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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Em defesa das Universidades Públicas Brasileiras

Em defesa das Universidades Públicas Brasileiras



As Universidades Federais estão sob forte ataque do governo. As Universidades Públicas brasileiras são responsáveis pela quase totalidade, por mais de 90% de toda a pesquisa científica que se faz no país em todas as áreas: da filosofia à medicina, das artes às engenharias. Não há instituição que tenha contribuído de modo equivalente para o progresso do país. As universidades são os grandes produtores de conhecimento e, portanto, responsáveis por grande parte de nosso crescimento econômico ao longo de nossa história.
Mais ainda, elas estão atreladas ao processo de democratização do país. Não há país democrático e soberano sem a universalização do conhecimento. Nossas Universidades têm um compromisso inquestionável com a construção de um Brasil mais justo, mais humano, mais livre e mais igualitário. E do equilíbrio entre liberdade e igualdade depende a democracia. As universidades são ainda mais vitais em uma sociedade do conhecimento, isto é, em que o conhecimento é o grande motor da economia. 
Não podemos dizer que essa atitude do governo, de cortar sem justificativa 30% dos orçamentos já aprovados das Universidades, seja surpresa. Afinal, desde o início, e mesmo durante a campanha, o governo Bolsonaro tem demonstrado uma forte visão anti-intelectualista, contrária à ciência e à cultura, à democracia. Eleger a Universidade como grande inimiga não é, portanto, algo inesperado.
O ataque do governo teve início com o corte do orçamento de três universidades: Universidade Federal da Bahia, a Universidade de Brasília e a Universidade Federal Fluminense. O governo se utilizou de dois argumentos falsos, mentirosos.  O primeiro, que nossas Universidades possuem um rendimento insatisfatório, o que é desmentido por vários instrumentos de avaliação de desempenho, inclusive do próprio governo. O segundo, que elas são espaço de balbúrdia, ou seja, eles querem impor o seu código moral, quando não foram eleitos para isso. Ora, quem verdadeiramente frequenta as universidades sabe que elas são lugares de estudo, pesquisa, trabalho. Há evidentemente espaço para a crítica social e mesmo para a irreverência, dimensões importantes da vida democrática. Porque os cortes, se restrito à três Universidades, caracterizariam perseguição e portanto improbidade administrativa, o governo recuou atirando e universalizou a medida, estendendo-a a todas as Universidades Federais, bem como aos Institutos Federais
O Sistema Federal de Universidades é um patrimônio da sociedade brasileira. Ele precisa ser defendido, de todas as maneiras possíveis. Assim, considere assinar e compartilhar. Não vamos deixar que esse governo acabe com as nossas universidades e institutos federais. Afinal, ele teve a maioria dos votos, mas não representa a maioria dos eleitores. O destino de nossa democracia passa pelo destino de nossas Universidades.  Vamos lutar por elas. Vamos pressionar o Congresso Nacional para que, conosco, ponhamos um fim a este ataque brutal que é absolutamente contrário aos interesses da sociedade brasileira.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

A Mulher do Pastor - Filme Completo Dublado

Daniel 3:25 o quarto homem na fornalha seria um anjo ou o próprio Jesus Cristo?

Daniel 3:25 o quarto homem na fornalha seria um anjo ou o próprio Jesus Cristo?


A historia dos três jovens lançados na fornalha  que se encontra no livro de Daniel afirma no versículo 25 que eles foram livrados da morte por um ser que muitos afirmam ser um anjo,entre os eruditos que creem que o quarto ser na fornalha era um anjo esta Calvino séc. 16 e Adam Clark séc. 19 vejamos um que eles dizem:

Calvino comentado Daniel 3:25 diz:
"o filho de um deus. Sem dúvida, Deus aqui enviou um dos seus anjos, para apoiar por sua presença as mentes de seus santos, para que não se desmascarem. . . . Um único anjo foi enviado a esses três homens; Nabucodonosor o chama de filho de Deus; não porque ele pensou que ele era Cristo, mas de acordo com a opinião comum entre todos os homens, que os anjos são filhos de Deus, uma vez que uma certa divindade resplandece neles; e, portanto, eles chamam anjos geralmente filhos de Deus. De acordo com este costume costumeiro, diz Nabucodonosor, o quarto homem é como um filho de um deus. Pois ele não podia reconhecer o Filho unigênito de Deus, pois, como já vimos, ele foi cegado por tantos erros depravados ".

Adam Clark afirma:
"Uma tradução muito imprópria. Que ideia poderia ter esse rei idólatra do Senhor Jesus Cristo? Por isso, o lugar é compreendido por milhares. Bar-Elahin significa um filho dos deuses, isto é, uma pessoa divina ou um anjo; e assim o rei o chama em verdade. 28: "Deus enviou o seu anjo e entregou seus servos". E, mesmo assim, ainda afirmaram que era o anjo da aliança, mas o rei da Babilônia conhecia tanto quanto ele do outro. Nenhum outro ministério era necessário; um único anjo do céu era bastante suficiente para responder o propósito, como aquele que parou a boca dos leões quando Daniel foi lançado na sua guarida ".

Temos também atualmente muitos eruditos que também creem como eles, como por exemplo F.F Bruce professor, escritor e erudito da Bíblia.
F.F Bruce afirma:
“Provavelmente não se deve ver aqui um a aparição pré-encarnada de Cristo; o N T não faz essa tentativa de identificação”

 mas também existem quem discorde disso afirmando que se trata de uma teofania  que pode ser definida como manifestações do Cristo antes de sua encarnação. Uma exegese do versículo realmente confirma que na verdade trata-se de uma teofania e que o quarto homem na fornalha era o próprio Cristo .
Primeiramente vamos ver como esse versículo aparece em algumas traduções da Bíblia:
“Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.” Daniel 3:25 ARA
“Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.”   Daniel 3:25 ACF
Como podemos perceber à duas formas de tradução , são elas “filho dos deuses” e “Filho de Deus”, .
As versões que seguem a tradução “filho dos deuses”  são:
ARA,NVI, VERSÃO CATOLICA  e outras , a Nova tradução vai trazer a palavra “anjo”  .
As versões que seguem a tradução “Filho de Deus” como referencia a teofania são:
ACF,KJV,NKJV
A tradução correta é “Filho de Deus” pois uma analise no texto de Daniel 3:25 esclarece a questão, o texto de Daniel 3:25 foi escrito em aramaico vejamos o texto na Bíblia hebraica stuttgartensia:
עָנֵ֣ה וְאָמַ֗ר הָֽא־אֲנָ֨ה חָזֵ֜ה גֻּבְרִ֣ין אַרְבְּעָ֗ה שְׁרַ֙יִן֙ מַהְלְכִ֣ין בְּגֹֽוא־נוּרָ֔א וַחֲבָ֖ל לָא־אִיתַ֣י בְּהֹ֑ון וְרֵוֵהּ֙ דִּ֣י [רְבִיעָיָא כ] (רְֽבִיעָאָ֔ה ק) דָּמֵ֖ה לְבַר־אֱלָהִֽין׃ ס

A expressão aramaica לְבַר־אֱלָהִֽין׃ (lebar elahim) que aparece no texto original deve ser traduzida por “Filho de Deus” pois a palavra  אֱלָהִֽין  (Elahim)  tem como correspondente a palavra hebraica אֱלֹהִ֑ים(Elohim) que quando se refere a Deus é sempre traduzida no singular mesmo estando no  plural.e na maioria das vezes é traduzida por “Deus” singular.  
Outro fator importante é que a expressão aramaica  לְבַר־אֱלָהִֽין׃(lebar Elahim) é utilizada nos targuns(traduções em aramaico) , como referencia a ao Deus verdadeiro  os targuns de Onkelos,Neofeti  e o Targum Pseudo-Jonathan.
O Targum Neofeti utiliza  duas vezes a palavra aramaica אֱלָהִֽין  (Elahim) para se referir ao Deus verdadeiro em Êxodo 18:11 e Deuteronômio 1:11, o Targum Pseudo-Jonathan também faz o mesmo em Êxodo 18:11, isso indica que a utilização da forma plural para se referir  ao Deus verdadeiro não se restringe somente ao Hebraico.
O dicionário  hebraico Koehler / Baumgartner padrão afirma que a palavra אֱלָהִֽין pode ser usada pra se referir a “Deus”.

Varias traduções muito antigas da Bíblia traduziram a expressão aramaica לְבַר־אֱלָהִֽין׃(Lebar Elahim) por “Filho de Deus” a quem as escrituras vão identificar como sendo um titulo de Cristo, pois no novo testamento essa expressão é utilizada no singular somente para se referir a Cristo, apesar  de Lucas 3:38 na NVI trazer “filho de Deus” como referencia a Adão, a palavra grega υἱός(filho) não aparece no original grego é acréscimo do tradutor vejamos o texto grego de Lucas 3:38:
του ενως του σηθ του αδαμ του θεου -Novo Testamento Grego Nestle-Aland
agora vejamos como as traduções antigas da Bíblia traduziram a expressão aramaica לְבַר־אֱלָהִֽין׃(Lebar Elahim) de Daniel 3:25 :
Versão grega de Teodócio 2º Séc. d.C-  υἱῷ Θεοῦ(Filho de Deus)
Versão grega de Áquila2º Séc.d.C-  υἱῷ Θεοῦ(Filho de Deus)
Vulgata  4º/5º séc. d.C-filio Dei(Filho de Deus)
Vários comentários bíblicos vão afirma que o Ser que aparece ali não é um anjo mais uma manifestação de Cristo pré-encarnado conhecida como teofania a qual as vezes e identificada no antigo testamento como sendo o Anjo do Senhor, vejamos:

- T. Robinson, o Comentário Homilético do Pregador (1892), "Daniel",
p.72. Diz: "Na realidade, foi Cristo, o Filho de Deus, que apareceu neste
momento em forma humana."
"No verso 28, o rei o chama de" anjo "de Deus, que Ele certamente era -
o" anjo do Senhor ", também chamado de" Mensageiro da Aliança ", o
Filho de Deus, que na plenitude dos tempos Foi "feito carne e habitou
entre nós". "- Ibid. ., P. 73


Comentário bíblico Moody p.33 afirma:
“Esta pessoa poderia muito bem ter sido o Filho de Deus pré-encarnado,
mas nesse caso, Nabucodonosor não sabia quem Ele era.”


Comentário Bíblico Africano p.1023 diz:
“E o quarto tinha a aparência de um filho dos deuses (3:25).
Nabucodonosor não podia reconhecer a pré-encarnação do
Filho de Deus, por isso o descreveu como um anjo ou um
ser divino (3:38)”


Comentário Bíblia de Estudo Shedd:
“A proteção divina foi publicamente revelada mediante a obra de
alguém que era semelhante a um filho dos deuses, ou seja, o Redentor
revelado “antes dos dias da Sua carne” (Hb 5.7) que os “salvou
totalmente” (Hb 7.25) do fogo.”.


Comentário Bíblico de Matthew Henry:
“Deus, que preservou-os em meio ao fogo, os jovens
Caminhavam de um lado para outro em meio ao fogo, sustentados e
animados pela presença do Filho de Deus. Aqueles que sofrem por
causa do Senhor Jesus Cristo têm a sua presença até dentro de uma
fornalha ardente, e no vale da sombra da morte.

Comentário Bíblico Expositivo, Warren W. Wiersbe:                                                                           “O rei pensou que fosse um anjo parecido com um "filho dos deuses" (vv. 25, 28), mas a quarta pessoa na fornalha era Jesus Cristo em uma de suas aparições pré-encarnadas no Antigo Testamento (ls 43:2; Sl 91:9-12).”

Notas Explicativas de John Wesley :                                                                                                   “Sem dores - Veja como o Deus da natureza pode, quando ele deseja, controlar os poderes da natureza! O Filho de Deus - Provavelmente ele ouviu David falar dele. Jesus Cristo, o Anjo da aliança, às vezes apareceu antes de sua encarnação. Aqueles que sofrem por Cristo, têm sua presença graciosa com eles em seus sofrimentos, mesmo na fornalha de fogo, mesmo no vale da sombra da morte, e, portanto, não precisam ter medo de nenhum mal.”

Comentário Critico e Explicativo Sobre a Bíblia Inteira, Jamieson Fausset Brown:                     “como o Filho de Deus - inconscientemente, como Saul, Caifás ( João 11: 49-52 ) e Pilatos, ele é feito para prover verdades divinas. "Filho de Deus" em sua boca significa apenas um "anjo" do céu, como revela Daniel 3:28 . Compare Job 1: 6 , 38: 7 , Salmos 34: 7 Salmos 34: 8 ; e a exclamação provavelmente do centurião pagão ( Mateus 27:54 ). Os caldeus acreditavam nas famíliasdos deuses: Bel, o deus supremo, acompanhado pela deusa Mylitta, sendo o pai dos deuses; assim, a expressão que ele quis dizer: uma surgiu e enviada pelos deuses. Realmente foi o "mensageiro da aliança", que aqui deu um prelúdio a Sua encarnação.”

Além desses comentários bíblicos, Comentando Daniel 3:25 Ellen White também afirma que se tratava de uma manifestação de Cristo:
“Mas o Senhor não esqueceu os Seus. Sendo Suas testemunhas lançadas na fornalha, o Salvador Se lhes revelou em pessoa, e junto com eles andava no meio do fogo. Na presença do Senhor do calor e do frio, as chamas perderam o seu poder de consumir.” Ellen White, Profetas e Reis pág.508-509

“De repente, o semblante do rei empalideceu de horror. Seus olhos se fixaram nas chamas ardentes e, voltando-se para seus lordes, disse: "Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo?" A resposta foi: "É verdade, ó rei". Dan. 3:24. E então o rei exclama: "Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nada há de lesão neles; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho dos deuses." Dan. 3:25. Quando Cristo Se manifesta aos filhos dos homens, um poder invisível fala a seu coração. Eles sentem que estão na presença do Infinito.” Ellen White, Santificação pág. 38

Agora fica uma pergunta , como um rei pagão saberia que ali estava presente o Filho de Deus o Messias ? essa pergunta é respondida através de Ellen White veja um que ela afirma:

“Como sabia o rei pagão a que era semelhante o Filho de Deus? Os cativos hebreus que ocupavam posição de confiança em Babilônia tinham representado a verdade diante dele na vida e no caráter. Quando perguntados pela razão de sua fé, tinham-na dado sem hesitação. Clara e singelamente tinham apresentado os princípios da justiça, ensinando assim aos que lhes estavam ao redor a respeito do Deus a quem adoravam. Eles tinham falado de Cristo, o Redentor vindouro; e na aparência do quarto no meio do fogo, o rei reconheceu o Filho de Deus.” Ellen White, Profetas e Reis Pág 509


Autor: Wesley Renilson Silva

Referencias bibliográficas:
Comentário Bíblico NVI antigo e Novo Testamento F.F Bruce, Daniel 3
Bíblia Hebraica Stuttgartensia
Targum Onkelos,
Targum Neofeti 
Targum Pseudo-Jonathan.
Dicionário  hebraico Koehler / Baumgartner padrão
Novo Testamento Grego Nestlé-Aland
T. Robinson, o Comentário Homilético do Pregador (1892), "Daniel",
p.72.
Comentário bíblico Moody p.33
Comentário Bíblico Africano p.1023
Comentário Bíblia de Estudo Shedd
Comentário Bíblico de Matthew Henry
Comentário Bíblico Expositivo, Warren W. Wiersbe
Notas Explicativas de John Wesley
Comentário Critico e Explicativo Sobre a Bíblia Inteira, Jamieson Fausset Brown
Ellen White, Profetas e Reis pág.508-509

Ellen White, Santificação pág. 38

Fonte de referência, estudos e pesquisa: http://verdadepresent.blogspot.com/2017/09/daniel-325-o-quarto-homem-na-fornalha.html
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Filosofia da religião

Filosofia da religião

“Filosofia da religião” é a parte da filosofia que se ocupa de examinar racionalmente as explicações religiosas.

A questão sobre a possibilidade de conciliar fé e razão deu origem à Filosofia da Religião
A questão sobre a possibilidade de conciliar fé e razão deu origem à Filosofia da Religião.

Podemos entender a religião, de uma forma ampla, como um sistema de crenças e as práticas a elas referentes. Em quase todas as culturas há pelo menos uma expressão que possamos chamar de religiosa. Essas expressões diferem entre si, quanto à origem e conceitos principais, mas costumam partir da tentativa do homem de encontrar respostas a problemas para os quais a razão humana não seria suficiente. Uma pergunta bastante inquietante e que ainda não podemos responder precisamente por meio da ciência é a respeito da vida após a morte.
As religiões espiritualistas, ou seja, que acreditam na existência de um corpo mortal e de uma alma imortal, podem enfrentar esse problema criando teorias baseadas em algum livro que se considera escrito a partir de uma revelação de Deus, como o Alcorão para os muçulmanos, o Bhagavad Gita para os hindus e a Bíblia para os cristãos, por exemplo, ou por meio da transmissão oral de revelações individuais feitas a alguém que se considera capaz de se comunicar com o plano sagrado, como são os profetas, médiuns e babalorixás.
Ou seja, na esfera da religião, não se necessita de uma demonstração racional para aquilo que se professa como verdade, mas a fé não é necessariamente oposta à razão. O termo “filosofia da religião”, que aparece a partir do século XIX, é a parte da filosofia que se ocupa de examinar racionalmente as explicações religiosas. A existência ou não de Deus foi uma questão que movimentou o pensamento de muitos filósofos desde a Antiguidade, como Tomás de Aquino, Agostinho de Hipona e Nicolau de Cusa.
Contexto histórico:
O cenário histórico que serve de pano de fundo para a discussão desses pensadores é o desenvolvimento e ascensão do Cristianismo e grande influência da Igreja Católica como instituição social. Se o Império Romano se esfacelava, a Igreja acumulou grande riqueza material. Se o Império Romano sofria ataques de povos bárbaros, a Igreja desempenhava o papel de conciliadora entre a nobreza feudal.
A fé cristã, segundo a doutrina da Igreja Católica, era a verdade mais elevada. Qualquer ato que discordasse do postulado pela Igreja era considerado uma heresia. Todas as investigações filosóficas e científicas tinham que partir do pressuposto de que a verdade já havia sido revelada pelo próprio Deus. A única tarefa possível à ciência e à filosofia era a comprovação racional da fé. Muitos pensadores cristãos investiram nesse trabalho e tentaram, a partir da filosofia grega ou contra ela, convencer os descrentes.
Entre esses pensadores, podemos incluir os “padres apologistas”, ou seja, aqueles padres que mostravam a superioridade da fé cristã em relação ao paganismo ou politeísmo. Esses padres, como Orígenes, Justino e Tertuliano, rejeitavam o recurso às filosofias gregas. Importante lembrar que, nessa época, as obras de Platão e Aristóteles estavam desaparecidas e o conhecimento que se tinha delas passava pelo prisma dos filósofos estoicos e neoplatônicos e, por isso, apresentavam elementos místicos ou comportamentos que a Igreja considerava “imorais”.
Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino
No entanto, as obras de maior destaque são as de Santo Agostinho, que pertencia à Patrística, e as de Santo Tomás de Aquino, que pertencia à Escolástica. A Patrística é o nome que se dá ao conjunto das produções intelectuais a respeito da revelação cristã, a maior parte delas de autoria de padres que perceberam a necessidade de argumentação racional para consolidar os preceitos cristãos entre as autoridades e o povo. Santo Agostinho, seu principal expoente, estabelece que a principal diferença entre a fé e a razão é que, pela fé, conseguimos compreender coisas inalcançáveis por meio da razão. Mas isso não torna fé e razão contraditórias: para o filósofo, a fé revela verdades de forma intuitiva, verdades que são confirmadas pelo exercício racional. A alma humana só poderia conhecer a verdade das coisas se iluminada por Deus.
A Escolástica é o nome que se dá à reunião das obras filosófico-teológicas escritas a partir do século IX por consequência do projeto de organização do ensino promovido por Carlos Magno no século VIII, projeto esse conhecido como “renascença carolíngia”. Nas escolas fundadas por Carlos Magno eram ensinadas as seguintes matérias, submetidas à teologia: gramática, retórica e dialética (a reunião das três era conhecida como trivium); e geometria, aritmética, astronomia e música (reunião conhecida como quatrivium). A cultura Greco-romana passou a ser divulgada e isso permitiu que o pensamento aristotélico pudesse ser considerado nas investigações filosóficas da época.
O período escolástico pode ser dividido em 3 períodos ou fases:
  1. Primeira fase: do século IX ao século XII – caracterizada pela harmonia entre fé e razão;
  2. Segunda fase: do século XII ao século XIV – considera-se que harmonia entre fé e razão pode ser parcialmente obtida.
  3. Terceira fase: do século XIV ao século XVI – caracterizada pela percepção das diferenças fundamentais entre fé e razão.
A obra de Santo Tomás de Aquino pertence à segunda fase e pretendia retomar os pensamentos de Aristóteles para explicar os pontos principais da fé cristã. Ao fazer isso, no entanto, criou um sistema próprio, dentro do qual conseguiu elaborar cinco provas racionais da existência de Deus. Por esse motivo foi proclamado Doutor Angélico e o Doutor por Excelência pela Igreja Católica. Sua extensa obra foi considerada, inclusive, um argumento a favor de sua canonização. A importância dos argumentos de Tomás de Aquino, apesar de serem refutados, para a questão da conciliação entre fé e razão é que eles negam 1) a possibilidade de se conhecer a Deus sem passar pelo mundo sensível, ou seja, por meio de uma experiência direta; e 2) que só se pode conhecer a Deus pela fé. A busca científica encontra legitimidade também na filosofia tomista, pois, se o Criador deixa suas marcas em tudo o que cria, o interesse pela investigação corresponde à necessidade intrínseca ao homem de conhecê-lo.
Nietzsche:
Para o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o cristianismo reforçou uma moral dotada de submissão, pecado e culpa. A própria moral, dirá o filósofo, é um instrumento para o enfraquecimento dos fortes. Por esse motivo, a tradição ocidental, resultado desse processo de enfraquecimento, é tão distinta do Estado Grego que reunia, pelo espírito guerreiro de seu povo e de uma religião que não o tentava domesticar, as condições para o aparecimento da tragédia, maior expressão artística dos helenos.
Sobre a religião grega, Nietzsche sublinha no parágrafo 114 de “Humano, Demasiado Humano” que os helenos não se referiam aos deuses como se fossem acima de si, ou seja, não tinham uma relação de submissão em relação a eles. Os deuses serviam como um exemplo do melhor que os humanos poderiam alcançar, um ideal, diferente do cristianismo que, em suas palavras “esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um profundo lamaçal”. Um aspecto relevante da religião grega era a inexistência de um livro sagrado. As crenças eram difundidas com uma visão não dogmática e sem uma autoridade que teria o direito de proteger os dogmas.

Fonte de referência, estudos e pesquisa: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/religiao.htm
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