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Dicionário de Filosofia

Dicionário de Filosofia
Ab aeterno
Latim: desde a eternidade. Emprega-se com referência à criação, como não tendo tido um princípio no tempo. Neste caso, o tempo seria uma modal da criação, ou seja, ele começa a ser na criação. Esta não tem um antes temporal, mas apenas um antes ontológico e axiológico, que é a presença necessária do ser criador que, para a escolástica, é Deus.


Ab alio
Latim: alius, outro, dependente de outro. Usado na escolástica para referir-se ao ser criado, em oposição a se, que é o designativo do ser que existe por si mesmo, incausado, Deus.


Ab reação
a) É a reação pela qual o organismo descarrega-se de uma impressão ou de uma excitação, que causaria perturbações duradouras se não tivesse esse derivativo. b) Na psicanálise é a descarga ou supressão de uma emoção reprimida ou uma experiência desagradável ao vivê-la outra vez em palavras, atos ou sentimentos, na presença do psicanalista.


Abaco
a) Em matemática, um conjunto de linhas traçadas sobre o plano, que permite fazer diversos cálculos. Processo já conhecido pelos chineses e comumente usado nas escolas. b) Nome dado, na Idade Média, à aritmética. c) Termo de lógica introduzido por Jevons para designar um quadro de combinações totais de simples termos com suas diversas negativas, usado para tirar as consequências lógicas das premissas dadas.


Abandono
a) Ação ou efeito de deixar algo sem auxílio, sem apoio, entregue a si mesmo. b) Em filosofia, abandona-se o que se deixa entregue a si mesmo sem tentar-se mais especular. Abandono é distinto de solidão. O abandonado é o que é deixado. O abandonado o é por outrem. Quando alguém se entrega a algo, e deixa-se levar pelas contingências, diz-se que se abandona.


Abbagnano, Nicola (1901-1990)
Filósofo italiano. Influenciada pelo pensamento de Kant, suas obras, "O existencialismo positivo (1948)" e "História da filosofia (1949-1953)", tem por tema principal o significado da existência.


Abdução
Latim: ab, de, e ducere, conduzir. a) Na lógica espécie de silogismo, cuja maior é certa, tendo a menor um caráter apenas provável. A conclusão, portanto, tem o mesmo grau de probabilidade da menor. Por ex.: A é B; C é provavelmente A; logo C é provavelmente B. b) Este termo, assim estritamente definido por Aristóteles, encontrou uma interpretação mais ampla, tornando-se por abdução qualquer raciocínio, cuja conclusão é meramente provável. c) A abdução é chamada também "raciocínio apagógico". d) Chama-se em lógica abdução, quando os dois termos da menor estão separados um do outro por um número menor de intermediários do que os dois termos da conclusão, porque, então, é mais curto e mais fácil demonstrar a menor, de onde resultará a certeza da conclusão, do que demonstrar diretamente a própria conclusão. Aristóteles dá o exemplo de uma abdução. Maior certa: a ciência pode ser ensinada. Menor menos provável que a conclusão: a justiça é uma ciência. Conclusão mais incerta em si mesma que a menor, mas que torna, pelo silogismo, tão provável quanto ela: logo, a justiça pode ser ensinada.


Abelardo
Teólogo e filósofo defendeu o exame crítico das Escrituras à luz da razão por acreditar na capacidade da mente humana de alcançar o verdadeiro conhecimento natural. Estudou em Paris e foi professor da catedral de Paris (Notre Dame), a clareza do seu espírito atraiu uma multidão de discípulos. É conhecido, popularmente por sua ligação amorosa com Heloísa, sobrinha do cônego Fulbert, tornando-se famosa a correspondência que trocaram, pois refletem o temperamento a um só tempo espiritual de Abelardo. Seu livro mais famoso, Sic et non (Sim e não) foi escrito em 1121-1122. Nele apresenta argumentos contra e a favor de quase todas as grandes teses filosóficas da época, método que santo Tomás de Aquino retomaria na Suma teológica. Abelardo chama esse jogo lógico de "dialética" e o acha importante para aguçar o espírito. Sua filosofia é em grande parte uma análise da linguagem, que se torna notável ao estudar o problema dos "universais".


Aberração
a) Morfologicamente (sentido comum), erro de raciocínio, extravagância de conceito, etc. b) Em sentido técnico: irregularidade de uma função especial de um órgão, que impossibilita a realização de seu fim normal. Ex.: aberração cromática ( vide ), aberração de um instinto. c) Em sentido mental: desordem da imaginação; erro de raciocínio; absurdidade; incoerência na associação de ideias; apreciação falsa das relações. Neste sentido refere-se às anomalias que possam ser evitadas (evitáveis), consequentemente às anomalias intelectuais.


Abheda
Identidade; particularmente refere-se às concepções monistas, que não reconhecem a distinção entre o espiritual, o material, o divino e os princípios essencialmente humanos.

Abismo
a) É empregado para indicar profundidade que se perde de vista, que é imedível. b) Na filosofia abismo é empregado muitas vezes no sentido da separação total que se realiza através das ações diacríticas do espírito humano.


Abjeção
a) Em ética e na moral, a abjeção é o estado ou posição do homem degradado a um grau de baixeza moral, ética e axiológica; portanto uma desvalorização. b) Em sociologia é abjeta a condição social do homem, quando este carece dos meios suficientes para manter uma vida digna de sua condição humana. É também chamada abjeta essa situação, mesmo quando a abjeção não é moralmente imputável à pessoa que nela se encontra.


Abjurar
a) Renunciar qualquer doutrina ou opinião. b) Desdizer, retratar. c) Negar com juramento falso.


Abnegação
Latim: abnegatio, ação de sacrifício. - a) Sacrifício voluntário de si mesmo em benefício de outrem ou outros. b) sacrifício voluntário de uma tendência natural em benefício de outrem. c) Sob o ângulo cristão: Negação do egoísmo para a conquista de uma vida divina. d) esquecimento de si mesmo, de tudo quanto é seu; "abandono de nós mesmos, entregando-nos à misericórdia de Deus" (Leibniz ). Nessa acepção é a negação de si mesmo, é o amor a Deus pela negação de nós mesmos. e) Segundo Calvino: "A justiça de Deus jaz na abnegação de nós mesmos em obediência à sua vontade". f) Sentido de um grau de desinteresse, ou expressão de desinteresse, que ultrapasse o simples "esquecimento de si mesmo". g) Sentido vulgar: servir aos outros com desinteresse, renúncia, desprendimento.


Aborígene
Latim: aborigenes, sem origem, ou cuja origem se mantém desconhecida. a)Usado no sentido de indicar o oriundo do país em que vive. b) Habitantes primitivos, ou aqueles cuja origem é desconhecida. Termo empregado para designar os indígenas brasileiros pelos portugueses, extensivo aos povos nativos americanos.


Absenteísmo
Designa o hábito de grande número de proprietários viverem longe de suas terras, estabelecendo-se entre eles e cultivadores um intermediário. O proprietário, não realizando melhoramentos que tendem a valorizar as terras e, por sua vez, o produto, sendo enviado algures, não será aproveitado para fins locais.


Absolutamente
a) De modo absoluto, ilimitadamente. b) Em filosofia, significa em si, a essência da coisa tomada em si mesma, na sua natureza (desconsiderada de toda ideia de relação), como ao tomar-se o tempo sem serem consideradas as coisas sucessivas: o que seria toma-lo absolutamente.


Absolutismo
a) Poder absoluto, ilimitado, do soberano. b) Sistema de governo onde o poder está acima de qualquer direção ou fiscalização. c) Teoria do absolutismo. d) Termo usado para designar a metafísica do absoluto. e) Diz-se, familiarmente, do emprego de um espírito de intransigência nas opiniões. f) "Absolutismo estético": expressão usada para evidenciar a beleza objetiva e absoluta, não relativa ao observador, tornando-se daí padrão absoluto para a crítica. Foi esta acepção primeiramente exposta por Platão. Mantiveram-na, na filosofia, os intuicionistas, embora combatida pelos que julgam a beleza meramente uma espécie de prazer e, consequentemente, dependente do indivíduo. Kant assume uma posição intermediária ao afirmar: a beleza é subjetiva, mas o julgamento: "isto é belo" é sempre realizado como se existisse um padrão objetivo. g) Na moral é a doutrina que afirma que os mandamentos não são ordens arbitrárias da divindade, nem meras convenções humanas, variáveis portanto, mas válidas intrinsecamente, as mesmas em todos os tempos.


Absoluto
Latim: absolutum, ab solutum, solto de, desligado de... to apoluton, o isento de relação, de limitação, de dependência). É o contrário de relativo. a) Ser absoluto é, pois, o que existe em si o que não tem relação de dependência com nenhum outro. Neste sentido, não é causa, porque esta só o é em relação com o efeito. Daí concluir-se que ele é o ser único, como afirmam os monistas, concluindo uns ainda pela ininteligibilidade do ser absoluto, e outros pela sua incognoscibilidade. b) É o ser que não necessita de nenhum outro para existir, que não existe para uma relação com outro, mas que pode ter relações com outros. Este ser pode ser causa: causa primeira. Independente por si, mas os outros dele dependem. Também são absolutos os seus atributos. A ideia de absoluto exclui a ideia de Infinito. Uma gota de água é absolutamente pura, não infinitamente pura. Concebe-se uma justiça absolutamente verdadeira, uma demonstração absolutamente convincente, não uma justiça infinita, uma prova infinita. Se, pelo contrário, a aplicamos a uma coisa, que não envolve necessariamente a ideia de limite, então a ideia de Absoluto não se opõe à ideia de Infinito: a potência absoluta é a potência suprema, a potência sem limites, a potência infinita. c) Na filosofia moderna, a noção de absoluto confunde-se com a de totalidade e de fundamento do real, seja ela concebida de um ponto de vista idealista ou materialista. A reflexão sobre o absoluto tem constituído a tarefa básica de todas as filosofias, seja para tomá-lo como postulado ou, como acontece na analítica contemporânea, para afirmar a impossibilidade de emitir juízo algum sobre ele.


Absolvição
a) Ação de relevar da culpa imputada ou da pena que lhe corresponde. b) Em religião, perdão dos pecados, realizado pelos sacerdotes no sacramento da penitência. Contrapõe-se a condenação.

Absorção
a) Completa ocupação da atenção com um objeto do conhecimento, ou dum pensamento (absorto, absorvido, distraído). A absorção é seguida da reflexão, que é um processo consciente de percepção; novas experiências substituem-na a seguir como uma posse mental.

Abstenção
a) Atitude ou estado de ânimo, ou ação, ou efeito de privar-se do exercício de uma função ou de um direito. b) Filosoficamente, abstenção significa a posição, a atitude de mente em não tomar uma direção. Assim se pode falar de abster-se de aderir a um juízo. É tomada como sinônimo de dúvida, pois quem duvida abstém-se de tomar uma posição.

Abstinência
Latim: abstineo, manter-se afastado. a) Consiste em impor-se voluntariamente, com finalidade moral ou religiosa, a privação de determinadas coisas de que a nossa natureza física carece. b) Na ética, renúncia voluntária à satisfação de um desejo ou de uma necessidade. c) É o principal caráter da moral ascética, que vê na vida uma decadência; na sociedade, um estado de queda e, na natureza, um castigo. d) Usado por Nietzsche no sentido estoico, não, porém, como norma contínua, mas descontínua, alternando-a com a intemperança. Para ele a abstinência seria um ato voluntário, um domínio sobre si mesmo, como treinamento da vontade, porquanto se ela se tornasse contínua se transformaria em hábito, não oferecendo o prazer da vitória.

Abstração
a) Gramaticalmente é o ato pelo qual nosso espírito separa num objeto, uma qualidade particular para considerá-la isoladamente de todas as outras, e com exclusão do próprio sujeito. b) Filosoficamente, abstrair consiste em separar (abstrahere = arrancar, desligar) pelo pensamento, ou considerar separadamente o que não pode ser dado separadamente na realidade. A abstração insula, pelo pensamento, o que não pode ser insulado na representação. c) A absorção do pensamento, com inatenção aos acontecimentos exteriores. d) Processo mental pelo qual certos caracteres, atributos ou relações são observados, independentemente de outros, que são negligenciados. e) Definição ontológica: Abstração é separar mentalmente o que, na realidade, não está separado.

Abstracionismo
a) Expressão usada por W. James para designar a tendência a tomar as abstrações como equivalentes a realidades concretas, embora, na realidade, sejam apenas certos aspectos das coisas. b) O uso, ou abuso de abstrações. c) Tendência a supervalorizar um aspecto da realidade, que é atualizado, enquanto se virtualizam outros, que se dão na sua concreção, de modo a reduzir estes últimos ao primeiro. Neste sentido, preferimos o termo abstratismo. São abstratistas o historicismo, o psicologismo, o ecologismo, o materialismo econômico (economismo) e, em geral, todos os ismos.

Abstratas (ciências)
a) Em Aristóteles são as matemáticas. b) As ciências que usam mais frequentemente as abstrações, como: matemática, metafísica, lógica, etc. c) Segundo Lachelier as ciências que usam abstrações. Nesse caso, toda a ciência seria abstrata. d) Spencer classifica: ciências concretas, as que tratam "dos próprios fenômenos estudados em seu conjunto", como a astronomia, a geologia, a biologia, a psicologia, a sociologia; e ciências abstrato-concretas, a mecânica, a física e a química, que tratam "dos próprios fenômenos estudados em seus elementos; e ciências abstratas, pelo caráter comum de tratar "das formas sob as quais aparecem os fenômenos", como a lógica e as matemáticas. Essas são as três divisões genéricas das ciências que Spencer estabelece. e) Segundo Augusto Comte são as "ciências que têm por objeto a descoberta das leis, que regem as diversas classes de fenômenos, considerando todos os casos que podemos conceber como as matemáticas, astronomia, física, química, biologia, sociologia, que formam "a série enciclopédica". Opõem-se às ciências "concretas, particulares, descritivas", que consistem "na aplicação dessas leis à história efetiva dos diferentes seres existentes". A acepção b é a mais frequente, e a que menos está sujeita a equívocos.

Abstrativo
Que abstrai, que serve para formar abstrações.

Abstrativo (Método)
Em oposição ao método hipotético, o método abstrativo "limita-se a resumir, numa fórmula matemática, a lei dos fenômenos sensíveis observados, e a transformar esta fórmula seguindo as regras do cálculo algébrico".

Abstrato
a) O que depende da abstração. b) Diz-se das palavras que designam nomes, termos abstratos, qualidades ou relações independentemente de seus sujeitos. Ex.: comprimento, brancura, etc. Opõe-se a concreto. c) Na escolástica, é chamada abstrata a noção de uma qualidade, ou das ideias que são concebidas independentemente do sujeito, seres de razão, entidades puramente metafísicas. d) Schopenhauer distingue: abstrato é o conceito que não se relaciona com a experiência, a não ser por intermédio de outros conceitos (relação, virtude, etc.); e concreto, o conceito que a ela se relaciona diretamente (homem, pedra, cavalo). Resta ainda algo desse uso quando se empregam as palavras abstrato e concreto no comparativo, ao dizer-se, por exemplo, que a ideia "relação" é mais abstrata que a de extensão. e) Para Hegel, o abstrato é o que aparece fora de suas relações verdadeiras com o resto, ou o que é uma unidade exclusiva de diferença; concreto, o que é plenamente determinado por todas as suas relações, a unidade que compreende as diferenças. Neste sentido, o que há de mais concreto é o espírito; ao contrário, são abstrações o particular (= o singular), enquanto isolado do universal pela percepção sensível, e o universal, enquanto isolado do particular pela reflexão do entendimento. f) Husserl repele tanto a teoria nominalista como o realismo dos universais. Para chegar ao abstrato, necessita-se não subir mas descer, salientando das essências os elementos que lhes pertencem, e que não podem subsistir por si mesmos: o universal é precisamente, em si, concreto, e não abstrato. O abstrato designa uma parte não consistente por si mesma de um universal concreto. g) O que se emprega apenas à contemplação. Diz-se de toda noção que resulta de uma abstração como, por exemplo: Se um termo se refere a algo abstrato daquilo que é referido é porque não tem existência espaço-temporal, isto é, o contrário de concreto, qual Berkeley considera, não existe num lugar qualquer nem num determinado momento, sendo o que está intimamente ligado diretamente ao conceito. h) Na Filosofia Clínica o termo abstrato tem dimensões além daquelas tratadas nas idéias particulares, em Locke universalizadas. Segundo o filósofo Lúcio Packter, o termo abstrato é o que está indiretamente relacionado aos sentidos, e diretamente ligado a conceitos, como, por exemplo, entendemos que um aroma é diferente de outro por suas naturezas distintas.

Abstruso
a) Adjetivo que designa um pensamento que se afasta das normas formais, e que, especialmente, não se conforma com as representações comuns da imaginação, tornando-se, por isso, de difícil compreensão. b) Também se empresta à palavra uma acepção pejorativa, quando aplicada a um pensamento inutilmente complicado.




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