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segunda-feira, 19 de março de 2018

Profetismo e Profetas Bíblicos

Profetismo e Profetas Bíblicos


“Se você sofre com a desobediência do povo de Deus – chore ao lado de Jeremias. Se precisares decidir entre adorar a Deus ou ao ídolo do rei – aprenda com Daniel. Se precisares de purificação apresente a língua a Isaías”.

Essa máxima ilustra o quanto os livros dos profetas têm orientado e fortalecido a fé de muitos cristãos em todo o mundo e em todas as épocas. O aforismo também demonstra a condescendência e empatia dos fiéis profetas de Yahweh com o sofrimento de todos os cristãos portadores de uma mensagem divina, quer seja para o mundo, quer seja para a igreja. Somente este fato já seria suficiente para impelir-nos a estudar conscienciosamente os livros proféticos.
Para compreendermos os livros proféticos, não é necessário apenas uma empatia existencial entre o texto e o leitor, como deseja a nova hermenêutica, mas uma introspecção com o ambiente histórico-cultural do autor. A Bíblia não é apenas importante pelo que significa para nós hoje, mas, por tratar de questões histórico-vivenciais do passado que se tornaram, pela inspiração divina, Palavra de Deus. É assim que os Salmos messiânicos de Davi, que tratam do sofrimento do monarca, não se interpretam somente à luz da história do rei, mas também à luz da revelação histórica e profética posterior - Jesus Cristo.
O Ofício Profético e Sua Instituição
O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” – distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhece perfeitamente: “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32).
As escolas de profetas foram fundadas a partir dos dias de Samuel e não anteriormente. A primeira menção dessa classe organizada é a escola por ele fundada, que ficava em Ramá (1 Sm 19.20). Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2 Rs 2.3,5).[1]
O Profeta Normativo
Sabe-se que, mesmo antes da organização dos profetas como uma ordem, eles remontam aos primórdios bíblicos: Abraão, Moisés e o próprio Samuel, são usados como referências (Dt 18.15; Jz 4.4; 2 Rs 22.14; 1 Sm 3.20).
Abraão foi a primeira pessoa a quem a Escritura chama de profeta (Gn 20.7 cf. Sl 105.15). A normatização veio posteriormente através da vida e pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros (Dt 18.15-19; 34.10). [2]
As principais características posteriores encontradas nos profetas foram, a priori, regulamentadas através da experiência profética de Moisés. Senão, vejamos:
a) Uma chamada específica e particular de Deus (Êx 3.14.17 cf. Is 6; Jr 1.4-19; Ez 1-3; Os 1.2; Am 7.14,15; Jn 1.1). Conforme esses textos, o objetivo primário da chamada profética era uma introdução à presença de Deus (Jr 23.18). Assim sendo, o profeta aparecia perante o povo na qualidade de um homem que se apresentara diante de Deus (Êx 4.10-16), tal como aconteceu a Moisés. O sinal preponderante que marcava a validade de um profeta e sua profecia era a chamada de Deus. Essa vocação dava ao profeta crédito de entrar diretamente na presença divina, a fim de receber a mensagem. Muitos profetas tinham consciência de sua chamada e não raras vezes registravam-na (Am 7.5, Is 6; Jr 1; Ez 3). Através dessa consciência profética ele se obrigava ao exercício de seu ministério, às vezes, contra a sua própria vontade, como por exemplo, o profeta Jeremias (Jr 20.7-18). [3]
b) Título de “Homem de Deus” (Dt 33.1 cf. 1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1). O título (’ish ha’Elohim) [4] exprime o conceito que os homens tinham dos profetas e expressa a estreita associação da respectiva pessoa com Deus; Eliseu recebeu esta designação cerca de vinte e nove vezes. Este título foi dado primariamente a Moisés e continuou sendo empregado até o fim da monarquia. A intenção era expressar a diferença de caráter entre o profeta e os demais homens. Isto é deixado perfeitamente claro nas palavras ditas pela mulher sunamita: “Vejo que este...é santo homem de Deus...” (2 Rs 4.9). [4]
As Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica
Profetas Orais:
Gade (1 Sm 22.5);
Natã (2 Sm 12.1);
Ido (2 Cr 9.29);
Aías (1 Rs 11.29);
Semaías (1 Rs 12.22);
Elias (1 Rs 17.1);
Azarias (2 Cr 15.1);
Eliseu (2 Rs 4.8,9);

Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros.
Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular – o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [5]
Funções dos Profetas
a) Função designada pela linguística: As funções dos profetas devem ser entendidas a partir dos vocábulos bíblicos etimológicos que dão título ao ofício profético. Portanto, devemos definir claramente o significado do vocábulo “profeta”, para entendermos suficientemente a função do mesmo. Antes, porém, precisamos ter em mente, como afirma Baxter, que a profecia, no sentido bíblico, “é o produto e a expressão de uma inspiração direta e especial de Deus” [6] e nem sempre relaciona-se com a predição de fatos escatológicos ou futurísticos.
Baxter, com muita perspicácia, lembra-nos que segundo a correta etimologia do vocábulo profeta, o prefixo “pro” [7] não denota antecipação como na palavra “prover”, mas significa “lugar de”, como em “pronome”. [8] Com base nesse primeiro significado, unido ao termo grego “phemi” [9], cujo sentido é “falar”, podemos definir profeta como uma pessoa que fala no lugar de outra. Provavelmente é com este sentido que o termo é usado em Êxodo 7.1. Tendo isto em mente, entendemos porque a profecia não é de particular elucidação, mas que homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21).[10]
Outros termos correlatos à função de profetas, são:
  • Nabhi’ [11]: Um dos termos hebraicos para profeta é “nabhi’ ’’. Segundo Peisker, o vocábulo ocorre cerca de 309 vezes no Antigo Testamento, das quais 92 somente em Jeremias. [12] Por sua vez, “nabhi’ ” procede de certa raiz hebraica cujo significado original é “ferver, borbulhar, líquido em ebulição”. Robert Culver assinala que se essa posição estiver correta o profeta seria alguém que extravasa “palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração divina, como os profetas e poetas”. [13] Profeta, portanto, quer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina, sugerindo assim, o despejar de palavras geradas por animação fervorosa ou por inspiração divina. [14] O termo hebraico em apreço foi captado pelo termo grego “prophetes” [15] que significa “falar por”, “representar”, ou ainda, “alguém que fala em lugar de outra pessoa” (Êx 4.16; 7.1). Segundo a etimologia de “nabhi’”, “a função de um profeta é agir como embaixador ou mensageiro divino, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em época de crise”. Eles falavam não de homem para homem, mas como pessoas investidas de autoridade de Deus, a fim de falar em seu nome aos pecadores. [16] Neste caso, “nabhi’ ” é considerado um orador a quem foi confiada uma missão. Desta forma, o Senhor fala ao “nabhi’ ”, o qual precisa transmitir exatamente o que recebe. Isto pressupõe o fluxo da inspiração profética como o ato pelo qual Deus coloca as palavras na boca de seus profetas. Deus disse a Moisés: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras” (Dt 18.18). De modo semelhante, o Eterno disse a Jeremias: “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (Jr 1.9).
  • Chozeh: O termo designativo hebraico “chozeh” [17] significa propriamente “vidente” e refere-se àquele que tem visões. O vocábulo indica o que está por trás do pronunciamento inspirado do profeta. O profeta era primitivamente chamado de “chozeh” ou “vidente” (1 Sm 9.9; 2 Sm 24.11; 2 Cr 33.18; 35.15), porque era sobrenaturalmente capacitado a ter visões e a ver aquilo que se encontrava além do conhecimento humano comum (Jr 23.18). Segundo Culver, o termo derivado de “hazâh”, é um dos três vocábulos para profeta no Antigo Testamento; citamos à guisa de exemplo, 1 Crônicas 29.29: “Os atos pois do rei Davi, [...] tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas registradas por Samuel, o vidente [ro’eh], nas crônicas do profeta [nabî’] Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente [chozeh]”. [18] Esta era a credencial de um profeta verdadeiro de Deus: introduzir-se infalivelmente no futuro e revelá­-lo (Dt 18.21-22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto, somente Deus conhece o futuro. Por intermédio dessa função profética Deus chama a atenção para seu programa futuro em relação a Israel e às nações (Nm 12.6,7; 1 Sm 28.6-15; Jr 23.28).
A Mensagem dos Profetas
Os Profetas Anunciavam a Palavra do Senhor (Hb 1.1): É frequente, nas páginas do Antigo Testamento, a expressão “assim diz o Senhor”, como um recurso emblemático que ratifica a procedência da profecia e o caráter infalível da mesma. Além dessa expressão central, a mensagem dos profetas era acompanhada de atos simbólicos que, tal qual uma imagem esculpida no pálido mármore, era registrada concretamente no coração de pedra da nação judaica. O erudito Walter Wolff assinala que:
Os relatos das ações simbólicas dos profetas esclarecem o uso da linguagem profética em geral(...). Não apenas a pessoa, mas também o comportamento do profeta esclarece a nova intervenção do Yahweh na vida de seu povo. [19]

O refrão “assim diz o Senhor” era atestado de duas formas:
  • Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17).
  • Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. Por exemplo:
ISAÍAS: Andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3).
JEREMIAS: É recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus.
OSEIAS: É orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor.
EZEQUIEL: Cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1).
AÍAS: Ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).
Estes atos, também chamados de oráculos por ação (atos simbólicos), eram um auxílio visual, associado a eficácia da palavra entre os hebreus. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava. [20]
Os profetas anunciavam mensagens para a sua época: Uma das importantes funções dos profetas era a interpretação dos fatos pretéritos e presentes. Neste sentido, suas profecias podiam referir-se ao passado ou ao presente, assim como ao futuro. No primeiro caso, é uma palavra inspirada em antecipação. A mensagem profética, quando não se refere ao futuro é uma declaração da verdade sobre qualquer assunto, recebida por direta inspiração de Deus.
Especialmente na mensagem dos profetas pré-exílicos, vemos três temas principais:
Combate aos pseudoprofetas: Eram combatidos aqueles que se preocupavam em agradar ou em ser popular, dizendo aquilo que o povo gostava de ouvir (Os 4.5; Is 3.1-3; 9.14s; 28.7s; Jr 5.31; 6.13; 8.10; 23). Jeremias capítulo 23, descreve o falso profeta como:
  •  Imoral e que não reprova a imoralidade de outros (23. 10-14).
  •  Aquele que prega uma paz artificial fabricada pelos homens (v. 17).
  •  Alguém que profetiza sem ter ouvido e visto a palavra do Senhor, isto é, sem ter tomado conselho e ordem da parte de Deus (vs. 18-21).
  •  Aquele que se esforça por criar suas próprias profecias (Ez 13.2,3).
Combate à Idolatria: Os profetas cúlticos (2 Cr 20.14) exortavam os clérigos e os adoradores contra as influências pagãs no culto a Deus, como também ao culto correto na sua forma, mas destituído de sinceridade: hipócrita e vazio (Is 29.13). Muitas vezes, os profetas usavam expressões austeras para repreender a hipocrisia religiosa, o intenso ritualismo, o completo formalismo e a exacerbada carnalidade cúltica.
Combate às Falsas Esperanças: Especialmente aquelas que os falsos profetas alimentavam com suas mensagens, as quais, resumidamente, diziam: “paz, paz...” quando na verdade “não há paz” (Jr 6.14; 8.11; 14.13; 23.17).
Acerca de um Futuro Lúgubre: Os profetas que atuaram antes do cativeiro costumam ser chamados profetas do juízo. No reino do Norte os profeta Amós e Oseias alertavam para o cativeiro assírio que se aproximava. No reino do Sul, todos os profetas e, especialmente, Isaías e Jeremias, pregavam que o povo teria a mesma sorte do reino vizinho, caso não se voltasse para o Senhor.
Jeremias 23.33 assevera que alguns clérigos e parte do populacho zombavam de Jeremias por causa de suas palavras sombrias, perguntando-lhe: “Qual é a sentença pesada de Deus para hoje?” Contudo, é muito importante lembrar a razão das severas palavras dos profetas. A razão pela qual os profetas não principiam com uma mensagem de paz, é porque a paz verdadeira, a paz de Deus, vem somente através da santidade, retidão e arrependimento. Essas profecias declaram o juízo do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.
Os profetas recebiam suas mensagens do Senhor: Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões.
Os livros proféticos frequentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:
  •  “A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).
  •  “O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).
  •  “A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).
  •  “O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).
  •  “Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).
  •  “O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).
Acerca de um Futuro Promissor: Essa é a tônica dos profetas que atuaram durante e após o Cativeiro. A esperança para o futuro dizia respeito não apenas ao futuro próximo (volta do cativeiro), mas também a um futuro distante, quando as promessas dadas a Davi terão seu cumprimento, e o reino será restabelecido em glória. Muitas dessas profecias se cumpriram em Cristo e outras ainda estão por se cumprir.
Acerca da Dispensação da Graça (1 Pe 1.10): Nem sempre os profetas discerniram os significados de suas predições proféticas. Embora tivessem falado da extensão da graça sobre os gentios, não compreenderam tudo o que estava envolvido na salvação oferecida por Deus aos gentios, através do sofrimento do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.
Notas Bibliográficas
1.Cf. BAXTER, J. Sidlow. Examinai as escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v.3, p. 222.
2.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.
3.N o hebraico ’ish ha’elohim, literalmente, “homem de Deus”.
4.Cf. DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1318.
5.Cf. mais informações sobre os profetas cúlticos In: DAVIDSON, F.; SHEDD, R. P.(eds.) O novo comentário da Bíblia. 3. ed., São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 1325.
6.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.
7.Do grego pro, literalmente “antes”; “em frente”; prefixo de várias palavras.
8.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 220.
9.Do grego, literalmente “ dizer”; “afirmar”; “querer dizer”; “dar a entender”.
10.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit., p. 219.
11.Do hebraico, literalmente, “porta-voz”, “orador”, “profeta”.
12.Cf. PEISKER, C.H. Verbete: Profeta. In: COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2000, Volume II (N-Z), p. 1879.
13.Cf. CULVER, R. Robert. Verbete: Nabh’. In HARRIS, L. R. (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo:Vida Nova, 1998, p. 905.
14.Baxter, J. Sidlow. Op. Cit. p. 219.
15.No grego do Novo Testamento, prophetes, literalmente “falar por”, “profeta”.
16.Cf. Baxter, J. Sidlow. Examinai as Escrituras: Jó a Lamentações. São Paulo:Vida Nova, 1993, v. 3, p. 219.
17.No hebraico do Antigo Testamento, literalmente, “vidente”; “aquele que enxerga, que escolhe”.
18.Cf. CULVER, Robert D. Verbete: Chozeh. In: HARRIS, R. Laird (et al) Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 447.
19.Cf. WOLFF, Hans Walter. Bíblia Antigo Testamento: introdução aos escritos e aos métodos de estudo. 3.ed., São Paulo: Editora Teológica, 2003, p. 84-5.
20.Sobre as diversas atribuições do símbolo como linguagem semita confira BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada: como interpretar a Bíblia de maneira prática e eficaz. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 218-26.

Estrutura Homogênea e Estratificada


Na sociedade homogênea há maior proximidade entre as pessoas e as relações são mais intensasAo pensarmos nas diferenças entre uma estrutura homogênea e uma estrutura estratificada, tomaremos por base principalmente as posições sociais ocupadas pelos indivíduos, uns em relação aos outros, isto é, referindo-se à forma como a sociedade está divida e organizada. Logo, na estrutura homogênea, os aspectos e fatores que diferenciam os indivíduos não são em mesmo número ou natureza daqueles presentes em uma estrutura estratificada.
Um dos aspectos está na forma como se apresenta a divisão do trabalho. Nos agrupamentos sociais de períodos, como na Idade Média, quando predominava o feudalismo, não havia uma grande divisão do trabalho, nem uma especialização, pois todos os integrantes do grupo familiar trabalhavam juntos na produção da lavoura ou na criação de animais. Predominava uma sociedade do tipo estamental, na qual não há mobilidade social. O produto do trabalho era para todos, havendo uma divisão de trabalho mais simples, apenas uma divisão de tarefas. A organização da sociedade era dada por meio de estamentos e não de classes sociais, como na sociedade industrial. Nas sociedades mais simples, de estrutura homogênea, predomina um tipo de solidariedade social que Èmile Durkheim chamou de mecânica, na qual os laços sociais são mais intensos, havendo maior proximidade e menor diferença entre as pessoas. Daí maior homogeneidade. Outro exemplo interessante seriam as tribos indígenas, nas quais os sentimentos de pertencimento e de união são muito fortes.
Já nas sociedades de estrutura estratificada, predomina uma alta especialização do trabalho. A sociedade industrial que nasce na Europa, fruto do desenvolvimento do capitalismo, é o exemplo mais clássico. Nela predominaria uma maior divisão do trabalho, que possuiria uma função integradora, pois coloca em contato indivíduos diferentes, especialistas na produção de cada parte que compõe o todo do produto. Nesse tipo, predomina uma sociedade que Èmile Durkheim classificaria como solidariedade orgânica, na qual os laços sociais seriam mais frouxos.

[x]
Ter-se-ia a formação de uma sociedade de classes, como afirmaria Karl Marx, sociedade esta caracterizada pela constituição de uma classe burguesa (dona dos meios de produção) e outra proletária (que apenas daria força de trabalho). A diferença entre esses estratos sociais se daria não apenas pela posição de cada um na produção da vida material, mas também em relação à renda e ao acesso aos produtos, aos bens materiais. Obviamente, a diferença entre as classes sociais teria como base a desigualdade social gerada pela acumulação de riqueza e da propriedade privada, fato que certamente não gera uma sociedade homogênea em vários aspectos (matérias, valores, expectativas, etc.).
Logo, o desafio contemporâneo dos governantes das sociedades estratificadas estaria em conseguir diminuir o fosso que separa os mais ricos dos mais pobres. Se por um lado a mesma homogeneidade das sociedades mais antigas não é mais uma realidade (e talvez algo utópico), seria importante resgatar os valores que garantem um maior laço social, fundamental à coesão e à existência de uma vida social mais justa.

Paulo Silvino Ribeiro
Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Doutorando em Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
RIBEIRO, Paulo Silvino. "Estrutura Homogênea e Estratificada"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estrutura-homogenea-estratificada.htm>. Acesso em 16 de agosto de 2017.


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domingo, 18 de março de 2018

Teoria do Conhecimento - Aula 4 - Na História da Filosofia Antiga e Medieval

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quinta-feira, 15 de março de 2018

Teoria do Conhecimento - Aula 03 - Os Problemas da Verdade e da Validade do Conhecimento - Em Power Point

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