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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O Que o futuro dirá sobre nós?


Há algumas décadas adquiriu notoriedade nos Estados Unidos e na Europa um campo de estudos denominado “futurologia”. Seu objetivo era fazer projeções, tão científicas quanto possível, da evolução das diferentes áreas da sociedade e do mundo, principalmente em termos globais, nas décadas seguintes. O não cumprimento de algumas previsões, especialmente as mais catastróficas, levou ao descrédito dos futurologistas. A história recente tem demonstrado a dificuldade de se fazer tais previsões.

No final do século 20, com o declínio do comunismo e a derrocada da União Soviética, acreditava-se que o século seguinte seria menos conflituoso. Pois bem, já no primeiro ano do século 21 os atentados de 11 de setembro puseram um fim repentino e cruel a essas expectativas otimistas. Mas, e se fizermos o contrário: imaginar como o mundo futuro verá o nosso tempo? Aí não se trata de fazer especulações, mas de considerar fatos concretos, que estão em curso exatamente agora. Assim como, quando olhamos para o passado, emitimos um juízo sobre o mesmo e nos perguntamos por que as pessoas permitiram que certas coisas acontecessem, é lícito indagar como as próximas gerações irão avaliar os dias atuais e que perguntas farão sobre os mesmos.

Comecemos pensando em termos globais. O mundo do início do século 21 apresenta diversas contribuições positivas, principalmente os extraordinários avanços científicos e tecnológicos nas áreas da informática, comunicações, medicina e tantas outras. Apesar dos percalços, a democracia tem resistido em muitos países e a ênfase nos direitos humanos e de minorias tem se ampliado. No entanto, desde uma perspectiva global, o mundo está melhor? A vida está mais humana? Há indícios graves de que não. Apesar da atual ênfase no multiculturalismo, o nosso tempo está testemunhando o recrudescimento de ódios étnicos, religiosos e raciais como há muito não se via. A despeito de certos benefícios da globalização, está se aprofundando o fosso entre nações ricas e pobres. Uma única doença, a AIDS, tem matado mais pessoas, especialmente na África, do que muitas epidemias medievais. Outro aspecto alarmante do nosso tempo é a questão ecológica, a degradação crescente do meio-ambiente associada à superpopulação, poluição, desertificação e diminuição dos recursos hídricos.

O maior problema de todos é político: a incapacidade demonstrada pelas nações mais prósperas de gerar relações internacionais estáveis e harmoniosas, como fica evidente na guerra do Iraque e outros conflitos que podiam ser evitados. Certamente, daqui a muitos anos, as pessoas irão lamentar que os líderes do início do século 21 não tenham sido mais íntegros, corajosos e sábios nas suas decisões e iniciativas.Mas voltemos os olhos para uma realidade mais próxima. O Brasil certamente tem experimentado avanços localizados em alguns setores e existem ilhas de prosperidade em várias regiões. Porém, o país como um todo continua a lutar de maneira inglória contra o legado tremendamente negativo da sua formação histórica. Exatamente agora, estamos perdendo um dos seus recursos nacionais mais valiosos, a floresta amazônica, cuja devastação segue em ritmo acelerado e praticamente irreversível, sob os olhares complacentes das autoridades e da sociedade. As futuras gerações só irão conhecer resquícios do que foi um dia o maior patrimônio biológico do planeta. No entanto, pior que a destruição da floresta tem sido a devastação humana.

Apesar de todos os progressos, os índices sociais do Brasil estão entre os piores do mundo, com muita miséria, exclusão, violência, desemprego, falta de acesso à educação e à saúde, deplorável distribuição de renda.As autoridades insistem que o problema é principalmente econômico. Mantendo-se a inflação sob controle, aumentando as taxas de crescimento, elevando a renda per capita, ampliando o superávit da balança comercial e controlando a dívida externa, seremos um país próspero. Grande equívoco. O maior problema do Brasil não é econômico, e sim cultural, de mentalidade. Mesmo que a economia se fortaleça e muitas pessoas passem a viver melhor, se a cabeça continuar a mesma, o corporativismo, a corrupção, o individualismo e a ética da esperteza vão impedir que se usufruam todos os frutos do progresso. As gerações futuras irão emitir juízos severos sobre a sociedade atual, que tolera tantas injustiças e distorções, sobre os líderes do presente, que não têm sabido transformar o seu discurso e as suas promessas em conquistas efetivas.

O Brasil precisa de educação – educação para a vida comunitária, para a cidadania responsável, para o respeito à lei e à ordem, para o refreamento das ambições pessoais em benefício do interesse coletivo. Essa educação no sentido mais profundo – uma grande mudança de mentalidade e a criação de um novo sistema de valores – leva tempo, exige um enorme investimento e acima de tudo requer liderança. No entanto, quando olhamos para os formadores de opinião, para os transformadores da cultura, para aqueles que mais influenciam a juventude, o que vemos? O que os nossos políticos, intelectuais, artistas, esportistas, comunicadores e líderes religiosos têm ensinado com sua vida, palavras e conduta às novas gerações que estão se formando?Esta avaliação pode parecer excessivamente crítica e reducionista. Afinal de contas, alguém dirá, também há tanta coisa boa acontecendo.

O que não podemos nos permitir é aquela atitude típica de nossa cultura de reclamar dos problemas e depois esquecê-los, a passividade e o fatalismo que dizem: “O que se pode fazer? As coisas são sempre assim”. Precisamos adquirir a capacidade de nos indignarmos com as realidades negativas do nosso tempo de maneira séria e inteligente, não meramente passional, dando passos para alcançar soluções concretas e duradouras.

E isso começa conosco, com cada um de nós, em especial com aqueles que estão em posições de influência, como os administradores e os educadores. Busquemos mudar os nossos corações e mentes, imbuí-los de atitudes e valores corretos e construtivos, contagiando positivamente os que nos cercam. Caso contrário, o julgamento da história não nos será favorável.

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