em Guerra Fria até o final dos anos de 1960, uma vez que a fase que se segue é apenas um concerto entre as duas Superpotências. Outros preferem chamar essa fase de “Segunda Guerra Fria”, pois é o momento em que as duas Superpotências transferem sua competição para o chamado Terceiro Mundo (Vietnã, Angola, Afeganistão, Líbia, entre outros).

Se a década de 1960 fez transparecer uma perda de poder dos soviéticos, a década de 1970 assinalava uma perda do domínio norte-americano e seu relativo isolamento: na Guerra do Vietnã (1959-1975) e na Guerra do Yom Kippur (1973), os EUA não receberam ajuda europeia. A crise do petróleo parecia sugerir enfraquecimento no domínio internacional dos EUA, enquanto fez os preços das jazidas de petróleo e gás natural da URSS quadruplicarem. Entre 1974 e 1979, regimes na África, na Ásia e na América Latina começaram a ser atraídos para o lado soviético. Além disso, o escândalo envolvendo a administração Richard Nixon (Watergate) causou uma certa desordem na presidência dos EUA.

Quatro fatos são relevantes nessa fase:




1)
O concerto americano-soviético, que anunciava a flexibilização deliberada no relacionamento das duas Superpotências:

·   os planos SALT (Strategic Arms Limitation Talks) congelaram por cinco anos o desenvolvimento e a produção de armas
 estratégicas e o controle sobre mísseis intercontinentais e lançadores balísticos submarinos;

·   os encontros pessoais, entre 1972 e 1974, dos dois chefes de Estado reativaram fluxos comerciais e financeiros estagnados, como aqueles entre a URSS e os países capitalistas ocidentais (de 1970 a 1975, as exportações ocidentais para a URSS quadruplicaram).







2)
Consciência da diversidade de interesses no Sistema Internacional:
· a confirmação da vocação integracionista da Europa: a Europa dos Seis de 1957 (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) passa a ser a Europa dos Nove em 1973 (com a adesão da Grã-Bretanha, Dinamarca e Irlanda), matriz do que viria a ser, duas décadas depois, o núcleo de poder da União Europeia: criava-se uma alternativa ao sistema bipolar, mas não da forma harmônica e autônoma que qualificara a hegemonia coletiva europeia do século XIX;
· a América Latina aproveita o clima da détente para a sua reinserção internacional: com a crise da liderança norte-americana na região, as relações internacionais são desideologizadas em seus países mais importantes, como Brasil, México e Argentina, que passam a adotar linhas de condutas próprias nos negócios internacionais;

. quatro grandes Atores na Ásia desenvolvem capacidades de defesa de interesses próprios na agenda internacional: Vietnã, Índia, China e Japão. Destaque para a República Popular da China, a China comunista, que rompe com o seu isolacionismo e retorna ao sistema internacional na década de 1970 (inclusive passando a assumir a cadeira chinesa no Conselho de Segurança da ONU em 1971), recusando a hegemonia soviética e ensaiando uma aproximação com os EUA, e para o Japão, que iniciava sua caminhada para se tornar a segunda economia do planeta.







3)
Esforço de construção de uma nova ordem econômica internacional pelos países do Terceiro Mundo para a redução da dependência com relação aos centros hegemônicos de poder:
· reforço das ilusões igualitaristas dos países afro-asiáticos: irrompem tentativas dos países do Sul de estabelecerem um diálogo sólido com o Norte;

· a África como um todo e parte da América Latina e da Ásia buscam afirmar o conceito de Terceiro Mundo nas relações internacionais;

· as dificuldades de diálogo encontradas na década de 1960, no âmbito das sessões da Conferência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), levaram o Terceiro Mundo a propor a Declaração e o Programa de Ação sobre o Estabelecimento de uma Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI), convertida em Resolução da ONU em 1979.

  







4)
Crise energética e financeira, que testou o grau de adaptabilidade do capitalismo:
·   os choques do petróleo em 1973 e 1979 tornam o Sistema Internacional da détente vulnerável e abalam os componentes da produção, do comércio e das finanças internacionais;

·    a crise de conversibilidade do dólar, pondo fim ao sistema monetário de Bretton Woods: diminuição da importância da economia dos EUA e elevação das taxas de juros internacionais, anunciando o desastre para as economias que haviam orientado a sua inserção nas relações econômicas internacionais pela via do endividamento externo, como o Brasil, o México e a Argentina;

·    os países árabes, detentores do petróleo, tornam-se Atores de relevo no sistema internacional, passando a reivindicar posições-chaves no planejamento das atividades econômicas em escala global;

·    aceleração do processo de globalização dos mercados: as empresas, em reação à estagnação da produção de bens, à inflação dos preços e ao custo energético, desenvolvem novos processos de produção de bens e de organização do mundo do trabalho e do consumo, o que acabará por provocar uma revisão dos próprios papéis dos Estados nacionais na política internacional; o surgimento de uma nova economia sustentada na concentração de inteligência e na robótica, criando um novo paradigma tecnológico-industrial (momento também conhecido como “Terceira Revolução Industrial”).

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação


A Gestação da Guerra Fria

Para os EUA, o conceito de Superpotência correspondia à conjugação da capacidade econômica hegemônica com a vontade de construção de uma grande área sob a influência dos valores do capitalismo, ou seja, a fusão dos interesses da indústria e do comércio norte-americanos com a busca da hegemonia mundial. Para a URSS, correspondia à conjugação da necessidade de sobrevivência do modelo político-econômico planificado e centralista com a necessidade de compensar sua fraqueza diante do Ocidente com a criação de uma área sob a influência dos valores do socialismo.

Ao final da II Guerra Mundial, os países beligerantes haviam-se tornado um campo de ruínas habitado por povos muito propensos à radicalização e à revolução contrária ao sistema da livre empresa, do livre comércio e investimento. O Primeiro-Ministro da França foi a Washington advertir que, sem apoio econômico, era provável que se inclinasse para os comunistas. Assustados com o aumento dos votos para os comunistas nas eleições europeias no imediato pós-guerra, os estadunidenses desenvolveram a versão econômica da Doutrina Truman: o Plano Marshall, que visava orientar a presença dos EUA na reconstrução econômica da Europa Ocidental, o que seria uma maneira de reverter o quadro de debilidade das democracias ocidentais e do capitalismo diante da penetração soviética.

O que é Plano Marshall? - Brasil EscolaA ajuda do Plano Marshall foi oferecida aos países da Europa envolvidos na II Guerra Mundial, inclusive à URSS. Stalin rejeitou o dinheiro americano e denunciou o Plano Marshall como uma declaração de guerra econômica à URSS. Ademais, impediu os países ocupados pela URSS (Polônia, Países Bálticos, Tchecoslováquia, Romênia, Hungria, Bulgária e Alemanha Oriental) de aceitá-lo. E, como resposta ao Plano Marshall, a URSS criou o Conselho de Assistência Econômica Mútua (COMECOM), com o objetivo de organizar economicamente o bloco socialista.









Em valores, a ajuda era de US$ 13 bilhões na época, o que seria equivalente a cerca de US$ 100 bilhões em 2002.





Costuma-se dividir a Guerra Fria em três fases:


· fase “quente”, que vai de 1945 a 1955;
· fase da “coexistência pacífica”, de 1955 a 1979;
· fase da “nova Guerra Fria”, de 1979 a 1991.


Todavia, há os que separam a segunda fase em duas, com uma fase conhecida como détente (distensão), entre 1969 a 1979, que marca a fundação de um concerto americano-soviético e o início da decomposição ideológica do conflito Leste-Oeste.



sexta-feira, 4 de setembro de 2020

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação



A Fase da Coexistência Pacífica: 1955-1968

Alguns autores conjugam as fases da coexistência pacífica com a dadétente. Outros, porém, consideram que essa segunda fase marca o início da flexibilização da ordem bipolar, e a terceira, mais tardia, marca um momento de deliberada atitude das duas Superpotências de pôr fim à era de diferenças. Por motivos didáticos, adotamos essa posição.

A coexistência pacífica foi a fase da flexibilização da política externa dos EUA e da URSS em que, respectivamente, Eisenhower substituiu Truman e Krushev substituiu Stalin.


Também caracterizaram essa segunda fase os seguintes acontecimentos:



Recuperação econômica e política da Europa Ocidental: tentava-se o retorno da Europa ao centro das relações internacionais, após a reconstrução proporcionada pelo êxito dos investimentos e doações norte-americanas por intermédio do Plano Marshall. A Europa deixava gradativamente de ser um centro de poder alinhado automaticamente aos EUA.






Início da desintegração do bloco comunista: a ruptura chinesa (com a disputa sino-soviética no início dos anos de 1960) e o casamento de crenças divergentes de alguns partidos comunistas com o nacionalismo (Albânia, Bulgária, Romênia e Tchecoslováquia) começavam a descaracterizar a unidade comunista na Europa Oriental. O condomínio comunista não deu sinais de expansão significativa entre a Revolução Chinesa e a década de 1970.




Descolonização das nações afro-asiáticas: a multiplicação repentina de Estados soberanos e o discurso de igualdade jurídica modificaram o quadro dos organismos internacionais, como a ONU. Traziam-se aos foros internacionais novas reivindicações por parte do chamado “Terceiro Mundo”.




O não alinhamento dos novos Estados pós-coloniais: a maior parte dos novos Estados não era comunista em sua política interna e considerava-se “não alinhada” em sua política externa (Movimento dos Países Não Alinhados, que conjugou seu discurso com o discurso do Grupo dos 77, criado pelos países do Terceiro Mundo, por uma nova ordem econômica internacional na década de 1970).




Articulação independente e própria dos países mais industrializados da América Latina: Brasil e Argentina começaram a construir seus próprios interesses na inserção internacional do período. A noção de “quintal” dos EUA foi substituída pela noção moderna de alinhamento negociado.




A crise dos mísseis em Cuba (1962): tentativa de Krushev, por meio da alocação de mísseis na ilha de Cuba, de alterar o equilíbrio de poder mundial em prol da URSS, tendo em vista o avanço do projeto de Mísseis Antibalísticos (ABMs) dos EUA e a nova doutrina militar da OTAN na Europa (nuclearização).




O declínio gradual das armas nucleares no equilíbrio de poder entre as Superpotências: após a crise de Cuba, criou-se um acordo tácito entre a Casa Branca e o Kremlin e iniciaram-se os processos de negociações de acordos para controle e limitação das armas nucleares, como os SALT I e II e o acordo sobre ABMs;




Surgimento de um novo Ator importante: a China de Mao Tsé-Tung. Ao explodir sua primeira bomba atômica, em outubro de 1964, a China mudava a correlação de forças no cenário internacional.




O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), de 1968: as Grandes Potências conclamavam os países não nucleares a não fazerem experimentos e os países nucleares a congelarem os seus arsenais.


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A Guerra Fria - Continuação

A Guerra Fria - Continuação


A Fase "Quente": 1945-1955

Segundo Giovanni Arrighi (1996), a expansão econômica mundial e a integração europeia exigiam uma reciclagem muito maior da liquidez mundial do que estava implícito no Plano Marshall. O rearmamento foi uma forma de superar as limitações do Plano. A ideia era fazer com que uma economia nacional não mais ficasse dependente da manutenção de um superávit de exportações (em uma época de câmbio fixo, sob pena de depreciação de sua moeda). O rearmamento nacional era um meio de sustentar a demanda, por meio do seguinte processo:

rearmamento (produção industrial e desenvolvimento tecnológico)

->

tecnologias colocadas no mercado

->

sustentação e excitação da demanda doméstica

->

fortalecimento do mercadodoméstico

A assistência militar dos EUA à Europa foi um meio de continuar a prestar assistência ao velho continente após o fim do Plano Marshall. Os gastos militares no exterior (que saltaram entre 1950 e 1958 e entre 1964 e 1973) forneceram à economia mundial a liquidez necessária para se expandir, num processo de “keynesianismo militar” global.

Havia, ainda, a preocupação particular com a Alemanha. Foram feitos investimentos em grandes quantidades na Alemanha Ocidental ao final da década de 1940, com o objetivo de fazer do país reconstruído e de Berlim Ocidental a vitrine do capitalismo, solidificando a ideia da área como fronteira das democracias capitalistas. Também se buscava evitar qualquer sentimento revanchista alemão por meio da incorporação plena do país à Aliança Atlântica. Os EUA percebiam uma Alemanha Ocidental forte, econômica e militarmente, como a primeira linha de defesa contra uma eventual expansão soviética rumo à Europa Ocidental.

Diante das ações estadunidenses, a URSS reagiu. Intensificou o processo de militarização das fronteiras, o recrudescimento da política de espaços na Europa Oriental e a aceleração do projeto de desenvolvimento da bomba atômica: essa seria a resposta de Moscou à política antissoviética adotada pelos EUA.
 
Passo importante na fundação do sistema bipolar seria a detonação da primeira bomba atômica soviética, em 1949. Os soviéticos haviam obtido tecnologia nuclear dos EUA e da Grã-Bretanha por meio de uma eficiente operação de espionagem. Isso desencadearia uma perseguição aos comunistas – ou aqueles suspeitos de simpatia à URSS – que provocaria um período de terror nos EUA conhecido como Macartismo. De toda maneira, com a bomba, a URSS mostrava ao mundo que havia, a partir de então, uma outra Potência nuclear. Começava a corrida armamentista entre as duas Superpotências.




Fontes de referência, pesquisa e estudos:


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