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sábado, 10 de setembro de 2011

O Objetivo da Pregação!

Algumas igrejas esquecem que é a Graça de Deus agindo através delas que faz os filhos serem “educados à maneira de Deus”. As pessoas casadas para sempre não obtiveram este sucesso porque a aplicação da mensagem do curso foi feita por elas, mas porque Deus graciosamente atuou no esposo e na esposa, transformando pessoas com gênios diferentes em uma só carne – e a aplicação da mensagem foi o meio pelo qual a Graça atuou. Sempre teremos temas contemporâneos que são de mais interesse para Igreja; a frase de Karl Barth de que um pastor deve ter a Bíblia numa mão e o jornal na outra não deixa de ser pertinente. O perigo está justamente em termos apenas jornais nas duas mãos.
A verdade desta idéia está contida em uma frase batida – sempre dizemos “o homem tem sede de Deus”. Não dizemos que o homem tem sede de um casamento para sempre ou de uma resposta para questão do homossexualismo. Uma pessoa comum tem estas questões dentro de si, mas primariamente, ela tem o desejo de conhecer a Deus, um desejo que só é saciado por Cristo. E não tenho dúvidas de quanto mais você conhece alguém que ama, mais você quer conhecê-la, pois mais quer amá-la.
Os jovens de nossa sociedade pós-moderna – inclusive a juventude cristã – têm uma certa antipatia por organizações e instuições, inclusive eclesiásticas e denominacionais. Conversando com jovens da Missão Horizontes e do Projeto Radical da Junta de Missões Mundias (da Convenção Batista Brasileira), pude perceber que havia algo em comum neles – eles não tinham qualquer temor por enfrentar os perigos do trabalho misionário, pois aquilo que os movia era o amor a seu Deus. Em compensação, membros dos dois projetos – que são nitidamente iguais, pois o Radical se inspirou no Horizontes – se mostraram muito insatisfeitos com o fato de a JMM não apoiar a Missão Horizontes porque não era da denominação “batista”. O que moveu esses jovens foi outra coisa além de um Deus grandioso.
É evidente que os distintivos teológicos são importantes ao se fazer um trabalho missionário, mas também é evidente que não são os distintivos teológicos que criam o amor à obra e tampouco são a motivação primordial que leva um missionário a dedicar sua vida a encontrar o povo de Deus em determinado país.
Da mesma forma, antes de qualquer outro tema em nossa pregação, temos de enfatizar nosso Deus, e Sua majestade, glória, poder, justiça, santidade e soberania. Outros temas podem estar envoltos neste tema principal, mas devemos nos lembrar que as únicas pessoas que podem falar sobre Jesus Cristo são justamente os pregadores cristãos. Um homem não-crente, para tentar salvar seu casamento, tem uma outra opção além de um pastor – um conselheiro. Uma pessoa doente também – o médico. Em compensação, aqueles que buscam a Deus, só têm uma opção – o pregador do Evangelho. Um homem com fome de Deus nao irá procurar um médico, um psicólogo, um personal trainer, ou um conselheiro matrimonial.
Está em nossas mãos satisfazer este homem.
 
Para ele são todas as coisas” – O Alvo da Pregação [1]
Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!.
(Isaías 52.7)

Se o alvo de Deus é glorificar a Si mesmo, o alvo do pregador não pode ser outro senão glorificar a Deus - A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz (Isaías 43.7). Portanto, antes de tentar esclarecer a Igreja sobre determinado assunto, trazer um reavivamento à juventude, evangelizar homens perdidos, o pregador deve ter em mente que o seu objetivo principal – do qual se derivam todos esses nobres objetivos secundários – é exclusivamente a glória de Deus.
Como disse antes, uma das formas que nos leva a um amor e admiração cada vez maiores por Deus é conhecermos o máximo que pudermos dEle. E este conhecimento, por mais que muitos neguem esta idéia, também inclui o conhecimento racional. Com a ênfase cada vez menor por parte de algumas denominações e igrejas estão dando à EBD, à Educação Cristã e à própria doutrina, os crentes têm muitas “experiências” com Deus, mas poucos sabem definir o que foi a expiação vicária de Jesus Cristo – apenas para citar um exemplo de palavras difíceis, mas que contêm um significado profundo. Se os crentes conhecessem – não as palavras difíceis – mas seu significado, tenho certeza que o sacrifício de Jesus se tornaria motivo de louvor ainda maior.
A proposta não é tornar o momento do sermão em uma parte do culto acessível apenas aos “iniciados” mas, se os ministérios de educação cristã deixam a desejar, cabe ao pregador explicar tais assuntos, não por um desejo de ter uma igreja mais inteligente, mas por amor às almas desta igreja, para poder levar as ovelhas sob seu cuidado a uma adoração cada vez mais sincera. Charles Spurgeon foi um pastor incrivelmente popular, mas não abria mão de sua teologia, a ponto de dizer que nunca teremos grandes pregadores até que tenhamos grandes teólogos . Imagine quantos pregadores “disfarçados” de crentes leigos teríamos nas ruas caso todos tivessem uma forte base teológica! Tenho certeza absoluta que Deus seria muito glorificado com esta avalanche de pregadores anunciando o Evangelho.
Posso citar um caso acontecido numa classe de adolescentes de uma igreja em Brasília. Um jovem professor assumiu esta turma e poderia ensinar um tema de sua escolha. A princípio, ele pensou em falar sobre temas mais comuns, como namoro, sexo ou emprego. Até que encontrou um livro de John Murray, Redenção – Consumada e Aplicada . Decidiu que falaria sobre este assunto para os garotos, mesmo sendo algo bastante desafiador. Imagine explicar termos como expiação vicária e propiciação para alunos de 15 a 18 anos! Até o próprio professor teve dificuldades em entender alguns termos, mas pela Graça do Senhor, foi capaz de aprendê-los e ensinar aos alunos, adaptando-os à realidade deles.
Para explicar a propiciação, foi dado o exemplo simples de um cinema, que era um local inapropriado para realizar-se uma meditação, mas caso pudéssemos desligar a projeção e acender as luzes, aquele local tornaria-se propício. Conversando com uma aluna, quis saber se o assunto estava agradando. Em suas palavras de adolescente, a garota disse “estou gostando muito de aprender sobre esse assunto diferente, é muito legal” . O professor me contou que as aulas fizeram um adolescente lhe dizer que a explicação sobre o sacrifício expiatório de Cristo o fez desejar ler o tão temido e impopular livro de Levítico. Deus é glorificado quando as pessoas desejam aprender mais e mais sobre Ele.
É verdade que não podemos dizer que todos aqueles que têm um grande conhecimento da Bíblia glorificam mais a Deus (temos vários ateus com passagens prontas para serem usadas contra os cristãos). Mas tenho certeza de que, quanto mais conhecemos a Deus – sim, também neste sentido racional – mais O glorificamos.
Infelizmente, vivemos em uma época em que a pregação busca mais o lado emocional das pessoas que o homem por inteiro. Além disso, o pragmatismo reina, uma necessidade de que o culto dê resultados, traga transformação de vidas de uma hora para outra. As pessoas querem saber se essa igreja “funciona” ou não. Sem falar a clássica pergunta sobre “quantas almas foram ganhas” na sua pregação.
Estes fatores afetam fortemente o sermão contemporâneo, de forma que uma mensagem em que o pregador gaste tempo aconselhando um casamento ou use suas habilidades para fazer as pessoas chorarem (embora existam aqueles pregadores já especializados em transformar mensagens em shows de comédia) é considerado bem mais útil que aquele sermão em que o pregador concentra toda sua mensagem numa proclamação da majestade de Deus. O arauto citado no início deste tópico talvez não fosse tão bem recebido nos dias de hoje, ao gritar apenas “O Senhor reina”.
Exaltarmos o Deus que nos resgatou e glorificá-Lo – nunca devemos ter qualquer outro propósito acima deste quando pregamos. Que nós pregadores jamais esqueçamos que “quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo” – e isto inclui a pregação – “para glória de Deus”.
 
Dele” – A Base da Pregação
Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” (1 Coríntios 2.2)

John Piper nos fala de dois obstáculos bem conhecidos, para que a pregação atinja o seu alvo:
•  A justiça de Deus – que deve ser satisfeita
•  O orgulho do homem – que deve ser destruído.
A única forma de responder a estes dois pontos satisfatoriamente é a Cruz de Cristo. Ao derramar seu cálice de ira santa sobre Seu Filho, Deus não deixa qualquer espaço para orgulho ou vaidade, pois sabemos que nada fizemos para merecer a salvação.
Um pregador que não tem como base um Deus santo e justo, nem o orgulho destruído pelo sacrifício de Cristo, será incapaz de expôr o Evangelho corretamente aos seus ouvintes. De modo oposto, um pregador que conhece bem a doutrina da Cruz, sabe que esta é a única forma pela qual somos libertos do pecado e de o homem alcançar a salvação; o pregador que conhece a Cruz de Cristo sabe que, se há algum justo na Terra hoje, é porque sua justiça procede de Deus, por meio de Cristo Jesus.
Um erro moderno é esquecer-se que Deus nos ama não porque merecemos, mas por Seus próprios desígnios insondáveis. Além disso, mais que dar sua própria vida em resgate de muitos, o principal propósito de Jesus ao se rebaixar à forma de servo foi também a glória de Seu Pai. Assim, não podemos subverter o sentido do sacrifício de Jesus com a idéia de que éramos tão precisosos que Deus teve de dar Seu único Filho para nos salvar.
Talvez estes pregadores façam isso para elevar a auto-estima da congregação, porém a Bíblia é claríssima em dizer que ainda éramos pecadores quando Cristo morreu por nós. Se o fato de sermos “preciosos” fosse verdadeiramente o motivo de nossa salvação, a existência deste nosso “grande valor” acabaria com toda a Graça de Deus, pois teríamos um mérito, algo para oferecer, ou ao menos algo que nos tornaria “mais dignos” do sacrifício de Cristo.
Além disso, a cruz também serve para manter nossa humildade, como pregadores. Embora a crucificação de Jesus tenha sido um evento histórico e objetivo, seus efeitos e a intercessão constante que temos por Jesus diante do Pai permancem para nos lembrar de quanto dependemos de Deus e como não existe motivo para uma autoconfiança.
Paulo deixa muito claro que não existia outro assunto mais importante a ser pregado que a cruz de Cristo. Como no versículo que abre esta seção, ele também diz em Gálatas 6.14 que “mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.”
Em toda Escritura vemos que Paulo deixava bem claro que sua mensagem se baseava no Cristo crucificado. Ele fazia isso para que as pessoas tivessem fé em Deus, e não nele. Em um trecho de Coríntios ele afirma que não chegou à cidade demonstrando grande oratória, e que apenas expôs o Cristo crucificado. Ultimamente vemos pastores que possuem excelentes técnicas de discurso e retórica, mas são incapazes de ser fiéis à Palavra – este é apenas um reflexo de uma visão distorcida da Cruz de Cristo. Uma pessoa que tem um verdadeiro entendimento do que aconteceu ali se torna incapaz de colocar qualquer palavra sua junto à mensagem do Evangelho.
A cruz sustém a glória de Deus na pregação e abate o orgulho do homem no pregador. É, portanto, o fundamento de nossa doutrina e o fundamento de nosso comportamento.” (John Piper)
 

Por meio dele” – O poder do Espírito.

O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos”
(Isaías 61.1)
Um pregador consciente da majestade de um Deus tão santo e gracioso, que decretou a morte de Seu Filho obediente para que vidas pecaminosas – grupo do qual ele faz parte – só poderá realmente ter forças para chegar à frente de uma congregação e falar sobre algo tão grandioso se este mesmo Deus o sustentar. É neste momento que o trabalho do Espírito de Deus tem de ser o poder pelo qual o portador da mensagem trará seu sermão.
Mais uma vez, ao nos focalizarmos no Espírito Santo, Deus também será glorificado, pois o pregador saberá que as palavras de sua boca durante um sermão não são frutos de esforço pessoal, mas da Graça Divina – “Eu crio os frutos dos lábios: paz, paz, para o que está longe; e para o que está perto, diz o SENHOR, e eu o sararei.” (Isaías 57.19). É evidente que as palavras mais importantes já deixadas pelo Espírito de Deus aqui na Terra estão contidas na Bíblia, por isso é inaceitável que abracemos qualquer pregador cristão que não se utiliza primordialmente da Palavra de Deus, a Espada do Espírito,para suas mensagens.
Sabemos que o ministério do Espírito Santo é muito abrangente na vida dos pregadores (na verdade, tudo na vida de um pregador deveria ser movido pelo Espírito), por isso nos concentraremos especialmente na Revelação de Deus aos homens.
Infelizmente vivemos numa época em que os testemunhos reinam. Não tenho nada contra ouvir irmãos que querem anunciar alguma bênção ou alguma experiência com Deus para toda a igreja – isto também é anunciar boas novas. O problema é que em algumas igrejas isto se tornou tão sintomático que a Palavra de Deus ganha o papel de coadjuvante nos cultos. E se alguém disser que sente falta da Bíblia, acaba recebendo como resposta as palavras de Paulo – “a letra mata, mas o Espírito vivifica” – completamente distorcidas. Quando estas palavras são ditas, nem adianta ao defensor da Palavra explicar o que Paulo realmente quis dizer – para seu interlocutor, este irmão está “morto pela letra”. [Nota do Monergismo.com: Isto para não citar que o próprio conceito de testemunho foi totalmente distorcido, e o que é praticado na maioria das igrejas de hoje não é testemunho de forma alguma. Aqui, as palavras de John Stott são muito esclarecedoras: “Testemunho não é sinônimo de autobiografia! Quando estamos realmente testemunhando, não falamos de nós mesmos, mas de Cristo”].
Outro grande perigo que não precisamos, nem podemos, correr (e que é bastante simples de ser evitado) é citar várias passagens da Palavra durante a mensagem sem informar onde ela se encontra. O povo de Deus precisa saber que essa citação está nas Escrituras, a fim de que os textos citados não sejam aceitos simplesmente porque o Pastor disse. Além disso, uma congregação que zela pela Palavra e confere o que é dito recebe elogios da própria Bíblia, se observarmos o exemplo dos bereanos (At 17.11) – que pastor não gostaria de ter uma congregação assim? Apenas aqueles que têm algo a temer...
Outra forma de demonstrar confiança no Espírito Santo é depender completamente de sua ajuda para interpretar a Palavra. Antes de sermos protestantes, evangélicos, batistas, presbiterianos, tradicionais, ou qualquer outro termo, temos de ser bíblicos, aceitar e entender o que nos foi escrito. O único meio para alcançarmos esta humildade e compreensão é através do poder do Espírito Santo, pois o homem espiritual interpreta coisas espirituais. Se Lutero tivesse sua mente cativa à Igreja Católica antes de tê-la cativa à Palavra de Deus, ele jamais seria o homem que foi, e sofreria até o dia de sua morte a culpa e as dúvidas geradas pela teologia anti-bíblica das indulgências.
Não devemos nos concentrar em apenas alguns livros, passagens e escritores favoritos. É claro que sempre teremos nossas preferências, mas não podemos esquecer que estamos diante de um Livro completo e que muitas heresias nascem justamente do fato de as pessoas não lerem este Livro como um todo, mas apegam-se a apenas um versículo para criar teorias mirabolantes. Exemplifico com o caso de uma irmãzinha que criticava a “concepção errônea” da Igreja, de que o homem e a mulher crentes foram criados para se casar – por causa de palavras mal-interpretadas em 1 Coríntios 7, e por ignorar completamente os outros trechos em que o Apóstolo recomenda o casamento.
Como disse o Apóstolo Paulo, toda Escritura é proveitosa, e não apenas alguns trechos mais agradáveis ao público que nos ouvirá, e a nós mesmos. Que estejamos submissos a este Livro tão maravilhoso.
 
Conclusão  
A Bíblia é clara quanto ao tipo de palavra que deve sair de nossa boca – “apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Assim, especialmente no momento em que estiver pregando, o crente não deveria falar outra coisa se não o assunto que Deus realmente deseja, que realmente O glorifique, e que seja um meio de graça para seus ouvintes. Só conseguiremos isto se formos submissos de todo o coração ao Senhor e à Sua Palavra. Um homem incapaz de reconhecer-se como um simples servo, como apenas o encarregado de trazer a mensagem, nunca glorificará a Deus com seu discurso.
Que Deus possa abrir nossas mentes para Sua palavra, que Sua glória seja o único motivo de nossos sermões e que a Cruz seja a base de nossa humildade, e de nosso louvor!
Soli Deo Gloria!
Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus (...) para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém(1 Pedro 4.11).
 
NOTA:
[1] Este trabalho tem como base o excelente livro A Supremacia de Deus na Pregação , de John Piper. Assim, não estranhe que eu siga o mesmo modelo de Piper nesta reflexão bem mais breve (e muito mais simples!).

Uma das grandes falhas dos pregadores, hoje em dia, é a falta de ênfase na majestade e grandeza de Deus. Vivemos em tempos em que as mensagens valorizam mais a cura ou algo que vem de Deus, do que o próprio Deus. Embora a aplicação na vida dos ouvintes seja importante na pregação, muitos sermões não passam de apenas aplicações. Outra ocorrência grave durante a ministração do culto que deveria ser a Deus, o pregador faz anúncios de eventos; ou até solicita a algum convidado ilustre que realize a sua propaganda "Gospel", fazendo com que os ouvintes se desliguem da mensagem trazendo o esfriamento espiritual. Durante o culto a atenção de todos deve estar voltada a mensagem pregada e o objetivo principal é louvar a adorar a Deus durante o culto, então deixemos os anúncios para o final do culto ou após o mesmo. Amém!.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Bíblia Sagrada e o Espiritismo


Afirmam os espíritas: A palavra de Deus não está na Bíblia...” (Livro: Visão Espírita da Bíblia, Pires – pag.13). Tal afirmação não é o que pensavam os apóstolos de Cristo, pelo contrário, eles afirmam ser a Bíblia, que é a coleção de livros inspirados pelo Espírito Santo, a Palavra de Deus; leiamos: 
“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos (que eram os livros santos que formaram a Bíblia)”
 (ACF) (II Tm.4:13 – parênteses do autor)
“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo ”. (ACF) (2 Pedro 1:20 -21)
O apóstolo Pedro diz que as Escrituras foram inspiradas e vieram da parte de Deus. Os apóstolos deixaram as orientações básicas, que formam o fundamento apostólico, que é o Novo Testamento, junto com o Velho Testamento, para que a Igreja se direcione por essa Escritura. O Velho Testamento e o Novo Testamento, que compõem a Palavra de Deus, são o fundamento e a última palavra em relação a vida da Igreja em todos os tempos. Leiamos: 
- “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (ACF) (1 Coríntios 3:10-11).
- “... para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito (A Bíblia) ...”
 (ACF) (1 Coríntios 4:6 – parênteses do autor).
 - “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos (Novo Testamento) e dos profetas (Velho Testamento), de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (ACF) (Efésios 2:20 – parênteses do autor ).
Os versículos acima são tão esclarecedores que quase nem precisariam de explicações, mas vamos argumentar alguns pontos para que o leitor fique mais convicto. Veja, o evangelho de Jesus Cristo, não é de qualquer jeito como querem os espíritas, que de um nada se declaram a terceira revelação e possuidores da verdade. Para começar, Jesus Cristo disse que a Palavra de Deus era a verdade (João 17:17), deve ser por isso que os espíritas querem que os escritos torcidos de Kardec sejam tal, e essa Palavra, a Bíblia, é o fundamento do cristianismo verdadeiro. Paulo disse que “NINGUÉM PODE LANÇAR OUTRO FUNDAMENTO”, ou seja, os livros de Kardec não foram e nunca serão fundamentos das doutrinas cristãs, inclusive, nem os meus próprios livros ou de qualquer outro poderiam ser “um outro fundamento” . No cristianismo não há novas revelações (I Coríntios 2:10), pois Deus já se revelou através de Jesus (Hebreus 1:1). O que temos a fazer e ler, entender e aceitar a Palavra de Deus. Na carta aos Efésios, Paulo deixa claro que o verdadeiro cristianismo é fundamentado nos ensinamentos dos apóstolos e nos profetas, ou seja, no Velho e no Novo Testamento, pois é lá que encontramos as profecias, as doutrinas e os ensinamentos únicos e sublimes de Jesus Cristo. Paulo levava tão a sério os ensinamentos passados por ele e os demais apóstolos que, na carta aos Coríntios, declara: “para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito”. É lógico que Paulo estava falando do Velho Testamento que estava escrito e já era considerado sagrado e do Novo Testamento, que em sua época estava praticamente todo escrito. 

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A RESPEITO DO VELHO TESTAMENTO
 
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No livro espírita, citado acima, é nos dito, sobre o Velho Testamento, o seguinte:
 “...os livros da Bíblia têm origem na literatura oral...” (pág.13). É argumentado e sugerido que Esdras, um escriba que teve um papel importante na história dos Judeus, por volta de 450 a.C., tenha escrito o Velho Testamento de forma oral. Afirmam também que Moisés não escreveu o Pentateuco e que esse livro chegou até Esdras de maneira oral. A história bíblica (é só ler o Velho Testamento) nos mostra a figura sempre presente do escriba, inclusive os escritos do mar morto, que foram achados em 1947, confirmam essa função de manter os manuscritos antigos intactos em sua estrutura de escrita, pois cópias do Velho Testamento, 100 anos a.C., foram constatadas idênticas as traduções mais recentes. Os livros de Esdras e Neemias fala da volta do povo Judeus para sua terra (538 à 445a.C.), pois eles haviam sido levados cativos para Babilônia, e no capítulo 8 de Neemias diz o seguinte: “...e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento...”(ACF) (Neemias 8:1-2) . Na história de Esdras e Neemias o que vemos é que eles possuíam os livros sagrados, que futuramente comporiam o Velho Testamento, e não que Esdras escreveu algo contado oralmente. Na verdade, o intento espírita é sempre o mesmo, desmoralizar e ridicularizar a Bíblia, pois como veremos Ela é uma afronta as doutrinas espíritas. Não se engane, meu leitor, os espíritas temem veemente a Bíblia. (Obs: Leia os Livros de Esdras e Neemias).

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O PRÓPRIO ESPIRITISMO AFIRMA QUE AS SUAS DOUTRINAS NÃO SÃO TIRADAS DE ESTUDOS DA BÍBLIA SAGARDA, MAS QUE LÊEM A BÍBLIA BASEADOS EM SEUS ENSINOS PARTICULARES.
 
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“O espiritismo estuda (a Bíblia) à luz dos seus princípios...”
 (Idem pág.15). Vejam, que o próprio espiritismo se condena com tal afirmação, se mostrando uma religião que não tem procedências Bíblicas. Eles afirmam que estudam a Bíblia, não para aprenderem os seus princípios, mas de acordo com seus princípios particulares. Já, o verdadeiro povo de Deus, estuda a Bíblia para aprender os seus princípios e por eles viver. É assim que Deus ordenou na sua Palavra, leiamos: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (ACF) (Josué 1:8). 

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”
 (ACF) (Salmos 119:105)

A Bíblia Sagrada é a única revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus, quanto a sua salvação, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Tudo que o homem tem a fazer é tomar a Bíblia e apropriar-se dela com um coração puro e sincero. Deus, o autor da Bíblia, através do Espírito Santo, revelará toda verdade no coração que tem sede dela.
 O HOMEM DEVE LER A BÍBLIA PARA SER SÁBIO, CRER NA BÍBLIA PARA SER SALVO, E PRATICAR A BÍBLIA PARA SER SANTO”.
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Resumo: Todos somos iguais perante a lei dos homens e muito mais ainda perante a lei de Deus segundo a sua Palavra seremos julgados: condenados ou absolvidos por nossas transgressões e pecados, somente a Deus pertence o julgamento, no entanto se temos a chance de ler e receber a Sua revelação por intermédio de sua Escritura Sagrada, acredito que deveríamos confiar mais no que está escrito na Palavra de Deus, e não em vãs escrituras (livros) humanos não embasados na Bíblia Sagrada pois na Bíblia não existem contradições e sim realidades que alguém viveu, que vivemos e que alguém viverá; a Palavra se renova a cada seundo. Que Deus tenha misericórdia de todos nós no dia do Juízo final! Louvado seja o nome do Senhor. Amém! Julio Cesar Martins




















A punição eterna e o Juízo final

• Quem será julgado?
• Que é inferno?

1. EXPLANAÇÃO E BASE BÍBLICA

A. A realidade do juízo final

A Escritura Sagrada muitas vezes afirma o fato de que haverá um grande juízo final de crentes e descrentes. Eles comparecerão perante o julgamento de Jesus Cristo com seus corpos ressuscitados e ouvirão a proclamação que Ele fará do destino eterno deles. O juízo final é vividamente apresentado na visão de João no Apocalipse: Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles.Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo (Apocalipse 20.11-15).

Muitas outras passagens ensinam sobre o juízo final. O apóstolo Paulo diz aos filósofos gregos em Atenas: Deus [...] agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam. Pois estabeleceu um dia em que ha de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.30,31).
Semelhantemente, Paulo fala a respeito do “dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento” (Romanos 2.5). Outras passagens falam claramente de um dia de juízo que virá (Mateus 10.15; 11.22,24; 12.36; 25.31-46; 1 Coríntios 4.5; Hebreus 6.2; 2 Pedro 2.4; Judas 6). Esse juízo final é o auge de muitos juízos precursores nos quais Deus recompensou a retidão e puniu a injustiça por toda a história. Ao mesmo tempo em que trouxe bênção e libertação do perigo para os que lhe foram fiéis, incluindo Abel, Noé, Abraão, Isaque, JacóMoisés, Davi e os fiéis dentre o povo de Israel, ele também vez por outra trouxe juízo sobre os que persistiram na desobediência e na incredulidade; seus juízos incluíram o Dilúvio, a dispersão do povo na Torre de Babel, os juízos sobre Sodoma e Gomorra e os contínuos julgamentos ao longo de toda a história, tanto sobre indivíduos (Romanos 1.18-32) quanto sobre nações (Isaias 13:23) que persistiram no pecado. Além disso, na esfera espiritual invisível, Ele trouxe juízo sobre os anjos que pecaram (2 Pedro 2.4). Pedro nos recorda que os juízos de Deus têm sido cumpridos periodicamente e de forma positiva, e isso nos lembra que um juízo final ainda está por vir, pois “o Senhor sabe livrar os piedosos da provação e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo, especialmente os que seguem os desejos impuros da carne e desprezam a autoridade” (2 Pedro 2.9,10).

B. O tempo do juízo final

O juízo final ocorrerá após o milênio e a rebelião que vai ocorrer no final dele. O apóstolo João apresenta o reino milenar e a remoção de Satanás para não influenciar a terra em (Apocalipse 20.1-6) e, então, diz: ‘Quando terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra [...] a fim de reuni-las para a batalha” (Apocalipse 20.7,8). Após Deus derrotar decisivamente essa rebelião final (Apocalipse 20.9,10), João nos diz que o juízo se seguirá: ‘Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado” (versículo 11).

C. A natureza do juízo final

1. Jesus Cristo será o juiz.

O apóstolo Paulo fala de “Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos” (2 Timóteo 4.1). Pedro diz que Jesus Cristo é aquele “que Deus constituiu juiz de vivos e de mortos” (Atos 10.42; cf. 17.3 1; Mateus 25.31-33). Esse direito de agir como juiz sobre todo o universo é algo que o Pai deu  ao Filho: “o Pai [... deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem” (João 5.26,27).

2. Os descrentes serão julgados.

Está claro que todos os descrentes comparecerão perante o tribunal de Jesus Cristo para julgamento, pois esse julgamento inclui “os mortos, grandes e pequenos (Apocalipse 20.12), e o apóstolo Paulo fala do “dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento” e que “Deus ‘retribuirá a cada um conforme o seu procedimento’. [...] haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça” (Romanos 2.5,6,8). Esse juízo dos descrentes incluirá graus de punição, pois lemos que os mortos “foram julgados de acordo com o que tinham feito” (Apocalipse 20.12,13); esse julgamento de acordo com o que as pessoas tiverem feito, portanto, deve envolver a avaliação das obras que as pessoas fizeram. Semelhantemente, Jesus diz: “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lucas 12.47,48). Quando Jesus diz às [‘O fato de que haverá graus de punição para os descrentes de acordo com suas obras não significa que os descrentes venham a fazer coisas boas para merecer a aprovação de Deus ou ganhar a salvação, pois a salvação vem somente como dom gratuito para os que confiam em Cristo: ”Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (João 3.18). Para a discussão do fato de que não haverá “outra portunidade” para as pessoas aceitarem Cristo após a morte] cidades de Corazim e Betsaida: “Mas eu lhes afirmo que no dia do juízo haverá menor rigor para Tiro e Sidom do que para vocês” (Mateus 11.22; cf. v. 24), ou quando diz que os escribas “serão punidos com maior rigor” (Lucas 20.47), sugere que haverá graus de punição no último dia. De fato, cada ação errônea será lembrada e levada em conta na punição que se dará naquele dia, porque “ no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado” (Mateus 12.36). Cada palavra dita, cada ato cometido serão trazidos à luz e receberão julgamento: “Pois Deus trata a julgamento tudo o que foifeito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau” (Eclesiasts 12.14).
Como esses versículos indicam, no dia do juízo os segredos do coração das pessoas serão revelados e tornados públicos. Paulo fala do dia “em que Deus julgar os segredos dos homens, mediante Jesus Cristo,conforme o declara o meu evangelho” (Romanos 2.16; cf. Lucas 8.17). “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido. O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados” (Lucas12.2,3).

3. Os crentes serão julgados.

Escrevendo a cristãos, o apóstolo Paulo diz: “Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.
[...] Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.10,12). Ele também diz aos coríntios: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Jesus Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” (2 Coríntios 5.10; cf. Romanos 2.6-11; Apocalipse 20.12,15). Além disso, a apresentação do juízo final em Mateus 25.31-46 inclui Cristo separando as ovelhas dos bodes e recompensando os que recebem sua bênção. É importante perceber que esse julgamento dos crentes será um julgamento para avaliar e conceder vários graus de recompensa (v. a seguir), mas o fato de que eles enfrentarão um julgamento nunca deveria causar nos crentes qualquer temor de serem eternamente condenados. Jesus diz: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (João 5.24). Aqui a condenação deve ser entendida no sentido de morte e condenação eterna, já que é contrastada com o passar da morte para a vida. No dia do juízo final, mais que em outra oportunidade, é de extrema importância o fato de que “agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1) . Assim, o dia do juízo pode ser descrito como um dia em que os cristãos serão recompensados e os descrentes, punidos: “As nações se iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra” (Apocalipse 11.18). Todas as palavras secretas, todos os atos dos crentes e todos os seus pecados serão revelados no último dia? Poderíamos pensar no princípio assim, porque, escrevendo aos crentes a respeito do dia do juízo, Paulo diz que, quando o Senhor voltar, “ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação” (1 Coríntios 4.5; cf. Coloocenses 3.25). Todavia, esse é um contexto que fala a respeito da recomendação ou louvor (grego: epainos) que vem de Deus, podendo não se referir aos pecados. E outros versículos sugerem que Deus nunca mais chamará nossos pecados à lembrança: “B” (Miquéias 7.19); “e como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões” (Salmos 103.12); “Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados” (Isaias 43.25); “Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados” (Hebreus 8.12; cf. 10.17). De qualquer forma, o fato de que compareceremos perante Deus para que nossa vida seja
avaliada será um motivo para vivermos piedosamente, e Paulo usa-o desse modo em 2 Coríntios 5.9,10: “Por isso, temos o propósito de lhe agradar, quer estejamos no corpo, quer o deixemos. Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más”. Mas essa perspectiva não deve jamais causar terror ou alarme na vida dos crentes, porque mesmo os pecados que serão tornados públicos naquele dia já foram perdoados, e por isso eles serão uma oportunidade para dar glória a Deus pela riqueza de sua graça. A Escritura também ensina que haverá graus de recompensa para os crentes. Paulo encoraja os coríntios a ser cuidadosos quanto a edificar a igreja sobre o fundamento que já havia sido lançado — o próprio Jesus Cristo. Se alguém constrói sobre esse alicerce usando ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz; pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um. Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa. Se o que alguém construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém que escapa através do fogo (1 Coríntios 3.12-15).

Semelhantemente, Paulo diz dos cristãos: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” (2 Coríntios 5.10), sugerindo novamente a idéia de graus de recompensa pelo que fizemos nesta vida. Igualmente, na parábola das minas, foi dito ao que fez render dez minas: “Muito bem, meu bom servo! [...] Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades”. Ao que fez render cinco minas, foi dito: ”Também você, encarregue-se de cinco cidades” (Lucas 19.17,19). Muitas outras passagens igualmente ensinam ou sugerem graus de recompensa para os crentes no juízo final. Mas devemos nos precaver contra qualquer entendimento errôneo neste ponto. Embora saibamos que haverá graus de recompensa nos céus, a alegria de cada pessoa será plena e completa pela eternidade. Se perguntarmos como isso pode acontecer, quando há diferentes graus de [O ensino da Bíblia  Sagrada sobre os graus de recompensa no céu é mais amplo do que os cristãos normalmente percebem: Daniel 12.2; Mateus 6.20,21; 19.21; Lucas 6.22,23; 12.18-21,32,42-48; 14.13,14; 1 Corpintios 3.8; 9.18; 13.3; 15.19,29-32,58; Galátas 6.9,10; Efésios 6.7,8; Colocenses 3.23,24; 1 Timóteo 6.18; Hebreus 10.34,35; 11.10,14-16,26,35;  1 Pedro 1.4; 2 João 8; Apocalipse 11.18; 22.12; cf. tb. Mateus 5.46; 6.2-6,16-18,24; Lucas 6.35.] recompensa, tal fato demonstrará que nossa percepção de alegria é baseada na suposição de que a alegria depende do que possuímos, ou da posição ou poder que temos. Na realidade, contudo, nossa verdadeira alegria consiste em ter prazer em Deus e em regozijar-nos na posição e no reconhecimento que ele nos deu. A tolice de pensar que somente os que foram altamente recompensados e que receberam posição elevada é que serão plenamente felizes no céu é vista quando percebemos que, não importa quão grande seja a recompensa que nos for dada, haverá sempre aqueles com recompensas maiores ou que possuem posição e autoridade maiores, incluindo os apóstolos, as criaturas celestiais, Jesus Cristo e o próprio Deus. Portanto, se a posição mais elevada fosse essencial para as pessoas serem felizes, ninguém seria mais feliz que Deus no céu, o que é certamente uma idéia incorreta. Além disso, aqueles com recompensa e honra maiores no céu, os mais próximos do trono de Deus, teriam prazer não na posição, mas somente no privilégio de se prostrarem diante do trono de Deus para adorá-lo (Apocalipse  4.10,11). Seria moral e espiritualmente benéfico que adquiríssemos uma consciência maior desse ensino claro do Novo Testamento sobre os graus de recompensa celestial. Ao invés de nos tornar competitivos uns com os outros, ele despertaria em nós o senso de ajudar e de encorajar uns aos outros para que todos pudéssemos aumentar nossa recompensa celestial, pois Deus tem capacidade infinita de trazer bênçãos a nós todos, e todos nós somos membros uns dos outros (l Coríntios 12.26,27). Devemos atentar com fervor à admoestação do autor de Hebreus: “E consideremos uns aos Outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” (Hebreus I0.24,25). Ademais, o coração sincero ansiando por recompensa celestial nos motivaria ao trabalho muito sincero para o Senhor em qualquer tarefa para a qual ele nos chamasse, seja grande seja pequena, recebendo salário ou não. Isso também nos faria desejosos de sua aprovação antes que de riqueza ou sucesso e nos motivaria a trabalhar na edificação da igreja sobre o único fundamento, Jesus Cristo (l Coríntios 3.10-15).

4. Os anjos serão julgados.

O apóstolo Pedro diz que os anjos rebeldes foram lançados no inferno ,”a fim de serem reservados para o juízo” (2 Pedrp 2.4) , e Judas diz que os anjos rebeldes foram guardados por Deus sob trevas “para o juízo do grande Dia” (Judas 6). Isso significa que ao menos os anjos rebeldes ou demônios também estarão sujeitos ao juízo no último dia. A Escritura Sagrada não indica claramente se os anjos santos também estarão sob uma espécie de avaliação por seus serviços, mas é possível que estejam incluídos na afirmação de Paulo : “Vocês não sabem que havemos de julgar os anjos?’ (l Coríntios 6.3) . É provável que isso inclua anjos santos, porque não há nenhuma indicação no contexto de que Paulo esteja falando de demônios ou anjos caídos, e a palavra anjos sem qualquer qualificação adicional no NT deve ser normalmente entendida como referência aos anjos santos. Mas o texto não é explícito o suficiente para que tenhamos certeza do que afirmamos. 

D. A necessidade do juízo final

Desde que os crentes passam imediatamente para a presença de Deus quando morrem e que os descrentes passam para o estado de separação de Deus, suportando a punição quando morrem, podemos nos espantar pelo fato de Deus ter um tempo de juízo final estabelecido. Berkhof sabiamente assinala que o juízo final não tem o propósito de permitir que Deus conheça a condição de nosso coração ou o padrão de conduta de nossa vida, pois ele já sabe tudo isso em todos os detalhes. Em vez disso, Berkhof comenta, sobre o juízo final: Seu propósito é, antes, expor diante de todas as criaturas racionais a glória declarativa de Deus num ato formal e forense que, por um lado, engrandecerá a Sua santidade e justiça, e, por outro lado, engrandecerá a Sua graça e misericórdia. Ademais, devemos ter em mente que o juízo do último dia será diferente daquele que ocorre na morte de cada indivíduo em mais de um aspecto. Não será secreto, mas público; não terá referência a um só indivíduo, mas a todos os homens.

E. A justiça de Deus no juízo final

A Escritura afirma claramente que Deus será totalmente justo no seu juízo e ninguém será capaz de reclamar qualquer coisa perante ele naquele dia. Deus é aquele que “julga imparcialmente as obras de cada um’ (l  Pedro 1.17), e “em Deus não há parcialidade” (Romanos 2.11; cf. Colocenses 3.25). Por essa razão, no último dia, que “toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus” (Romanos 3.19), sendo que ninguém será capaz de reclamar que Deus o tratou com injustiça. De fato, uma das grandes bênçãos do juízo final será que os santos e anjos verão a justiça pura de Deus sendo absolutamente demonstrada, e isso será uma fonte de louvor a ele por toda a eternidade. No tempo do juízo, haverá grande louvor no céu, pois João diz: “Depois disso ouvi nos céus algo semelhante à voz de uma grande multidão, que exclamava: ‘Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos”’ (Apocalipse 19.1,2).

F. Aplicação moral do juízo final

A doutrina do juízo final tem diversas influências morais positivas em nossa vida.

1. A doutrina do juízo final satisfaz nosso senso interior de necessidade de justiça no mundo.
O fato de que haverá o juízo final assegura-nos de que o universo de Deus em última análise é justo, pois Deus está no controle e mantém os registros exatos, tornando justo o juízo. Quando Paulo admoesta os escravos para que sejam submissos aos senhores, lhes assegura: “Quem cometer injustiça receberá de volta injustiça, e não haverá exceção para ninguém” (Colocenses 3.25). Quando o quadro do juízo final menciona o fato de que ”livros foram abertos” (Apocalipse 20.12; cf. Malaquias 3.16), isso nos lembra (sejam os livros literais ou simbólicos) que o registro permanente e exato de todos os nossos atos foi guardado por Deus, e finalmente todas as contas serão acertadas e todos serão tornados justos. 

2. A doutrina do juízo final capacita-nos a perdoar a outros livremente.

Percebemos que não cabe a nós vingar-nos dos que erraram contra nós, ou mesmo querer fazê-lo, porque Deus reservou esse direito para si próprio.”Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito : ’Minha é a vingança; eu retribuirei’, diz o Senhor” (Romanos 12.19). Desse modo, sempre que alguém nos prejudicar, devemos deixar nas mãos de Deus o desejo de dar o troco à pessoa que errou contra nós, sabendo que cada erro no universo será finalmente cobrado — será eliminado por ter sido
pago por Cristo quando ele morreu na cruz (se o malfeitor se torna cristão), ou será cobrado no juízo final (pago por quem não confiou em Cristo para ser salvo). Mas, em qualquer um dos casos, podemos entregar a situação nas mãos de Deus e então orar para que o malfeitor venha a confiar em Cristo e, desse modo, receba perdão de seus pecados. Esse pensamento deveria guardar-nos de armazenar amarguras ou ressentimentos em nosso coração por injustiças que sofremos quando as coisas não foram feitas corretamente: Deus é justo, e podemos deixar essas situações nas suas mãos, sabendo que algum dia ele corrigirá todos os erros e dará recompensas e punições justas. Desse modo, estamos seguindo o exemplo de Cristo: “Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça” (l Pedro 2.23). Ele também orou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23.34; cf.Atos 7.60, quando Estêvão seguiu o exemplo de Jesus Cristo orando por aqueles que o matavam).

3. A doutrina do juízo final motiva-nos a viver retamente.

Para os crentes, o juízo final é um incentivo à fidelidade e boas obras; não serve como um meio para obter perdão de pecados, mas como meio de ganhar recompensa eterna maior.Esse é um motivo saudável e positivo para nós — Jesus nos diz: “acumulem para vocês tesouros nos céus” (Mateus 6.20) —, embora essa idéia bata de frente com o conceito popular de nossa cultura secular, uma cultura que realmente não crê de forma nenhuma no céu ou nas recompensas eternas. Para os descrentes, a doutrina do juízo final ainda proporciona algum refreamento moral em suas vidas. Se na sociedade há reconhecimento geral e difundido de que todos algum dia darão contas ao Criador do universo de suas vidas, algum “temor de Deus” vai caracterizar a vida de muitas pessoas. Ao contrário, os que não possuem nenhuma consciência profunda do juízo final se entregarão à pratica do mal em escala cada vez maior, demonstrando que aos “seus olhos é inútil temer a Deus” (Romanos 3.18). Sobre os que negam o juízo final, Pedro diz que são “escarnecedores”: “Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: ‘O que houve com a promessa da sua vinda?”’ (2 Pedro 3.3,4). A consciência do juízo final é conforto para os crentes e advertência aos descrentes para não continuarem em
seus maus caminhos. 

4. A doutrina do juízo final proporciona grande motivo para a evangelização.

As decisões feitas pelas pessoas nesta vida afetarão o destino delas por toda a eternidade, e é correto que nosso coração sinta e que nossa boca ecoe o mesmo sentimento de apelo a Deus que vemos em Ezequiel: “Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?” (Ezequiel 33.11). De fato, Pedro salienta que o retardamento do retorno do Senhor é devido ao fato de que Deus “é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3.9).

G. Inferno

É oportuno discutir a doutrina do inferno em conexão com a doutrina do juízo final. Podemos definir o inferno da seguinte maneira: Inferno é o lugar de punição eterna e consciente destinado ao ímpio. A Escritura Sagrada ensina em diversas passagens que tal lugar existe. No final da parábola dos talentos, o senhor diz: “E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 25.30). Essa é uma entre as diversas indicações de que haverá consciência de punição após o julgamento final. Semelhantemente, no juízo o rei dirá a alguns: “Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos” (Mateus 25.41), e Jesus Cristo diz que esses assim condenados “irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25.46). Nesse texto, o paralelo entre “vida eterna” e “castigo eterno” indica que ambos os estados são eternos. Jesus refere-se ao inferno como “fogo que nunca se apaga” (Mc 9.43) e diz que o inferno é o lugar onde “o seu verme não morre, e o fogo não se apaga” (Marcos 9.48). A história do rico e de Lázaro também indica uma consciência horrível da punição: ”Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também morreu e foi sepultado. No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado. Então, chamou-o: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste fogo”’ (Lucas 16.22-24). Então ele suplica a Abraão: “manda Lázaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento” (Lucas 16.28). Quando nos voltamos para o Apocalipse, as descrições da punição eterna são também muito explícitas: Um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta voz: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou na mão, também beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura no cálice da sua ira. Será ainda atormentado com enxofre ardente na presença dos santos anjos e do Cordeiro, e a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo o sempre. Para todos os que adoram a besta e a sua imagem, e para quem recebe a marca do seu nome, não há descanso, dia e noite’ (Apocalipse 14.9-11). Essa passagem afirma claramente a idéia da punição consciente e eterna dos descrentes. Com respeito ao juízo sobre a cidade ímpia da Babilônia, uma grande multidão no céu grita: “Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre” (Apocalipse 19.3). Após a rebelião final de Satanás ser esmagada, lemos: “O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre” (Apocalipse 20.10). Essa passagem é também importante em associação com Mateus 25.41, na qual os descrentes são enviados “para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos”. Esses versículos devem fazer-nos perceber a imensidão do mal que é encontrado no pecado e na rebelião contra Deus e também a magnitude da santidade e da justiça de Deus que provoca essa espécie de punição. A idéia de que haverá a consciência de punição eterna dos descrentes tem sido negada recentemente mesmo por alguns teólogos evangélicos. Ela havia sido negada anteriormente pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e por diversos indivíduos por toda a história da igreja. Os que negam a punição eterna consciente muitas vezes advogam o ”aniquilacionismo”, ensino segundo o qual, após os ímpios terem sofrido a penalidade da ira de Deus por algum tempo, Deus os aniquilará, de modo que passarão a não mais existir. Muitos que crêem no aniquilacionismo também sustentam a realidade do juízo final e da punição pelo pecado, mas argumentam que, após os pecadores terem sofrido por certo período de tempo, suportando a ira de Deus contra seus pecados, eles finalmente cessarão de existir. A punição será, portanto, “consciente” mas não “eterna”. Os argumentos a favor do aniquilacionismo são: 1) as referências bíblicas à destruição do ímpio, que, dizem alguns, sugerem que eles não mais vão existir após serem destruídos (Fp 3.19; lTs 5.3; 2Ts 1.9; 2Pe 3.7); 2) a aparente incompatibilidade entre a punição eterna consciente e o amor de Deus; 3) a aparente injustiça envolvida na desproporção entre os pecados, cometidos no tempo, e a punição, que é eterna; e 4) o fato de que a presença contínua de criaturas más no universo de Deus desfigurará eternamente a perfeição do universo que Deus criou para refletir sua glória. Em resposta, 1) deve ser dito que as passagens que falam de destruição (como Fp 3.19; lTs 5.3; 2Ts 1.9; 2Pe 3.7) não implicam necessariamente cessação de existência, pois nessas passagens o termo usado para “destruição” não significa necessariamente o fato de cessar de existir ou uma espécie de aniquilação, mas podem simplesmente ser o modo de referir-se aos efeitos danosos e destrutivos do juízo final sobre os descrentes.

2) Com respeito ao argumento do amor de Deus, a mesma dificuldade de conciliar o amor de Deus com a punição eterna parece estar presente também na conciliação do amor de Deus a idéia da punição divina e, ao contrário, se (como a Escritura testifica abundantemente) é coerente Deus punir o ímpio por determinado tempo após o juízo final, parece que não há razão necessária pela qual seja incoerente Deus infligir a mesma punição para um período de tempo sem fim. Essa espécie de raciocínio pode conduzir certas pessoas a adotar outra espécie de aniquilacionismo, aquele segundo o qual não há sofrimento consciente de forma alguma, nem mesmo por um tempo breve, e a única punição é que os descrentes cessam de existir após a morte. No entanto, em resposta, é questionável se essa espécie de aniquilacionismo imediato e realmente ser chamado punição, desde que não haveria qualquer consciência de dor. De fato, a garantia de haver a cessação de existência poderia apresentar-se a muitos, especialmente que estão sofrendo e em dificuldade nesta vida, como alternativa de alguma forma desejável. E, se não há punição de descrentes de espécie alguma, mesmo pessoas como Hitler e Stalin não receberiam castigo algum, e não haveria qualquer justiça final no universo. Assim, as pessoas seriam incentivadas a permanecer tão ímpias quanto fosse possível nesta vida.

3) O argumento de que a punição eterna é injusta (porque há uma desproporção entre o pecado temporário e a punição eterna) presume erroneamente que nós conhecemos o grau do mal cometido quando os pecadores se rebelam contra Deus. David Kingdon observa: “... pecado contra o Criador é nefando até ao ponto de estar totalmente além nossa imaginação [capacidade] pervertida pelo pecado poder conceber [...] Quem poderia temerariamente sugerir a Deus como a punição [...] deveria ser?”. Ele também responde a essa indagação propondo que os descrentes no inferno podem continuar a pecar e receber punição por seus pecados, mas nunca se arrependerão, e observa que Apocalipse 22.11 aponta nessa direção: “Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na
imundícia”.

4. Considerando o quarto argumento, embora o mal que permanece sem punição prejudique a glória de Deus no universo, também devemos perceber que, quando Deus pune o mal e triunfa sobre ele, a glória da sua justiça, retidão e poder de triunfar sobre toda a oposição será vista (Rm 9.17,22-24). A profundidade das riquezas da misericórdia de Deus será então revelada, pois todos os pecadores redimidos reconhecerão que eles também merecem tal punição de Deus e a evitaram somente por causa da graça de Deus por meio de Jesus Cristo (cf. Rm 9.23,24). Todavia, após tudo isso ter sido dito, devemos admitir que a resolução final das profundezas dessa questão repousa muito além de nossa capacidade de entender e permanece escondida nos conselhos de Deus. Se não fosse pelas passagens da Escritura citadas antes que afirmam tão claramente a punição consciente e eterna, o aniquilacionismo poderia parecer a opção bem mais atraente. Embora o aniquilacionismo possa ser contrariado por argumentos teológicos, a clareza e o vigor das passagens em si mesmas é que nos convencem de que o aniquilacionismo é incorreto e que a Escritura de fato ensina sobre a punição eterna que o ímpio sofre conscientemente. O que devemos pensar a respeito dessa doutrina? É difícil — e deve ser difícil — pensarmos a respeito dessa doutrina hoje. Se nosso coração nunca é tocado com tristeza profunda quando contemplamos essa doutrina, é porque há uma deficiência séria em nossa sensibilidade espiritual e emocional. Quando Paulo pensa a respeito da perdição de seus concidadãos, os judeus, ele diz: “tenho grande tristeza e constante angustia em meu coração” (Rm 9.2). Isso esta de acordo com o que Deus nos diz de sua tristeza com respeito à morte do ímpio: “Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o SENHOR, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?” (Ez 33.11). A agonia de Jesus fica evidente quando ele chora: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta’ (Mt 23.37,38; cf. Lc 19.41,42). A razão de ser difícil pensarmos sobre essa doutrina é porque Deus colocou em nosso coração uma porção do próprio amor pelas pessoas criadas à sua imagem, até mesmo o seu amor por pecadores que se rebelam contra ele. Enquanto estivermos nesta vida, quando pensarmos em pessoas que precisam ouvir do evangelho e confiar em Cristo para serem salvas, é natural que cause em nós grande angústia e agonia de espírito só pensarmos a respeito da punição eterna. Todavia, devemos também compreender que qualquer coisa que Deus em sua sabedoria tenha ordenado e ensinado na Escritura está correto. Portanto, devemos ter cuidado para não odiar sua doutrina ou nos rebelarmos contra ela, mas antes procurarmos, tanto quanto formos capazes, chegar ao ponto em que venhamos a reconhecer que a punição eterna é boa e certa, porque em Deus não há injustiça alguma. Pode ser de ajuda percebermos que, se Deus não exercesse a punição eterna, então certamente sua justiça não seria satisfeita e sua glória não seria promovida da forma que ele julga ser sábio. E talvez seja de maior ajuda ainda percebermos que, da perspectiva do mundo vindouro, há um reconhecimento muito maior da necessidade e do caráter justo da punição eterna. Os crentes martirizados no céu clamam e João registra: “Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Apocalipse 6.10). Além disso, na destruição final da Babilônia, a voz audível da grande multidão no céu clama com louvor a Deus pela retidão de seus juízos quando a multidão percebe finalmente a natureza hedionda do mal como ele realmente é: “Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos’. [...] Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre” (Apocalipse 19.1-3). Tão logo isso aconteceu, os “vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que estava assentado no trono, e exclamaram: ‘Amém, Aleluia!’’ (Apocalipse 19.4). Não podemos dizer que essa grande multidão de redimidos e de criaturas viventes no céu fazem um julgamento moral errado quando louvam a Deus por exercer a sua justiça sobre o mal, porque eles estão livres de qualquer pecado e os seus juízos morais são agradáveis a Deus. Eles semdúvida vêem muito mais claramente que nós quão terrível o pecado realmente é.

Nesta presente era, contudo, somente devemos abordar tal celebração da punição do mal quando meditamos na punição eterna dada a Satanás e seus demônios. Quando pensamos neles, instintivamente não os amamos, embora eles também tenham sido criados por Deus. Mas agora eles são plenamente dedicados ao mal e estão além da possibilidade de redenção. Assim, não podemos ansiar pela salvação deles como ansiamos pela redenção da humanidade. Devemos crer que a punição eterna é verdadeira e justa, todavia devemos também desejar que mesmo os que perseguem a igreja mais severamente se cheguem com fé a Cristo e, dessa forma, escapem da condenação eterna.

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