Visite nossa Página no JUSBRASIL

Site Jurídico

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Os Decretos Divinos e a Origem do Mal...

Os Decretos Divinos e a Origem do Mal (V)





Para abordarmos o tema sobre a origem do pecado e o problema do mal é necessário percorremos os corredores lexicográficos das Escrituras. Entre os vários vocábulos hebraicos que correspondem ao termo mal em português encontramos:

a)‘Āsôn, literalmente “dano”, “mal”, “prejuízo”, “ferimento”. O termo étraduzido por “desastre” (Gn 42.2, 8) e “dano” (Êx 21.22,23), e refere-se não ao dano físico-congênito, mas ao provocado ou procedente das catástrofes naturais.

b) Chāmās, literalmente “violência”, “mal”, “injustiça”. Embora o vocábulo seja usado cerca de 67 vezes, o contexto sempre refere-se à violência. Esta palavra tem sido assinalada com o sentido de “violência pecaminosa”. Chāmās não se refere à violência das catástrofes naturais, muito menos às ocasionadas por desastres, mas a extrema impiedade. Essa forma de violência foi responsável pela destruição do povo pré-diluviano (Gn 6.11,13).[1] E sem dúvida, prenuncia a destruição da geração presente.


Nossa geração no mesmo instante em que está febril se decompõe moral, social e espiritualmente na violência extrema e impiedosa. Por todos os lados ouve-se, através da mídia, a respeito da violência praticada na sociedade. Lembro-me que, ao evangelizar em uma comunidade (favela) no Rio de Janeiro, entreguei um folheto para um jovem que estava bebendo cerveja com os companheiros em um botequim. Enquanto o evangelizava, fui interrompido e o evangelizando disse-me: “ – Você salvou uma vida, e o preço que eu cobrei para tirá-la foi essa cerveja que estou bebendo”! Esses sintomas são o megafone divino que anuncia a aproximação da parousia.


A expressão cunhada pela filósofa política Hannah Arendt, "a banalidade do mal", mais uma vez reveste-se de contemporaneidade! Após discutir a respeito da complexidade da natureza humana, a mais importante aluna de Heidegger, abismada com as violentas mortes de seus compatriotas israelitas na Segunda Guerra, alerta para a necessidade de que cada homem evite e esteja atento à "banalidade do mal". Pessoas normais, assevera Arendt, à semelhança de Adolf Eichmann, são capazes de agirem com extrema crueldade!

c) Ra’. Segundo William White, a raiz deste termo tem conotação tanto passiva quanto ativa: “infortúnio”, “calamidade”, de um lado, e “perversidade” do outro. Pode ocorrer em contextos profanos, “ruim”, “repulsivo”, e em contextos morais, “mal”, “impiedade”.[2] O termo, em seus diversos usos, designa as atividades contrárias à vontade de Deus. O Senhor rejeita o mal em qualquer sentido, seja ele físico, filosófico, moral ou metafísico. Nesse aspecto a fórmula técnica “fez o que é mal aos olhos do Senhor” (literalmente, “fazer mal aos olhos de Iavé”) está basicamente associada as deficiências morais dos indivíduos: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar contemplando os maus e os bons” (Pv 15.3). Embora o mal moral seja inato ao indivíduo, ele não é a única opção. O bem contrasta com o mal, e mesmo que a natureza humana vil procure sempre aquilo que é mal “aos olhos do Senhor”, o bem deve ser o ideal pelo qual o homem aspira. Deus exortou ao povo de Israel a se desviar do mal, não somente isto, mas uma vez “entrado” nele, ordena ao povo que “saia” do turbilhão de maldade e regresse ao supremo bem: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois que haveis de morrer, ó casa de Israel?” (Ez 33.11 cf. Dt 13.12; 2 Rs 17.13; 2 Cr 7.14; Zc 1.4).

De onde procede o pecado? Qual a sua origem?

Ao tratarmos o tema “A Origem do Pecado” se faz necessário considerar algumas proposições pertinentes ao tema, ao mesmo tempo em que somos conduzidos por essas considerações dogmáticas em nossas perquirições a respeito desse tema controverso.

1. Deus não é o autor do pecado

Ao considerar o surgimento do pecado no cenário das criaturas espirituais e humanas perguntamos “Como Deus pôde permitir o pecado?” Devemos considerar essa pergunta e outras correlatas com duas respostas básicas: a primeira que trata da natureza de Deus e a segunda com base nos decretos ou planos divinos.

1.1. A Natureza de Deus

A primeira resposta a respeito da origem do pecado afirma que Deus não é o responsável ou autor do mal. Esta proposição está de conformidade com as santas e verossímeis doutrinas das Escrituras. A Bíblia ensina que Deus é:

Santo: “Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou SANTO e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26); “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou SANTO” (Lv 19.2 cf. 1 Pe 1.16 ).

Justo: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é JUSTO e reto” (Dt 32.4);“Porque o SENHOR É JUSTO, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face” (Sl 11.7; 1 Jo 1.5; Tg 1.17).

Deus a ninguém tenta: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13).

Não se agrada do Mal: “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade. Tu destróis os que proferem mentira; o SENHOR abomina ao sanguinário e ao fraudulento”. (Sl 5.4-6; cf. 7.11; Rm 1.18).
NÃO ESQUEÇA:
EM FEVEREIRO CURSO DE HERMENÊUTICA BÍBLICA E FILOSÓFICA.

Notas[1] Cf. HARRIS, R. Laird (et all). Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 485.2]
Cf. WHITE, William. Ra’, mal, aflição; mau, ruim. In HARRIS, R. Laird (et.all). Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1441.

sábado, 18 de outubro de 2014

Livro do Apocalipse - Artigo Nº 01

Introdução ao livro de Apocalipse

Versículos iniciais: Para entender qualquer carta, especialmente uma de Deus, precisamos prestar atenção às palavras do escritor. Os primeiros versículos de Apocalipse contêm vários fatos que são importantes para nosso entendimento deste livro.

1 - É um livro divinamente inspirado. Ele é a palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo (1:1-2).
2 - Foi transmitido pelo anjo de Deus, através de João (1:1).
3 - É um livro no qual João nos conta o que ele viu (1:11). Não é uma mera transmissão de palavras, mas uma mensagem dos símbolos e imagens que Deus permitiu a João visualizar.
4 - Fala das coisas que estavam para acontecer pouco depois que João recebesse de Deus esta revelação, concernente "as cousas que em breve devem acontecer" (1:1). Deus disse que "o tempo está próximo" (1:3).

Observações gerais: Quando continuamos a ler este livro maravilhoso, devemos nos lembrar de alguns princípios gerais que nos ajudarão a entender sua mensagem.

1 - Ele é um livro de profecia (1:3; 22:18-19). Os profetas bíblicos usam freqüentemente linguagem simbólica e ilustrações para apresentar a verdade. Muitos entendimentos errados do livro de Apocalipse resultam de esforços para interpretar literalmente a linguagem figurativa do livro.
2 - É um livro com fundamento nos livros do Velho Testamento. Não somente o estilo, mas muitas das citações e imagens deste livro são baseadas no Velho Testamento. Por esta razão, eu encorajo freqüentemente as pessoas a estudarem vários livros do Velho Testamento antes que comecem o estudo de Apocalipse. Muito do vívido simbolismo de Apocalipse está baseado em livros tais como Êxodo, Salmos, Isaías, Ezequiel, Daniel e Zacarias. Quanto melhor entendermos estes livros, mais clara se tornará a mensagem de Apocalipse.
3 - É um livro que tem que ser entendido em seu contexto. Este livro foi escrito próximo do encerramento do primeiro século, durante um tempo em que muitos povos do mundo estavam sujeitos ao domínio do Império Romano. Esse governo estava se tornando cada vez mais perverso e menos tolerante com o povo de Deus. Muitas pessoas abordam o estudo deste livro com a determinação de encontrar aplicações modernas, esquecendo que ele foi escrito originalmente para os cristãos da Ásia (1:4,11), muitos dos quais sofriam severa perseguição por causa da sua fé (2:10,13; 6:9).

O Significado dos números. O livro de Apocalipse usa um estilo de literatura que é dependente do significado simbólico dos números. Estas notas sobre números ajudarão a entender a mensagem do livro.

Número Significado:
1
Unidade, algo que é incomparável ou exclusivo
2
Força, coragem, poder
3
Divino (as três pessoas do Ente Supremo)
4
Coisas do mundo
6
Algo que é incompleto; fracasso
7
Perfeição ou totalidade
10
Totalidade ou plenitude
12
Totalidade, especialmente do povo de Deus
(12 tribos, 12 apóstolos)
1000
Totalidade ou plenitude (10 x 10 x 10)
144,000
Um número completo do povo de Deus (12x12x10x10x10)

3 1/2 anos
42 meses;
1260 dias;
"Um tempo, tempos, e metade de um tempo"
Período de tempo breve ou indefinido

Os Decretos Divinos e a Origem do Mal...

Os Decretos Divinos e a Origem do Mal (IV)

“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste;
cheia está a terra das tuas riquezas”

A Natureza dos Decretos Divinos

Antes de verificarmos o alcance dos decretos divinos é necessário compreendermos a estreita relação entre os decretos e a natureza de Deus. Os decretos são:

Imutáveis, pois baseiam-se na onisciência, presciência, sabedoria e imutabilidade divina: “que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as cousas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (Is 46.10; 14.26-27; Sl 33.11). O Senhor não muda o seu plano, pois é fiel e verdadeiro. De acordo com Agostinho:

“Deus não deseja uma coisa agora e outra, daqui a pouco; mas de uma vez só, e imediatamente, e sempre, Ele deseja todas as coisas que Ele deseja; não repetidas vezes, agora isto, depois aquilo; nem deseja depois o que antes não queria; nem não deseja o que antes desejava; porque tal tipo de vontade é mutável; e nenhuma coisa mutável é eterna”.[1]

Exeqüíveis, pois tudo o que Deus, no seu eterno conselho decretou, é factível: “ Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.” (Is 46.11b; 14.26-27).

Inquestionáveis“Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes.” (Dn 4.35).

Absolutos, o decreto não depende, em nenhuma de suas particularidades, de qualquer coisa que lhe seja externa, como, por exemplo, das ações livres das criaturas morais e racionais, da desobediência ou fé previstas. Deus não só determinou o que vai acontecer, mas também em que condições será realizado (At 2.23; Ef 2.8; 1 Pe 1. 2). [2]

Fundamentados na sabedoria divina“.. segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11; cf 3.10,11). Embora o estudo dos decretos divinos leve-nos a muitos labirintos, é certo que Deus elaborou Seu plano com sabedoria. O poeta entoa no Salmo 104.24: “Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas” [3].

Eternos, isto é, Deus criou o seu decreto na eternidade, embora a sua execução seja no tempo. Sendo o decreto eterno, todas as suas partes são, na mente de Deus, uma única intuição, embora na sua realização haja sucessão. É assim que o decreto, aparece sempre no singular, uma vez que Deus tem apenas um único plano todo inclusivo. O decreto é antes do princípio do tempo, mas sua realização acontece no curso da historicidade humana. É nessa projeção que Pedro vê a efetuação do plano salvífico em Cristo: “Conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós” (1 Pe 1.20). No entanto, o decreto não é eterno, no sentido em que Deus é eterno, pois resulta da livre e soberano vontade de Deus. Tudo o que transpirou no tempo foi decretado desde a eternidade por Deus. Alguns eventos decretados ocorrem mediante a agência divina, tais como a eleição, a criação, a regeneração, e a encarnação do Verbo. Outros são realizados na história mediante a atuação direta do homem, como por exemplo, na crucificação de Jesus Cristo.

Livres, as Escrituras asseveram: “Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como o seu conselheiro, o ensinou? Com quem tomou conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho do entendimento?” (Is 40.13,14). Suas determinações não foram influenciadas por nenhum outro ser.
Permissivos no campo moral e espiritual.Podemos afirmar que o decreto divino – considerando aquilo que é bom em oposição àquilo que é mal – pode ser dividido em dois aspectos: por designação epermissão divina. É a segunda categoria que trata do chamado decreto permissivo. O decreto de Deus com relação ao pecado é chamado de permissivo, porque não podemos admitir:
Que Deus tenha desejado o mal para suas criaturas. O ato de Deus saber que o homem pecaria não o faz responsável pelo pecado ou mal moral. Se Deus não é o autor do pecado, então de onde procede o mal? Na verdade, o ato de você saber que uma pessoa vai errar não lhe faz responsável pelo erro. Suponhamos que você observa um indivíduo que constantemente atravessa uma rodovia movimentada sem respeitar a sinalização de trânsito. Você sabe que isso é errado, mas, se num desses dias, ele atravessar e sofrer um acidente, você se sentiria culpado por isso? Ou você dirá: “eu sabia que isto, um dia ou outro, iria acontecer”. O ato de Deus saber que o homem iria pecar, não o faz responsável pelo pecado, visto que o pecado é anterior a criatura humana, mas não à criação. Não é parte da criação perfeita de Deus, mas uma realidade introduzida na criação pela própria criatura. É a rebelião voluntária da criatura contra a vontade revelada de Deus (Tg 1.13,14). Assim mesmo, como poderia ser Deus o autor do pecado e daí condenar o homem a um inferno sem fim por fazer aquilo que Ele o havia induzido? A filosofia de que Deus é o autor do pecado porque sabia que o homem haveria de pecar, é antibíblica e repugna a perfeição dos atributos divinos. Mas, como afirma Thiessen:
“Baseado em Seu sábio e santo conselho, Ele decretou permitir que o pecado viesse. Isto Ele fez à luz do que sabia que a natureza do pecado viria a ser; do que sabia que o pecado faria à criatura; e do que sabia que teria que fazer para salvar quem quer que fosse” .[4]
Se é correto o decreto permissivo acerca do pecado, também o é, da derrota do pecado. Ele decretou permiti-lo, mas também derrotá-lo pelo bem (Gn 50.20; Sl 33.10,11; Sl 76.10; Dn 3.19-30; Fp 1.19,20). Em cada um destes textos, o pecado é derrotado pelo bem. Conforme Berkhof:

“O decreto de Deus com referência ao pecado é comumente chamado decreto permissivo. Torna o ato pecaminoso futuro absolutamente certo, mas não significa que Deus, por Seu próprio ato, o fará acontecer. Deus decretou não impedir o ato pecaminoso da auto-determinação da criatura, mas regular e controlar os seus resultados (Sl 78.29; 105.15; At 14.16; 17.30)”. [5]
Para abordarmos o tema sobre a origem do pecado e o problema do mal é necessário percorremos os corredores lexicográficos das Escrituras.
Notas
[1] Confess. XII, xv.
[2] L.BERKHOF. Manual de Doutrina Cristã, p.84 .
[3] Ibid.
[4] Teologia Sistemática, p. 101
[5] Manual de Doutrina Cristã, p. 85Notas

Visite Nossa Loja Parceira do Magazine Luiza - Click na Imagem

Mensagens de Bom Dia com Deus - Good morning messages with God - ¡Mensajes de buenos días con Dios

Bom Dia com Deus

Canal Luisa Criativa

Aprenda a Fazer Crochê

Semeando Jesus