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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Senso comum

Senso comum

O senso comum possui uma importância enorme na história dos problemas filosóficos, sobretudo por estar associado à experiência tradicional.

O senso comum suscita o equilíbrio entre os elementos racionais e irracionais (ou emocionais), presentes em todos os seres humanosO senso comum suscita o equilíbrio entre os elementos racionais e irracionais (ou emocionais), presentes em todos os seres humanos.

Na história da filosofia, o problema do senso comum sempre foi um ponto de enorme importância e grandes debates. Os filósofos clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, dedicaram-se a refletir sobre isso e situar esse tema dentro dos problemas que interessam à reflexão filosófica.
Grosso modo, o sentido mais profundo da expressão “senso comum” remete ao tipo de experiência que é propriamente humana, isto é, a experiência do sofrimento ou a experiência tradicional. Um dos elementos que tornam o homem diferente das outras criaturas é a sua capacidade de refletir sobre o sofrimento, de saber que vai morrer, que pode ser acometido por catástrofes, doenças, etc. A experiencia tradicional nos dá os elementos para a compreensão de nossa condição de seres falíveis. As tragédias antigas (tão valorizadas por Aristóteles) davam conta dessa experiência. A literatura moderna e contemporânea também o faz.
Sendo assim, o senso comum é o tipo de saber que busca fornecer orientação ao homem e não deixá-lo repetir os erros do passado. Por intermédio da experiência, o homem pode exercer virtudes, como a prudência e a paciência, e aprender a não se deixar levar por aventuras emocionais, que o desviam para a irracionalidade, bem como não se deixar levar por “sonhos racionais” de progresso a qualquer custo. Como disse o pintor espanhol Goya, “O sonho da razão produz monstros”.
O conceito de senso comum sofreu certa desvalorização após o período do Renascimento. O humanismo renascentista foi a última corrente de reflexão que levava em conta o potencial orientador do senso comum. A partir do século XVII, sobretudo com o desenvolvimento da ciência moderna e da filosofia racionalista cartesiana, o senso comum passou, de forma geral, a ser identificado como “falta de rigor metodológico” e a ser rivalizado com o “senso crítico” ou “senso científico”. Dessa forma, até o início do século XX, eram poucas as defesas filosóficas que se faziam do senso comum, haja vista que a expressão havia sido alijada de seu sentido tradicional.
Os filósofos ligados à fenomenologia e à hermenêutica do século XX, como Heidegger Gadamer, passaram a refletir novamente sobre o senso comum, colocando-o diante do problema da historicidade, isto é, da experiência histórica humana. Autores de outras tradições, como o católico leigo G. K. Chesterton, também passaram a fazer, ao seu modo, a defesa do senso comum, sobretudo recuperando o seu sentido tradicional.


Fonte de referência, estudo e pesquisa:


quinta-feira, 20 de junho de 2019

Absolutismo



O absolutismo defendia a centralização do poder político pelas mãos do rei.


O absolutismo defendia a centralização do poder político pelas mãos do rei.A partir da Baixa Idade Média, o cenário político europeu sofreu transformações que romperam com o caráter local que o poder assumia durante o auge das relações feudais. O aparecimento de novos grupos sociais e as crises que se desenvolveram nesse mesmo período abriram caminho para um gradual processo de centralização política que ampliou o papel exercido pela autoridade monárquica. Antes disso, os senhores feudais tinham uma autonomia que fazia com que os reis fossem meras figuras decorativas.


Para que pudessem reafirmar seu poderio, muitos reis contaram com o expresso apoio da burguesia local, que tinha uma série de interesses por de trás da ascensão do regime absolutista. Com a presença de um Estado centralizado, seria possível implementar uma série de padrões monetários e fiscais que permitiriam a ampliação das atividades comerciais. Além disso, a formação de exércitos também viabilizaria uma situação mais segura para que os deslocamentos comerciais fossem realizados.


Na medida em que a autoridade do rei ganhou força, diversos pensadores surgiram e passaram a refletir sobre esse novo tipo de experiência. Muitos desses intelectuais concordavam com a existência de um rei que estivesse acima do restante da população. Entre estes, podemos citar pensadores como Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet. Dessa maneira, o regime absolutista passou a ganhar respaldo científico necessário para que as monarquias européias tivessem seu poderio legitimado.


Segundo o pensamento absolutista, o rei deve ter a capacidade de equilibrar devidamente suas ações mediante a constante necessidade de se fortalecer o Estado e, ao mesmo tempo, obter o reconhecimento do poder por ele exercido. Sob tal aspecto, as doutrinas absolutistas acreditam que o monarca deve habilmente distinguir a moral das “razões do Estado” para que pudesse alcançar seus objetivos.


Outro tipo de justificativa que também marca o absolutismo trata das condições históricas que legitimavam esse tipo de governo. Segundo as teorias de Hobbes, a falta de uma instituição que pudesse mediar os possíveis conflitos entre os homens, poderia levar uma determinada sociedade à sua própria ruína. Dessa forma, o Estado deveria organizar uma espécie de “contrato social” que pudesse limitar os direitos do indivíduo em favor do bem de toda a sociedade.


Sendo uma teoria política condizente com seu tempo, o absolutismo também buscou justificativas de natureza religiosa para defender a necessidade de um organismo político centralizado. Sob tal aspecto, o “direito divino dos reis” dizia que a ascensão do monarca ao trono condizia com a manifestação de uma vontade de Deus. Dessa forma, quando os súditos iam contra as leis e ordens estabelecidas pelo rei, cometiam uma ofensa contra desígnios de natureza sagrada.


Historicamente, o absolutismo viveu seu auge durante os três primeiros séculos da era moderna. Ao chegarmos ao século XVIII, as doutrinas estabelecidas pelo pensamento liberal e as diversas crises do poder monárquico foram responsáveis pela queda do absolutismo dentro da Europa. Para exemplificar tal mudança, podemos apontar a Revolução Francesa, em 1789, como um dos mais expressivos episódios que deflagram a queda do absolutismo.


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ciência da história no século XIX

Ciência da história no século XIX

O desenvolvimento da ciência da história no século XIX ocorreu sobretudo na França e na Alemanha, em um contexto de eferverscência filosófica e científica.


Wilhelm Von Humboldt foi um dos intelectuais que sistematizaram o conhecimento histórico no século XIX *Wilhelm Von Humboldt foi um dos intelectuais que sistematizaram o conhecimento histórico no século XIX *

No século XIX, muitas ciências foram sistematizadas, recebendo um tipo de configuração (procedimentos metodológicos, formas de investigação etc.) que as tornaria respeitáveis. A sociologia e a antropologia são exemplos dessas ciências. A história, como veremos, também está entre elas. O que chamamos de ciência da história desenvolveu-se, propriamente, no século XIX.
Os dois países que são considerados os berços da moderna ciência da história são França e Alemanha. A filosofia alemã, na virada do século XVIII para o XIX, estava envolta à tradição metafísica, sobretudo derivada das reflexões de Immanuel Kant e de Herder. Depois, houve as correntes de Hegel e de Schopenhauer. Em meio a essa atmosfera de discussão filosófica, a história se desenvolvia enquanto um conceito singular, isto é, passava a existir como “História Universal”, e não mais como “histórias particulares”. Era a história da humanidade como um todo.
O chamado historicismo (corrente teórica que buscou pensar a história a partir de sua singularidade) desenvolveu-se fundamentalmente na Alemanha ao longo do século XIX. Nesse país houve um grande peso da tradição interpretativa de textos (que recebeu o nome de hermenêutica), em razão, sobretudo, da Reforma Luterana, que infundiu na teologia o estudo da exegese de textos bíblicos. Essa tradição interpretativa chegou até os círculos e intelectuais e poetas do romantismo alemão, dentre ele Goethe e Schiller.
Esse ambiente de embate entre a tradição metafísica e a hermenêutica provou longas discussões nas quais as reflexões sobre a história foram inseridas. A história, para os historicistas, deveria, ao contrário das ciências naturais, pautar-se pela categoria da compreensão, e não da explicação científica. Compreender implicava interpretar e criar ao mesmo tempo, isto é, mesclar elementos objetivos e subjetivos. O principal historiador a fazer essa mescla e a defender o trabalho do historiador nessa direção foi Wilhelm Von Humboldt, cujo clássico ensaio “Sobre a Tarefa do Historiador” até hoje é lido e reinterpretado.
A compreensão, segundo Humboldt, não podia ser reduzida à explicação demonstrativa, de caráter matemático, como ocorre na física. Compreender exigia um diálogo com o passado, com a tradição. A tradição fornece-nos um horizonte de compreensão, as bases para agirmos no presente. A história, enquanto disciplina com elementos científicos, não pode prescindir da compreensão, haja vista que, mais que explicar rigorosa e definitivamente o passado, a história oferece aos homens do presente condições para agir, para administrar a sua existência.
Na França, também durante o século XIX, desenvolveu-se a chamada Escola metódica(ou Escola histórica metódica), que possuía a pretensão de tornar a história uma ciência metodologicamente rigorosa, tendo como modelo as ciências naturais. O modelo que se seguia, inclusive, era o das ciências físicas. Essa pretensão era infundida pelo positivismo, pensado por August Comte, então em voga na França.
Apesar das justas críticas que recebeu de historiadores do século XX, a Escola metódica francesa foi de fundamental importância para atribuir confiabilidade ao método histórico. Por exemplo, com relação à concepção de tempo (que é um dos principais conceitos históricos): para os metódicos, o tempo era sempre passível de investigação quando era curto, o tempo dos acontecimentos, dos fatos cumulativos. No século XX, essa ideia de tempo alargou-se, haja vista que havia uma noção de tempos múltiplos, breves e longos que se entrelaçavam, e não apenas o tempo linear e progressivo.
Com relação à definição de história: para os metódicos, a história era entendida como ciência nos moldes positivistas; no século XX, a história também era concebida como ciência, porém com a particularidade de ser uma ciência “dos homens no tempo”, como a definiu o historiador francês Marc Bloch. Além disso, com relação às fontes (ou documentos), que é outro conceito de grande importância para a história, os metódicos privilegiavam as fontes escritas, os documentos escritos, não se atendo muito às demais formas de testemunho da história humana. No século XX, os historiadores passaram a considerar “documento histórico” tudo aquilo que o homem produziu ao longo de sua existência.
* Créditos da imagem: Shutterstock e 360b

Fonte de referência, estudos e pesquisa: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/ciencia-historia-no-seculo-xix.htm

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