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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cura da Depressão...

-Tema: CURA INTERIOR

Introdução: O Profeta Elias encontrou-se profundamente depressivo após uma grande vitória sobre os profetas de Baal. O desgaste emocional foi tão grande que não suportou a simples ameaça da rainha Jezabel.
Outros homens da Bíblia também passaram por momentos depressivos como Jó (Jó 3.1-25), Gideão (Juízes 6.6-15), Jonas (Jonas 2.1-10), Jeremias (Lamentações 3.1-16) e o próprio Senhor Jesus (Lucas 23.24).
Depressão é uma “pressão para baixo”, quando a pessoa se sente pressionada pelas angústias da vida. A descida de Elias ao fundo do poço da depressão passou por quatro degraus:

Degraus da decadência rumo à Depressão:
: ouvir o que o mundo diz



dúvidas e medo
fuga e isolamento
desilusão

Várias pessoas que estão em depressão hoje passaram por esta decadência, pois “um abismo chama outro abismo” (Salmos 42.7):
1º - começam ouvindo o que as pessoas dizem e às circunstâncias como Elias que deu ouvidos à Jezabel (v.2).
2º - depois vêm as dúvidas e o medo fruto da instabilidade em que se encontra, como Elias que temeu (v.3).
3º - em seguida a pessoa começa a se isolar e fugir dos outros, de lugares e situações que lhe incomodem, como Elias que fugiu para o deserto e nem quis a companhia de seu discípulo (v.3,4).
4º - a consequência é a total desilusão, ou o fundo do poço onde não há mais saída e a pessoa se entrega totalmente ao sofrimento, como Elias que chegou a pedir para si a morte de tão angustiado que estava (v.4). O pior grau depressivo é quando a pessoa não vê mais solução e pensa até em morrer.

Depressão tem cura?
Vamos entender o processo que Deus usou na vida de Elias para restaurar sua vida e meditar sobre a cura da depressão: 

1- Descansov.5 “deitou-se e dormiu” e v.6 “tornou a dormir”
Elias encontrou um lugar agradável para descansar embaixo de uma árvore e ali mesmo dormiu. Deus preparou aquele sono para recuperar suas energias.
Durante o sono o cérebro e o corpo recompõem suas forças. Um dos primeiros sintomas de pessoas que estão entrando em depressão é perder o sono. Por isso, para se recuperar é importante descansar.
Uma sociedade onde a cada dia o sono e o descanso são desvalorizados por um ritmo de vida descontrolado, colabora para que existam tantas pessoas depressivas.
 A Palavra de Deus promete que “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, descansa à sombra do Onipotente” (Salmos 91.1). Então devemos pedir a Deus que nos conceda esta restauração orando “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, SENHOR, só tu me fazes repousar seguro” (Salmos 4.8).
Você tem cuidado para tirar o tempo de sono necessário?
Descanse e renove suas forças para continuar!
                              
2- Alimentaçãov.6 “um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água” e v.7 “levantou-se, comeu e bebeu”
Ao acordar Elias encontrou um pão cozido quentinho e água fresca. Precisava se alimentar para restaurar suas forças físicas. Deus preparou aquele alimento para fortalecer Elias.
A alimentação precisa ser bem cuidada para que a pessoa não fique deprimida. Existem pessoas que sofrem de anemia ou falta de proteínas e sentem-se desmotivadas por isso. Também há aqueles que se alimentam inadequadamente se tornando obesas e perdendo a disposição.
Falta de cuidado com alimentação é uma característica de uma pessoa com depressão. No mundo atual a alimentação tem se tornado muito artificial e baseada mais no sabor que na nutrição. As pessoas não têm mais tempo para comer, tendo que fazer suas refeições até mesmo em pé.
Você tem cuidado de sua alimentação para ter uma vida saudável?
Procure se alimentar bem e adequadamente para ter mais disposição!

3- Exercícios: v.8 “caminhou quarenta dias e quarenta noites”
Depois de descansar e se alimentar, chegou a hora de Elias se exercitar. Uma caminhada de quarenta dias. Com isso Deus estava lhe preparando para continuar a sua caminhada de vida.
Caminhar, passear e divertir são atividades físicas que ajudam a arejar a mente. Uma pessoa que fica trancada em casa, não sente motivação para melhorar. É preciso se levantar e continuar a vida. Enquanto se faz a caminhada a mente é arejada e o corpo se fortalece.
Exercícios físicos liberam adrenalina e disposição. Além de ajudar na alimentação e no sono. Supridas estas necessidades físicas a pessoa já tem um bom início para sair da depressão. A autoestima da pessoa é melhorada quando se vê capaz de sair e caminhar.
Falta de ânimo para sair é uma característica depressiva. O sedentarismo e ativismo dificultam as pessoas de se se cuidar e aumentam o número de pessoas deprimidas. O ser humano não foi criado para ficar trancado em casas, prédios e galpões. É preciso interagir com o mundo externo, principalmente com a natureza. Por isso Jesus mandou sair para olhar campos (João 4.35), lírios e pássaros (Mateus 6.28).
Você tem se exercitado e cuidado de seu corpo?
Faça uma caminhada ou lazer e procure se cuidar mais!  

4- Desabafarv.10, 14
O Senhor deu oportunidade para Elias se abrir e desabafar. Elias repetiu duas vezes contando seu problema. Deus demonstrou interesse por sua dificuldade e pacientemente escutou seu lamento. Como não havia mais ninguém para Elias conversar, Deus mesmo foi seu terapeuta, amigo e conselheiro.
Quem está sofrendo precisa conversar e se abrir. Enquanto a pessoa fala está refletindo e seu sofrimento é amenizado. Uma das melhores formas de ajudar quem está sofrendo não é falar palavras de conforto e sim ouvir. Uma pessoa deprimida precisa de um ombro pra chorar e de alguém que ouça e considere sua situação. Como uma panela de pressão quase estourando é imprescindível desabafar para aliviar a tensão e agir com mais tranquilidade.
O ouvinte precisa ser empático. Não necessita concordar com tudo demonstrando simpatia, nem confrontar os erros da pessoa por enquanto, mostrando antipatia. Ser empático é ser paciente e tentar se colocar na situação da pessoa que sofre para compreender.
O mais importante não são os fatos em si que a pessoa conta e sim seus sentimentos em relação a eles. Quando um local do corpo está machucado, até uma pena que encostar provoca dor. Assim os problemas podem não ser tão gravas, mas a dor do sentimento é insuportável para quem sofre.
Você tem procurado alguém para desabafar seus problemas?
Desabafe com seu melhor amigo, Jesus Cristo e o Consolador te ajudará!
                              
5- Consolov.5, 7
Elias estava dormindo e sentiu alguém lhe tocando. Mas não era um toque qualquer, pois sentiu virtude ao ser tocado. Aquele foi um toque de anjo. O Anjo de Deus tocou em sua vida para fortalece-lo. Enquanto pensava que estava sozinho, neste momento Deus lhe envia companhia de seu anjo.
Quantas vezes estamos sozinhos e precisando de alguém que nos toque. Um abraço, um aperto de mão ou qualquer manifestação de apoio. Alguém que faça carinho e mostre amor. Um ombro para chorar.
A pessoa que está lutando com a depressão precisa sentir que não está só. Por isso é imprescindível abraçar, apertar a mão, olhar nos olhos e falar palavras de consolo.
Está precisando de apoio e consolo?
Procure alguém que te apoie com a bênção do Consolador Espírito Santo!

6- Motivação: v.5 e 7 “levanta-te” v. 11 “sai” v. 15 “vai”
As palavras direcionadas a Elias neste momento foram para motivar sua vida a continuar a caminhada. Deus lhe mostrou que tinha muito a realizar através de sua vida e precisava se levantar, sair e ir em direção ao se objetivo.
Deus falou com Elias. A voz de Deus o motivou para continuar. Prometeu que havia 7 mil joelhos (v.18) e mandou ungir reis e profetas (v.15,16). Elias agora tinha um novo objetivo pra viver sabendo que não está só e que deveria conduzir reis e profetas.
Falta de motivação é uma característica de quem está com depressão. Pessoas são movidas por desafios. Por isso é preciso ajudar a pessoa a sonhar, construir objetivos para a vida futura ajudando-a a sair do quadro depressivo. Se tiver sempre algo para idealizar para o futuro, a pessoa consegue viver melhor.
Para alguém que deseja sair da depressão ou mesmo ajudar quem precisa de cura é muito importante fazer planos para os dias, semanas ou meses seguintes. Se você convive com uma pessoa depressiva, convide-a para um passeio, festa ou fazer algo diferente nos próximos dias e mantenha-a sempre com um objetivo à frente. A expectativa positiva para o futuro faz a pessoa sonhar e lutar para se realizar.
Está precisando de motivação?
Deus tem grandes sonhos para sua vida!

7- Sobrenatural: v.11,12
Elias teve muitas experiências maravilhosas onde presenciou o poder de Deus. Neste momento viu trovões, fogo e tempestade, mas não sentiu a presença de Deus em nenhum deles. Contudo, quando sentiu uma brisa suave, ouviu a voz de Deus falando mansamente ao seu coração.
Deus moveu céus e terra para mostrar seu poder a Elias, mas com ele preferiu tratar com amor e cuidado. O Senhor queria mostrar a Elias que tinha o poder de mudar tudo ao seu redor, embora preferisse transformar primeiramente o seu interior.
O sobrenatural de Deus acontece quando os recursos humanos naturais não são capazes de solucionar nossos problemas. Isso é a vida espiritual. Se a depressão for tratada apenas como problema emocional ou até mesmo físico, suprindo a falta de hormônios, energia ou acalmando a pessoa com remédios e não cuidar também da vida espiritual, o tratamento é incompleto.
Não estou dizendo que a depressão é algo apenas espiritual. Contudo, a espiritualidade ajuda até mesmo em problemas emocionais. Isso também não isenta o tratamento psicológico. A vida de oração e ouvir a pregação da Palavra de Deus são grande apoio para quem precisa vencer a depressão.
Deus também pode curar a depressão como cura todas as doenças e enfermidades. Quando a pessoa tem uma experiência com Deus sua vida é transformada. A alegria espiritual é maior que qualquer outra adrenalina que já possa ter sentido.
Você já experimentou o sobrenatural de Deus?
Creia que Deus pode transformar todas as coisas e te curar!

Depressão tem cura!

-CONCLUSÃO:
Deus proporcionou um tratamento completo para a depressão de Elias. Cuidou de seu ser integralmente:

CORPO:     a) descanso
               b) alimentação
               c) exercícios

ALMA:      d) desabafo
               e) consolo
               f) motivação
  
ESPÍRITO: g) sobrenatural

Por isso a cura da depressão deve contemplar a integralidade do ser humano. Um tratamento que trabalhe somente a mente e emoções sem cuidar do corpo e do espírito será inútil. Além disso, se cuidar apenas do corpo, o máximo que pode conseguir é uma dependência de remédios. Já o cuidado extremo apenas com a espiritualidade gera  uma pessoa fanática.
Jesus falou sobre ansiedade, estar cansado e sobrecarregado (Mateus 6.25 e 11.28). O ser humano não foi criado para viver sob pressão. Precisa ter tempo para contemplar as belezas ao seu redor como contemplar flores e pássaros (Mateus 6.26-29).
Você tem procurado a cura para a depressão?
Procure em Jesus Cristo; a cura completa para a depressão!

Fonte de Origem: http://www.esbocosermao.com/2012/07/cura-da-depressao.html

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Lembrai-vos dos que sofrem...

Lembrai-vos dos que sofrem: Histórias de compaixão e solidariedade

Por causa do exemplo e dos ensinos de Jesus, os cristãos desde o início colocaram no centro das suas preocupações a solidariedade para com os sofredores. É longa e eloqüente, na história do cristianismo, a galeria daqueles que devotaram as suas vidas para minorar as aflições dos seus semelhantes, motivados pelo amor. Dentre estes, alguns se destacaram de maneira especial pela abnegação e intensidade com que se entregaram a esses esforços. Apresentamos a seguir alguns poucos exemplos inspiradores dentre tantos que poderiam ser citados. O objetivo é tão somente mostrar o que algumas pessoas têm feito nesse aspecto tão importante quanto negligenciado da missão dos cristãos e da igreja no mundo.

1. Francisco de Assis (1182-1226)

Seu nome de batismo era Giovanni di Bernardone, sendo o seu pai um abastado comerciante de tecidos na cidade de Assis. Teve uma juventude despreocupada e aventureira. Após amargas experiências de prisão e enfermidade, começou a reconsiderar os seus valores. Em 1205 fez uma peregrinação a Roma, após a qual teve uma visão na qual Deus lhe falou que reconstruísse uma igreja perto de Assis. Para esse fim, vendeu o seu cavalo e alguns bens do pai. Este o deserdou e Francisco renunciou às posses materiais. Em 1209 um sermão sobre Mateus 10.7-10 o convenceu a abraçar uma vida de pobreza apostólica. Começou a pregar o amor fraternal e o arrependimento. Sua regra monástica obteve a aprovação do papa Inocêncio III em 1209 e os seus seguidores se tornaram conhecidos como “frades menores”.

Devotando-se à pregação e ao cuidado dos pobres e enfermos, um número crescente de frades passou a reunir-se anualmente no Pentecoste em Assis. Em 1212 foi fundada por uma discípula a ordem feminina das Pobres Claras. Alguns anos depois também seria criada a Ordem Terceira, para leigos. Entre 1212 e 1219, Francisco fez várias tentativas de missão aos muçulmanos (Síria, Marrocos, Egito). Após abdicar da liderança da ordem em 1223, retirou-se para um mosteiro e passou o restante da vida em isolamento e oração. Nesse período compôs o “Cântico do Irmão Sol”, as Admoestações e o seu testamento. Sua generosidade, fé singela, dedicação a Deus e ao próximo, amor pela natureza e grande humildade o tornaram muito popular nos últimos séculos. Curiosamente, o aumento do interesse por esse personagem entre pessoas cultas deve muito aos estudos de P. Sabatier, um pastor calvinista de Estrasburgo.

2. William Booth (1829-1912) e Catherine Booth (1829-1890)

Natural de Nottingham, Inglaterra, William foi inicialmente anglicano. Aos quinze anos converteu-se em uma igreja metodista, tornando-se poucos anos mais tarde um pregador avivalista. Foi para Londres, onde veio a casar-se com Catherine Mumford em 1855. Em 1861, o casal deixou a igreja metodista, dedicando-se à pregação itinerante. Fundaram a Missão Cristã (1865), voltada para o evangelismo e a filantropia. Em 1878, essa entidade teve o seu nome mudado para Exército de Salvação. Nos anos seguintes, começou a ministrar a egressos de prisões, prostitutas e alcoólatras. Em 1885, realizou a primeira cruzada contra a prostituição infantil.

A partir de 1880, quando o Exército de Salvação chegou aos Estados Unidos, Europa continental, Austrália e outras regiões, Booth passou a maior parte do tempo viajando, organizando o seu movimento e fazendo conferências. Em 1890, o ano da morte da esposa, publicou In Darkest England and the Way Out (Na Inglaterra mais escura e o caminho de saída), no qual sugeriu várias soluções para os males sociais da época. Inicialmente objeto de forte oposição, seu trabalho acabou por granjear a admiração do povo inglês, recebendo o apoio do próprio rei Eduardo VII e de autoridades estrangeiras. A principal característica desse notável casal foi o seu amor pelos pobres, cujas almas buscaram converter ao mesmo tempo em que supriam as suas necessidades materiais. Esses objetivos continuam inspirando o movimento até os dias atuais.

3. Toyohiko Kagawa (1888-1960)

Esse reformador social nasceu em Kobe, Japão, sendo filho ilegítimo de um rico ministro de estado e uma gueixa. Os pais morreram antes de ele completar cinco anos. Sua infância foi marcada pela solidão e pelo sofrimento. Indo para a escola em Shikoku, a amizade de um professor cristão e de dois missionários lhe trouxe pela primeira vez amor e esperança. Converteu-se aos quinze anos e foi em seguida deserdado pela família. Sua profunda experiência do amor de Cristo o levou a dedicar a vida ao serviço dos pobres. Após quase morrer de tuberculose, ingressou no Seminário Presbiteriano de Kobe em 1905. Passou a residir nos cortiços da cidade, onde 10 mil pessoas viviam em cubículos de menos de quatro metros quadrados.

Após algum tempo de estudos nos Estados Unidos, a partir de 1919 labutou por quinze anos nas favelas, lutando pela melhoria das condições de vida e de trabalho dos marginalizados. Liderou o nascente movimento trabalhista japonês e criou o primeiro sindicato de camponeses. Tomado de grande paixão pela justiça social, pregou, escreveu e trabalhou incessantemente pela causa do socialismo cristão. Em 1925 foi autorizada a organização de sindicatos e no ano seguinte foram aprovadas leis visando a eliminação das favelas. Em 1930, Kagawa fundou a organização evangelística Movimento do Reino de Deus. Em 1940, foi aprisionado como pacifista, mas depois da guerra tornou-se o líder da democratização do país. Destacou-se como místico, ativista social, líder eclesiástico e apóstolo do amor no Japão. Entre outros livros, escreveu Antes do Alvorecer, Cristo e o Japão e Amor, a Lei da Vida.

4. Madre Teresa de Calcutá (1910-1997)

Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu de pais albaneses em Skopje, Macedônia. Desde muito jovem mostrou-se desejosa de trabalhar na Índia. Em 1928 uniu-se às Irmãs de Loreto na Irlanda e foi enviada para Darjeeling a fim de iniciar o seu noviciado, adotando o nome de Teresa. No ano seguinte foi lecionar numa escola de sua ordem em Calcutá destinada para jovens de boa condição social. Sentindo-se atraída para os miseráveis, em 1948 deixou a sua ordem e foi viver nas favelas de Calcutá, ensinando crianças pobres e cuidando dos aflitos e desamparados. Outras irmãs se uniram a ela e em 1950 foi aprovada a sua nova ordem, as Missionárias da Caridade. Em 1952, fundou Nirmal Hriday, sua primeira casa para moribundos carentes.

Em 1963 ocorreu a fundação dos Irmãos Missionários da Caridade e em 1969 dos Cooperadores Internacionais de Madre Teresa. As atividades desses grupos, de âmbito mundial, voltam-se para a assistência a todos os tipos de pessoas carentes e doentes, bem como a vítimas do ódio e abandono. Em 1969, o filme Algo Belo para Deus, transmitido pela BBC, e um livro com o mesmo título, ambos de Malcolm Muggeridge, tornaram Madre Teresa conhecida internacionalmente. O seu amor abnegado, especialmente em favor dos moribundos, atraiu a atenção do mundo e ela recebeu muitas homenagens, entre as quais o Prêmio Nobel da Paz de 1979. Ela disse certa vez: “De sangue e origem, sou plenamente albanesa. Minha cidadania é indiana. Sou uma freira católica. Quanto ao meu chamado, pertenço ao mundo inteiro. Quanto ao meu coração, pertenço inteiramente a Jesus”.

Num mundo marcado pelo materialismo, hedonismo e individualismo, que esses nobres exemplos possam inspirar a muitos para lutarem contra a injustiça e o sofrimento, fazendo-o pelas razões certas, com motivações que glorifiquem a Deus.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Fazei o bem a todos!

Fazei o bem a todos: os cristãos e a responsabilidade social

Na maior parte da história da igreja os cristãos entenderam que o socorro aos sofredores era um aspecto muito importante da sua vocação no mundo. Eles não acreditavam que havia qualquer conflito entre essa preocupação e outros interesses da vida cristã. Foi somente no século 20 que o envolvimento social da igreja se tornou um pomo de discórdia, rompendo o consenso que havia imperado por longo tempo. Vale a pena considerar alguns aspectos dessa questão.

1. O precedente bíblico

O Antigo Testamento está repleto de preceitos e narrativas referentes à temática social. As figuras do pobre, do órfão, da viúva e de outras pessoas em situação de desamparo povoam as Escrituras Hebraicas. A lei de Moisés continha dispositivos que iam além do mero atendimento de necessidades imediatas, criando condições para que houvesse menor desigualdade na sociedade de Israel. São exemplos disso a lei da rebusca (Lv 19.9-10; 23.22; Dt 24.19-21) e o ano do jubileu (Lv 25.8-34). Quando se chega à literatura profética, em especial aos “profetas éticos” do século oitavo a.C. (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias), a justiça, a misericórdia e a generosidade no trato com os sofredores se tornam um tema dominante (Is 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Os 10.12; 12.5-7; Am 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Mq 2.1-2; 6.8).

Jesus retomou e aprofundou essas preocupações. Numa época em que a religiosidade judaica havia se cristalizado em torno de três práticas formais – esmolas, oração e jejum – o Senhor corrigiu algumas distorções vigentes, ensinando que a prática da caridade devia ser humilde, desinteressada e motivada pelo amor (Mt 5.7; 6.1-4; 7.12). Ao anunciar o evangelho do reino, ele apontou como uma de suas características a sensibilidade diante da dor alheia e a prontidão em assistir os desafortunados. Ele mostrou isso de modo magistral através de alguns de seus ensinos mais apreciados, como a parábola do Bom Samaritano (Lc 10.30-37) e a inquietante história do Grande Julgamento (Mt 25.31-46).

Na mente das primeiras gerações de cristãos ficou a imagem de Jesus como alguém que passou pelo mundo fazendo o bem (At 10.38). O ensino apostólico colocou a beneficência no centro da vida cristã – a misericórdia ou benignidade é um dos dons espirituais e um fruto do Espírito (Rm 12.8; Gl 5.22); deve-se fazer o bem a todos, a começar dos irmãos (Gl 6.9-10); a solidariedade deve ir além das meras palavras, para manifestar-se em ações concretas (Tg 2.15-16; 1 Jo 3.17-18). A própria instituição do diaconato testifica sobre a importância desse aspecto da vida cristã e do ministério da igreja.

2. A experiência da igreja

Os primeiros cristãos atribuíam grande valor à prática da misericórdia. A hospitalidade e as ofertas para fins caritativos eram generalizadas entre os fiéis. Um documento da época afirma: “O jejum é melhor que a oração, mas as esmolas melhores que ambos” (2 Clemente 16). A epístola conhecida como 1 Clemente fala de cristãos que se vendiam como escravos para poderem socorrer os necessitados (55.2). Quando surgiam epidemias, os fiéis não deixavam de dar assistência aos enfermos e de sepultar os mortos. As viúvas, os órfãos, os enfermos e as crianças recebiam especial cuidado.

Em períodos de grave conturbação social, como nos estágios finais do Império Romano, a igreja era a única instituição que estava preparada para ajudar as populações afligidas. Um desdobramento preocupante ocorreu ainda no período antigo e se aprofundou na Idade Média – o entendimento de que a pobreza e a caridade tinham um valor meritório diante de Deus. Isso acabou desvirtuando as motivações que levavam muitas pessoas a se desfazerem dos seus bens e a socorrerem os necessitados. Além disso, uma atitude fatalista em relação à pobreza involuntária impedia que os pobres superassem a condição em que viviam. Apesar dessas mazelas, a história desse longo período atesta o profundo envolvimento dos cristãos com a assistência aos seus semelhantes.

Os reformadores protestantes questionaram o aspecto meritório da beneficência medieval, mas mantiveram a antiga ênfase na caridade cristã. Eles escreveram e pregaram amplamente sobre o assunto, bem como tomaram importantes iniciativas nessa área. Isso pode ser ilustrado pelas ações de João Calvino, o reformador de Genebra. Em sua vasta produção literária, ele abordou amplamente a temática social. Mais que isso, Calvino incentivou o retorno do diaconato cristão às suas funções originais e destacou que a igreja tem o papel profético de denunciar os males sociais e exortar os governantes a promoverem o bem-comum. Ele apoiou pessoalmente duas importantes instituições caritativas de Genebra: o Hospital Geral e o Fundo Francês para estrangeiros carentes.

Um aspecto interessante da história posterior do protestantismo é que os períodos de revitalização espiritual foram marcados por intensa preocupação social. Isso se deu com o pietismo alemão, com o puritanismo inglês e com os grandes despertamentos norte-americanos. Todos esses poderosos movimentos se voltaram intensamente para questões práticas como educação, missões e beneficência. Esse consenso dos evangélicos em torno da compatibilidade entre a vida espiritual, a evangelização e o serviço cristão viria a ser questionado ao longo do século 20.

3. O evangelho social

O “evangelho social” foi um movimento de grande importância no protestantismo norte-americano por cerca de cinqüenta anos (1880-1930). Influenciado pelo liberalismo teológico, mas distinto do mesmo em vários aspectos, foi uma resposta à crise urbana ocasionada pelo crescimento econômico posterior à Guerra Civil. Seu principal teórico foi Walter Rauschenbusch (1861-1918), um pastor batista e professor de seminário cujo livro O Cristianismo e a Crise Social o tornou nacionalmente famoso em 1907. Outros livros seus foram Cristianizando a Ordem Social (1912) e Uma Teologia para o Evangelho Social (1917).

O movimento pretendia dar uma resposta bíblica e cristã à situação de abandono experimentada pelos trabalhadores e imigrantes que viviam nos cortiços das grandes cidades. Insistia em conceitos como “a implantação do reino de Deus na terra” e a importância de uma “sociedade redimida”. Essas idéias foram popularizadas pelo livro Em Seus Passos que Faria Jesus? (1897), do pastor congregacional Charles Sheldon. O evangelho social tendia a dar uma ênfase excessiva à transformação da sociedade, via a missão cristã no mundo principalmente em termos de ação social e tinha um otimismo pouco realista em relação ao ser humano.

Na mesma época surgiu nos Estados Unidos um outro movimento – o fundamentalismo – caracterizado por forte aversão ao liberalismo. Por causa das ligações do evangelho social com a teologia liberal e suas ênfases diferentes do protestantismo conservador, os fundamentalistas rejeitaram não só o novo movimento, mas a própria noção de envolvimento social como algo incompatível com a vida cristã e a pregação do evangelho. A partir de então, os “evangélicos” afastaram-se da área social em que haviam atuado por tanto tempo ao lado de cristãos com outras convicções. Somente com o Congresso Mundial de Evangelização, em Lausanne, Suíça, em 1974, os evangélicos voltariam a interessar-se mais amplamente pelas questões sociais.

4. A teologia de libertação

Na América Latina de meados do século 20, durante um período de grandes tensões políticas, econômicas e sociais, em que populações inteiras experimentavam injustiças e exclusão social, teólogos católicos e protestantes articularam uma nova teologia centrada no conceito bíblico de Deus como libertador. Seus principais proponentes foram, do lado católico, Gustavo Gutiérrez, Juan Luis Segundo, Jon Sobrino, José Porfírio Miranda, Hugo Assmann, Henrique Dussel, Leonardo Boff e outros. Entre os protestantes, alguns pensadores influentes foram Rubem Alves, M. Richard Shaull e José Miguez Bonino.

A teologia da libertação acabou sendo rejeitada por um grande número de católicos e protestantes, em virtude de algumas de suas ênfases: a tendência de encarar o reino de Deus somente da perspectiva da libertação política e social, a utilização de categorias do pensamento marxista para analisar as realidades da América Latina, o apoio tácito ou explícito a movimentos da esquerda radical e o desprezo da teologia e piedade tradicionais, acusadas de serem alienantes. O liberacionismo acabou perdendo o ímpeto como movimento articulado, mas intensificou as reservas de amplos setores cristãos quanto ao envolvimento com as causas sociais. Entre os evangélicos surgiu uma alternativa à teologia da libertação, o conceito de “missão integral” representado pelos membros da Fraternidade Teológica Latino-Americana, tais como Samuel Escobar, C. René Padilla, Orlando E. Costas, Rolando Gutiérrez, Tito Paredes, Emílio A. Núnez e Valdir Steuernagel.

Conclusão

À luz do ensino bíblico, do exemplo de Cristo e das lições da história, os cristãos não podem ignorar o desafio social. Como a justiça social é uma das implicações do evangelho, evitar essa área acarreta sérias dificuldades para a consciência cristã e para o testemunho cristão. O fato de alguns movimentos terem tido problemas nessa abordagem não isenta os cristãos da sua responsabilidade. Ao contrário, num mundo afligido por tantas situações que atentam contra a vida, a dignidade e o bem-estar dos seres humanos, é mister que os cristãos redobrem os seus esforços no sentido de seguir os passos daquele que “andou pela terra fazendo o bem”.

Perguntas para reflexão:

1. Por que razões a Escritura dá tamanha ênfase à justiça social e ao socorro aos necessitados?

2. O que as ações e ensinos de Cristo nessa área nos revelam sobre o caráter de Deus?

3. Ao longo da história da igreja, que atitudes em relação aos pobres e à pobreza podiam se tornar negativas?

4. Por que muitos cristãos tendem a fazer uma dicotomia entre espiritualidade e envolvimento social?

5. Como os cristãos podem participar de maneira construtiva da eliminação das injustiças e da exclusão social?

Sugestões bibliográficas:

http://www.bibliaonline.com.br

CAVALCANTI, Robinson. Igreja: evangelização, serviço e transformação histórica. Niterói: Vinde, 1987.

GILL, D.W. Ética social. Em ELWELL, Walter A. (Ed.). Enciclopédia histórico-teológica da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988-1990. Vol. II, p. 97-102.

LOPES, Augustus Nicodemus. Calvino e a responsabilidade social da igreja. São Paulo: PES, s/d.

MATOS, Alderi S. A missão da igreja: uma perspectiva latino-americana. Em Fides Reformata IV-1 (Jan-Jun 1999): 69-88.

SHEDD, Russell P. A justiça social e a interpretação da Bíblia. São Paulo: Vida Nova.STOTT, John. Pacto de Lausanne comentado por John Stott. 2ª ed. São Paulo: ABU Editora, 2004 (1983).

STOTT, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo: como ser um cristão contemporâneo. São Paulo: ABU Editora, 1997.

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