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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Como Crerão?


"Como crerão?"

Apesar de numerosas iniciativas, participação missionária de Igreja brasileira está muito aquém do potencial.


"Como crerão?"
Na mesma época em que se projetava um desenvolvimento glorioso para a economia nacional – o chamado “milagre econômico” dos anos 1960 e 70 –, outro setor do país, a Igreja Evangélica, também experimentava tempos de intensa euforia. Abarrotadas de jovens atraídos por uma mensagem cristã atenta aos seus anseios, as congregações faziam planos dourados para o futuro. A ideia geral era transformar o país no celeiro da obra missionária global. Difícil era encontrar igreja que não tivesse um departamento de missões e planos de enviar obreiros para ganhar o mundo para Cristo. A mensagem escatológica, então em alta nos púlpitos, era uma só: pregar o Evangelho a toda criatura, a fim de que o Senhor voltasse depressa. Organizações missionárias surgiam a cada dia, atraindo gente que desejava dedicar a vida à boa obra.
No entanto, neste início da segunda década do século 21, o que se nota é que, se tudo não passou de mero entusiasmo – e números vigorosos da presença missionária brasileira mostram que não –, a situação atual é bem diversa daquela que a geração anterior projetou. Missão rima com visão e ação, e as duas palavras andam bem distantes da maioria das igrejas evangélicas brasileiras, segundo especialistas em missiologia. Mesmo com o acelerado crescimento numérico dos que professam a fé evangélica no país, que seriam quase 20% dos brasileiros de acordo com projeções baseadas em dados oficiais, o envolvimento dos crentes nacionais com a obra missionária, em todas as suas instâncias – seja social ou evangelística –, segue a passos bem mais lentos que o possível.
O conhecimento das demandas missionárias é exposto em cada campanha ou congresso. Testemunhos são derramados nos púlpitos, levando a muita comoção e decisões pessoais. Passado algum tempo, contudo, os compromissos assumidos por um maior envolvimento com a obra de evangelização e intervenção social se esfriam e a missão de alcançar o mundo com o amor de Cristo fica a cargo dos missionários de carreira – isso quando obreiros enviados não são simplesmente esquecidos no campo. “Infelizmente, o jargão de que cada cristão é um missionário está sendo esquecido. A ênfase em muitas igrejas é pelo crescimento da congregação local”, atesta o professor Diego Almeida, docente do mestrado em missiologia do Seminário de Educação do Recife (PE). “O serviço acaba concentrado nas mãos de profissionais.”
Para o pastor José Crispim Santos, promotor setorial da Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira (CBB) – uma das maiores organizações missionárias do mundo, com mais de 600 obreiros no campo –, a Igreja brasileira está bem inteirada acerca dos desafios missionários da atualidade, mas as ações ainda não são suficientes para o tamanho deles. “Há muitas agências missionárias divulgando o tempo todo, além da mídia que noticia fatos que demonstram o sofrimento humano, físico e espiritual ao redor do planeta. Nossa avaliação é que, diante deste cenário de grande carência espiritual, a Igreja tem dado sua contribuição – entretanto, isso é insuficiente, quando a missão é, de fato, tornar Cristo conhecido em toda a Terra”. 

DISCURSO E PRÁTICA
O que parece evidente na paradoxal situação da Igreja brasileira, um contingente com enorme potencial humano e financeiro, mas pouco utilizado quando o assunto é o “Ide” de Jesus, é que a miopia missionária passa pela liderança – uma barreira difícil de ser transposta, conforme relatado por gente que trabalha em ministérios e departamentos específicos. Essa tendência à inação, alimentada pela valorização de outras prioridades, acaba contaminando o rebanho. Quando a visão do líder não passa das paredes do templo, dificilmente a igreja desenvolve alguma intervenção importante, até mesmo em sua comunidade. “De fato, quando o dirigente tem visão e é entusiasmado com a obra missionária, a igreja tende a acompanhá-lo. Da mesma forma, o inverso é verdadeiro. Entretanto, há algumas exceções; quando a igreja possui promotores de missões, esses batalhadores realizam verdadeiros milagres”, continua Crispim.
Acontece que a própria estrutura de funcionamento das igrejas, muitas vezes baseado em decisões de poucas pessoas, quando não apenas de um líder centralizador, torna ainda mais difícil o convencimento de que a missão é de toda pessoa que um dia recebeu a Cristo como Salvador. “Dentro do atual quadro religioso brasileiro, creio que o nosso exacerbado clericalismo é um enorme obstáculo para uma compreensão e prática da obra missionária em termos de missão integral”, atesta o professor de teologia e história eclesiástica da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, Paulo Ayres. Mas as barreiras para se desenvolver uma ação missionária mais eficiente, ainda que possam nascer no clero, também são agravadas pelo perfil do crente contemporâneo. “Hoje, grande parte dos membros de nossas congregações é constituída mais por assistentes passivos e clientes em busca de produtos religiosos do que irmãos e irmãs na fé com forte compromisso e prática missionárias, especialmente em suas atividades cotidianas no mundo secular onde vivem e trabalham”, avalia o religioso, que é bispo emérito da Igreja Metodista do Brasil.  
No seu entender, a Igreja tem utilizado estratégias equivocadas (ver abaixo). Por outro lado, Ayres lembra que é muito mais cômodo terceirizar o compromisso missionário do que executá-lo pessoalmente, ainda que a missão específica possa ser realizada no próprio bairro onde se reside. “É mais cômodo contribuir para enviar um missionário ao Cazaquistão ou a Guiné-Bissau do que ir pessoalmente, no poder do Espírito Santo, trabalhar como voluntário no Piauí ou na Cracolândia, em São Paulo, ainda que seja por um curto período de tempo, como evangelista, obreiro com crianças, dentista ou trabalhador social”, comenta. Assim, além da omissão do Corpo de Cristo por falta de conhecimento ou disposição, a Igreja corre riscos de ter seu trabalho missionário hipertrofiado à medida em que se transmite toda a responsabilidade do serviço cristão para as agências especializadas – um problema acentuado principalmente em comunidades de fé ligadas a grandes associações missionárias.
MOBILIZAÇÃO
Do tripé normalmente exposto nos eventos temáticos de missões (“contribuir, orar e ir”), em geral só se desenvolve mais efetivamente o primeiro, e ainda assim em patamares muito abaixo do que as igrejas poderiam fazer. Um levantamento feito Missão Horizontes apontou que o investimento médio per capita  do crente brasileiro em missões durante um ano inteiro é menor do que o preço de uma latinha de Coca-Cola – algo em torno de irrisórios R$ 2,50.  Para o missionário e pastor batista Ricardo Magalhães, que atua em Portugal a serviço da Missão Cristã Europeia ao lado da mulher e também obreira Priscila, a escassez de investimento no setor missionário está mais atrelada à falta de visão do que de recursos. “De maneira geral, a Igreja brasileira não tem problemas com finanças, porque ela sabe se mexer para gerar fundos quando quer e para o que quer. E isso, quando se sabe que não há falta de pessoas querendo ir aos campos: inúmeros missionários só aguardam recursos para ir”, completa. Assim, o aspecto da oração, sem a visibilidade e sem o apelo de outros ministérios da igreja, fica naturalmente reduzido a pequenos grupos.
De olho na mobilização da igreja para orar, uma das ações das diversas organizações missionárias é publicar sempre em seus boletins os motivos de intercessão nos campos, pelos missionários e pelos desafios a serem superados. A JMM já utiliza até mesmo mensagens de SMS para pessoas cadastradas, que recebem torpedos com pedidos urgentes de intercessão. Já o terceiro passo, o de ir, é o maior desafio. Seja para pequenas viagens missionárias ou para partir definitivamente rumo ao campo, entre o desejo, o chamado, a preparação e a missão há de fato uma longa trajetória geralmente não concluída. Não são poucos os casos de vocações que se esfriam até mesmo dentro dos seminários, ou de leigos envolvidos com a obra serem sufocados com o ativismo religioso. É gente bem intencionada que acaba direcionando seu tempo, recursos e esforços mais para dentro do que para fora da igreja.  
“As comunidades evangélicas têm caído em um dos dois extremos: ou elas se fecham a um diálogo com a sociedade ou se abrem excessivamente para uma vontade popular, abraçando um discurso econômico de prosperidade”, sustenta o missionário Alesson Góis, da Igreja Congregacional, que coordena o ministério independente Vidas em Restauração (VER). “O mundo não precisa de um cristianismo pregado, mas vivido. Todo cristão que não é um missionário é um impostor, pois é muito egoísta receber toda a graça e amor de Deus e não compartilhá-los com o próximo”. Envolvendo cerca de 60 jovens de diversas denominações, entre batistas, presbiterianos, congregacionais e membros de igrejas diversas como a Assembleia de Deus e a Sara Nossa Terra, o ministério se encontra todos os sábados no Parque Treze de Maio, no centro do Recife. Os jovens se reúnem como uma roda de conversa, mas sem se caracterizar como uma liturgia ou como uma extensão da igreja institucional. “Muita gente se surpreende pelo fato de sermos cristãos e conversarmos com eles sem forçar a barra para que se convertam”, comenta Góis.
PRESENÇA NOTADA
Para o missionário e pastor presbiteriano Ronaldo Lidório, parte da frustração de setores da Igreja vem justamente daquela expectativa superestimada em relação ao seu papel na evangelização do mundo, que acabou não se concretizando: “Pensamos que rapidamente encontraríamos uma veia missionária comparada à da Coreia do Sul, o que ainda não aconteceu”, reconhece. Mesmo assim, ressalva, existe um outro lado. “Creio que corremos perigo ao focarmos somente nas negligências. É certo que a Igreja nacional caminha com bons passos”. Ele cita como exemplo a presença evangélica em povos indígenas, setor no qual seu trabalho é respeitadíssimo. Além de ter vivido por dez anos entre o povo konkomba, de Gana (África), ele agora está envolvido com o Projeto Amanajé, de evangelismo e assistência a indígenas na Amazônia . “A Igreja atua em 182 etnias indígenas e coordena quase 260 programas sociais entre esses povos”, enumera. “Além disso, comunidades ribeirinhas, até pouco tempo esquecidas pelas igrejas, hoje contam com dezenas de programas cristãos, tanto de evangelização como de ação social.”
Lidório destaca ainda o trabalho de organizações regionais, como a Juventude Evangélica da Paraíba (Juvep), que tem plantado igrejas e centros de atendimento popular pelo Nordeste. “O sertão hoje possui menos da metade das áreas não evangelizadas em relação ao quadro de 15 anos atrás, e essa mobilização se deu a partir de iniciativas como a Juvep e outros programas dedicados aos sertanejos”. Já na área transcultural – a mais conhecida e romantizada do trabalho missionário, que envolve a figura clássica do obreiro que larga sua terra para pregar o Evangelho num canto qualquer do mundo –, Lidório garante que as igrejas e agências brasileiras também marcam presença. “Jamais tivemos tantos missionários no exterior como em nossos dias, e não é incomum encontrarmos hoje brasileiros ocupando posições de liderança em equipes e missões na África e na Ásia”, informa. Pelas estatísticas disponíveis, hoje atuam cerca de 2,3 mil missionários brasileiros no exterior, espalhados por mais de 50 países. “A Igreja brasileira é uma das maiores representações de ações missionárias na atualidade, embora o número de obreiros e de ações missionárias seja realmente bem menor do que poderia e deveria ser”, conclui Ronaldo Lidório.
No entender do especialista em missiologia Diego Almeida, ministérios como o VER têm se tornado cada vez mais comuns, não somente no Brasil, mas em diversos países. “Quando a Igreja não investe nos vocacionados, eles se preparam por conta própria”. Foi justamente o caso da estudante de psicologia e funcionária pública Quésia Cordeiro, de 23 anos. Após decidir dedicar-se às missões após os congressos temáticos de que participou, ela não recebeu nenhum suporte para dar os passos seguintes na preparação. “Não recebi nenhuma capacitação os discipulado. Tive que correr atrás para manter a chama acesa”, conta a jovem. Com conhecimento próprio, ela constata: “O despertamento para a obra missionária não é uma coisa contínua, mas pontual, restrita a conferências e eventos.” Para Almeida, mesmo que as igrejas não mostrem a Palavra de Deus, ela acaba se cumprindo de outras formas – “O triste é ver que a instituição criada para apresentar Jesus ao mundo não faz parte desse processo”, lamenta o professor.
“Nossa missão é implantar o Reino de Deus”
Para o bispo Ayres, entender missões como mero proselitismo é atitude reducionista.
Especialista em missiologia, tendo atuado como evangelista em Portugal e no Nordeste brasileiro, Paulo Ayres é hoje bispo emérito de sua denominação, a Igreja Metodista, e professor de teologia e história eclesiástica. Ele falou com CRISTIANISMO HOJE sobre o panorama evangélico brasileiro em relação à missão integral da Igreja.
CRISTIANISMO HOJE – Ao mesmo tempo em que a Igreja brasileira cresce numericamente, o conhecimento e envolvimento com missões parece decrescer a cada geração. Por quê?
PAULO AYRES – O crescimento numérico do povo evangélico brasileiro, em minha opinião, não tem sido acompanhado de um maior compromisso missionário em todos os campos da vida brasileira que reclamam um eficaz testemunho evangélico. As igrejas evangélicas brasileiras, em sua maioria, têm uma visão reducionista sobre o que é missão, entendendo-a mais em termos de evangelismo visando à conversão individual. Outras dimensões missionárias, como o serviço cristão aos necessitados, o ensino na doutrina dos apóstolos, o testemunho público do Evangelho, a ética e a moral cristãs (a práxis do Evangelho), ou até mesmo o culto, ainda que consideradas como importantes por algumas igrejas, acabam, na prática missionária, sendo somente – quando muito – andaimes secundários para a conversão individual.
Qual o resultado prático desse panorama?
Essa visão reducionista faz com que missão seja entendida e praticada mais como estratégias para conquistar almas para Cristo do que realmente levar à frente o objetivo de sinalizar a presença do Reino de Deus no mundo. Daí a obsessão pelo crescimento numérico das igrejas – melhor dizendo, das denominações – a qualquer custo, mesmo em detrimento dos valores maiores do Evangelho. É por isso que o crescimento numérico dos evangélicos brasileiros, apesar da extraordinária transformação na vida pessoal de milhões de pessoas, não tem causado maior impacto transformador em nossa sociedade.
O que fazer para mudar esse quadro de crescimento sem transformação social?
Creio que precisamos, com urgência, de uma nova reforma no evangelismo brasileiro, que deverá ter como seu centro a compreensão e a prática da missão como obra de Deus na implantação do seu Reino entre nós. Se deixarmos de lado a obra humana forjada nas regras do mercado e da exacerbada competição institucional entre as igrejas, contribuiremos para a construção de uma sociedade com alto padrão espiritual e ético, segundo a maneira de ser exposta por Jesus no Sermão do Monte.
Presença missionária brasileira
2.300 é o número aproximado de missionários brasileiros no exterior
50 são os países onde eles atuam
600 deles são ligados à Junta de Missões Mundiais da CBB
Fonte de estudos e pesquisa: http://www.cristianismohoje.com.br

O Islamismo e as Igrejas Evangélicas Brasileiras...



I - INTRODUÇÃO
O Islamismo é atualmente a 2ª maior religião do mundo com cerca de 1,34 bilhão de seguidores, ou seja 19,6% da população mundial, crescendo em média 3% ao ano, se continuar neste ritmo em breve o Islamismo será a maior religião do planeta.1
Fundada no ano de 610 d.C., por Muhammad, mais conhecido como Maomé2, a religião islâmica tem sua crença firmada nos seguintes pilares:
1 - A Crença em Deus
2 - A Crença em seus Anjos
3 - A Crença nos seus Livros
4 - A Crença em seus Mensageiros
5 - A Crença no Dia do Juízo Final
6 - A Crença no Kadar ou Takdir ( no Decreto Divino, seja ele bom ou mau)
O livro sagrado do Islã3 é o Alcorão4, considerado como a última e maior revelação de Deus a humanidade, é a maior fonte de autoridade do Islã, que diferentemente de outras religiões “ prescreve as diretrizes que regulamentam a nossa vida, tanto individual como coletiva. Tais diretrizes abrangem assuntos muito variados, como os rituais religiosos, os aspectos sociais, políticos, econômicos, judiciários, relação internacional, entre outros. Em suma, são abordados todos os setores da vida humana.”5
Por ser considerado por seus seguidores como “um esquema de vida completo, uma ordem social universal.”6, o presente trabalho tem por objetivo pesquisar se de alguma maneira o Islamismo exerce alguma influência sobre o povo brasileiro, que é conhecido por seu sincretismo religioso, e em especial sobre as igrejas evangélicas brasileiras.

II - CONTEXTO HISTÓRICO
Segundo a tradição do Islã, Muhammad “todo ano, se isolava por alguns dias numa gruta chamada Hira a fim de meditar e refletir sobre Deus Único, já que não concordava com a idolatria feita pelo seu povo e com a imoralidade em que estavam mergulhados.”7
Aos 40 anos de idade, meditando como de costume nesta gruta, o anjo Gabriel lhe aparece, ordenando que Muhammad recitasse uma mensagem divina, esta mensagem era o Alcorão, e estas revelações continuaram por 23 anos até a morte de Muhammad no ano 632 d.C.


A crença em um Deus Único confrontava os costumes religiosos da Península Arábica do século VII d.C que era marcada pelo politeísmo, no início a aceitação da pregação de Muhammad foi pequena, apenas a sua esposa se converteu, mas com o passar dos anos um grande número de cristãos se converteu ao Islã, pois " é bom lembrar que quando o Islã chegou à cena da história, A Igreja dos Grandes Concílios ainda não impusera seus dogmas no Oriente Médio. Em outras palavras, o Islã nasceu entre um grande número de comunidades cristãs, muitas vezes mutuamente hostis, e não no seio de uma igreja universal."8 , ou seja um dos primeiros grupos a aceitarem o Islã foram cristãos que desconheciam os dogmas da Igreja Romana, como a Trindade e ainda liam livros apócrifos que haviam sidos rejeitados pela Igreja, como por exemplo vários Evangelhos que apresentavam um Jesus meramente humano.
Muitos judeus de origem árabe também abraçaram ao Islã, pois "além do multifaceteado cristianismo, havia também uma presença judaica árabe, de orientação doutrinária incerta. Contudo, também devemos nos lembrar que o judaísmo projetado na Arábia era um amálgama difuso de escritura, folclore e mito."9. Ou seja o Islã cresceu através da adesão de cristãos e judeus, grupos religiosos que já criam em um Deus Único, mas que estavam enfraquecidos doutrinariamente pelo sincretismo religioso.

III- COMPARAÇÃO ENTRE O ISLÃ E AS IGREJAS EVANGÉLICAS
Um dos costumes que mais chamam a atenção no Islã é a maneira como as mulheres se vestem, com os seus véus e roupas compridas que cobrem praticamente todo o corpo, pois para o Islã não só no momento da oração, mas também em todos os momentos, a mulher deve cobrir "o corpo todo"10, "com exceção do rosto, das mãos e dos pés"11 [quando estiver orando] e não deve "usar roupas transparentes ou apertadas que marquem o corpo."12

As mulheres que frequentam a igreja evangélica Assembleia de Deus dos últimos dias, também se vestem de forma semelhante pois vestem "os chamados 'roupões' (vestidos londos que não delineiam o corpo feminino) revelados pelo Espírito Santo de Deus e aprovado pelas santas do Senhor."13 e da mesma forma que no Islã as mulheres escondem seus cabelos, nesta denominação os cabelos das mulheres também ficam escondidos pois "os cabelos devem ser presos em coque, para não serem usados como instrumentos de vaidade ou atrativo sensual."14 


Esta mesma denominação coloca a higiene pessoal como questão doutrinária, fazendo parte do corpo de doutrinas que devem ser praticadas pelos seus membros pois, "A limpeza é divina, devemos zelar por ela em nossas vidas, nossa casa, na Igreja e na vida de nossos filhos. Faz parte da vontade de Deus ter o corpo limpo, sem mau cheiro, cabelos penteados e cortados [somente os homens podem cortar os cabelos], dentes escovados, roupas limpas e passadas, unhas cortadas e calçados limpos... a falta de higiene é do diabo."15. Como foi dito anteriormente o Islã regula todos os níveis da vida de seus adeptos e a higiene pessoal também faz parte de sua doutrina.
A higiene é parte integrante da fé islâmica. Disse o profeta (S.A.A.S)16: "A higiene é a metade da fé." Deus nos orientou através do profeta Muhammad (S.A.A.S) a nos mantermos sempre limpos e arrumados. A prova disso é a realização da ablução pelo menos cinco vezes por dia antes das orações, assim como a recomendação de tomarmos banho constantemente e, em particular, antes da oração de sexta-feira. Disse o profeta (S.A.A.S): " Quando qualquer um de vós se dirigir para a oração de sexta-feira, deverá tomar banho." E quando formos às mesquitas orar procuramos ir perfumados com as melhores roupas (7:31) – "Ó filhos de Adão, revesti-vos de nosso melhor atavio quando fordes às mesquitas..." e evitarmos tudo que possa incomodar os nossos vizinhos em termos de odor como, por exemplo, comermos alho e cebola e irmos orar na mesquita, poís poderíamos incomodar quem estivesse orando do nosso lado. Da mesma forma somos aconselhados a escovarmos os dentes. Disse o profeta (S.A.A.S): "O siwak (escovar os dentes) purifica a boca e agrada o Senhor." E disse: "Se eu não temesse pedir demais à minha comunidade, ordenar-lhe-ia o uso da escova de dentes antes de cada oração."17

Da mesma maneira que os adeptos do Islã devem se manter sempre limpos e arrumados, os membros da Assembléia de Deus dos últimos dias também devem estar da mesma maneira "como noiva pronta para o céu. Estar assim em qualquer lugar, hora ou ocasião. Ex: escola, trabalho, casa, igreja, festas, reuniões, shopping e etc. Varões, varoas e crianças"18
Por causa de sua fé os seguidores do Islã não podem ter em suas casas nenhum cachorro, que é um dos animais de estimação mais comum, pois "os anjos não entram na casa daqueles que têm cachorro e estátuas."19. Encontramos uma forma radicalizada deste pensamento na doutrina da Assembleia de Deus dos últimos dias, não com o temor dos anjos não entrarem na casa, mas destes animais de estimação serem uma porta de entrada para espíritos malígnos, então não é permitido a criação de nenhum tipo de animal " seja cachorro, gato, periquito, papagaio, peixes...,qualquer espécie ou tipo de bichinhos de estimação (pelúcia). Isto se dá aos animais serem seres irracionais, incapazes de se defenderem de ataques de espíritos malígnos, trazendo males como enfermidades, dissensão, improsperidades e etc."20nem mesmo é permitido o uso de plantas em vasos "Lembramos que as plantas também possuem vida...por isso não podemos tê-las presas em vasos. Pois também há possiblidade dos espíritos maus se esconderem nas tais, como nos animais."21
A crença nos anjos é um dos pilares da fé islâmica, mas dentre todos os anjos o que têm maior destaque sem dúvida é o anjo Gabriel, pois foi ele que trouxe a revelação do Alcorão. O Islã apresenta Gabriel como sendo um anjo que "possui 600 asas, e cada asa pode cobrir o horizonte"22.Nesta denominação evangélica, o anjo Gabriel também merece destaque, pois em todos os exorcismos ele é invocado, recebendo ordens e prestando auxílio em todos os momentos, nenhum exorcismo é feito sem que Gabriel seja invocado. 
Uma das obrigações de todo o muçulmano é jejuar durante o mês do Ramadan23, este deve "abster-se, desde o raiar da aurora até o pôr-do-sol, da ingestão de qualquer espécie de alimentos e/ou bebidas, assim como fumar e manter relações sexuais."24, ou seja o jejum no Islã tem dia e hora marcada para ser realizado, querendo ou não o muçulmano terá que fazer pois se não fizer terá a seguinte punição: libertar "um escravo, ou que faça jejum durante 60 dias seguidos para cada dia não jejuado, ou que dê de comer a 60 pessoas pobres."25. Ocasionalmente a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), convoca as suas igrejas filiadas para a "Semana Nacional de Oração & Jejum", onde pelo período de uma semana, todos os evangélicos desta denominação devem orar e jejuar por um motivo preestabelecido, em muitas igrejas aqueles que se recusam a jejuar, enfrentam a reprovação de seu líder e de sua comunidade.26
Para o Islã a única forma de Deus falar com o homem é através do Alcorão, " que é a última das mensagens reveladas por Deus"27 podemos comparar este pensamento com o modo de pensar das igrejas evangélicas tradicionais, que afirmam que " A Bíblia é a única regra infalível sobre o que devemos crer e como devemos viver. Revelações carismáticas contínuas, profecias ou línguas estranhas não mais são necessárias porque Deus falou Sua palavra final e toda suficiente ao completar-se o cânon das Escrituras Sagradas."28
A ala mística do Islamismo é representada pelos sufis que seguem todas as regras do Islã, mas que almejam um contato mais íntimo com Deus através de "devoções e práticas meditativas e espirituais"29, os sufis ficam rodopiando até entrar em transe e assim ter este contato íntimo. Nas igrejas evangélicas pentecostais, é cena comum ver membros "cheios do Espírito Santo" rodopiando de forma semelhante.


IV - CONCLUSÃO
O presente artigo não teve por objetivo ofender ou denegrir nenhuma denominação ou segmento evangélico brasileiro, mas apenas demonstrar que o pensamento religioso é comum em todo ser humano e por este motivo algumas formas de expressão religiosa irão se repetir em diversas culturas e religiões.
Da mesma maneira que as comunidades cristãs do Oriente Médio no século VII d.C. estavam divididas e enfraquecidas doutrinariamente pelo sincretismo e isto acabou favorecendo o crescimento do Islã, as igrejas evangélicas brasileiras também estão divididas e enfraquecidas pela barreira denominacional, se não quisermos ver o Islã crescendo em território brasileiro temos que ter o pensamento do reformador Filipe Melanchton: "No que é primário: unidade, no que é secundário: longanimidade, mas em tudo: caridade."

NOTAS:

1 Super Interessante, 2009, 30, 63.

2 Os muçulmanos não aceitam a tradução “Maomé” por considerarem depreciativa , e por seguirem a regra que nome próprio não se traduz

3 “A palavra Islã deriva da raiz árabe salám, que lingüisticamente significa paz, e no sentido religioso a palavra Islã significa submissão voluntária à vontade de Deus” (ISBELLE, 2003, 3)

4 O Alcorão, palavra árabe que significa leitura por excelência ou recitação, é dividido em 114 Suratas (capítulos) e é formado por 6.342 versículos, 77.930 palavras e 323.670 letras. Total de palavras e letras em árabe que é considerada a única forma de Alcorão, as traduções não são consideradas como Alcorão Sagrado, mas são tidas como simples exegeses do sentido real. Segundo a tradição do Islã a revelação do Alcorão demorou 23 anos para ser concluída. Encontramos em seu texto resíduos de mitologia árabe, partes da Bíblia, do Talmud e de textos cristãos apócrifos, que eram ainda usados por comunidades cristãs do Oriente Médio na época.

5 ISBELLE, 2003, 7.

6 Id., ibid., 7.

7 Id,. Ibid., 150.

8 KHALIDI, 2001, 16.

9 Id., ibid., 17. 

10 ISBELLE, 2003, 203.

11 Id., ibid.

12 Id., ibid.

13 Disponível em: http://www.adud.com.br/site/doutrina. Acesso em 14 ago. 2009.

14 Id., ibid.

15 Id., ibid.

16 "Essa é a abreviação da expressão em árabe 'Sala Alláhu ua Salam' que significa 'Que a bênção e a paz de Deus estejam sobre ele'. Pois de acordo com que o Alcorão nos ensina devemos sempre após ser mencionado o nome do profeta Muhammad falarmos isso: (33:56) – 'Em verdade, Deus e seus anjos abençoam o Profeta. Ó fiéis, abençoai-o e saudai-o reverentemente.'" ( ISBELLE, 2003, 4)

17 ISBELLE, 2003, 200.

18 Id. nº 13

19 ISBELLE, 2003, 69.

20 id. nº 13

21 Id., ibid. 

22 ISBELLE, 2003, 66.

23 "Ramadan é o nono mês do calendário islâmico, e o número de dias varia de 29 a 30. Este calendário é lunar; logo os seus meses são móveis passando por todas as estações do ano." (ISBELLE, 2003, 217)

24 ISBELLE, 2003, 218.

25 Id., ibid., 220.

26 Entendemos que o jejum deve ser um ato voluntário, e jamais deve ser imposto a alguém.

27 ISBELLE, 2003, 118

28 Disponível em: http: // www.ipb.org.br . Acesso em 18jul. 2009. 

29 Super Interessante, 2009, 29.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ISBELLE, Sami Armed. Islam, A sua crença e a sua prática1. ed. Rio de Janeiro: Azaan, 2003.

KHALIDI, Tarif (org.). O Jesus Muçulmano, Provérbios e Histórias na Literatura Islâmica. 1. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2001.

SUPER INTERESSANTE. Deus, O que existe acima de nós? As respostas das religiões (e as da ciência) para a pergunta mais inquietante de todos os tempos. 1. ed . Rio de Janeiro: março, 2009.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

É Correto Mentir...

É CORRETO MENTIR PARA SALVAR UMA VIDA?



Norman Geisler, Ph. D., foi professor universitário por mais de 50 anos e é autor de mais de sessenta livros e é considerado como o principal apologista protestante da atualidade.


Em seu livro “Ética Cristã – Alternativas e Questões Contemporâneas”, editado pela editora Vida Nova, no capítulo primeiro intitulado “Abordagens e Alternativas Éticas Básicas” o autor inicia o assunto fazendo uma pergunta de difícil resposta: “É correto mentir a fim de salvar uma vida?”, esta é uma pergunta que põe em confronto dois valores universais: a verdade e a vida, vários pontos de vista são abordados pelo autor como por exemplo: mentir não é certo nem errado, mentir é geralmente errado, mentir às vezes é certo, mentir sempre é errado, mentir nunca é certo, mentir às vezes é certo, quando dois valores desta grandeza estão em confronto deve-se optar pelo valor mais alto, neste caso o de poupar uma vida, a verdade deve ser contada sempre, mas não ao custo de sacrificar uma vida.



A Bíblia mostra vários exemplos de pessoas que mentiram para salvar vidas e mesmo assim foram abençoadas por Deus, um exemplo é o das parteiras egípcias que mentiram para faraó e pouparam as vidas dos meninos hebreus, mas mesmo diante desta situação “Deus fez bem as parteiras” (Êx 1.20), outro exemplo é o da meretriz Raabe que mentiu para salvar a vida dos espias hebreus, e por causa deste ato a meretriz faz parte da galeria dos heróis da fé de Hebreus capítulo 11 “ Pela fé, Raabe a Meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.” (Hb 11.31).

Não estou declarando que os fins justificam os meios, para que a vida em sociedade se torne possível, se faz necessário o apego a certos valores e a obediência a certas normas, e o Cristianismo sem dúvida oferece a melhor opção ética para o homem em qualquer época, mas não posso concordar com o pensamento farisaico de alguns que colocam a lei acima do amor, a Bíblia afirma que devemos tratar nosso irmão da maneira que queremos ser tratados, e quem tendo a vida em perigo não iria querer que alguém fizesse de tudo, inclusive mentir, para salvá-lo? A verdade deve ser preservada, mas a vida que é o dom maior de Deus deve ser protegida a qualquer custo.   
Link para fazer o download do livro:

Comentário pessoal para reflexão, e, para ser utilizado como reflexão no momento em que você pensar na mentira que virá a dizer, em João 8:44 o próprio Senhor Jesus nos dá uma seria definição quanto a mentira: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44".

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