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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Iluminismo

Diderot foi um dos responsáveis pela difusão do pensamento iluminista.

Diderot foi um dos responsáveis pela difusão do pensamento iluminista.

No século XVIII, uma nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições. O chamado movimento iluminista aparece nesse período como um desdobramento de concepções desenvolvidas desde o período renascentista, quando os princípios de individualidade e razão ganharam espaço nos séculos iniciais da Idade Moderna. 

No século XVII o francês René Descartes concebeu um modelo de verdade incontestável. Segundo este autor, a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao homem: duvidar e refletir. Nesse mesmo período surgiram proeminentes estudos no campo das ciências da natureza que também irão influenciar profundamente o pensamento iluminista. 

Entre outros estudos destacamos a obra do inglês Isaac Newton. Por meio de seus experimentos e observações, Newton conseguiu elaborar uma série de leis naturais que regiam o mundo material. Tais descobertas acabaram colocando à mostra um tipo de explicação aos fenômenos naturais independente das concepções de fundo religioso. Dessa maneira, a dúvida, o experimento e a observação seriam instrumentos do intelecto capazes de decifrar as “normas” que organizam o mundo. 

Tal maneira de relacionar-se com o mundo, não só contribuiu para o desenvolvimento dos saberes no campo da Física, da Matemática, da Biologia e da Química. O método utilizado inicialmente por Newton acabou influenciando outros pensadores que também acreditavam que, por meio da razão, poderiam estabelecer as leis que naturalmente regiam as relações sociais, a História, a Política e a Economia. 

Um dos primeiros pensadores influenciados por esse conjunto de idéias foi o britânico John Locke. Segundo a sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil, o homem teria alguns direitos naturais como a vida, a liberdade e a propriedade. No entanto, os interesses de um indivíduo perante o seu próximo poderiam acabar ameaçando a garantia de tais direitos. Foi a partir de então que o Estado surgiria como uma instituição social coletivamente aceita na garantia de tais direitos. 

Essa concepção lançada por Locke incitou uma dura crítica aos governos de sua época, pautados pelos chamados princípios absolutistas. No absolutismo a autoridade máxima do rei contava com poderes ilimitados para conduzir os destinos de uma determinada nação. O poder político concentrado nas mãos da autoridade real seria legitimado por uma justificativa religiosa onde o monarca seria visto como um representante divino. Entretanto, para os iluministas a fé não poderia interferir ou legitimar os governos. 
No ano de 1748, a obra “Do espírito das leis”, o filósofo Montesquieu defende um governo onde os poderes fossem divididos. O equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderia conceber um Estado onde as leis não seriam desrespeitadas em favor de um único grupo. A independência desses poderes era contrária a do governo absolutista, onde o rei tinha completa liberdade de interferir, criar e descumprir as leis. 

Essa supremacia do poder real foi fortemente atacada pelo francês Voltaire (1694 – 1778). Segundo esse pensador, a interferência religiosa nos assuntos políticos estabelecia a criação de governos injustos e legitimadores do interesse de uma parcela restrita da sociedade. Sem defender o radical fim das monarquias de sua época, acreditava que os governos deveriam se inspirar pela razão tomando um tom mais racional e progressista. 

Um outro importante pensador do movimento iluminista foi Jean-Jaques Rousseau, que criticava a civilização ao apontar que ela expropria a bondade inerente ao homem. Para ele, a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizadas como itens essenciais na construção de uma sociedade mais justa. Entretanto, esse modelo de vida ideal só poderia ser alcançado quando a propriedade privada fosse sistematicamente combatida. 

Esses primeiros pensadores causaram grande impacto na Europa de seu tempo. No entanto, é de suma importância destacar como a ação difusora dos filósofos Diderot e D’Alembert foi fundamental para que os valores iluministas ganhassem tamanha popularidade. Em esforço conjunto, e contando com a participação de outros iluministas, esse dois pensadores criaram uma extensa compilação de textos da época reunidos na obra “Enciclopédia”. 

A difusão do iluminismo acabou abrindo portas para novas interpretações da economia e do governo. A fisiocracia defendia que as produções das riquezas dependiam fundamentalmente da terra. As demais atividades econômicas era apenas um simples desdobramento da riqueza produzida em terra. Além disso, a economia não poderia sofrer a intervenção do Estado, pois teria formas naturais de se organizar e equilibrar. 

Ao mesmo tempo, o iluminismo influenciou as monarquias nacionais que viam com bons olhos os princípios racionalistas defendidos pelo iluminismo. Essa adoção dos princípios iluministas por parte das monarquias empreendeu uma modernização do aparelho administrativo com o objetivo de atender os interesses dos nobres e da burguesia nacional.


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Filosofia no Brasil

Filosofia no Brasil

Henrique Cláudio de Lima Vaz, pensou sobre questões humanistas
Henrique Cláudio de Lima Vaz, pensou sobre questões humanistas.

Após um primeiro contato com o universo filosófico é inevitável perguntar se existe ou existiu algum filósofo brasileiro. Fala-se muito dos pensadores gregos antigos, do eixo europeu Alemanha-França-Inglaterra e, recentemente, de pensadores da América do Norte, mas há a visão de que nada novo e original é produzido por aqui.
É certo que a história da filosofia não está finalizada. A todo instante, novas ideias surgem e no Brasil não poderia ser diferente. A existência de intelectuais no Brasil não é algo recente. Dentre as diversas mentes brasileiras é possível destacar alguns nomes.
Mário Ferreira dos Santos (1907-1968), paulista, tem uma grande obra publicada em mais de cem volumes. Em seu pensamento, formado pela pluralidade de influências, destaca-se o que chamou de Filosofia Concreta, em um livro com o mesmo nome. Para ele, é preciso superar a abstração filosófica que resultou da fragmentação do conhecimento. Após a análise dos diversos pedaços do conhecimento, como matemática, ética, política, economia, ciência, metafísica, existência, etc. era preciso reunir este conhecimento num conjunto. Assim, é preciso através do método dialético concreto observar os objetos de perto e depois se afastar para chegar a uma ideia do todo concreto.
Miguel Reale (1910-2006), paulista, inovou o pensamento acerca da Filosofia do Direito com a Teoria tridimensional do direito. Após séculos de discussões no campo do Direito, com argumentos retóricos e pouca profundidade na discussão, a obra de Reale delimita a discussão e apresenta uma nova forma de pensar. Para ele, é preciso pensar o direito a partir de três dimensões: a do fato, a do valor e a da norma. Com isso, o fato visa pensar a partir do aspecto histórico e social, o valor se relaciona com o que se pretende defender e a norma é o que faz a relação entre fato e valor.
Henrique Cláudio de Lima Vaz (1921-2002), padre mineiro, pensou sobre questões humanistas. Influenciado por Tomás de Aquino (1225-1274) e Hegel (1770-1831), Lima Vaz pensa a antropologia moderna como uma síntese da visão cosmocêntrica grega e teocêntrica medieval, isto é, deixa-se de pensar a partir da ideia de que o universo (kósmos) é o centro, como também Deus (theos) deixa de ser o centro, para um novo momento de colocar o homem (anthropos) no centro, pensar o mundo a partir do homem.
Gerd Bornheim (1929-2002), gaúcho, foi um dos que ajudaram na introdução e disseminação da filosofia de Martin Heidegger (1889-1976) no Brasil. Escreveu sobre diversos temas e entre eles acerca do que é filosofar, defendendo que filosofar é algo que pertence ao interior do sujeito e não a estar presente em determinado meio ou cultura. Sobre uma “filosofia à brasileira”, era crítico com relação à ideia de uma filosofia nacional.
No livro A filosofia contemporânea no Brasil (1997), de Antônio Joaquim Severino, outros nomes recebem destaque como: Fernando de Arruda Campos (1930-atual), José Arthur Giannotti (1930-atual), Rubem Alves (1933-atual), Sérgio Paulo Rouanet (1934-atual) e Hilton Ferreira Japiassu (1934-atual).
Outros nomes da filosofia brasileira podem ser lembrados, como: Marilena Chauí (1941-atual), Roberto Romano, Olavo de Carvalho (1947-atual) e Paulo Ghiraldelli Jr. (1957-atual).
A filosofia conheceu certa popularização no Brasil, pois canais de televisão veicularam programas de filosofia, como o quadro Ser ou Não Ser, com Viviane Mosé, no Fantástico, da Rede Globo. O canal GNT manteve a filósofa Márcia Tiburi (1970-atual) por cinco anos em seu programa Saia Justa.

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